Autor Tópico: OSHO  (Lida 24451 vezes)

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #30 em: Novembro 23, 2013, 17:26:23 pm »
              - Ventos de Paz

          Cabeça e Coração -

   Osho, você poderia falar algo sobre o mistério das mulheres ?

Esta é uma das questões mais antigas.
O homem sempre se sentiu confuso em relação às mulheres,
e o verdadeiro problema não é o homem, nem a mulher.
Reduzido ao factual, ao existencial,
o problema está entre a cabeça e o coração.

A cabeça não consegui entender o mistério do coração.
A cabeça é lógica, racional, matemática, científica;
o coração nada sabe da razão, nada sabe da lógica.
O coração funciona de uma maneira totalmente diferente.
Seu funcionamento cria na cabeça a ideia do mistério.
Essa não é uma pergunta sobre as mulheres;
é uma pergunta que surge porque as mulheres funcionam
através do coração e o homem funciona através da cabeça.
Você já ouviu alguma mulher perguntar qual é o mistério do homem?
Elas simplesmente o conhecem

O problema vem do raciocínio lógico.
É um fenómeno muito superficial.
Ele é bom com objectos, com coisas mortas;
ele lida com eles perfeitamente bem,
porque uma coisa morta não tem interioridade,
uma coisa morta não tem ser interior, não tem vida.
O cientista está perfeitamente correto com relação aos objectos,
mas no momento em que passa a pensar sobre a subjectividade -
a interioridade - ele fica desnorteado,
porque a razão não consegue funcionar ali.

O coração sabe sem nenhum processo de conhecimento,
sem nenhum silogismo, sem nenhum argumento.
Como você sabe que a rosa é bela?
Essa é uma conclusão racional ?
se você colocar a razão nisso,
não será capaz de provar que a rosa é bela
porque a razão não consegue compreender o fenómeno da beleza.

Quando você diz que a rosa é bela,
você está funcionando com o coração.
Quando você diz que a noite estrelada o extasia,
esta não é uma declaração racional;
se você for obrigado a prová-la racionalmente,
estará totalmente perdido.
Então, de repente, toma consciência de que foi o coração que falou,
e que a cabeça é absolutamente incapaz
de descobrir como o coração funciona.

Mas o coração não tem a mesma dificuldade em relação à cabeça,
porque a cabeça é superficial e o coração está inserido bem fundo
dentro de você.
O que é mais baixo não consegue entender o que está mais alto.
O mais alto simplesmente entende o mais baixo -
não há necessidade de qualquer raciocínio.
Seu coração é ao mesmo tempo mais elevado que sua cabeça
e mais profundo que sua cabeça. (...)

Nenhum marido e nenhuma esposa estão em situação
de entender um ao outro.
O desentendimento é a situação natural.
O homem diz algo, a mulher imediatamente entende outra coisa.
O homem não consegue acreditar como ela chegou aquela conclusão -
para a mulher aquela conclusão é absolutamente clara,
não há qualquer dúvida a respeito dela.
E independentemente do que ela diga, o homem não consegue percebê-la.(...)

Então, eu gostaria de enfatizar o ponto de que a pergunta,
desde o início foi formulada de uma maneira equivocada.
Não se trata do mistério das mulheres, trata-se do mistério do coração
- que a cabeça é incapaz de decifrar.
O coração não tem problemas com relação à cabeça;
ela é uma camada inferior, mais superficial, e o coração a entende.
Então, quando os homens dizem que as mulheres são um mistério,
as mulheres simplesmente sorriem para si mesmas:
" Veja que idiotas"
Vocês já ouviram alguma mulher dizer que as mulheres são misteriosas?
Elas conhecem perfeitamente bem uma à outra. Não há mistério.

Será melhor entender também em uma dimensão diferente.
Esqueça o homem e a mulher;
pense em sua própria cabeça e em seu próprio coração.
Eles tem uma comunhão?
São capazes de entender um ao outro? (...)

O amor vem do coração, ele não pode vir da cabeça. (...)
O amor é um mistério...até seu próprio coração é um mistério para você.
Quando o coração e a cabeça estão juntos, você está mais completo,
mais inteiro. O coração é a parte, a cabeça é a parte, mas juntos...
Se for possível uma comunhão, sua força será duplicada, será multiplicada.
Como a cabeça e o coração chegam a um ponto de encontro?
Esta é uma questão multidimensional. (...)

Eles se encontram na meditação, porque na meditação
a cabeça está vazia e o coração está vazio:
a cabeça está vazia de pensamentos e o coração está vazio de sentimentos.
Quando há dois vazios, você não pode mantê-los separados,
porque não há nada entre eles para mantê-los separados.
Dois zeros tornam-se um zero...
Dois nadas não podem existir separadamente;
eles são propensos a se tornar um,
porque não há sequer uma cerca entre eles. (...)

Se você observar bem, cada flor é um mistério.
De onde vem essas cores?
Todo o arco-íris é um mistério, cada momento da vida é um mistério.
O simples fato de você estar aqui...
Não é um mistério que você não esteja em nenhum outro lugar,
mas sim aqui?

Quando seus olhos estão claros,
e sua cabeça e seu coração não estão mais em conflito,
tudo começa a se tornar misterioso.
Então você não quer desmistificar isso -
porque isso seria absolutamente feio e criminoso!
O mistério da existência tem de ser bem recebido como ele é.
Dissecá-lo, desmistificá-lo é uma violação, uma agressão, uma violência.

Um homem que medita simplesmente desfruta das flores,
dos pássaros, das árvores, da chuva, do sol, da lua, das pessoas.
É bom que todos nós estejamos imersos em um todo misterioso.
A vida seria extremamente tediosa se todo o mistério fosse descodificado."

Osho em Inocência, conhecimento e encantamento.

-----------------------------------------------------------------------------------------------


    Om Shanti

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #31 em: Novembro 24, 2013, 10:56:51 am »

  Olá !


