GURU! OH, GURU! – Yogakrisnanda

Olá amigos!

GURU! OH, GURU!

“Quem és tu? perguntou o peregrino.
Sou Deus! respondeu a Divindade.
Não o creio, porque eu não te reconheci!”

E em todos os tempos, a voz do peregrino procura um Deus e um Guru (que é sempre o segundo, o caminho mais fácil para se chegar ao primeiro) preconcebidos à medida dos seus desejos.

Tu não és Deus, pois não usas “colete de veludo”, poderíamos definir-te numa forma existencialista. Ó, Mestre:COMO TE ATREVES A SER DIFERENTE DE TUDO AQUILO QUE EU PENSO QUE DEVES SER?

E nascem os Judas…porque sempre houve tantos Judas quantos Cristos, mas esses Judas não passam de ser aqueles que amam o seu Profeta e desejam obrigá-lo a que realize o milagre: se és Filho de Deus, Salva-te. E o escarnecem e o levam ao Calvário e, ainda o matam, porque estão seguros de ressurreição, porque querem a ave Fénix (que renasce das cinzas).

Diz-se que não há Religião sem Mártires, nem Nação sem Heróis. São necessários? É o drama, a necessidade do holocausto. Porque Rama e Moisés subiram à montanha em vez de morrer; pois, morte é sinónimo de debilidade; porque Jesus teve que morrer crucificado, Joseph Smith linchado;  Ghandi assassinado com um tiro: E a falha não se perdoa a Buda, a Maomé nem a Lutero: morrer no vulgar fracasso da morte.

Mas o povo quer , o povo pede. Morreram, sacrificaram-se para nos salvar e o povo exige sacrifício dos seus ídolos e a perseguição dos seus mártires, mas nunca a sua própria. E o povo pede que os seus mestres sejam ascetas, que não se deixem tentar pelas paixões porque para isso são mestres; e o povo quer ver Deus em cada um deles, para fazer de cada um o Messias e de cada Messias um crucificado. Quer um Deus monótono, repetido, vulgar e quer um Deus feito em série, como os produtos de tecnologia.

E o povo quer salvar-se e busca a salvação, os gurus, os mestres, os pastores, os padres e muda de um para outro. Porém, quer-os todos iguais e quando se sente protestante, ridiculariza os pastores porque casam, porque têm filhos, porque cobram 10% do que ganham os fiéis do templo, e quando se sentem católicos, criticam os padres por não se casarem e por depender de Roma, e quando se fazem maometanos querem comer carne de porco e quando se fazem yogues acham as posturas e as meditações incómodas e difíceis, mas buscam um salvador para se salvar, e as mulheres tentam o asceta e o místico e criticam-no
pela sua impassibilidade e pela sua temperança com a mesma falsidade com que se escandalizam com Rasputin.

E continua a busca, e eles, os que pretendem ser ensinados, são os que ditam o comportamento que deveriam seguir os seus Mestres, os seus Gurus, para serem, verdadeiramente, merecedores de os terem como discípulos e comentam escandalizados como, um guru cobra pelos seus ensinamentos e temem que através das suas modestas colaborações possa o mestre tornar-se opulento. Mas…também o criticam quando os punhos da camisa estão gastos e as suas calças cosidas. – Parece um mendigo! Perde toda a dignidade que deve ter um Mestre!

“E, em verdade, vos digo um de vós me trairá!” De quem poderiam ser estas palavras? De todos os mestres, para além de Jesus.

E em Teresa de Jesus vemos a frívola, em Cagliostro e Mesmer o charlatanismo, em Rasputine a luxúria. eu quero salvar-me, quero encontrar a luz, grita o povo; e aparece o beato, o carola.
E aparece o que compra a glória e a salvação por três piastras e o que empresta dinheiro a juros, dando uma esmola que espera que o Senhor multiplique, o que se crê Bom porque não mata nem rouba, o religioso congénito e o que busca Deus correndo com todos os gastos que originam a procura; e então alguém diz. Eis aí, esse é o Mestre, é o que tem que nos ensinar, é o que tem que nos dar a luz, saciar a nossa sede, tirar os andrajos que nos cobrem e vestir-nos com a capa da sabedoria.

E assim surgem Yogananda, Sivananda,Gurdjieff, Blavatsky, Alice Bailey, Krishnamurti, Roso de Luna. Mas como é possível que estes sejam mestres? Como é possível que Blavastky seja uma grã-sacerdotiza se é blasfema ou vive com o coronel Olcott? Mas como é possível que Gurdjieff seja um eleito se leva até ao desespero e ao suicídio componentes do seu grupo? Mas como pode ser um eleito Sivananda, que se casa 4 vezes, estando vivas as suas 4 esposas? Como pode estar com a Verdade Yogananda, que vive na impassibilidade ante a dor humana e se sente afim com todas as religiões? Onde está esse Tibetano que que não aparece nunca para além dos livros que publica Alice Bailey? Porque é que Krishnamurti não quer gurus nem livros e publica tantos? Que latien é esse do Subud que converte, às vezes, as pessoas em animais? Que loucuras apavorantes encerra o budismo Zen?

