Olá Amigos
" O Prazer é Uma Canção de Liberdade
Mas não é a Liberdade
As pessoas que bebem demasiado álcool são pessoas que procuram ser felizes! São pessoas carentes e procuram a felicidade à sua maneira e a sua maneira é bebendo álcool. Mas não se consegue fazer compreender isto a uma pessoa semi-etilizada já. Não lhe é possível compreender que o que procura no álcool está dentro de si, porque para essa pessoa só é real que o álcool é a única coisa capaz de o fazer esquecer os problemas e as carências, por isso se julga mais feliz durante esses momentos.
Mas a felicidade não pode nunca vir do exterior, do que é efémero, nem significa esquecimento. A verdadeira felicidade é muito consciente.
Com a droga passa-se o mesmo. Ela pode proporcionar momentos de alteração de consciência (bons ou maus, tal como o álcool) anormal, onde toda a perspectiva da pessoa é alterada.
No álcool o esquecimento dos problemas pode dar "bom ou mau vinho" conforme aquilo que a pessoa é. Na droga, pode haver boas ou más "trips" conforme "aquilo em que a pessoa está".
Quer uns, quer outros vão esquecendo as suas frustrações, pela perspectiva alterada, pelo esquecimento, que não tem nada que ver com aquilo que a rodeia. Só tem que ver com a própria pessoa.
Mas todos eles procuram ser felizes, todos eles são carentes, todos eles são frustrados.
Que ninguém os julgue nem condene. Ninguém tem esse direito. Eles procuram ser felizes, tal como nós procuramos na espiritualidade. Simplesmente, o que acontece, é que eles são "crianças" do ponto de vista de "sabedoria" espiritual e nós somos "mais velhos", por isso nós procuramos a felicidade no caminho certo, na busca da Auto-Realização, ao passo que eles ainda andam fascinados pelos "brinquedos" da ilusão.
E isto não é moral, nem imoral! É ver as coisas, a Realidade duma perspectiva Amoral. Porque a verdadeira espiritualidade é Amoral.
E há pessoas que procuram a felicidade de outra maneira: Jogando! O jogo provoca efeitos extremamente negativos. As pessoas que jogam são pessoas que têm necessidade de criar qualquer coisa. E como não descobrem essa capacidade (ou a maneira de a exteriorizar), devotam-se ao jogo e ficam obcecados por ele. Isto não é imoral. O que não leva é a lado nenhum positivo. Porque o jogo:
1º Impede que a pessoa utilize essa sua criatividade, sendo feliz
2º Desenvolve um espírito competitivo, naturalmente, que é exactamente o caminho oposto ao que deve ser seguido. Em vez de caminhar no sentido da União com o Todo e todos, o jogador separa-se cada vez dos seus competidores. Em vez disso, nós temos que caminhar no sentido da identificação com o Absoluto, e quando lá chegamos temos bem a sensação real, concreta, vivida, experimentada de que o Universo e nós somos UM!
Quando a pessoa joga está em oposição ao adversário, está ostensivamente dividido em competição com outras pessoas.
A moralmente falando, o jogador está simplesmente a fazer o oposto do que devemos fazer para atingir a Auto-Realização.
Tudo isto tem que ver com a nossa vontade de andar mais ou menos depressa em direcção ao Todo.
Também há outro aspecto que a sociedade costuma considerar imoral: o homossexualismo.
As pessoas que procuram a felicidade desta maneira são passíveis de se Auto-Realizarem com certa facilidade, porque procuram uma identificação, procuram o que lhe é semelhante, por isso procuram pessoas do mesmo sexo. Mas também aqui o caminho é errado, não porque seja moral ou imoral, mas porque a Identificação que proporciona felicidade é a que se dá no Absoluto e não com pessoas que são tão infelizes entre si. O homossexual está a perverter totalmente um determinado valor, mas a sua busca de identificação (em sentido oposto) revela uma busca de Auto-Realização sensível. Simplesmente não é com outro ser humano que nos vamos identificar, mas sim com o Divino, o Todo.
Estes temas, como já disse, não são nem morais, nem imorais; a verdadeira espiritualidade é amoral. Os julgamentos que as pessoas possam fazer destes e de outros assuntos, não passam disso mesmo, de julgamentos mentais, e são do mesmo género que os Hindus fazem contra os Católicos, e os Jainistas contra os Muçulmanos, etc., naquela confusão toda sobre Mestres e Iluminados. E os Mestres nunca julgaram ninguém!