  “Aos poucos, a escuridão não é mais tão escura;

uma luz sutil e difusa começa a ser sentida.
Aos poucos, quando você tiver se ajustando à luz interior,
verá que você é a própria fonte.
O buscador é o buscado.
Verá que o tesouro está dentro e o problema todo
era que você o estava buscando do lado de fora.
Estava buscando por ele em algum outro lugar fora
e ele sempre esteve aí dentro de você, sempre esteve aí com você.

  Você estava buscando na direcção errada, só isso.

Tudo está disponível para você, assim como está disponível para qualquer um.
Nada irá satisfazê-lo, porque nada pode ser conseguido no mundo exterior
que se compare ao tesouro interior,
à luz interior,
à graça interior. “


    Osho.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------


    OM SHANTI

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #32 em: Agosto 12, 2014, 22:29:03 pm »


         Osho fala sobre o Zen


"Osho, não entendo a filosofia do Zen. O que devo fazer para entender?

Zen não é uma filosofia.
Partir do princípio que Zen é uma filosofia é pegar o caminho errado logo no início.
 Filosofia é algo da mente; Zen é totalmente fora da mente.
Zen é um processo de se ir acima da mente, longe da mente.
 Zen é o processo de transcendência, a transcendência da mente.
Você não entende pela mente, a mente não tem nenhuma função nisso.

Zen é a dimensão da não-mente, isso precisa ser lembrado.
Não é Vedanta. Vedanta é uma filosofia; você pode entender perfeitamente bem.
Zen também não é Budismo; Budismo também é uma filosofia.

Zen é uma flor muito rara -
é uma das coisas mais estranhas que já aconteceram na história da consciência -
é o encontro das experiências vividas por Budha e as experiências de Lao Tsé.
Afinal, Budha fazia parte de uma herança indiana; ele falava a linguagem da filosofia;
ele era perfeitamente claro, você podia entender o que ele dizia.
De facto, ele evitava questões metafísicas; ele era muito simples, claro, lógico.
Mas sua experiência não vinha da mente.
Ele estava tentando destruir a sua filosofia, dando a você uma filosofia negativa.
Da mesma maneira que você retira um espinho da pele com outro espinho;
o esforço de Budha era tirar a filosofia de sua mente, com outra filosofia.
Primeiramente, se retira um espinho, depois o outro, e você estará além da mente.

Mas, quando os ensinamentos de Budha alcançaram a China, uma tremenda beleza aconteceu.
 Na China, Lao Tzu havia dado sua experiência do Tao,
de uma maneira completamente não-filosófica, de uma maneira absurda, de um modo ilógico.
Mas quando meditadores Budistas, místicos Budistas, encontraram os místicos Taoístas,
eles imediatamente compreenderam uns aos outros, coração a coração, e não mente a mente.
Eles puderam sentir a mesma vibração, puderam ver o mesmo universo profundo que se abriu,
 puderam sentir o mesmo perfume, a mesma fragrância.
E eles se aproximaram uns dos outros, pois alguma coisa nova havia nascido ali.

      Isto é o Zen.

Ele tem a beleza de Budha e a beleza de Lao Tzu; é filho dos dois.
Um encontro que nunca havia acontecido antes.

Zen não é nem Taoísta e nem Budista. É os dois e nenhum dos dois.
 Daí as tradições Budistas rejeitarem o Zen, e as tradições Taoístas também rejeitarem.
Para o Budista tradicional é um absurdo, para o Taoísta tradicional é muito filosófico,
mas o que realmente interessa a ambos é a meditação.
Zen é uma experiência.
Não é nem absurdo nem filosofia, porque ambos são termos mentais.
Zen é pura transcendência. [1]

O Zen é severo. É um caminho árduo.
Não é um jogo que você possa brincar; é como se brincar com fogo;
você jamais será o mesmo depois que entrar no mundo do Zen.
Você será completamente transformado, a ponto que você não mais se reconhecerá.
A pessoa que entra no mundo do Zen e a pessoa que sai, são duas pessoas completamente diferentes,
Não existe nenhuma continuidade, existe uma descontinuidade com o passado.
Todas as continuidades vem da mente; toda identidade vem da mente;
 todos os nomes, todas as formas, tudo isso é mente.
Quando se salta a mente, imediatamente uma descontinuidade acontece com o passado -
não só com o passado, você se desconecta do tempo.

A este é o segredo do Zen: ser desconectado do tempo.
Então, você se conecta com a eternidade.
E eternidade é aqui e agora;
eternidade não conhece nenhum passado, nenhum futuro;
eternidade é pura presença.

O tempo não conhece o presente - tempo é passado e futuro.
Normalmente pensamos que o tempo se divide em três categorias: passado, presente e futuro.
 Isto é absolutamente errado.
Tempo é dividido somente em duas categorias: passado e futuro.
O presente não é parte do tempo de modo algum.
Apenas veja, apenas observe.
Quando se diz: Sim, este é o momento presente, ele já se foi, já é passado.
Ou então, se você diz: Isto vai ser presente, isso é futuro.
Você não pode reconhecer o presente, não se pode pontuar o presente,
não se pode indicar o presente.
No mundo do tempo, não existe presente." [2]

O Zen diz: A Budeidade não é lá.
Apenas sente e desfrute. Você já é isso!
Logo, você não precisa ir a lugar algum;
apenas fique um pouco alerta e você descobrirá quem é.
Isto já está acontecendo! Nada precisa ser alcançado, nada precisa ser feito.
Apenas uma coisa:
tornar-se mais alerta sobre quem você é.

O Zen é ensinado, não por palavras. O Zen é ensinado não por objetivos.
 O Zen é ensinado por pontos diretos. Ele te atinge diretamente.
Ele cria a situação, ele cria a estratégia.

Um homem foi ter com um mestre Zen e lhe perguntou:
Gostaria de me tornar um Budha.
E o mestre lhe bateu com força na cara.
O homem então, ficou desorientado.
Ele saiu correndo, e perguntou a um discípulo antigo:
Que espécie de homem é esse?
Eu perguntei uma coisa simples, e ele ficou com tanta raiva.
Ele me bateu com força! Minha bochecha ainda está vermelha!
Qual o problema em se tornar um Budha? Este homem parece ser cruel e violento!