Senhor ajuda-me, quero que sejas meu guru, mas não para que me ensines, não para que me orientes, não para que me abras o caminho da luz, senão para que, como uma vulgar cartomante, me digas tudo o que quero que me digas, não o que é, porque o que é não importa se não é o que quero.

contava um negro americano que na visita que fez a Berlim, os meninos brancos e louros o seguiam pelas ruas com admiração do desconhecido. Um deles, mais audaz, esfregou a mão contra as do negro e ao ver que não manchara disse à sua mãe,cheio de espanto:-“Mãe, não está pintado!”

Quantos de vós pretendem tirar a pintura do guru? Quantos de vós buscais o truque do: porque o guru é diferente e por que todos os gurus são diferentes? Isto, porque não aprendestes a lição do grande ensinamento de que o guru há-de ser sempre diferente ou sempre igual, mas íntegro, porque é aí onde está o seu ensinamento, pois, somente encontrareis as mil facetas de Deus na diferença perfeitamente correlata dos gurus.

Se soubésseis que, quando dizeis: hoje o guru desmereceu a minha confiança, ou isto que ele disse não posso admitir, estais a começar a aprender algo, porque no guru há um ensinamento igual no campo positivo como no que parece ser negativo.
Qualquer emotividade que ele produza é um passo para chegar, não ao guru, não à divindade, mas a ti mesmo; porque se não te encontras, se não te separas do rebanho, como queres unir-te ou interpretar a unidade da Divindade que forma o Todo.

Tudo isto que parecem queixas ou criticas realmente seriam desnecessárias se não fosse o problema de “tirar a pintura ao negro” que tanto desencanto causa nos discípulos.

Não busqueis o milagre em forma de jogo de prestidigitação, que faz aparecer flores do oco duma cartola e pensai que se o acto divino de nascer é partir de dentro para fora, a luz que tendes dentro, ninguém poderá dar-vos, mas sim, simplesmente, poderá ajudar-vos a extrovertê-la.

Não julgueis o que não compreendeis. Nem tenteis orientar aqueles a quem pedis orientação. Lembrai-vos de Joãozinho e Maria, que puseram pão ou folhas de pétalas de rosas para distinguir o caminho de volta, não o encontraram, porque são as pedras duras as que nos fazem reconhecer o Caminho.

Yogakrisnanda

Um abraço
Maria

BHAKTI-YOGA

Olá amigos

BHAKTI-YOGA

Bhakti Yoga é a verdadeira e sincera busca do Senhor.
Bahkti é o amor intenso por Deus!

Quando o homem alcança Bhakti, ama todos os seres e a nenhum odeia; fica satisfeito para sempre.
Este amor não pode ser reduzido a nenhum beneficio terreno.

Bhakti é maior que Karma-yoga, maior que raja-yoga; pois enquanto estas pressupõem um objectivo, Bhakti encerra em si a sua própria fruição, os seus próprios meios e o seu próprio fim.

Entre o Conhecimento (Jnana) e o Amor (Bhakti) não há, realmente, grande diferença.
A grande vantagem de Bahkti é que constitui o caminho mais fácil e mais natural para alcançar o grande fim divino que nos propomos!
A sua grande desvantagem está em que, nas suas formas inferiores, degenera frequentemente em deformante fanatismo. Porém esse perigo não existe senão na etapa preparatória. Quando Bhakti amadureceu, não há que temer qualquer dessas odiosas manifestações de fanatismo.
A alma invadida por tal forma superior de Amor, está tão próxima de Deus que não pode converter-se no instrumento para a difusão do ódio.

Não nos foi dado a nós, nesta vida, poder construir harmoniosamente o nosso carácter. No entanto, sabemos que o tipo mais nobre de carácter é aquele onde os 3 elementos: Conhecimento, Amor e Yoga-estão harmoniosamente fundidos.

Aquele que segue o seu guru, ao fazê-lo, considera que a sua obediência é o seu único fim.

A meditação, por outro lado, é a recordação constante (do objecto no qual se medita), como a corrente ininterrupta do azeite quando é vertido de um recipiente para outro.

Quando se conseguiu essa espécie de recordação de Deus, todas as ligaduras se rompem.
Essa recordação é como a visão. Quando aquele que está longe e próximo é visto, os laços do coração se rompem, toda a duvida se desvanece e todos os efeitos das nossas acções desaparecem.
O facto de conhecer, que é a mesma coisa que uma adoração sempre repetida, foi descrito como recordação continua…assim, a memoria que é elevada a uma altura equivalente à percepção directa, está indicada como um meio de libertação.

