A Caminho do Templo

O Diário do Discípulo / The Disciples Diary => A Experiência / The Experience => Tópico iniciado por: hermes em Março 07, 2011, 22:39:26 pm

Título: Pensamentos
Enviado por: hermes em Março 07, 2011, 22:39:26 pm
Companheiros do Caminho
Abaixo transcrevo um pensamento do nosso amigo Abrame.


DE ONDE TUDO PROVEIO!?

A Humanidade, em todas as latitudes e longitudes e como é seu hábito, atribuiu um nome identificativo a de onde tudo proveio, a fonte inicial de tudo quanto foi creado, como por exemplo: Creador, Deus, Alá, Amon, Brama, Javé, Thor, etc., e ainda outros lhe chamaram das colheitas, das chuvas, do Sol... em evidente politeísmo.

No entanto, tudo isto quer dizer o mesmo por incapacidade de se saber o que é, o que deu início ao início. Os gregos chamaram-lhe "o logos".

Também houve quem dissesse que Deus não existia, pelo que teríamos de perguntar quem criou Deus e assim sucessivamente, designando o princípio como existência o que, no entanto, conduz a que qualquer argumentação não passe de um conjunto de palavras habilidosamente conjugadas que nos leva também a perguntar: se não há resposta para quem criou Deus, quem criou a existência?

João em 1,1 diz que: "no princípio era o verbo, o verbo estava com Deus e o verbo era Deus".

Quanto ao resto, tem o Homem o poder da inteligência, da dedução, da análise pela observação, ajudada pela intuição e por seres que vieram ao mundo em missão de esclarecimento.

O princípio do princípio, quanto a nós, é e continua a ser "o grande mistério".

Abrame

Com muita amizade Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 13, 2011, 18:37:45 pm
Amigos
Para ir preenchendo este tema, junto envio pensamentos para vossa apreciação e, se quizerem, comentá-los espiritualmente.
Com muita fraternidade.

O Simbolismo!
O Simbolismo é um Oceano imenso e profundo, que contem em si a realidade oculta, onde a caravela da Vida tem como comandante a intuição e como timoneiro a mística - Senhora de Segredos Infindos - que conduzem harmoniosamente a embarcação que busca a transparência da existência, evitando os abalroamentos desastrosos nos recifes da ignorância, da crendice e da superstição.
Abrame   

 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 17, 2011, 18:44:22 pm
Amigos de percurso
Aí vos mando mais um pensamento para vossa apreciação acompanhado de muitra amizade.

Trajectória

O Homem, no acto da sua creação, era puro e ignorante. Colocado em
mundos da forma olhou em seu redor maravilhado e, tentando perceber,
foi reflectindo sobre o meio ambiente em que se encontrava. A
acumulação do que pensou deu lugar à criação de uma estrutura mental a
que chamou Mente. Na vivência dessa estrutura formou-se o Ego a que
chamou Personalidade. Dela retirou todos os seus comportamentos
individuais e colectivos, negativos e positivos. Por tal motivo,
distanciou-se da sua naturalidade, deixou de ser o que era e passou a
ser o que criou.
Com conceitos e preconceitos próprios atafulhou a sua mente de lixo e
imprecisões tornando-se infeliz, pasto de dor e sofrimento.
Hoje, se se quiser encontrar, terá que esvaziar essa estrutura mental
do acúmulo de fantasias e ilusões para se deparar com a realidade de
si mesmo, no seio da fonte de onde partiu, deixando para trás aquilo a
que chamou Infelicidade e sofrimento.
Nada está errado. Tudo tinha que ser assim para que os superiores
objectivos evolutivos se concretizassem por mérito próprio. O Filho do
Homem.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 23, 2011, 18:15:13 pm
Amigos de Percurso
Envio mais um pensamento que me ocorreu para vossa apreciação.
Com muita amizade.

"O Homem, na ascensão evolutiva, primeiramente afirmou-se na ego-realização que se tornou o seu carcereiro escravizando-o através dos valores dos mundos materiais.
Com essa experiência vivida encontrou a compreensão dos opostos que, paulatinamente, lhe facultaram a auto-realização atingindo a liberdade plena quando alcançou a Consciência do Todo.

Do vosso companheiro de Jornada.Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 26, 2011, 19:10:25 pm
Compnheiros de Jornada
Preenchendo este tópico vos envio mais um pensamento que há anos brotou.

Com muita amizade,

Entendemos por destino do Ser: a programação sistemática ao longo de milénios, por exigência evolutiva de vidas sucessivas, na procura gradual da sua identidade perdida.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 30, 2011, 09:25:45 am
Companheiros do caminho
Hoje trago-vos mais um pensamento que algures me ocorreu para vossa apreciação, que pode ser positiva ou negativa.

Com muita amizade

O crer é, ao fim e ao cabo, uma ponte misteriosa entre o mundo conhecido pelos orgãos sensoriais e um mundo espiritual desconhecido. É uma visão longínqua da suprema realidade, é a voz nublosa da nossa origem, o eco infinito dentro do nosso finito.

Até sempre fraternalmente. Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 01, 2011, 18:40:10 pm
Companheiros do caminho.
Para vossa apreciação envio mais um dos meus pensamentos, baseado no que nos foi dito por Jesus.

Com muita amizade do Abrame.

Através da prática da meditação, que é a estrada apertada, podemos encontrar a Fé, que é o vestíbulo vivencial aos pés do degrau da porta estreita, que dará acesso à Verdade.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 03, 2011, 17:41:04 pm
Companheiros do caminho
Como destingo a alma do espírito, envio-vos para vossa apreciação dois pensamentos que há ano me foram  sugeridos.

O Espírito não tem forma. É essência pura, repleto de vida, consciência, inteligência, criatividade e amor incondicional, envolvendo o todo em imanência e transcendência. No entanto pode tomar a aparência que quiser pelo revestimento de matéria em estado subtil e manifestar-se em ubiquidade. Deus é Espírito, a própria existência infinita, de onde tudo proveio.

A Alma é a vida imanada do Espírito Divino na sua bipolarização - espiritual e material - que se apresenta em ignorância, involuindo até à periferia da matéria densa e depois retorna evoluindo, vida após vida, experienciando, vivendo, até à sua desmaterialização plena, tal como um diamante obtido em bruto que depois de limpo e lapidado se mostra em extrema beleza e luminosidade. Transformou-se e é Espírito em inocência sábia por mérito próprio.

Com muita amizade fraterna do Abrame

Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 07, 2011, 14:27:20 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma frase que resultou de outro pensamento em presença de uma dificuldade da vida que nos leva a compreender o que ainda não está ao nosso alcance.

O Homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o Homem faz o que pode, Deus faz por ele o que ele, por si mesmo, não pode fazer.
Abrame

Um grande abraço fraternal do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 08, 2011, 17:11:25 pm
Companheiros do caminho
Gostaria de ver inscritos nesta rúbrica outros pensamentos que nos possam levar a concepções espirituais aprofundadas e sobretudo a que possamos construir uma estrutura evolutiva que transmita toda a nossa forma de analisar a existência,  cuja razão é a própria Vida.

Até lá, vou colocando os meus para vossa apreciação, produto da minha ignorância para desejo de perceber.   E assim,  abaixo, seguem mais dois.

"Os deveres do Homem estão em relação com o seu grau de entendimento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas. É preciso que se instrua em Espírito e Verdade porque lá está o ensinamento que manda que é preciso que em primeiro lugar procures as coisas do espírito".