E o discípulo deu uma gargalhada.
Ele disse: Você não entende a compaixão que ele teve por você.
Foi por compaixão que ele te bateu.
E ele é velho, tem noventa anos;
pense como a mão dele deve estar doendo mais que suas bochechas!
Você é jovem. Veja a sua compaixão, seu tolo!! Volte!

Mas, o homem perguntou: Mas o que significa isso?
E o discípulo disse: A mensagem é simples.
Se Budha chegasse e perguntasse como se tornar um Budha, o que você faria?
Você poderia bater nele para que ele acordasse, se lembrasse que ele já é Budha.
Veja que coisa mais sem sentido você está perguntando!

É como uma roseira ficar tentando ser uma roseira, vai enlouquecer.
Ela já é uma roseira. Você deve ter esquecido.
O Zen diz que você está em um estado de sonambulismo,
você se esqueceu quem você é, e isso é tudo.
Nada precisa ser feito, apenas lembrar.

É isso que Nanak chama de SURATI, Kabir chama de Surati - apenas se lembre.
 Você precisa apenas lembrar quem você é!

Então, Zen é passado não por palavras, não por textos e escrituras,
não por teorias, mas direto ao ponto,
nos enlaça em um jogo cuja única resposta é um novo nível de consciência.

Ouvindo esta história você compreenderá como o Zen cria situações.
O Zen é muito psicológico.
Os problemas são psicológicos - você tem que simplesmente esquecer;
não é necessário se ir a lugar algum. Você apenas caiu no sono.
O Zen funciona como um alarme.
Ele bate em você, bate tão fundo no seu coração que você desperta."[3]


---------------------------------------------------------------------------------------------------


   Om Shanti



Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #33 em: Novembro 29, 2014, 19:26:05 pm »


                            Ventos de Paz

           Dissolva-se no oceano da Existência - Osho



"A vida possui duas dimensões. Uma é horizontal — na qual todos vocês estão
vivendo, na qual vocês estão sempre pedindo por mais e cada vez mais e mais.
A quantidade não é a questão; nenhuma quantidade vai satisfazê-los.
A linha horizontal é a linha quantitativa.
Você pode ir seguindo sem parar.
Ela é como o horizonte — à medida que você segue adiante, o horizonte continua recuando.
A distância entre você e a meta do seu "cada vez mais", a meta do desejo, permanece sempre a mesma.

Ela era a mesma de quando você era uma criança, era a mesma de quando você era jovem,
será a mesma quando você for idoso.
A distância permanecerá a mesma até o seu último suspiro.

A linha horizontal é uma ilusão.
O horizonte não existe, somente aparenta — lá, talvez a apenas algumas milhas de distância,
 o céu esteja encontrando-se com a terra.
 Eles não se encontram jamais.

E a partir do horizonte vem a linha horizontal — sem fim, porque a meta é
ilusória; você não pode torná-la realidade.
E a sua paciência é limitada, seu período de vida é limitado.
Um dia, você percebe que tudo parece fútil, sem significado:
"Estou me arrastando sem necessidade, me torturando, chegando a lugar nenhum..."
 Aí então o oposto surge em você — "Destruir-se.
Não vale a pena viver, porque a vida promete, mas jamais dá o prometido."

Mas a vida tem uma outra linha — uma linha vertical.
A linha vertical se move em uma dimensão totalmente diferente.
Em tal experiência, por um momento, você vira sua face na direção vertical.

Você não está pedindo — eis por que está recebendo. Você não está desejando —
 eis por que tanto torna-se disponível a você.
Você não tem uma meta — eis por que você se aproxima tanto dela.

Devido a não haver nenhum desejo, nenhuma meta, nenhuma pergunta, nenhum pedido,
você não tem qualquer espécie de tensão — você está completamente relaxado.
Nesse estado relaxado está o encontro com a consciência.

O medo surge no momento em que você chega ao ponto de dissolver sua última parte,
porque, então, será irrevogável: você não será capaz de retornar.
Já contei muitas vezes um belo poema de Rabindranath Tagore.

O poeta estava procurando por Deus há milhares de vidas.
Ele o via às vezes, lá longe, próximo a uma estrela, e ele começou a mover-se naquele caminho,
mas, no momento em que chegou àquela estrela,
Deus mudou-se para outro lugar.

Mas ele continuou procurando e procurando —
ele estava determinado a descobrir a casa de Deus —
 e a surpresa das surpresas foi que, certo dia, ele de fato chegou a uma casa
onde na porta estava escrito: "Casa de Deus".

Você pode compreender o seu êxtase, pode compreender sua alegria.
Ele corre escada acima e, bem na hora em que ia bater à porta, de repente sua mão gela.
Surge-lhe uma ideia: "Se por acaso esta for realmente a casa de Deus, então, estou morto,
minha busca acabou. Fiquei identificado com a minha busca, com a minha procura.
 Eu não sei fazer mais nada...
Se a porta se abrir e eu encontrar-me com Deus, estou morto... — acabou-se a busca.

E depois? Depois há uma eternidade entediante —
nenhum excitamento, nenhuma descoberta, nenhum desafio novo,
 pois não pode haver nenhum desafio maior do que Deus."

Ele começou a tremer de medo, tirou os sapatos dos pés
e desceu de volta os lindos degraus de mármore.
Ele tirou os sapatos, de modo que não fosse feito
nenhum barulho, pois o seu medo era até de fazer barulho nos degraus...
 Deus podia abrir a porta, embora ele nem tivesse batido.
E, então, ele correu tão depressa quanto jamais correra antes.

Ele pensava que estava correndo atrás de Deus tão depressa quanto podia,
 mas nesse dia, subitamente, ele encontrou a energia que jamais tivera antes.
Correu como jamais tinha corrido, sem olhar para trás.

O poema termina assim:
"Eu ainda estou procurando por Deus. Conheço sua casa, assim a evito e busco em outro lugar.
 A excitação é grande, o desafio é grande e, na minha busca, eu prossigo, continuo a existir.
Deus é um perigo — eu seria aniquilado.
Mas agora eu não tenho medo nem de Deus, porque conheço Sua casa.
Sendo assim, deixando de lado a Sua casa, continuo procurando por Ele, ao redor de todo o universo.
 E lá no fundo eu sei que minha busca não é por Deus:
minha busca é para nutrir o meu ego."