Isto não pode ser alcançado pelas diversas ciências, nem pelo intelecto, nem pelo estudo das escrituras.
Isto quer dizer que o mero facto de ouvir, pensar e meditar não é o meio de alcançar isto.

O que é intensamente amado, é buscado; quem O ama intensamente, converte-se nele, no mais amado. E o Senhor ajuda: ” Aqueles que estão constantemente dedicados a Mim e Me adoram com Amor, eu dou à sua vontade a direcção pela qual eles Me vêem e vêm a Mim”. Aquele para quem esta forma de percepção directa é uma recordação constante é muito querido, porque lhe é querido o Objecto dessa percepção memorial.
Essa recordação constante é Bhakti! E tudo o que essa pessoa faz é SERVIÇO!

Um abraço
Maria

Maha Krishna Swami

Queridos Amigos

Maha Krishna Swami / Um Discípulo de Bhagavan Sri Ramana

Maha Krishna Swami começou a sua iniciação na Índia, aos seis anos. Aos nove,veio para o Ocidente, viajando pela América do Sul.
Antes de se fixar em S. Paulo no Brasil, onde fundou o Ashram com o nome de Casa do Coração, o Swami passou três anos nas montanhas do Peru, sozinho, em meditação. Hoje, tendo morrido para o físico e renascido para o espirito, ele ensina a Maha-yoga, a grande união universal.

Quando Maha tinha seis anos, seus pais resolveram levá-lo à presença de um mestre, no Sul da India. O Mestre escolhido tinha sido Bhagavan Sri Ramana Maharshi.

Longe dos amigos e da família, Maha viveu com o Mestre, recebendo a iniciação, apesar da pouca idade. ” A iniciação -diz Maha – é como um toque divino. Ela vivifica todos os pontos do corpo.”
Essa iniciação, porém é secreta. Na Índia, a verdadeira iniciação é considerada tabu. Só quem está preparado a recebe.

Sri Ramana disse-lhe um dia que o importante era morrer para o físico e nascer para o espírito. Para o menino Maha a posição espiritual do Mestre parecia um enigma. No entanto, mais tarde, quando ele percebeu que sabia todos os ensinamentos do yoga sem havê-los estudado, as duvidas dissiram-se pois ele tinha as provas concretas. Maha Krishna morreu para o mundo e passou a dedicar-se ao ensino do yoga e à divulgação da mensagem do espírito.

De Sri Ramana, Maha Krishna aprendeu a controlar a mente. Isso porque tudo depende da mente.

Com nove anos, Maha veio para o Ocidente. Seu pai estava ligado à diplomacia e viajava muito.

A família depois de percorrer a Europa, foi para a América do Sul, fixando residência no Uruguai. Ali, Maha continuou os estudos. Entre o Uruguai e a Argentina, ele formou-se em: Direito  Pedagogia Letras, Artes Plásticas e Filosofia.

Durante todo o tempo ele procurou sempre aperfeiçoar o seu yoga. O caminho era duro mas, para o yogue, as dificuldades existem para serem superadas e aprender com elas.

Maha mudou-se para a Argentina, onde organizou um curso. Ali, graças a uma bolsa de estudo, ele teve a oportunidade de viajar por toda a a América do Sul. Ao passar pelos Andes, ficou emocionado com o ambiente e resolveu que lá voltaria um dia. E voltou.

Terminada a viagem, Maha voltou para a Argentina onde deveria assistir aos exames finais dos seus alunos. No fim do ano lectivo não pensou em mais nada e partiu para os Andes. O lugar escolhido tinha sido o Peru.

Foi para a montanha e ali passou a viver em completa solidão. O silêncio era quase total. Cercado apenas pelos sons da natureza, Maha passou seus dias em profunda meditação.

Esse período na montanha foi fundamental para o amadurecimento do mestre. Desligado do mundo quotidiano do homem moderno: negócios, viagens, competição, ele foi aos poucos perdendo o embrutecimento adquirido pelo trabalho constante, sem reflexão.

Na montanha ele aprendeu a refazer todo o caminho e a mastigar tudo o que o Mestre hindu, Sri Ramana, tinha fornecido.

Hoje Maha percebe que esse retiro – que todo o homem deveria fazer em determinada época da sua vida – foi fundamental para para a sua chegada até à sabedoria.

Para sobreviver na montanha, Maha fabricava cerâmica: a arte gritava dentro dele. Seus objectos eram trocados com alguns indios da região, que lhe fotneciam milho e leite.