"Vivemos prisioneiros daquilo que não somos por ignorância daquilo que somos".

 Abrame. Com um abraço de muita fraternidade.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Maio 08, 2011, 21:02:41 pm
Quando não há pensamentos, nem imaginação, nem raciocínio, nem desejo de nada, tudo se encaixa pelo perceber instantâneo da absoluta perfeição da existência, apesar de indizível, inexplicável, indescritível.

Ao verdadeiro sentido da existência é impossível chegar por qualquer atributo do ser humano.

Tudo está e é sempre perfeito, só deixa de ser quando entram em cena os pensamentos, imaginações e raciocínios.

Pensamentos apenas.

Namasté
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: kunti em Maio 09, 2011, 23:04:57 pm


  Quem pensa ... é o Ego .

E o Ego , pensa "coisas" do Ego .

Elevemo-nos acima do Ego ( Sanskaras ) .

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  Meditemos   !


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            Om Shanti


       Kunti
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 10, 2011, 17:40:07 pm
Companheiros do Caminho

Adorei a vossa participação que muito agradeço, pois penso que aprendemos uns com os outros e estou-vos muito grato pela colaboração que pedi.

Estou completamente de acordo convosco em termos de intelectualidade, pois embora um dia venha a saber, em termos de consciência  "EU AINDA NÃO SEI".

Um grande abraço do Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Maio 11, 2011, 04:11:56 am
A sabedoria pertence apenas ao estado de espírito das criancinhas bem pequeninas, aquelas que olham sempre para todas as coisas com alegria e espanto. São contempladoras, veem beleza em tudo, e veem tudo sempre como novidade, o aqui e agora, o presente. Ainda não têm ideias sobre o que veem, por isso não qualificam nada. São naturais, sem as camuflagens e disfarces do ego.

O conhecimento pertence ao pensamento, e o pensamento é formado por memórias, coisas velhas, o passado. É o ego. E enquanto há ego só se percebe o passado. E do passado só interessa a compreensão do que outros homens fizeram para se libertarem do pensamento e verem o mundo sempre novo, verem sempre o presente como as tais criancinhas. Esquecem-se deles próprios porque não pensam, e ao não pensarem acaba-se o ego com todas as suas desgraças e sofrimentos. A felicidade e a profunda compreensão é o troféu obtido pela saída da roda dos nascimentos e mortes, o inferno. É a compreensão de que só há um Ser, e o consequente desvanecimento das aparências.


Olá a todos!

Namasté
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 12, 2011, 11:50:19 am
Companheiros do Caminho

Aqui vos mando mais um pensamento que, como a mente e o intelecto, são ferramentas de inter-acção que o ser usa quando ainda se encontra em evolução nos mundos da forma de estrutura dualística. É o seu meio de relacionamento estabelecido nessas dimensões materiais, que embora finito existe e, do qual nos temos que servir enquanto for essa a nossa condição espiritual.

"Tudo aquilo que a mente cria é ilusão da verdade relativa que a deminuta consciência humana produz, porque é apenas conjectural, auxiliada pelos pensamentos e o intelecto. É esta a razão porque o homem muda constantemente de opinião, visto que aquilo que cria em determinada conjectura já não lhe serve em presença de outra situação porque lhe é egocentricamente desfavorável".

Do vosso amigo fraterno Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Maio 17, 2011, 10:37:49 am
O único e real Ser, a Consciência, com alguma facilidade se pode perceber nas horas do sono o seu poder de coesão entre tudo e todas as coisas, a sua unicidade. Coesão e unicidade que só é destruída quando o ego "desperta" e se põe a perceber de forma condicionada. Pelo condicionamento da percepção vive-se, sofre-se e cria-se todo tipo de ilusões: evolução, mundos materiais, mundos destinados a sofrer, infernos e purgatórios, paraísos e céus, morte, reencarnações. Tudo isto são condicionamentos intencionais e impostos à percepção desde tempos imemoriais, com o objectivo de interromper a verdadeira realidade da existência, que é a viagem da percepção.

Quando se liberta a percepção destes condicionamentos, que são todas as estórias que têm contado sobre o mundo, e se vive sempre a olhar a ouvir e a sentir tudo sempre como se se nascesse a cada momento, o mundo material desaparece instantaneamente, porque a única realidade que é percebida em todo lado e em todas as coisas pela percepção livre é espiritual. O resto são condicionamentos que dão realldade a aparências ilusórias.

Namasté
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 18, 2011, 14:20:32 pm
COMPANHEIROS DO CAMINHO
Mais uma experiência traduzida em pensamento escrito.

A mente humana, absorvida pelo imaginário fantasmagórico, cria crenças psíquicas que empurram o Homem para a auto-obsessão e espalham em seu redor uma ideia tenebrosa dos Planos Astrais, alimentando energias negativas nocivas ao desenvolvimento espiritual do homem.
Abrame.

Com muita fraternidade do vosso amigo fraterno Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 23, 2011, 16:57:07 pm
Companheiros do Caminho
 
Os mundos de matéria densa são como uma projecção dos Planos Astrais de matéria mais subtil pelo que as vivências nos Planos Astrais são, de certo modo, idênticas às dos Planos materiais densos, embora nestes o sofrimento se expresse com uma maior acuidade.

Abraço fraterno. Abrame

Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 27, 2011, 12:22:11 pm
Companheiros do Caminho

HISTÓRIA DE UM HOMEM

Era uma vez um homem que nasceu num povoado de pessoas muito simples e pobres, junto ao qual existia uma montanha muito alta, tão alta que se não via o seu cume.

Desde pequenino ouvia contar à lareira uma lenda que dizia: Quando alguém conseguisse chegar, a pé, ao cume daquela montanha, todo nu, e tivesse bastante coragem, força de vontade e conseguisse não duvidar da veracidade do conto, encontraria a maior riqueza que não se pode sequer imaginar e, com ela, uma felicidade sem limites.

Como dolorosa era a sua vida recheada de trabalho e cansaço, perguntava-se: Será que a lenda é verdadeira ou não? Serei eu capaz de subir tão alto? A dúvida era imensa.

E um dia, já entrado nos anos, pensou: Sinto-me atraído para saber a verdade, já não tenho o vigor que tinha mas devagar, passo a passo, gradualmente, vou tentar, antes que morra, tentar saber e dizer aos meus pobres conterrâneos se a sua lenda, que atravessara tantas vidas, seria verdadeira ou apenas mais uma história.

E assim aconteceu. Preparou-se para a escalada e pôs-se a caminho. E, subindo a montanha, ia-se despojando da roupa que levava. Primeiro tirou o chapéu, depois o cachecol e ia andando e, mais além, a camisa, a meio, as calças, mais ao longe, as roupas interiores. Olhou para cima e viu que ainda lhe faltava bastante mas não esmoreceu e continuou.

E, quase perto do cimo, parou e deitou fora as botas completamente destroçadas pela caminhada e, descalço, alcançou o cume da montanha.

Estava deserto. Apenas se encontrava uma grande pedra no meio daquele pequeno terraço e, completamente exausto, sentou-se nela e ainda lhe surgiu a dúvida; mas ele tinha acalentado tantos anos a veracidade daquela lenda que, de súbito, disse para si mesmo: "retire-se de mim a ilusória dúvida para que não tenha este esforço final sido em vão".