Eu coloco Rabindranath Tagore como um dos maiores religiosos do nosso século,
embora ele não seja, comumente, relacionado à religião.
Mas somente um homem religioso de enorme experiência poderia escrever este poema;
não é apenas uma poesia comum: ela contém uma grande verdade.

E é isso o que a sua questão está levantando.
Relaxado, você chega a um momento em que você sente que vai desaparecer, e então você pensa:
"Talvez isto seja um instinto suicida."; e retorna ao seu velho mundo miserável.
Mas esse mundo miserável possui uma coisa: ele protege o seu ego, permite-lhe ser.

Esta é uma estranha situação: a bem-aventurança não permite você; você tem de desaparecer.
 É por isso que você não vê muitas pessoas abençoadas no mundo.
A infelicidade nutre o seu ego —
é por isso que você vê tanta gente infeliz no mundo. O ponto central, básico, é o ego.

Sendo assim, você não chegou a um ponto de suicídio.
 Você chegou a um ponto de nirvana, de cessação, de desaparição, do apagar da vela.
Esta é a última experiência. Se você puder juntar coragem... só mais um passo...
A existência está apenas a um passo distante de você.

Não dê ouvidos ao lixo da sua mente, dizendo que isto é suicídio.
 Você não está bebendo veneno, nem se dependurando numa árvore,
e nem tampouco dando um tiro de revólver em si mesmo — onde o suicídio?
Você está simplesmente tornando-se mais tênue e cada vez mais e mais tênue.
E chega um momento em que você está tão diluído e tão espalhado por toda a existência,
que você não pode dizer que você é, mas pode dizer que a existência é.

A isto chamamos de iluminação, não de suicídio.
A isto chamamos de realização da suprema verdade.
Mas você tem de pagar o preço.
E o preço não é nada, senão o abandono do ego.
Sendo assim, quando um tal momento vier, não hesite.
Dançando, desapareça... com uma grande gargalhada, desapareça;
com canções em seus lábios, desapareça.

Eu não sou um teórico, isto aqui não é uma filosofia minha.
 Eu cheguei à mesma linha limítrofe muitas vezes, e retornei.
Eu também encontrei a casa de Deus muitas vezes e não pude bater.
Jesus tem alguns dizeres... Um dos dizeres é este:
"Bata, e a porta se abrirá para você."
Se esta frase tem algum sentido, este é o sentido que estou lhe dando agora.

Assim, quando esse momento vier, regozije-se e dissolva-se.
É da natureza humana — e compreensível — que muitas vezes você retorne.
Mas essas muitas vezes não contam.
Uma só vez, junte toda a coragem e dê um salto.

Você será, mas de modo tão novo, que não poderá conectá-lo com o velho.
 Será uma descontinuidade.
O velho era tão frágil, tão restrito, tão medíocre , e o novo é tão vasto...
De uma pequenina gota de orvalho, você tornou-se o oceano.
Mas até mesmo uma gota de orvalho, ao escorregar de uma folha de lótus,
treme por um momento, tenta agarrar-se um pouco mais, porque ela já pode ver o oceano...
uma vez que tenha caído da folha de lótus, acabou-se.

Sim, de certo modo, ela não mais será — como uma gota de orvalho, ela terá deixado de ser.
Mas isso não é uma perda. Você será oceânico.
E todos os outros oceanos são limitados.
O oceano da existência é ilimitado."
Osho em O Livro dos Segredos IV

Leia mais em: www.ventosdepaz.blogspot.com

-----------------------------------------------------------------------------

 Apenas ... uma partilha ...

   OM Shanti  , porque Namastê

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #34 em: Dezembro 06, 2014, 15:50:57 pm »
   

             Olá !
             
                            Dissolva-se no oceano da Existência - Osho



"A vida possui duas dimensões. Uma é horizontal —
na qual todos vocês estão vivendo,
na qual vocês estão sempre pedindo por mais e cada vez mais e mais.
A quantidade não é a questão; nenhuma quantidade vai satisfazê-los.
A linha horizontal é a linha quantitativa.
Você pode ir seguindo sem parar.
 Ela é como o horizonte — à medida que você segue adiante, o horizonte continua recuando.
A distância entre você e a meta do seu "cada vez mais",
a meta do desejo, permanece sempre a mesma.

Ela era a mesma de quando você era uma criança,
era a mesma de quando você era jovem, será a mesma quando você for idoso.
A distância permanecerá a mesma até o seu último suspiro.

A linha horizontal é uma ilusão.
O horizonte não existe, somente aparenta
— lá, talvez a apenas algumas milhas de distância, o céu esteja encontrando-se com a terra.
Eles não se encontram jamais.

E a partir do horizonte vem a linha horizontal — sem fim,
porque a meta é
ilusória; você não pode torná-la realidade.
E a sua paciência é limitada, seu período de vida é limitado.
Um dia, você percebe que tudo parece fútil, sem significado:
"Estou me arrastando sem necessidade, me torturando, chegando a lugar nenhum..."
Aí então o oposto surge em você — "Destruir-se.
Não vale a pena viver, porque a vida promete, mas jamais dá o prometido."

Mas a vida tem uma outra linha — uma linha vertical.
A linha vertical se move em uma dimensão totalmente diferente.
Em tal experiência, por um momento, você vira sua face na direção vertical.

Você não está pedindo — eis por que está recebendo.
Você não está desejando — eis por que tanto torna-se disponível a você.
Você não tem uma meta — eis por que você se aproxima tanto dela.

Devido a não haver nenhum desejo, nenhuma meta, nenhuma pergunta, nenhum pedido,
você não tem qualquer espécie de tensão — você está completamente relaxado.
Nesse estado relaxado está o encontro com a consciência.

O medo surge no momento em que você chega ao ponto de dissolver sua última parte,
porque, então, será irrevogável: você não será capaz de retornar.

Já contei muitas vezes um belo poema de Rabindranath Tagore.

O poeta estava procurando por Deus há milhares de vidas.
Ele o via às vezes, lá longe, próximo a uma estrela, e ele começou a mover-se naquele caminho,
mas, no momento em que chegou àquela estrela, Deus mudou-se para outro lugar.