Sempre que não meditava, Maha estudava o trabalho indígena e seus métodos de trabalho .O índio quase não fala, ele trabalha em silêncio, observando o mundo ao seu redor, tentando aprender tudo. Era assim que Maha trabalhava também.

Além das frutas que colhia, sua alimentação resumia-se num preparo de milho e o leite que os índios lhe forneciam.
Nessa altura ele descobriu a importância do mel para reposição das energias do corpo. Frutas, milho, leite e mel. Um regime quase monástico. Só que o mosteiro era toda a Cordilheira do Andes.

Os seus contactos pessoais com os índios resumia-se em pura troca.e isso apenas com os índios. Durante esse período, Maha esqueceu a existência do dinheiro. O tempo, hoje pode ser cronometrado em alguns anos, naquela época também não existia.

Era apenas um fluir silencioso da sua própria consciência

Buda, Jesus, Ramakrishna, Ramana e muitos outros também se retiraram do convívio dos homens para se dedicar à meditação.

Assim como Jesus descobriu um caminho para ensinar o Evangelho, Maha descobriu outro para divulgar o Maha-yoga.

Na montanha o seu intelecto apagou-se. Tudo que tinha aprendido de pedagogia, direito e artes, desapareceu e restou apenas uma intuição. Essa intuição foi crescendo até se transformar numa intuição divina. A partir daí, tudo em sua vida seria orientado por ela.

Quando abandonou a montanha, Maha Krishna Swami já era um mestre completo. Ele tinha adquirido a visão da realidade das coisas.

Em S. Paulo, Maha Krishna fundou o que ele chama de Grande Coração, local para onde convergem todos os que buscam o amor, a paz e a Sabedoria.Grande Coração é onde ele transmite diariamente a grande mensagem da Maha-yoga para milhares de discípulos. É uma casa muito grande, decorada e preparada para receber aqueles que procuram a paz. Ali aprende-se a meditar.

Maha-Krishna vive e ensina naturalmente. Para ele, assim como a semente colocada em terreno
propício,germinará naturalmente; com as pessoas acontece o mesmo:As sementes colocadas em seus espíritos germinam naturalmente.

Às cinco horas da manhã ele já está acordado.Entrega-se à meditação até às sete, quando mistura frutas com mel e toma a sua primeira refeição.

Às oito os primeiros discípulos e alunos começam a chegar. Maha atende todos, discípulos e pessoas que lá chegam pela primeira vez.

Ao meio dia a sua esposa Sutra, ou uma discípula, tratam de preparar o almoço.

Sempre que alguém prepara o almoço, faz primeiro uma sessão de relaxamento para acalmar algumas tensões e emoções, para criar boa vibração que se transmite aos alimentos. Isto é muito importante para ele.

Após o almoço vem um período de descanso. Às 15 horas, Maha Krishna retoma a orientação dos discípulos. Entre o meio-dia e as 15 horas, ele medita sem se preocupar com nada além do seu fortalecimento espiritual. Para poder dar, ele necessita ter o que dar.

Das três horas às nove, as aulas continuam em um período directo, pois às seis horas chegam seus alunos que trabalham. Chegam cansados, porém ávidos de espiritualidade, repouso e paz. No Grande Coração eles encontram o conforto necessário para se refazer do longo dia de trabalho.

Às 21horas, quando o último discípulo se retira, Maha Krishna Swami volta a ser um hoem cumum, que vê televisão, ouve música pop e conversa com os discípulos mais íntimos.

Para ele um yogue deve ser um homem como qualquer outro, inserido numa sociedade, a diferença está unicamente na atitude a ter para com o mundo.

O yogue deve ser como um jardim que floresceu. Mas esse jardim deve estar sempre aberto para todos.

Na medida em que a mente se purificar através da auto-disciplina, a luz da intuição começará a brilhar e todas as condições indesejáveis desaparecerão, pois a consequência de uma mente carregada de desejos, desarmonias e impurezas. A purificação gradual rompe com o círculo vicioso da mente.

Pouco importa a realização material, se o homem é um ser essencialmente espiritual.

As actividades mentais e culturais também não chegam. O homem precisa da sua verdadeira natureza divina.

Maha Krishna está consciente de que todo o yogue, para se tornar um grande mestre, deve tomar consciência da existência do Cristo universal, interno. Não apenas do Cristo específico, Jesus, que foi um grande AVATAR e que encarnou realmente o Cristo universal. Para se chegar à sabedoria extrema, o yogue deve passar por ele.

De pouco adianta ficar de pernas cruzadas, se a mente não se fundiu a Cristo, a Brama.

O que importa é ligar-se a essa matéria universal crística. YOGA é acima de tudo, UNIÃO.

” Excertos de um trabalho publicado na Revista Planeta, nº17.
Propriedade da  Editora Três S. Paulo -Brasil.”

Textos preparados  por Fernando

Um abraço
Maria