Autor Tópico: Narrativa - viagem astral - de Moacir Sader  (Lida 3986 vezes)

Offline Onurb

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Narrativa - viagem astral - de Moacir Sader
« em: Junho 16, 2008, 11:03:40 am »

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Onurb - Gostei imenso desta imagem, é ... assim..., se bem que muitas vezes parece não ser corpo igual ao da carne... não sei descrever
   

Acordei duas horas após ter adormecido, era uma da madrugada. Embora tentasse dormir novamente, o sono não vinha, parecia que a insónia se instalaria em mim. Debati-me na cama, de um lado a outro, tentando restabelecer o descanso, conseguindo por volta de 2:30.

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Onurb - Quando experimentei a primeira vez estava assim... inquieto

Já totalmente relaxado, no exacto momento de sonolência, senti-me desapegando do corpo, flutuando em meu quarto. O primeiro pensamento foi que poderia estar morrendo (deve ser assim que acontece): meu espírito estava levitando, enquanto o corpo permanecia deitado sobre a cama, adormecido.

“Não quero voltar”, pensei convicto, forçando o espírito a seguir em frente, "quero ir mais, além dos limites de meu quarto". Flutuando, segui em direcção à porta fechada, ultrapassando-a facilmente, como se ela não existisse...

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Onurb - É uma sensação maravilhosa... e a velocidade com que se está aqui ou ali

O meu voo astral me levou para um lugar totalmente desconhecido e estranho, considerando-se os padrões terrenos: encontrava-me em um tipo de galeria de arte, composta de enormes corredores, as paredes laterais estavam repletas de quadros afixados, todos com figuras de pessoas. Navegando, suspenso no ar, na posição horizontal, olhava de modo esfuziante aquele cenário de intensa nitidez; cores brilhantes reluzindo em tonalidades jamais vislumbradas em meus sonhos.

Estava consciente, não dormia, sabia que pela primeira vez estava fazendo uma viagem astral acordado. Tentei não me emocionar para não interromper a experiência mais fascinante de minha vida até então.
Segui pelos inúmeros corredores intensamente iluminados. As figuras daqueles personagens, em belas molduras, tornavam-se quantitativamente infindáveis. Uma voz interior me fez ter a clarividência sobre aquelas pessoas: "são reis, sábios e santos”.

O que esta trilogia significaria? Muitos caminhos interpretativos poderiam ser trilhados. A primeira ideia foi a de que um rei, detentor de poder e liderança, necessita também da sabedoria, própria dos sábios, e da espiritualidade inequívoca dos santos, para aí sim ser um verdadeiro Rei.

O reino, aqui, não é aquele composto de terras, riquezas e súbditos, mas formado pelo universo íntimo de cada pessoa, sendo o espírito o Rei deste reino interior, de domínio difícil tanto quanto aqueles territoriais existentes na Idade Antiga e Média.

O Rei interior de cada ser humano não pode governar os diversos sectores (profissional, educacional, sentimental, religioso, etc.) sem a sabedoria verdadeira, aquela de Salomão, para poder discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado, entre os caminhos que se avizinham sempre em nossas passagens terrenas, escolhendo os melhores tanto para nós, quanto para aqueles que nos são importantes.

Mas ainda assim, mesmo seguindo com sabedoria, o êxito administrativo do reino pessoal não está garantido sem a espiritualidade, própria dos santos, no sentido de a compreensão, além dos limites racionais, possa ser vista também pelo olhar do amor espiritual, ampliado pelas várias dimensões e diversas encarnações, ensinando-nos a necessidade premente de controlarmos as emoções, sobretudo as nefastas, para que o equilíbrio imprescindível se manifeste naturalmente (águas revoltas transmutadas em calmaria, permitindo o navegar seguro).

Maravilhado pelas imagens fantásticas, resolvi descer no final de um dos corredores, momento em que, lamentavelmente, fui puxado pelo cordão de prata, retornando-me ao corpo material. Totalmente acordado, pude sentir o batimento acelerado do coração, repleto de excitação e felicidade pela dádiva acontecida.

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Onurb - Puxado... a primeira vez parece que caí dentro de mim próprio

Em minha mente uma frase ecoava: “Tenho de viver a minha vida com mais sabedoria”. Em que sector particular faltava sabedoria?, questionei. Talvez seja localizado, talvez seja no geral (terei de descobrir). Devo governar o meu reino interior com reflexo comportamental tendo mais sabedoria e mais espiritualidade, para que os equívocos humanos causados pela impulsividade menos lúcida sejam minimizados.

Dominando-me, tendo o controle pleno de mim, o caminho da rectidão será facilmente encontrado. Ao meu reino interior, se governado com sabedoria e espiritualidade, a paz dos santos virá como recompensa.
               
                  Texto do livro: "Outra vida, nova chance"
                de Moacir Sader - p.63/65
                 

Offline kunti

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Re: Narrativa - viagem astral
« Responder #1 em: Janeiro 06, 2010, 22:16:22 pm »
Olá.

Olhem o que encontrei na Net !!!


Partilho com muito gosto !


Namasté


     Kunti
« Última modificação: Janeiro 13, 2010, 23:50:41 pm por kunti »