Mas ele continuou procurando e procurando — ele estava determinado a descobrir a casa de Deus —
e a surpresa das surpresas foi que, certo dia, ele de fato chegou a uma casa onde na porta estava escrito:
"Casa de Deus".

Você pode compreender o seu êxtase, pode compreender sua alegria.
Ele corre escada acima e, bem na hora em que ia bater à porta, de repente sua mão gela.
Surge-lhe uma ideia: "Se por acaso esta for realmente a casa de Deus,
então, estou morto, minha busca acabou.
Fiquei identificado com a minha busca, com a minha procura.
Eu não sei fazer mais nada...
Se a porta se abrir e eu encontrar-me com Deus, estou morto... — acabou-se a busca.

E depois?
Depois há uma eternidade entediante — nenhum excitamento, nenhuma descoberta,
nenhum desafio novo, pois não pode haver nenhum desafio maior do que Deus."

Ele começou a tremer de medo, tirou os sapatos dos pés e desceu de volta os lindos degraus de mármore.
Ele tirou os sapatos, de modo que não fosse feito nenhum barulho,
pois o seu medo era até de fazer barulho nos degraus...
Deus podia abrir a porta, embora ele nem tivesse batido.
E, então, ele correu tão depressa quanto jamais correra antes.

Ele pensava que estava correndo atrás de Deus tão depressa quanto podia,
mas nesse dia, subitamente, ele encontrou a energia que jamais tivera antes.
Correu como jamais tinha corrido, sem olhar para trás.

O poema termina assim:
"Eu ainda estou procurando por Deus. Conheço sua casa, assim a evito e busco em outro lugar.
A excitação é grande, o desafio é grande e, na minha busca, eu prossigo, continuo a existir.
Deus é um perigo — eu seria aniquilado.
Mas agora eu não tenho medo nem de Deus, porque conheço Sua casa.
 Sendo assim, deixando de lado a Sua casa, continuo procurando por Ele, ao redor de todo o universo.
E lá no fundo eu sei que minha busca não é por Deus: minha busca é para nutrir o meu ego."

Eu coloco Rabindranath Tagore como um dos maiores religiosos do nosso século,
embora ele não seja, comumente, relacionado à religião.
Mas somente um homem religioso de enorme experiência poderia escrever este poema;
não é apenas uma poesia comum: ela contém uma grande verdade.

E é isso o que a sua questão está levantando.
Relaxado, você chega a um momento em que você sente que vai desaparecer, e então você pensa:
"Talvez isto seja um instinto suicida."; e retorna ao seu velho mundo miserável.
Mas esse mundo miserável possui uma coisa: ele protege o seu ego, permite-lhe ser.

Esta é uma estranha situação: a bem-aventurança não permite você; você tem de desaparecer.
É por isso que você não vê muitas pessoas abençoadas no mundo.
A infelicidade nutre o seu ego — é por isso que você vê tanta gente infeliz no mundo.
O ponto central, básico, é o ego.

Sendo assim, você não chegou a um ponto de suicídio.
Você chegou a um ponto de nirvana, de cessação, de desaparição, do apagar da vela.
 Esta é a última experiência. Se você puder juntar coragem... só mais um passo...
 A existência está apenas a um passo distante de você.

Não dê ouvidos ao lixo da sua mente, dizendo que isto é suicídio.
 Você não está bebendo veneno, nem se dependurando numa árvore,
e nem tampouco dando um tiro de revólver em si mesmo — onde o suicídio?
Você está simplesmente tornando-se mais tênue e cada vez mais e mais tênue.
E chega um momento em que você está tão diluído e tão espalhado por toda a existência,
que você não pode dizer que você é, mas pode dizer que a existência é.

A isto chamamos de iluminação, não de suicídio.
A isto chamamos de realização da suprema verdade.
Mas você tem de pagar o preço.
E o preço não é nada, senão o abandono do ego.
Sendo assim, quando um tal momento vier, não hesite.
Dançando, desapareça... com uma grande gargalhada, desapareça;
com canções em seus lábios, desapareça.

Eu não sou um teórico, isto aqui não é uma filosofia minha.
Eu cheguei à mesma linha limítrofe muitas vezes, e retornei.
Eu também encontrei a casa de Deus muitas vezes e não pude bater.
Jesus tem alguns dizeres... Um dos dizeres é este: "Bata, e a porta se abrirá para você."
 Se esta frase tem algum sentido, este é o sentido que estou lhe dando agora.

Assim, quando esse momento vier, regozije-se e dissolva-se.
É da natureza humana — e compreensível — que muitas vezes você retorne.
Mas essas muitas vezes não contam.
Uma só vez, junte toda a coragem e dê um salto.

Você será, mas de modo tão novo, que não poderá conectá-lo com o velho.
Será uma descontinuidade.
O velho era tão frágil, tão restrito, tão medíocre... e o novo é tão vasto...
De uma pequenina gota de orvalho, você tornou-se o oceano.
Mas até mesmo uma gota de orvalho, ao escorregar de uma folha de lótus,
treme por um momento, tenta agarrar-se um pouco mais, porque ela já pode ver o oceano...
uma vez que tenha caído da folha de lótus, acabou-se.

Sim, de certo modo, ela não mais será — como uma gota de orvalho, ela terá deixado de ser.
Mas isso não é uma perda. Você será oceânico.
E todos os outros oceanos são limitados.
O oceano da existência é ilimitado."

Osho em O Livro dos Segredos IV


-------------------------------------------------------------------------------------------------


              Meditemos ...





----------------------------------------------------------------------------------------------------


                 Om Shanti  !

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #35 em: Janeiro 01, 2015, 12:29:57 pm »


                        Miscelânea


Algumas coisas morrem com a luz.

 Se você puxar para fora da terra as raízes de uma árvore, elas morrerão.

Elas necessitam da escuridão, elas vivem na escuridão, na escuridão está a vida delas.

Assim como as raízes, o sofrimento também vive na escuridão.
Exponha os seus sofrimentos e você descobrirá, eles irão morrer.