De imediato a montanha se iluminou e o envolvimento amoroso que sentiu foi algo impossível de descrever e olhando lá do alto a extensão do mundo, tomou conhecimento de tudo e no meio de grande alegria e felicidade uma enorme compaixão envolveu todo o seu ser translúcido que, abarcando dimensões infinitas, varreu de si todas as dúvidas e o fez sentir-se uno com o infinito.

Logo se sentiu desejoso de comunicar aos seus conterrâneos que a lenda era verdadeira mas logo sentiu dentro de si um grande silêncio e, de seguida, no meio daquele silêncio, foi tomando consciência do aviso que ia compreendendo.

Não podes! Porque aquilo que agora sabes, a humanidade não tem palavras que o possam descrever e, por isso, não compreenderiam o que dissesses e achariam que tinhas enlouquecido e, como sempre, não acreditariam em ti.

Abrame
Hoje envio uma "Históiria de um Homem" com muita amizade. Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 31, 2011, 15:30:18 pm
Companheiros do Caminho
Enquanto seres em evolução nos mundos da forma temos que nos servir do pensamento e da palavra escrita ou de processo oral. É essa a nossa condição de interacção com os outros seres para nos fazermos entender ou mesmo para expressarmos para nós mesmos aquilo de compreensão e consciencialização a que chegámos. Por esse motivo vos envio mais um pensamento com muita amizade.

"O Homem, tal como o conhecemos, é uma expressão complexa que, no seu desenvolvimento ascencional, se torna cada vez mais simples culminando, como resultado, igual a espírito". Abrame

Um grande abraço fraterno do Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 07, 2011, 16:33:26 pm
Companheiros do Caminho

Mais um pensamento para preencher este tópico, para vossa apreciação e demonstrar que os ditos de Jesus se enquadram num contexto universal de conhecimento.

" Através da prática da meditação, que é a estrada apertada, podemos encontrar a Fé, que é o vestíbulo vivencial aos pés do degrau da porta estreita, que dará acesso à verdade ". Abrame

Um grande abraço fraterno do Abrame.

Só agora reparei que repeti este pensamento mas penso que não se importam. Obrigado 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 07, 2011, 16:53:33 pm
Companheiros do caminho
Como repeti um pensamento, apresso-me a enviar-vos outro para compensar a minha falta de atenção de que peço imensas desculpas.

"A consciência do Ser desenvolve-se no compreender e no aprender em milhões de vidas, em espiral, tornando-se cada vez mais abrangente em compreensão e sabedoria, motivo porque consciencialização é sinónimo de evolução". Abrame

Com mui amizade fraterna. Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 13, 2011, 19:05:41 pm
Companheiros do Caminho

Abaixo envio mais um pensamento que surge quando introspectivamente nos interiorizamos.

"Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de entendimento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas. É preciso que se instrua em Espírito e Verdade porque lá está o ensinamento que manda que é preciso que em primeiro lugar procures as coisas do espírito". Abrame

Um grande abraço fraterno.Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 17, 2011, 18:41:00 pm
Companheiros do Caminho
Sobre a Lei de Causa e Efeito aí vos remeto mais um pensamento para vossa apreciação.

"A sabedoria infinita da Lei de Causa e Efeito, existente intrinsecamente na creação, projecta acontecimentos vividos do nascimento à morte na vida terrena, estendendo-se pelo futuro e, na sua plenitude, garante os     horizontes da vida eterna". Abrame

Um abraço fraterno do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: kunti em Junho 17, 2011, 19:04:50 pm
Citação "

"Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de entendimento,
 com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas. "


Embora as palavras sejam insuficientes para exprimir o "sentir" ,
" Senti " de alguma forma parecida a "energia" do Dharma ,
actuando como se fosse uma "mola" , que nos "puxa" ( indica ? )
de baixo para cima  (elevação ? ) ,
E também em simultaneo ao "meio" (moderação ? )
conduzindo  à reta consciência de ação .
.
  Muita Paz interior !


------------------------------------------------------------------------------------



    Meditemos




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                                 Kunti
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 01, 2011, 19:49:25 pm
Companheiros do caminho
Com um abraço fraternal vos envio mais um dos pensamentos que, vindo do inconsciente, se expressa no consciente, para vossa apreciação.

"Aproximamo-nos de Deus na razão directa do que somos, e na razão inversa do que temos. Porquê?
Porque o ter é nosso e é finito. O Ser é de Deus e, por isso, é infinito". Abrame

Um abraço do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 04, 2011, 18:59:08 pm
Companheiros do Caminho
Decidi enviar mais um pensamento para vossa apreciação.

"A alma humana no princípio era simples e ignorante. Depois movimentou-se na inconsciência de si mesma. Mais tarde atingiu a consciência, alcançando depois a super-consciência e realizou-se na supra- consciência".
Abrame.

Um abraço fraterno. Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Centelha em Julho 06, 2011, 12:40:44 pm
Olá Abrame. Obrigado por toda a partilha.

No homem a alma movimenta-se já com alguma liberdade de acção. Essa liberdade permite-lhe experimentar e conhecer as consequências dos seus actos tornando-se assim... sabedoria. Para conhecer e saber necessita agir. No inicio age em inconsciência pois nada sabe. Durante a sua demanda pelo conhecimento apega-se ás acções que mais prazer lhe proporcionam envolvendo-se assim de forma apaixonada na satisfação de suas necessidades e desejos criando uma bagagem da qual terá que se libertar quando outros ideais germinarem dentro de sí... o começo dessa luta é árduo e trabalhoso e o vislumbre do objectivo é ainda nublado e incerto... mas uma força muito grande nos diz para continuar.

Um abraço grande




Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 08, 2011, 18:42:09 pm
Companheiros do caminho
Com muita fraternidade vos envio para vossa apreciação mais um pensamento que num alvorecer surgiu.

"A liberdade do homem é um facto e ela existe sim, e torna-o responsável pelos seus actos. Mas essa liberdade humana está inserida na liberdade da consciência do universo. A ego-consciência do homem é controlada pela cosmo-consciência do infinito". Abrame

E tudo porquê? - Porque "Tudo está em tudo e tudo influencia tudo"   

Um abraço muitgo amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Julho 12, 2011, 14:01:02 pm
Olá!!

Está difícil escrever no fórum, a caixa onde se escreve as mensagens está enorme, impedindo a citação ou visualização do que se escreve.

Mas, e de qualquer maneira, o que quero é dizer ao amigo Abrame que não é compreensível a sua última afirmação.

Como é que é um facto que existe a liberdade no homem, e como é que isto o torna responsável pelos seus actos se,
 a consciência do homem é controlada pela a cosmo-consciência do infinito?

Namasté

Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Centelha em Julho 13, 2011, 22:50:51 pm
Companheiros do caminho
Com muita fraternidade vos envio para vossa apreciação mais um pensamento que num alvorecer surgiu.

"A liberdade do homem é um facto e ela existe sim, e torna-o responsável pelos seus actos. Mas essa liberdade humana está inserida na liberdade da consciência do universo. A ego-consciência do homem é controlada pela cosmo-consciência do infinito". Abrame

E tudo porquê? - Porque "Tudo está em tudo e tudo influencia tudo"   

Um abraço muitgo amigo Abrame

Esse pensamento levou-me a pensar que Deus também estará evoluindo connosco, assim como as células do meu corpo evoluem comigo. A mim não me assusta a ideia de um Deus em crescimento... pelo contrário... mas sei que é uma ideia contrária a praticamente todas as religiões. Não digo que o pensamento que partilhou contenha também esse significado, foi apenas o que me ocorreu ao lê-lo.

