Queridos Amigos
Maha Krishna Swami / Um Discípulo de Bhagavan Sri Ramana
Maha Krishna Swami começou a sua iniciação na Índia, aos seis anos. Aos nove,veio para o Ocidente, viajando pela América do Sul.
Antes de se fixar em S. Paulo no Brasil, onde fundou o Ashram com o nome de Casa do Coração, o Swami passou três anos nas montanhas do Peru, sozinho, em meditação. Hoje, tendo morrido para o físico e renascido para o espirito, ele ensina a Maha-yoga, a grande união universal.
Quando Maha tinha seis anos, seus pais resolveram levá-lo à presença de um mestre, no Sul da India. O Mestre escolhido tinha sido Bhagavan Sri Ramana Maharshi.
Longe dos amigos e da família, Maha viveu com o Mestre, recebendo a iniciação, apesar da pouca idade. ” A iniciação -diz Maha – é como um toque divino. Ela vivifica todos os pontos do corpo.”
Essa iniciação, porém é secreta. Na Índia, a verdadeira iniciação é considerada tabu. Só quem está preparado a recebe.
Sri Ramana disse-lhe um dia que o importante era morrer para o físico e nascer para o espírito. Para o menino Maha a posição espiritual do Mestre parecia um enigma. No entanto, mais tarde, quando ele percebeu que sabia todos os ensinamentos do yoga sem havê-los estudado, as duvidas dissiram-se pois ele tinha as provas concretas. Maha Krishna morreu para o mundo e passou a dedicar-se ao ensino do yoga e à divulgação da mensagem do espírito.
De Sri Ramana, Maha Krishna aprendeu a controlar a mente. Isso porque tudo depende da mente.
Com nove anos, Maha veio para o Ocidente. Seu pai estava ligado à diplomacia e viajava muito.
A família depois de percorrer a Europa, foi para a América do Sul, fixando residência no Uruguai. Ali, Maha continuou os estudos. Entre o Uruguai e a Argentina, ele formou-se em: Direito Pedagogia Letras, Artes Plásticas e Filosofia.
Durante todo o tempo ele procurou sempre aperfeiçoar o seu yoga. O caminho era duro mas, para o yogue, as dificuldades existem para serem superadas e aprender com elas.
Maha mudou-se para a Argentina, onde organizou um curso. Ali, graças a uma bolsa de estudo, ele teve a oportunidade de viajar por toda a a América do Sul. Ao passar pelos Andes, ficou emocionado com o ambiente e resolveu que lá voltaria um dia. E voltou.
Terminada a viagem, Maha voltou para a Argentina onde deveria assistir aos exames finais dos seus alunos. No fim do ano lectivo não pensou em mais nada e partiu para os Andes. O lugar escolhido tinha sido o Peru.
Foi para a montanha e ali passou a viver em completa solidão. O silêncio era quase total. Cercado apenas pelos sons da natureza, Maha passou seus dias em profunda meditação.
Esse período na montanha foi fundamental para o amadurecimento do mestre. Desligado do mundo quotidiano do homem moderno: negócios, viagens, competição, ele foi aos poucos perdendo o embrutecimento adquirido pelo trabalho constante, sem reflexão.
Na montanha ele aprendeu a refazer todo o caminho e a mastigar tudo o que o Mestre hindu, Sri Ramana, tinha fornecido.
Hoje Maha percebe que esse retiro – que todo o homem deveria fazer em determinada época da sua vida – foi fundamental para para a sua chegada até à sabedoria.
Para sobreviver na montanha, Maha fabricava cerâmica: a arte gritava dentro dele. Seus objectos eram trocados com alguns indios da região, que lhe fotneciam milho e leite.
Sempre que não meditava, Maha estudava o trabalho indígena e seus métodos de trabalho .O índio quase não fala, ele trabalha em silêncio, observando o mundo ao seu redor, tentando aprender tudo. Era assim que Maha trabalhava também.
Além das frutas que colhia, sua alimentação resumia-se num preparo de milho e o leite que os índios lhe forneciam.
Nessa altura ele descobriu a importância do mel para reposição das energias do corpo. Frutas, milho, leite e mel. Um regime quase monástico. Só que o mosteiro era toda a Cordilheira do Andes.