Se você continuar escondendo-os dentro de si,
eles irão permanecer seus companheiros constantes por muitas vidas.

A infelicidade tem que ser expressada, só assim haverá espaço para a verdadeira Luz.

                      Osho


---------------------------------------------------------------------------------------------



        Om Shanti


Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
OSHO
« Responder #36 em: Fevereiro 17, 2015, 23:28:57 pm »


  “Primeiro você precisa entender que o amor é um fenômeno natural.

Mesmo que isso não tenha acontecido.
 Primeiro você tem que entender o natural e aí sim, o transcendental.
Assim, a segunda coisa a se lembrar é,
nunca esteja em busca de um homem perfeito ou de uma mulher perfeita.
Essa ideia também foi colocada em sua mente - que,
 a menos que você encontrar um homem perfeito
 ou uma mulher perfeita que você não vai ser feliz.

Então você continua olhando para o perfeito e você não o encontra, então você fica infeliz.

Para fluir e crescer no amor não precisa de perfeição.”



      Osho

-----------------------------------------------------------------------



                Om   Shanti



............................................................................................

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
OSHO
« Responder #37 em: Abril 12, 2015, 10:53:39 am »
      " Pare de cumprir as expectativas dos outros ,

porque essa é a maneira de você cometer suicídio.
Você não está aqui para satisfazer as expectativas de ninguém
e ninguém está aqui para satisfazer suas expectativas.
Nunca torne-se uma vítima das expectativas dos outros
e não faça qualquer um vítima das suas expectativas.
Isto é o que eu chamo de individualidade.
Respeite sua própria individualidade e respeite a individualidade dos outros.
Nunca interfira na vida de ninguém
e não permita que ninguém interfira na sua vida.
Só então um dia você vai crescer em espiritualidade.
Caso contrário, noventa e nove por cento das pessoas simplesmente cometem suicídio.
Toda a sua vida nada mais é que um suicídio lento.
Cumprindo essa expectativa, aquela expectativa...
um dia era o pai, outro dia era a mãe, um dia era a esposa, marido,
em seguida vêm as crianças – elas também tem expectativas.
Então a sociedade, o padre, o político.
Todo mundo tem expectativas.
E pobre de você, apenas um pobre ser humano
– e o mundo inteiro esperando por você para fazer isso e aquilo.
E você não pode satisfazer todas as expectativas, porque elas são contraditórias.
Você tem tentado loucamente cumprir as expectativas de todos
e você não satisfez ninguém.
Ninguém está feliz.
Você está perdido e ninguém está feliz.
As pessoas que não estão felizes com elas mesmas, não podem ser felizes.
Tudo o que você fizer, elas vão encontrar maneiras de estar infeliz com você,
 porque elas não podem ser felizes.
A felicidade é uma arte que tem que ser aprendida.
Não tem nada a ver com o seu fazer ou não fazer.

         Em vez de agradar, aprenda a arte da felicidade."

( Osho )


-------------------------------------------------------------------------------------

       Om Shanti

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #38 em: Novembro 06, 2015, 20:03:27 pm »



                               Diferenças entre filosofia e darshan -   Osho



"A filosofia não é Darshan.
Darshan é um termo oriental.
Darshan significa percepção; filosofia significa pensar. (...)
Filosofia significa pensar, e darshan significa ver. Os dois são basicamente
diferentes; não só diferentes, mas também diametralmente opostos,
porque quando está pensando, não pode ver.
Está tão cheio de pensamentos que a percepção se turva, a percepção se nubla.
 Quando deixa de pensar, volta-te capaz de ver. Então tem os olhos abertos; limpam-se.
A percepção só acontece quando cessa o pensamento.

Para o Sócrates, Platão e Aristóteles, e toda a tradição ocidental, pensar é a base.
Para o Kanad, Kapil, Patanjali, Buda e toda a tradição oriental, ver é a base.

De modo que Buda não é um filósofo, absolutamente;
nem tampouco Patanjali, nem Kapil ou Kanad.
Não são filósofos: viram a verdade; não pensaram sobre ela.

Recorda bem que só pensa quando não pode ver.
Se pode ver, não há razão para pensar.
Pensar se faz sempre na ignorância.
Pensar não é conhecimento, porque quando sabe, não há necessidade de pensar.
Quando não sabe, enche esse oco pensando.
Pensar é mover-se às cegas.
De modo que as filosofias orientais não são filosofias.

Usar a palavra filosofia para o darshan oriental é absolutamente errôneo.

Darshan significa ver, conseguir a visão, dar-se conta, saber...
imediatamente, directamente, sem a mediação de pensar e o pensamento.
Pensar nunca pode levar ao desconhecido.

Como vai levar? É impossível.
Terá que compreender o processo mesmo de pensar.

Quando pensa, o que faz realmente? Segue repetindo velhos pensamentos, lembranças.

Se te fizer uma pergunta -existe Deus?-, pode pensar sobre ela.
Repetirá tudo o que ouviste, tudo o que tem lido, tudo o que acumulaste a respeito de Deus.
Inclusive se chegar a uma conclusão nova, sua novidade será só aparente, não real.
Será simplesmente uma combinação de velhos pensamentos.
 Pode combinar muitos pensamentos velhos e criar uma nova estrutura,
mas essa estrutura será aparentemente nova, não nova.

Pensar nunca pode levar a nenhuma verdade original.
Pensar nunca é original; não pode sê-lo.
Sempre é do passado, do velho, do conhecido.
Pensar não pode tocar o desconhecido;
move-se repectitivamente no círculo do conhecido.
Não conhece a verdade, não conhece deus.
O que pode fazer? Pode pensar sobre isso.

Moverá-te em círculos, dando mais e mais voltas.
Nunca pode chegar a nenhuma experiência disso.
De modo que a ênfase não está em pensar, a não ser em ver.
 Não pode pensar a respeito de Deus, mas pode ver.
Não pode chegar a nenhuma conclusão a respeito de Deus,
mas pode cair na conta. pode-se voltar uma experiência.
Não pode chegar a isso mediante a informação, mediante os conhecimentos,
mediante as Escrituras, mediante teorias e filosofias; não, não pode chegar a isso.
Só pode chegar a isso se descartar todos os conhecimentos.
Tudo o que ouviste e lido e aprovisionado, todo o pó que recolheu sua mente,
todo o passado, deve ser posto de lado.
Então seus olhos são novos, então sua consciência está livre de nuvens, e então pode vê-lo.