Um abraço fraterno
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 14, 2011, 10:13:51 am


Amigo AJCE
Desde já os meus agradecimentos pela sua participação. Bem haja.
Todos nós que nos fizemos ao caminho para adquirir conhecimento, fomos a pouco e pouco construindo uma estrutura  espiritual que pudesse  satisfazer a nossa compreensão individual, em função dela ainda ser restrita capacidade racional de perceber, tendo em conta o estado evolutivo em que ainda nos encontramos que, como sabe é bastante periclitante, o qual comprovamos quando me analiso através da minha própria introspecção.

Permita-me que avance com algumas frases para além daquela que mencionámos em segundo lugar. E que diz:

"Que tudo está em tudo e tudo influencia tudo".

" Pensamos que Evolução é sinónimo de Consciencialização"

"O Ser eleva-se no seu crescimento espiritual através da obtenção de consciência da vida que é; no cenário da existência. Pois gradualmente vai adquirindo pelas experiências vividas nos mundos da forma a consciência de si mesmo".

"A consciencialização (evolução) é como uma escada que comporta a consciência do Todo, onde o Ser não passa para o degrau seguinte sem que não tenha adquirido as condições de consciência que esse degrau representa e  requer, gradualmente e sucessivamente".

"Todo o desenvolvimento da actuação do Ser nos mundos da forma é relativo até ao momento da sua realização, quer seja de ordem material ou espiritual". Jesus nos disse que um dia conheceríamos a verdade e a verdade nos libertaria.

"Todos os planos de frequência vibratória se interpenetram uns nos outros seguindo-se em ascendência em seu estado de consciência, participando nos que os seguem e os acolhem na altura própria, dando-lhes  possibilidades de ascensão gradual".

"Consideramos que o Todo se manifesta em Imanência e Transcendência e qualquer destes estados não pode ser ignorado, porque um sendo finito e o outro sendo infinito não deixam de ter a sua importância devido à complementaridade que representam para a verdadeira efectivação da realização do Ser".

"Tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao centro em estado sublimado. E tudo participa entre si em acção, reacção e interacção, que se movimenta na Lei de Causa e Efeito".

Este é o nosso ponto de análise.  Um grande abraço fraterno e o meu imenso respeito por qualquer outra análise, pois não tenho ainda a verdade porque é apenas relativa, visto que  só  será Verdade quando absoluta; no estrito rigor da palavra.
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 14, 2011, 15:46:27 pm
Companheiro(a) do Caminho - Amigo(a) "Centelha"
Muito obrigado pela sua visita a Pensamentos.
Embora tanto no Budismo como no Vedismo a palavra Deus não seja usada e apenas se reportem à  "Existência" não quer dizer que não concebam uma referência superior da qual tudo imanou mas para a qual não podem ter uma definição

Sobre isto já neste tópico temos um pensamento alargado com o título "De onde tudo proveio".
 
 No Ocidente designamos o creador com a palavra Deus e dissemos que Ele era :
OMNIPOTENTE
OMNISCIENTE
OMNIPRESENTE
É absoluto, increado, sem princípio nem fim, imutável, incognoscível. Creador de todas as coisas, é causa primeira de tudo que foi creado.

Deste modo, Deus sendo imutável não pode sofrer transformação porque Ele "É".

No que apenas sentimos e por isso acreditamos é que não somos Deus, mas uma manifestação
existencial da Divindade de onde tudo proveio.

Nós temos que ter atenção aos paradoxos, porque eles encerram verdades profundas que ainda a nossa capacidade de entender tem muitas dificuldades.

Um grande abraço do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 16, 2011, 08:53:20 am
cOMPANHEIROS DO CAMINHO
A seguir vos mando mais um pensamento que surgiu quando  olhando a humanidade.

"A maioria da humanidade luta incessantemente pelo poder que dá a supremacia perante o seu semelhante, que a torna admirada e respeitada no mundo seja qual for o exercício desse poder. Os poderosos adoram o mundo, por isso sentem-se felizes na ignorância da sua infelicidade, adquirindo esse poder não olhando a meios e consequências dessa actuação, que conduz ao sofrimento e escravidão de outros seres e de si próprios". Abrame

Um abraço fraterno do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 22, 2011, 16:43:17 pm
Companheiros do Caminho
Com muita amizade envio-vos mais um pensamento para vossa apreciação.

Não há evolução sem resistência. A evolução acontece individualmente. Só acontece no colectivo
quando a massa crítica mais avançada se torna maioritária e impõe naturalmente o seu estatuto. Abrame

Um abraço fraterno do vosso companheiro de viagem Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 23, 2011, 12:10:42 pm
Companheiros do caminho
No momento certo surgiu e me levantei e o fui escrever. Junto vos o envio apesar de o ter intuido há bastante tempo.



"Os paradoxos são contradições apenas aparentes, que aparecem como opinião contrária à comum, contra-sensos aos olhos do homem, mas que, em geral, encerram em si grandes verdades".

Com um grande abraço fraterno do Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 01, 2011, 17:52:18 pm
Companheiros do CaminhO
Como a alguns dias não tive possibilidade de vir ao forum, junto mais um pensamento para vossa apreciação

-NÃO HÁ MILAGRES EXISTEM LEIS - NA IMPOSSIBILIDADE DE COMPREENDER DERAM-LHE UM NOME.-
"Na creação existem quatro leis, entre muitas outras, que são fundamentais para se compreender porque existe a dor e o sofrimento, a alegria, a afectividade, a repulsa, a atracção, o ódio e o amor, que criam sentimentos de retracção profunda e de expansão, de infelicidade e de felicidade.

A lei de Causa e Efeito
A lei da Reencarnação
A lei da Afinidade
A lei de Acção e Reacção
A lei de Interacção

Na compreensão destas leis verificamos que tudo tem uma razão de ser e que a injustiça não existe. A injustiça que sentimos é aparente e deve-se á nossa ignorância de qual é a finalidade da vida, de onde vimos, porque existimos, para onde vamos, qual a nossa natureza e do que seja o amor Divino".

Com muita amizade do vosso companheiro Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 04, 2011, 19:06:09 pm
Companheiros do caminho
Hoje vos envio mais um pensamento que há muito se construiu, como bocado de estrutura ao longo da vida.

"O corpo material não peca. O que peca é a alma humana, que se encheu de desejos de posse e de prazer em contacto com a matéria, dominada pelo ego que criou e a que chamamos “personalidade”.


Com muita amizade do vosso companheiro de jornada.Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 08, 2011, 12:17:41 pm
Companheiros do caminho.
Para vossa apreciação junto envio mais um dos nossos  pensamentos.

O Tribnunal Celeste
"O único tribunal em que o homem tem que comparecer é o tribunal da sua consciência, onde é réu e juiz em causa própria, e no qual não há qualquer possibilidade de fraude".

Um abraço fraternal do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 11, 2011, 14:58:14 pm
Companheiros do Caminho

Segue outro pensamento na mesma linha do último.


"O homem espiritual não tem que provar nada seja a quem for. A única prova que tem que fazer é a si próprio, porque a experiência que adquire é interior e de ordem mística".

Um abraço do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 14, 2011, 18:07:50 pm
Companheiros do caminho
Junto vos envio mais um pensamento para ir dando vida a este tópico.