Essencialmente, quanto menos julgamentos nós fizermos, quanto menos nós pensarmos em termos de avaliação concreta (mente inferior) mais podemos pensar em termos abstractos (mente superior) e por aí então poderemos chegar à Sabedoria.
Portanto, o facto de algumas pessoas fazerem uma procura da felicidade dos modos que anteriormente falamos (qualquer deles) só diz respeito a elas mesmas, com a certeza de que fazem o oposto do que deveriam fazer.
E, como disse uma vez um Mestre: aproveitem a fazer isso tudo agora, enquanto ainda não estão Iluminados, porque depois não o farão mais!
Um abraço
maria
Queridos amigos!
Há poucos dias tive o privilégio de receber uma mensagem do amigo Kunti,e pensei repassá-la para outros amigos,mas porque não partilhá-la convosco aqui no fórum? Penso que deste modo muitos ( e não um número restrito) teremos a oportunidade de interiorizar estes conhecimentos para a nossa evolução mental.
O BOM LADRÃO
“Alguns dias antes da prisão do Mestre, os discípulos, nas suas discussões naturais, comentavam o problema da fé, com o desejo desordenado de quantos se atiraram aos assuntos graves da vida, tentando apressadamente forçar uma solução.
– Como será essa virtude? De que modo conservá-la-emos intacta no coração? – inquiria Levi, com atormentado pensamento. Tenho a convicção de que somente o homem culto pode conhecer toda a extensão de seus benefícios.
– Não tanto assim – aventava Tiago, seu irmão –, acredito que basta a nossa vontade, para que a confiança em Deus esteja viva em nós.
– Mas a fé será virtude para os que apenas desejam? – Perguntava um dos filhos de Zebedeu.
A um canto, como distante daqueles duelos da palavra, Jesus parecia meditar. Em dado instante, solicitado ao esclarecimento, respondeu com suavidade:
– A fé pertence, sobretudo, aos que trabalham e confiam. Tê-la no coração é estar sempre pronto para Deus. Não importam a saúde ou a enfermidade do corpo, não têm significação os infortúnios ou os sucessos felizes da vida material. A alma fiel trabalha confiante nos desígnios do Pai, que pode dar os bens, retirá-los e restituí-los em tempo oportuno, e caminha sempre com serenidade e amor, por todas as sendas pelas quais a mão generosa do Senhor a queira conduzir.
– Mas, Mestre – redargüiu Levi, em respeitosa atitude –. como discernir a vontade de Deus, naquilo que nos acontece? Tenho observado grande número de criaturas criminosas que atribuem à Providência os seus feitos delituosos e uma legião de pessoas inertes que classificam a preguiça como fatalidade divina.
– A vontade de Deus, além da que conhecemos através de sua lei e de seus profetas, através do conselho sábio e das inclinações naturais para o bem, é também a que se manifesta, a cada instante da vida, misturando a alegria com as amarguras, concedendo a doçura ou retirando-a, para que a criatura possa colher a experiência luminosa no caminho mais espinhoso. Ter fé, portanto, é ser fiel a essa vontade, em todas as circunstâncias, executando o bem que ela nos determina e seguindo-lhe o roteiro sagrado, nas menores sinuosidades da estrada que nos compete percorrer.
– Entretanto – observou Tomé –, creio que essa qualidade excepcional deve ser atributo do espírito mais cultivado, porque o homem ignorante não poderá cogitar da aquisição de semelhante patrimônio.
O Mestre fitou o apóstolo com amor e esclareceu:
– Todo homem de fé será, agora ou mais tarde, o irmão dileto da sabedoria e do sentimento; porém, essa qualidade será sempre a do filho leal ao Pai que está nos céus.
O discípulo sorriu e obtemperou:
– Todavia, quem possuirá no mundo lealdade perfeita como essa?
– Ninguém pode julgar em absoluto – disse o Cristo com bondade –, a não ser o critério definitivo de Deus; mas, se essa conquista da alma não é comum às criaturas de conhecimento parco ou de posição vulgar, é bem possível que a encontremos no peito exausto dos mais infelizes ou desclassificados do mundo.
O apóstolo sorriu desapontado, no seu ceticismo de homem prático. Dentro em pouco, a pequena comunidade se dispersava, à aproximação do manto escuro da noite.
*
Na hora sombria da cruz, disfarçado com vestes diferentes, Tomé acompanhou, passo a passo, o corajoso Messias.