Está aqui e agora; você é o que está nublado.
Não tem que ir a nenhuma outra parte para encontrar o divino ou a verdade: está aqui.
Está aqui mesmo, onde está.
E sempre foi assim, só que você está cheio de nuvens, seus olhos estão fechados.
De modo que não é questão de pensar mais;
a questão é como alcançar uma consciência não pensante.

Por isso digo que a meditação e a filosofia são contrárias.
A filosofia pensa, a meditação alcança uma consciência não pensante.
 E as filosofias orientais não são realmente filosofias.
No Ocidente, existe a filosofia; no Oriente, só as realizações religiosas.

É obvio, quando acontece um Buda, quando acontece um Kanad ou um Patanjali,
quando alguém chega a realizar o absoluto, fala disso.
As enunciações que faz são diferentes das enunciações aristotélicas,
das conclusões filosóficas ocidentais.
A diferença é esta: um Kanad, um Buda, primeiro chega à realização
 -a realização é o primeiro- e logo faz enunciações sobre ela.
 A experiência é o primário, e logo a expressa. Aristóteles, Hegel e Kant pensam,
e então, mediante o pensamento e a argumentação e a dialética lógicas,
chegam a conclusões específicas.
Essas conclusões se alcançam mediante o pensamento, mediante a mente,
não mediante alguma prática de meditação.
 Então fazem asseverações, fazem enunciações. A fonte é diferente.

Para um Buda, suas enunciações são só um veículo para comunicar.
Ele nunca diz que mediante sua comunicação alcançará a verdade.
Se pode entender a Buda, isso não significa que tenha alcançado a verdade;
 significa simplesmente que aprovisionaste conhecimentos.
Terá que passar por meditações, êxtase profundos, atoleiros profundos
da mente, e só então chegará à verdade.

De modo que a verdade se alcança mediante uma certa experiência existencial.
É existencial, não é mental.
Deve trocar para conhecê-la e para sê-la.
Se segue sendo o mesmo e segue aprovisionando informação,
voltará-te um grande erudito, um filósofo, mas não será um iluminado.
Seguirá sendo o mesmo homem; não terá havido nenhuma mutação.

Por isso, a filosofia é uma dimensão, em que a meditação é justo o contrário:
a oposta, a dimensão diametralmente oposta.
Assim não pense sobre a vida; mas bem, vive-a a fundo.
E não pense a respeito de problemas supremos;
mas bem, entra neste mesmo momento no supremo.
E o supremo não está no futuro: está sempre aqui, intemporalmente aqui.

Outra pessoa tem feito também uma pergunta similar. perguntou:
podem resolver problemas pensando?

Sim, certos problemas se podem resolver pensando,
só os problemas que são criados pelo pensamento podem ser resolvidos por ele.
 Mas nenhum problema real pode ser resolvido com ele;
nenhum problema existencial e vívido pode ser resolvido com ele. (...)

Pergunta:
Há dito que a ciência experimenta com o objetivo, e a religião com o subjetivo.
 Mas agora há uma nova ciência crescente: a psicologia,
ou mais exatamente, a psicologia profunda, que é tão subjetiva como objetiva.
 De modo que a ciência e a religião se encontram na psicologia profunda?

 Osho: 
 Não podem encontrar-se.
A psicologia profunda, ou o estudo dos fenómenos psíquicos, também é objectiva.
 E, o método da psicologia profunda é o método da ciência objectiva.
Tenta ver a distinção. Por exemplo, pode estudar meditação de maneira científica.
Pode observar a alguém que esteja meditando, mas então, isto se tornou objetivo para ti.
Você medita e eu observo.
Posso trazer todos os instrumentos científicos para observar o que te está acontecendo,
o que está acontecendo dentro de ti, mas o estudo segue sendo objectivo.
Eu estou fora. Eu não estou meditando.
Você está meditando; é um objecto para mim.
Então eu trato de compreender o que te está acontecendo.
Inclusive mediante instrumentos se podem saber muitas coisas sobre ti,
 mas isso seguirá sendo objectivo e cientista.
De modo que, em realidade, o que estou estudando
não é o que te está acontecendo realmente,
a não ser os efeitos que seu corpo está registando.

Não pode penetrar em um Buda, no que lhe está acontecendo,
 porque, em realidade, não está acontecendo nada.
O centro mais profundo de um iluminado é um nada.
Não está acontecendo nada ali.
E se não estar acontecendo nada, como vais poder estudá-lo?
Pode estudar algo.
Pode estudar as ondas alfa; o que lhe está acontecendo à mente,
ao corpo, à química, pode-o compreender.
Mas, em realidade, quando alguém se ilumina, não está acontecendo nada no mais fundo.
Todo acontecimento cessou.

Isto é o que quer dizer: o mundo cessou.
 Já não há sansara, nenhum acontecimento. É como se não fora.

Por isso diz Buda: "Agora me tornei um no-forma, não-ser.
Não há ninguém dentro de mim. Sou só um vazio.
Chama-a desapareceu, e a casa está desocupada".
Não está acontecendo nada. O que pode registar respeito a isso?
E como muito pode registar que não está acontecendo nada.
Se acontecer algo, pode ser registado objectivamente.

O método da ciência segue sendo objectivo,
e a ciência tem muito medo ao subjectivo, por muitas razões.
A ciência e a mente científica não podem acreditar no subjectivo,
porque, em primeiro lugar, é privado e individual e ninguém pode entrar nisso.
Não pode fazer-se público e colectivo, e a não ser que algo seja público e colectivo,
não se pode dizer nada sobre isso."


                    Osho em O Livro dos Segredos IV


   ------------------------------------------------------------------------------------------------------



                                       Meditemos !