"Através da meditação, o homem entra em outro âmbito científico, a ciência do espírito, a descoberta de si mesmo, o sair da sua mente de milénios que é a estrutura social criada pelo ego físico, mental  e emocional do homem, recheada de conceitos, preceitos e preconceitos, que regeram e regem o seu comportamento no nosso mundo".

Com um grande abraço de fraternidade do Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 15, 2011, 08:48:05 am
Companheiros do Caminho

Em presença do último pensamento surge-nos um outro, porque os pensamentos intuitivos se encadeiam para
podermos chegar a compreensões, o qual junto para completar deduções.
 
"Qual seria  a cultura científica  tradicional de uma Teresa d’ Ávila, de um João da Cruz, de um Francisco de Assis ou de um Buda?. No entanto, qualquer deles atingiu a iluminação pela interiorização, ou seja, pela via mística, que lhe foi facultada pela meditação".

Um abraço fraternal do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 16, 2011, 18:31:20 pm
Companheiros do caminho

Hoje resolvi enviar-vos uma história escrita há muito e, que não deixa no seu contexto de ser um pensamento.

"Memória"
"Era uma vez um homem que teve um sonho lindo, onde empenhou toda a boa vontade de ajuda e cooperação da sua alma.

 Sonhando, não deu por isso mas, quando abriu os olhos no seu sonho, deu conta que este se tinha transformado num pesadelo.

 Estarrecido, encontrava-se no meio de lobos, onde era vaiado, espezinhado, traído, mordido e repudiado. Pior ainda, olhava para si e dava-se conta de que também já era quase um lobo.

Na sua aflição, adoeceu. Não queria ver ninguém. Em extrema depressão, apenas queria morrer. O sonho tornara-se trevoso, e tornar-se-ia decepcionante não fora, a certa altura, ter chegado a claridade daqueles que lhe lançaram mãos amigas e lhe explicaram que tinha sido retirado do âmbito da alcateia de lobos, compulsivamente, devido à sua tenacidade de entrega.

Encheu-se de júbilo. Experimentou, de novo, a sensação do envolvimento mediúnico dos seus protectores e veio-lhe à memória que, afinal, os lobos também são creação divina, nossos irmãos, como sentia Francisco de Assis em seu espírito de unidade universal.

Acordou e encontrou uma manhã radiosa. Afinal não passara de um sonho, que se juntou a muitos outros sonhos, que fazem parte da memória colectiva da ascese humana. Mas um novo tempo começara, uma nova era se abria ao encanto da experiência espiritual, nas dimensões da forma.

Abriu a alma ao creador e agradeceu a vida que, com intensidade, brota da sua realidade, à imagem e semelhança divinas, com todas as vicissitudes e alegrias que comporta esta grandiosa aventura cósmica".

Com um grande abraço do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 18, 2011, 14:46:18 pm
Companheiros do Caminho
Da minha colecção envio mais um pensamento dos arquivos intuitivos.


"O Homem torna-se instruído através da inteligência e da memorização.  Adquire educação através da abrangência gradual da consciência. Quando se reconhecem formam uma bonita dupla. No entanto, daqui se percebe que, Instrução não é Educação".

Um abraço amigo do Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 20, 2011, 11:58:20 am
Companheiros do caminho
Coisas que se movimentam na nossa alma e que perseguimos concentradamente para compreender. Perguntamos ao nosso interior: Porquê? Porquê? ...... Por isso vos envio mais um pensamento.


"Não aceitamos o Mundo tal qual como o vemos e gostariamos que fosse um mundo melhor. Muitos nos têm ensinado para que comecemos por nós próprios esse mundo melhor, deixando a creação seguir o seu rumo. Pois que o exemplo daqueles que o querem melhor irá  contribuindo para que o mundo seja melhor. Chegará no momento certo, a evolução da creação se encarregará disso naturalmente".

Abraço amigo do vosso companheiro Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 28, 2011, 18:32:23 pm
Companheiros do caminho

Para indo concluindo vos mando mais uma históriazinha de um Homem que conseguiu realizar os seus objectivos.

"Religar"
"Era uma vez um homem que, em pequenino, foi levado para muito longe, a fim de iniciar a sua educação.

Não obstante a sua tenra idade, levou no seu coração a imagem e a beleza do ambiente paradisíaco da quinta onde nascera, junto à azenha movida pelas águas do rio, onde tantas vezes nadara e brincara.

Jamais se pôde separar da nostalgia daquele ambiente, de uma natureza cheia de encanto, harmonia e paz, em que a flora regada por água clara, de uma pureza sagrada, era o habitat de passarinhos de mil cores, e de lindos e belos animais, que deliciosamente pastavam em verdes prados.

Percorreu o mundo e foi iniciado em diversos ofícios. Aprendeu no mundo, no trabalho árduo e nas vicissitudes de que ele é composto, o segredo da vida, tendo sempre na sua mente, a ideia de voltar àquele local onde nasceu.

E assim aconteceu. Quando lá chegou, já não encontrou ninguém que o conhecesse. Os pais e os familiares já tinham partido, porque tinha havido uma grande catástrofe climatérica. O rio e a terra tinham secado; tudo era árido e desolador. A única coisa que lhe disseram, foi que os pais lhe haviam deixado a quinta por herança.

Cansado da vida e do mundo, não desanimou; tinha um último trabalho a efectuar. A sua alma assim lho pedia; queria que a sua quinta voltasse a ser o paraíso que, em tantos anos, acalentara. Queria voltar a ser pequenino, para poder viver de novo a inocente felicidade da liberdade infantil.

Aquela terra não deixava entrar enxada, era verdadeiramente amarga; necessitava de água revigorante, porque tinham sido muitos anos de infortúnio, de uma secura imensa naquela solidão, onde padecia muita sede.

Percorreu montes e vales, até que, ao voltar, crendo ainda, encontrou, surpreendido, bem pertinho, um riacho que sempre ali estivera sem que tivesse dado por isso e por onde, borbulhante, deslizava água de uma pureza imaculada. Precipitou-se no rio, louco de alegria, saciando a sua sede e, de imediato, tratou, com esmero, de colocar canais para que a água irrigasse a sua herdade.

Trabalhou sem descanso, cavando a terra já maleável, plantou árvores, jardins cheios de flores, relvou os campos, reuniu animais e tratou deles, tornando-os mansos e cooperativos; os passarinhos
voltaram a encher os céus com os seus chilreios e a sua graça.

Refez o lar da sua felicidade. Todo o deambular pelo mundo, por tudo que nele passou, pelo esforço de reconstrução da sua quinta, foram aprendizagem e elevação que lhe deram a satisfação do cumprimento de ser vida consciente.

Depois de tanto tempo, era o regresso e a reconstrução da casa de onde saíra".

Com um abraço do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Cascais em Agosto 28, 2011, 22:01:09 pm
Companheiros
A lei é só uma a 28/8/11 deuses colocaram tripoli  abandonada, Deus colocou nova ior abandonada.
Paz a todos
Cascais
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Agosto 29, 2011, 09:32:53 am
Só o Espírito existe, ou Deus, como lhe queiram chamar. Quando se pensa que ele não está aqui ou ali, é apenas ilusão das várias aparências manifestadas pelo Espírito, a que vulgarmente e ilusoriamente se chama homens, mulheres ou outras aparências quaisquer.