Estranhas reflexões surgiam-lhe no espírito. Sua razão de homem do mundo não lhe proporcionava elementos para a compreensão da verdade toda. Onde estava aquele Deus amoroso e bom, sobre quem repousavam as suas esperanças? Seu amor possuiria apenas uma cruz para oferecer ao filho dileto? Por que motivo não se rasgavam os horizontes, para que as legiões dos anjos salvassem do crime da multidão inconsciente e furiosa o Mestre amado? Que Providência era aquela que se não manifestava no momento oportuno? Durante três anos consecutivos haviam acreditado que Deus guardava todo o poder sobre o mundo; não conseguia, pois, explicar como tolerava aquele espetáculo sangrento de ser o seu enviado, amorável e carinhoso, conduzido para o madeiro infamante, sob impropérios e pedradas. O prêmio do Cristo era então aquele monte da desolação, reservado aos criminosos?
Ansioso, o discípulo contemplou aquelas mãos, que haviam semeado a bem e o ardor, agora agarradas à cruz, como duas flores ensangüentadas. A fronte aureolada de espinhos era uma nota irônica na sua figura sublime e respeitável. Seu peito tremia, ofegante, seus ombros deveriam estar pisados e doloridos. Valera a pena haver distribuído, entre os homens, tantas graças do céu? O malfeitor que assaltava o próximo era, agora, a seu ver, o dono de mais duradouras compensações.
Tomé se sentia como que afogado. Desejou encontrar algum dos companheiros para trocar impressões, entretanto, não viu um só deles. Procurou observar se os beneficiados pelo Messias lhe assistiam ao martírio humilhante, na hora final, lembrado de que ainda na véspera se mostravam tão reconhecidos e felizes com sua santa presença. A ninguém encontrou. Aqueles leprosos que haviam recuperado o dom precioso da saúde, os cegos que conseguiram rever o quadro caricioso da vida, os aleijados que haviam cantado hosanas à cura de seus corpos defeituosos, estavam agora ausentes, fugiam ao testemunho. Valera a pena praticar o bem? O apóstolo, mergulhado em dolorosos e sombrios pensamentos, deixava absorver-se em estranhas interrogações.
Reparou que em torno da cruz estrugiam gargalhadas e ironias. O Mestre, contudo, guardava no semblante uma serenidade inexcedível. De vez em quando, seu olhar se alongava por sobre a multidão, como querendo descobrir um rosto amigo.
Sob as vociferações da turba amotinada, a Tomé parecia-lhe escutar ainda o ruído inolvidável dos cravos do suplício. Enquanto as lanças e os vitupérios se cruzavam nos ares, fixou os dois malfeitores que a justiça do mundo havia condenado à pena última. Aproximou-se da cruz e notou que o Messias punha nele os olhos amorosos, como nos tempos mais tranqüilos. Viu que um suor empastado de sangue lhe corria do rosto venerável, misturando-se com o vermelho das chagas vivas e dolorosas. Com aquele olhar inesquecível, Jesus lhe mostrou as úlceras abertas, como o sinal do sacrifício. Penosa emoção dominou a alma sensível do discípulo. Olhos nevoados de pranto, recordou os dias radiosos do Tiberíades.
As cenas mais singelas do apóstolo ressurgiam ante a sua imaginação. Subitamente, lembrou-se da tarde que haviam comentado o problema da fé, parecendo-lhe ouvir ainda as elucidações do Mestre, com respeito à perfeita lealdade a Deus. Reflexões instantâneas lhe empolgaram o coração. Quem teria sido mais fiel ao Pai do que Jesus? Entretanto, a sua recompensa era a cruz do martírio! Absorto em singulares pensamentos, o apóstolo observou que o Messias lançava agora os olhos enternecidos sobre um dos ladrões que o fixava afetuosamente.
Nesse instante, percebeu que a voz débil do celerado se elevava para o Mestre, em tom de profunda sinceridade:
– Senhor! – disse ele, ofegante – lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!...
O discípulo reparou que Jesus lhe endereçava, então, o olhar caricioso, ao mesmo tempo que aos seus ouvidos chegavam os ecos de sua palavra suave e esclarecedora :
– Vês, Tomé? Quando todos os homens da lei não me compreenderam e quando os meus próprios discípulos me abandonaram, eis que encontro a confiança leal no peito de um ladrão!...”
Do Livro: BOA NOVA
Psicografado por Chico Xavier
Espírito: Humberto de Campos
Obrigado Kunti!
Um abraço a todos
maria