    --------------------------------------------------------------------------------------------------------


                    Om Shanti


                      Kunti



Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #39 em: Novembro 18, 2015, 22:59:29 pm »


                                       Sobre a indiferença na meditação - Osho




"Pergunta -
Ultimamente você tem falado muito do silencio e o vazio internos.
Actualmente minha mente parece estar completamente fora do controle..
A mente nesses anos todos aqui no ashram,
sinto que minha mente funciona como um computador que ficou louco.
Tento ser um testemunho de todo absoluto, mas o monstro continua, e continua...

Osho -
Deixe que o monstro siga, e não se preocupe.
É a preocupação mesma que é o problema, não o monstro.
O mundo inteiro segue e segue: o rio segue fluindo,
as nuvens seguem movendo-se no céu, os pássaros seguem cantando nas árvores.
Por que está contra a mente?
Deixe-a também que ela siga, e despreocupe-se disso.

Ser testemunho não é um esforço, quando você não tenta controlar surge o testemunho.
A mera ideia de que tens que deter a mente é errónea;
de tens que calar a mente, que tens que fazer algo sobre este processo é errónea.
Não se requer que faça nada. Se fazes algo, não servirá, ajudará ao problema mas não a ti.
Por isso, quando medita, sente que a mente parece ficar mais louca,
 e quando não medita, a mente parece não estar tão louca.
Quando está meditando, está demasiado envolvido com a mente,
está tentando de tudo para pará-la.

Quem é você?
E por que deveria preocupar-se com a mente?
O que ela tem de mal ?
Permite os pensamentos, deixe que se movam como as nuvens.

Quando se tornar indiferente, automaticamente estará observando.
Não há nada mais a fazer. Só pode observar, só pode ser testemunho,
e ao testemunhar a mente, ela simplesmente para, silencia.
Não foi você que a parou.
Nada tem sido capaz de parar a mente.
E a ideia da meditação é ainda parte da mente,
a ideia de que se alcançar o silencio alcançará o supremo, isso também é parte da mente.
Assim, não seja estúpido!
A mente não pode silenciar a mente.
Quem está fazendo esta pergunta, você ou a mente?

Não está consciente de si mesmo em absoluto; tudo isso são truques da mente.
A única coisa que podes fazer é ser indiferente, e deixa que a mente siga.
Como estás indiferente, pronto, cria-se uma distância entre você e mente.
A mente chama, bate à porta, mas você não lhe dá atenção,
não está preocupado com o que a mente faça. Este desinteresse é necessário.
Neste clima de desinteresse, surge o observador.
Agora, você vê que a mente nunca te pertenceu;
é um computador, é um mecanismo e você está absolutamente separado dela.

Abandone todos os esforços para acalmá-la e permaneça passivo,
observe qualquer coisa que se passe.
Não dê direção à mente.(...)
Não seja um guia da mente, não seja um controlador.
Toda a existência segue e nada te perturba.
Assim que, porque deveria me perturbar essa mente,
um pequeno computador, um mecanismo pequeno?
Desfrute se puder. Se não puder, seja indiferente.
E algum dia, encontrará algo que estava dormindo profundamente em seu interior.
Quando desperto, uma nova energia estará brotando em ti, e a mente estará distante.
E pouco a pouco a mente estará mais e mais distante;
ela segue falando, mas você sabe que ela fala de um lugar distante,
assim como de uma estrela longínqua,
é tão distante que você nem pode ouvir ou compreender o que ela diz.
E esta distância segue e segue aumentando mais e mais,
até que chegue um momento em que você não pode mais saber para onde foi para a mente.

Este silencio é qualitativamente diferente do silencio que você pode praticar.
O silencio real chega espontaneamente, não é algo que se pratique.
Se praticado está criando um silencio falso.
A mente é muito trapaceira, ela pode te dar uma falsa noção de silencio,
 mas este também pertence à mente.

Assim, não se esforce por acalmá-la.
Mas se sente ao lado do caminho e deixe que o fluxo passe.
 Observe-o, mire como os olhos despreocupados, olhos de indiferença,
e o quem tem estado desejando acontecerá, mas não por seu desejo.
O desejo não te permitirá ser indiferente.
Buda usou a palavra upeksha, que  significa indiferença absoluta,
e disse que você nunca se tornará meditativo a não ser que tenha alcançado upeksha, a indiferença.
Esse é o terreno.
Neste terreno germinam as sementes da meditação, não há outro caminho."


                             Osho em  :     Os Três Tesouros      vol 1

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



                                               Meditemos !




-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


                                                 Om Shanti



               
« Última modificação: Novembro 18, 2015, 23:01:26 pm por kunti »

Offline kunti

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 438
  • Karma: +3/-0
Re: OSHO
« Responder #40 em: Agosto 13, 2016, 11:57:55 am »
      Osho -

    "Um coice bem dado manda qualquer cavalo prá lua."

Havia numa aldeia um velho muito pobre
que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
– Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!
E o velho respondeu:
– Calma, não cheguem a tanto.
Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.
-O resto é julgamento de vocês.
As pessoas riram do velho.
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.
Ele havia fugido para a floresta.
E não apenas isso;
ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.
Novamente as pessoas se reuniram e disseram:
– Velho, você tinha razão.
Não era mesmo uma desgraça, e sim uma bênção.
E o velho disse:
– Vocês estão se precipitando de novo.
Quem pode dizer se é uma bênção ou não?
Apenas digam que o cavalo está de volta…
O velho tinha um único filho
que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde,
ele caiu de um dos cavalos e fracturou as pernas.
As pessoas se reuniram e,
mais uma vez, se puseram a julgar:
– E não é que você tinha razão, velho?
Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:
Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?
Não se adiantem tanto.
Digam apenas que meu filho fracturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção…
Aconteceu que, depois de algumas semanas,
o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar,
menos o filho do velho.
E os que foram para a guerra, morreram…
Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear seu julgamento
em pequenos fragmentos de informação,
o que o levará a conclusões precipitadas.
Nunca encerre uma questão de forma definitiva,
pois quando um caminho termina, outro começa,
quando uma porta se fecha, outra se abre…
As vezes vemos apenas a desgraça
e não vemos a bênção que ela nos traz…

    (Osho)

---------------------------------------------------------------------------------

         Om Shanti