Namasté
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Centelha em Setembro 01, 2011, 11:14:26 am
Angustiante caminhar por entre monotonias, repetições, medo e pequenos prazeres. Caminhada ciclicamente sustentada por ambições, ilusões e crenças que ombreiam entre sí por um protagonismo que ora perdem ora ganham alternando entre si o trono do que motiva mais meia duzia de passos. Boias de salvação para quem perde a vontade de se manter à tona. Via do conhecimento? da punição? do conhecimento pela punição? conhecimento pela experiência? Responderá o Romantismo ou o Realismo? As boias de salvação vão perdendo o ar a cada desilusão, a cada consciencialização de que o que nos move não nos dá a felicidade que pretendemos. Mas voltaremos a essa boia, inevitavelmente, enquanto ela ainda boiar, enquanto houver em nós algum do ar que nela existe. E quando o ar de todas as boias acabar? A que nos agarraremos? Resta-nos respirar fundo e aguentar... o mais que pudermos... e esperar pelo fim... pelo começo de algo novo... assim pensamos!
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Cascais em Setembro 01, 2011, 15:32:15 pm
Companheiros no caminho
Mas a luz é, ante tudo um veículo, sobre cujos raios cavalgam microespécies, idéias e pensamentos, tornando possível o facto que muitas das verdades cósmicas que conhecemos, hajam chegado até nós pelo veículo da luz, obra do Senhor ao criar a inteligência.
UM........
Cascais
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 03, 2011, 11:59:17 am
Companheiros do Caminho

O interagir com os seres em harmonia só resulta com conhecimento de causa real, por isso vos envio mais um dos nossos pensamentos.

"Na interacção humana, quando confrontados, o segredo está em haver a capacidade de compreender pelo conhecimento do processo da creação, o outro, saber pro-agir, porque ninguém poderá dar aquilo que ainda não tem. Daqui nasce o sentimento do perdão, que abre o caminho da compaixão".

Muita fraternidade do vosso amigo Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 03, 2011, 23:06:26 pm
Amigo(a)Centelha(a)
Gostámos muito do que escreveu. Na verdade pensamos que o caminho é
orlado de perguntas a nós próprios, que constituem o objecto da meditação, pois que quanto mais perto estivermos da nascente mais pura é a água. Dissecado esse objecto surge o nada, porque interiorizámos  completamente e conscienciosamente a sua realidade que a intuição nos revelou.   
 
 Abraço fraterno do Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 06, 2011, 12:22:04 pm
Companheiros do Caminho

Vos envio mais um pensamento da mossa colecção.

"Devemos ter em atenção que tudo tem uma razão de ser e nada acontece por acaso visto a creação ser perfeita e, portanto, resolver-se por si mesma tendo como objectivo a sublimação dos seres em termos de perfeição e sabedoria".

Com um abraço fraterno do Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Centelha em Setembro 07, 2011, 11:19:59 am
Espero que me desculpem por ocupar este espaço com as minhas procuras e desabafos...

Árdua é a caminhada para aqueles que não estando ainda preparados para o trabalho espiritual sentem no entanto o seu apelo. Encontram-se entre dois mundos, dois caminhos, e ora seguem por um ora optam pelo outro. Não sendo ainda capazes de se realizar através do trabalho espiritual, talvez por não lhes ser possível observar os seus resultados, caem na dúvida que desmotiva e os leva mais uma vez a centrar a sua atenção no trabalho material, mais palpável e onde mais facilmente observam os resultados do seu esforço. Contudo, para quem iniciou o caminho espiritual, para quem tem em si o apelo e os sinais de que existe algo mais, a dedicação exclusiva ao trabalho material conduz a um vazio interior que os sufoca e constrange. Este ciclo, deve ser natural à evolução, pois de cada vez que volta ao trabalho material mais depressa o abandona em favor do outro, que lhe parece o verdadeiro, pois a transição sempre enche o seu peito de uma força que não sabe definir e que lhe fortalece a vontade. Com força renovada, apesar de subsistir a dúvida, resta-lhe trabalhar, iniciar mais uma jornada, encarando os apelos dos seus instintos que reclamando satisfação desviam a sua atenção do trabalho a que (mais uma vez) se propôs. Resta seguir e cimentar a confiança, com tranquilidade... assim espero.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 09, 2011, 19:13:45 pm
Amigo Centelha(0)

Na verdade é como diz e nós concordamos. O problema reside no facto de muitas pessoas que, quando começam a sentir a necessidade do alimento da alma, passarem a viver  com denodo apenas aquilo que diz respeito ao espírito e, não tendo ainda assimilado o conhecimento básico que o faz compreender e prosseguir, não tem em atenção a dimensão em que a sua vida se desenrola e o que exige, pois se a sua alma necessita de alimento o corpo que habita também necessita de alimento. Daí que Buda no seu trajecto evolutivo deparou-se com essa porta que franqueou por ter percebido e deu-lhe o nome do "Caminho do Meio" regido pelo caminho óctuplo. Pensamos que o segredo está no equilíbrio até ao momento que o nosso ser real se emancipa.

Qual de nós não tem dúvidas? Elas são necessárias para que nos levem a interrogar-nos e assim as irmos dissecando através da meditação que, nos aproximará cada vez mais a um contacto interior de conhecimento sobre elas, do qual nascerá gradualmente aquilo a que chamamos fé e a que Jesus indicou à Samaritana designando por Fonte de Água Viva que, quando bebida, jamais teremos sede - ou seja - dúvidas.

Nós acreditamos que não sabemos nada e que, estamos neste mundo para uma aprendizagem constante.

Amigo(a) eu não sou dono do fórum nem de coisa alguma mas, quanto a mim, acho que ninguém se incomodará com o que escrevemos, pois que abrir a nossa alma aos outros já é por si só um intercâmbio participativo que ajuda a todos a compreender o que é a fraternidade.

Com muita amizade Abrame. 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 12, 2011, 18:06:03 pm
Companheiros do Caminho
Hoje vos envio mais uma história que faz parte dos nossos pensamentos.

"Manta de Retalhos"
"Era uma vez um homem que, em pequenino, mandaram à religião. Gostou muito. Lá lhe disseram que havia Deus, o qual tudo tinha creado e era nosso pai.

Não foi novidade, porquanto sua mãe já lho havia dito.

Mais lhe disseram que sempre que os meninos e as pessoas faziam maldades, Deus os castigava pelas suas más acções. Isso ele não sabia mas, como era despreocupado, não deu importância.

Foi crescendo e deu conta que, na generalidade, as pessoas, de uma forma ou de outra, sofriam, tinham desgostos de variada ordem, e como estava num meio mais ou menos precário, havia miséria e parte das outras crianças andava mal nutrida e suja.

De todas aquelas pessoas que conhecia, umas lhe pareciam boas, e outras, achava que o não eram.

Foi crescendo e olhando a vida como ela se apresenta. Aí pensou que sempre era verdade! Deus castigava as pessoas, porque as pessoas sofrem.

Como era de índole rebelde, encheu-se de receio, medo e revolta ao mesmo tempo.

Foi crescendo e, a dado momento, deu-se o colapso. Não queria ter medo Deus não existia! Era uma história que fora inventada e, de imediato, pô-la de parte.

Foi crescendo e aprendendo, com os professores, a harmonia do cosmos, a precisão das estações do ano, as fases da lua, como tudo aparecia e se desenvolvia com equilíbrio, no planeta em que vivia.

Desse conhecimento concluiu a existência de uma inteligência superior, que tudo tivesse creado e organizado de forma tão magnífica. Os homens não poderiam ter sido, seguramente.