Os seus contactos pessoais com os índios resumia-se em pura troca.e isso apenas com os índios. Durante esse período, Maha esqueceu a existência do dinheiro. O tempo, hoje pode ser cronometrado em alguns anos, naquela época também não existia.
Era apenas um fluir silencioso da sua própria consciência
Buda, Jesus, Ramakrishna, Ramana e muitos outros também se retiraram do convívio dos homens para se dedicar à meditação.
Assim como Jesus descobriu um caminho para ensinar o Evangelho, Maha descobriu outro para divulgar o Maha-yoga.
Na montanha o seu intelecto apagou-se. Tudo que tinha aprendido de pedagogia, direito e artes, desapareceu e restou apenas uma intuição. Essa intuição foi crescendo até se transformar numa intuição divina. A partir daí, tudo em sua vida seria orientado por ela.
Quando abandonou a montanha, Maha Krishna Swami já era um mestre completo. Ele tinha adquirido a visão da realidade das coisas.
Em S. Paulo, Maha Krishna fundou o que ele chama de Grande Coração, local para onde convergem todos os que buscam o amor, a paz e a Sabedoria.Grande Coração é onde ele transmite diariamente a grande mensagem da Maha-yoga para milhares de discípulos. É uma casa muito grande, decorada e preparada para receber aqueles que procuram a paz. Ali aprende-se a meditar.
Maha-Krishna vive e ensina naturalmente. Para ele, assim como a semente colocada em terreno
propício,germinará naturalmente; com as pessoas acontece o mesmo:As sementes colocadas em seus espíritos germinam naturalmente.
Às cinco horas da manhã ele já está acordado.Entrega-se à meditação até às sete, quando mistura frutas com mel e toma a sua primeira refeição.
Às oito os primeiros discípulos e alunos começam a chegar. Maha atende todos, discípulos e pessoas que lá chegam pela primeira vez.
Ao meio dia a sua esposa Sutra, ou uma discípula, tratam de preparar o almoço.
Sempre que alguém prepara o almoço, faz primeiro uma sessão de relaxamento para acalmar algumas tensões e emoções, para criar boa vibração que se transmite aos alimentos. Isto é muito importante para ele.
Após o almoço vem um período de descanso. Às 15 horas, Maha Krishna retoma a orientação dos discípulos. Entre o meio-dia e as 15 horas, ele medita sem se preocupar com nada além do seu fortalecimento espiritual. Para poder dar, ele necessita ter o que dar.
Das três horas às nove, as aulas continuam em um período directo, pois às seis horas chegam seus alunos que trabalham. Chegam cansados, porém ávidos de espiritualidade, repouso e paz. No Grande Coração eles encontram o conforto necessário para se refazer do longo dia de trabalho.
Às 21horas, quando o último discípulo se retira, Maha Krishna Swami volta a ser um hoem cumum, que vê televisão, ouve música pop e conversa com os discípulos mais íntimos.
Para ele um yogue deve ser um homem como qualquer outro, inserido numa sociedade, a diferença está unicamente na atitude a ter para com o mundo.
O yogue deve ser como um jardim que floresceu. Mas esse jardim deve estar sempre aberto para todos.
Na medida em que a mente se purificar através da auto-disciplina, a luz da intuição começará a brilhar e todas as condições indesejáveis desaparecerão, pois a consequência de uma mente carregada de desejos, desarmonias e impurezas. A purificação gradual rompe com o círculo vicioso da mente.
Pouco importa a realização material, se o homem é um ser essencialmente espiritual.
As actividades mentais e culturais também não chegam. O homem precisa da sua verdadeira natureza divina.
Maha Krishna está consciente de que todo o yogue, para se tornar um grande mestre, deve tomar consciência da existência do Cristo universal, interno. Não apenas do Cristo específico, Jesus, que foi um grande AVATAR e que encarnou realmente o Cristo universal. Para se chegar à sabedoria extrema, o yogue deve passar por ele.
De pouco adianta ficar de pernas cruzadas, se a mente não se fundiu a Cristo, a Brama.
O que importa é ligar-se a essa matéria universal crística. YOGA é acima de tudo, UNIÃO.
” Excertos de um trabalho publicado na Revista Planeta, nº17.
Propriedade da Editora Três S. Paulo -Brasil.”
Textos preparados por Fernando
Um abraço
Maria