Foi crescendo e pensando que, se havia uma inteligência superior, teria que pertencer a alguém. Devia ser ao tal Deus, o pai. E, determinadamente, naquele instante, resolveu tirar o assunto a limpo.

Foi crescendo, estudando Jesus e filósofos de todos os tempos; às suas mãos vieram parar escritos sobre religiões, doutrinas e vias espiritualistas.

Em essência, mais ou menos, todas tinham pontos comuns. Apenas diferiam da procedência, da fraseologia e da forma.

Ao examinar certos textos, eis que se lhe depara o maior conselho que jamais lhe tinham dado. Estava ali! Escrito!

Aconselhava Paulo de Tarso: deveis fazer exame nítido, racional, inteligente, de todas as escrituras, examinai tudo, mas abraçai só o que é bom.

Através do estudo da doutrina espírita, também deu conta da advertência de que não se deve aceitar tudo, sem que primeiro passe pelo crivo da razão.

Fez destes dois ensinamentos as colunas - base da sua demanda, que ladeavam a pedra irradiante e infinita, contra a qual nada pode, e sobre a qual foi acumulando os pedaços de retalho, para a sua construção.

Foi crescendo na procura daquilo que já era plágio de outras procuras, plagiando sempre o que para si era bom, acrescentando de si o que achava intuitivamente que faltava para ser muito bom, porque descobriu que existe uma fonte de água viva, de onde todo o conhecimento flui.

Foi crescendo e construindo essa manta de retalhos, a cujo calor abriga a sua alma, livre do gelo paralisante da descrença, na certeza de que existe Deus. Não o Deus que castiga, mas o Deus cuja essência é amor e que ama a todos os seus filhos de igual modo.

Agradecendo a Deus a existência daquela providencial fonte inesgotável, que existe no interior da alma humana, e a todos os seres que legaram e legam aos vindouros o produto das suas procuras, canta hoje no seu coração:


                                             “o amor, na sua essência, é chama ardente, que brota
                                         incessantemente do núcleo incandescente vital da                                             vida, que tudo governa, movimenta, harmoniza e
                                  aquece".".

Com muita amizade fraternal. Abrame
 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Centelha em Setembro 13, 2011, 15:38:53 pm
Obrigado Abrame pela sua resposta ao meu tópico anterior. Agradeço também pelo texto "Manta de Retalhos" que me fortaleceu e inspirou. Veio no momento certo. Agradeço-lhe ainda tudo o resto.

Deixo aqui algo que escrevi pouco antes de ler o seu texto. Após lê-lo uma frase em particular ressoou em mim "Como era de índole rebelde, encheu-se de receio, medo e revolta ao mesmo tempo."

Estamos neste planeta (re?)formatório para nos (re?)formarmos. A experiência poderá ser diferente para outros, não nego, mas para mim e para alguns outros que posso observar, esta vivência é uma experiência de dor e tristeza. Dor no convívio com os demais, dor pela repetição esgotante de tarefas básicas, dor pela falta de tempo, dor pelo afastamento de nós próprios. Observo os demais. Seus papéis. Rodeando-se daqueles que engrandecem suas atividades e rebaixando os que não as louvam. Resta-me caminhar abandonado ou esforçar-me para ser aceite. Difícil a vida em sociedade quando queremos ser nós próprios e ainda assim ser aceites pelos demais. Não sei ainda respeitar a diferença. Julgo perceber a sua importância mas ainda não sei conviver com ela. No entanto ao escrever estas palavras algo mudou.

Obrigado
Centelh(o)
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 15, 2011, 17:06:03 pm
Companheiro do Caminho Centelha.
Segundo pensamos nós passamos ou já passámos por aquilo que o amigo descreve e, como os mundos da forma são estabelecimentos de ensino de diversos escalões ascendentes, vamo-nos posicionando conforme o escalão de evolução atingido. O problema reside na compreensão como a creação se desenvolve de acordo sintonizado com a capacidade de consciência alcançada gradualmente por cada Ser.
Acreditamos que a creação se resolve por si mesma e, ninguém sobe ao escalão seguinte sem ter adquirido as condições desse escalão, pois somos seres em evolução que atravessámos milénios de experienciação vivida desde a inconsciência à consciência, desta à super consciência e realizar-nos-emos na supra consciência quando atingirmos a Consciência do Todo.
O segredo está em sabermos aceitar tudo aquilo com que deparamos nas nossas vidas nos mundos de aprendizagem, pois bem compreendido tudo se encontra disposto para ser tomado como lição a consciencializar. Por isso tentar compreender o nosso semelhante, o estado evolutivo em que se encontra e, perceber que ele só nos pode dar aquilo que tem e nada mais, pois é dessa compreensão que nasce em nós a tolerância e o amor fraternal.
Compreendendo o desenrolar da Creação nasce em nós a aceitação do nosso próprio sofrimento e dor, por sabermos que aquilo que nos acontece foi tecido por nós próprios, leva-nos à compreensão dos outros e podemos ficar certos de que não estamos sós, Seres superiores em grau evolutivo nos acompanham por amor, intuindo-nos fraternalmente nesta caminhada cósmica que é a epopeia Cósmica do Ser Humano e que tem como resultado o "Filho do Homem".
Este é a nossa maneira de entender.

Um abraço do vosso amigo Abrame           
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 15, 2011, 17:14:50 pm
Companheiros do Caminho
Hoje vou enviar-vos mais um pensamento que em tempos ao acordar me surpreendeu. Penso que sobre
pensamentos vou descançar durante algum tempo.


 "Não te deixes embalar pelo canto da sereia nem temas o sibilo da    serpente, porque a Verdade mora no altar do teu verdadeiro coração e está guardada no sacrário da tua alma, imanente e transcendente".

Com abraço fraternal do vosso companheiro Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: ajce1962 em Setembro 23, 2011, 15:51:53 pm
A força e a beleza da flor estão em sua total vulnerabilidade. Os ambiciosos desconhecem o belo. A beleza está na percepção da essência de todas as coisas.

O pensamento é matéria e pode ser transformado em qualquer coisa, bela ou feia.

Existe, porém, o sagrado que não vem do pensamento, nem de um sentimento por ele reavivado. Não é reconhecível pelo pensar nem pode ser por ele utilizado ou concebido. A palavra ou o símbolo não podem definir o sagrado. Ele é incomunicável.

Ler mais... http://dim-dim-universos.blogspot.com/2011/04/percepcao-da-beleza.html?spref=fb


Namasté
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Novembro 25, 2011, 15:35:03 pm
Companheiros do Caminho
Hoje lembrei-me de pôr mais um pensamento, que na verdade quer queiramos ou não, é aquilo que o ser nos mundos da forma tem que utilizar para comunicar o que sente.


"A evolução funciona no homem em dois sentidos. De fora para dentro pela análise e estudo de tudo que foi creado (ciência), e de dentro para fora pela acção da alma sobre a matéria (a nossa individualidade em formação, através da intuição e faculdades psíquicas e místicas)".

Com muita amizade Abrame.

Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Dezembro 01, 2011, 16:38:48 pm
Companheiros do Caminho
Junto vos envio mais um dos nossos pensamentos.

Jesus a nossa referência Ocidental.

"Jesus é o Mestre dos mestres, o médium de Deus, o sábio do espírito, a quem devemos amar cheios de gratidão, ao sentirmos em nós a sua grande alma, ao prontificar-se a vir a um mundo de selvajaria, de desamor, de ódio, de traição, de pavor, de escravatura e, por isso mesmo, de intenso sofrimento pelo atraso evolutivo dos seres que nele habitam, para indicar à humanidade, aos seus irmãos, a ciência do espírito que encaminha o Homem pela estrada certa, difícil de percorrer mas que vai dar certinha à casa divina que é a verdadeira morada do Homem".
 
Com muita amizade Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Dezembro 10, 2011, 12:43:27 pm
Companheiros do caminho
Mais um pensamento para base de meditação

"Entendemos por vida: a verdadeira, a infinita, aquela que a alma veio ultrapassando na morte e nos renascimentos nos mundos da forma e em outras dimensões, para além da Terra e de transcendência infinita".

 Com muita amizade do vosso amigo Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Janeiro 13, 2012, 17:52:13 pm
Companheiros do Caminho
Junto mais um outro pensamento, um pouco mais extenso, mas não tive outro remédio para vossa opinião.


“AS DÚVIDAS”
 
Benditas sejam as dúvidas, pois o processo evolutivo tem por base - para todo aquele que quer compreender a existência de si mesmo e de todos os seres creados - "a dúvida" e só adquirirá este conhecimento pela análise de tudo quanto o rodeia através da observação, questionando-se e interrogando-se: "Porquê"?

Devemos por isso esforçar-nos por entender estudando, meditando, funcionando como observadores num estado mental neutral. 
 
Esta é a razão porque a creação funciona em dualidade, para que possam haver meios de comparação que não passam de situações complementares com aspecto positivo e negativo.

Todos nós já passámos por diversos tipos de sofrimentos e dores e, por desconhecimento das Leis que regem a EVOLUÇÃO, ficamos atónitos e cheios de dúvidas sobre a real compreensão da razão de ser da Vida. No entanto, tudo se encontra correctamente creado, nada acontece por acaso pois tudo tem uma razão de ser.
 
As dúvidas transformam-se no objecto das nossas meditações que, pela observação, nos levam ao seu conhecimento integral, positivo e negativo, fornecido por aquela fonte inesgotável que tem a sua nascente no mais íntimo do nosso ser real, cientificando-nos do correcto e do incorrecto. 

Não agir extemporaneamente é um pormenor que demonstra que já alijámos de nós o instinto animal no agir, reagir e interagir, pelo que devemos educar-nos, pro-agindo, oferecendo sempre a outra face, ou seja, a nossa acção ou reacção positiva que é a outra face da moeda.   

É importante saber que os mundos da forma são estabelecimentos de ensino de diversos escalões ascendentes do conhecimento, pelo que nos iremos posicionando conforme o escalão de evolução atingido.
 
O problema reside na compreensão de como a creação se desenvolve evolutivamente, sintonizada com a capacidade de consciência alcançada gradualmente por cada Ser.

Acreditamos que ninguém sobe ao escalão seguinte sem ter adquirido as condições desse escalão, pois somos seres em evolução que atravessámos milénios de experienciação vivida desde a inconsciência à consciência, e nos preparamos para alcançar, quando isso for possível, a super consciência que nos levará gradualmente à supra consciência ao atingirmos a Consciência do Todo.

O segredo está em sabermos aceitar tudo aquilo que se nos depara nas nossas vidas nos mundos de aprendizagem pois, bem compreendido, tudo se encontra disposto para ser tomado como lição a consciencializar tomando como certa esta assertiva: "Só Vivendo se Sabe".

Por isso, na interacção com os outros seres, devemos tentar compreender o nosso semelhante, o estado evolutivo em que se encontra e perceber que ele só nos pode dar aquilo que tem e nada mais, pois é dessa compreensão que nasce em nós a tolerância e o amor fraternal.

Compreendendo o desenrolar da Creação nasce em nós a aceitação do nosso próprio sofrimento e dor, por sabermos que aquilo que nos acontece foi tecido por nós próprios, e o entendimento de que ao vivenciarmos esses sofrimentos estamos a ser cientificados das nossas negatividades que desconhecíamos como tal, dando-lhe outro significado.

No nosso dia-a-dia deveremos fazer o possível por praticar as leis de Deus, que mais não são do que a Doutrina que Jesus trouxe ao mundo porque "todo aquele que pratica, saberá".

Disse Jesus: "Se alguém está disposto a fazer a vontade dele (DEUS), é capaz de ajuizar se a Doutrina procede de Deus, ou se eu falo por minha conta" Jo 7,17. 

Deste modo, na nossa interacção com os nossos semelhantes, somos levados à compreensão dos seus estados evolutivos, dando-nos uma outra visão, mais correcta, que nos faz consciencializar da existência dos sentimentos de compaixão ou de regozijo fraterno que se acham potencialmente em nós e que, por esse meio, vieram à luz no processo evolutivo da nossa alma.
   
Podemos ficar certos de que não estamos sós nesta caminhada ascensional, visto que a evolução da creação se resolve em si mesma e em pleno intercâmbio global.

Acreditamos que no deserto das nossas dúvidas, debaixo do calor abrasador do sol do nosso interior, iremos encontrando pequenos oásis que, a pouco e pouco, vão saciando a sede e amenizando o fogo intenso da nossa alma até que a plenitude amena da certeza aureolada pela verdade nos liberte da opressão incansável do esforço dispendido por termos chegado à realidade daquilo que somos.

Tudo tende para a unidade - Padrão cósmico. Dúvidas são como riachos que se transformam em afluentes correndo para os rios e avolumando os seus caudais que, oportunamente, desaguam no Oceano incomensurável da Consciência Cósmica.   

Seres superiores em grau evolutivo nos acompanham por amor, intuindo-nos fraternalmente nesta caminhada cósmica que é a epopeia Cósmica do Ser Humano e que tem como resultado o "Filho do Homem" que mais não é do que aquilo a que Jesus chamou na conversa com o bondoso doutor da lei Judaica, Nicodemos, “O NASCER DE NOVO”. 

Benditas sejam as "Dúvidas" para quem procura a "Verdade".
                                                                                               
   23-11-2005                   Abrame
Do vosso amigo Abrame
Título: Pensamentos
Enviado por: kunti em Janeiro 18, 2012, 09:19:00 am
   


       Texto  para reflexão......

      Vingança inútil

Se você partir para a vingança ao ser prejudicado,
Como isso pode reverter o dano provocado?
Do mesmo modo, a vingança é inútil para esta vida,
E contraprodutiva em relação à próxima.
Agora vamos falar mais de coisas genéricas, como as falhas de não ter paciência.
 Se alguém te prejudicou e você deseja se vingar dessa pessoa,
isso fará você voltar ao estado inicial,  antes do dano provocado?
Em outras palavras, isso resolverá o verdadeiro problema?
No quarto verso, as primeiras duas linhas perguntam isso,
e a resposta dada nas próximas duas linhas diz que não.

É por isso que não é necessário se vingar e perder a paciência nesta vida, j
á que é algo que vai produzir efeitos ruins em vidas futuras.
Como diz Aryadeva, “se alguém te critica, você deve verificar se o que foi dito é verdade ou não.
Se for verdade, então você não deve ficar raivoso ou impaciente, porque é verdade.
Se não for verdade, de novo não deve ficar raivoso ou impaciente, porque não é verdade”.

 Dzongsar Khyentse Rinpoche, ensinando o Madhyamakavatara,
 de Chandrakirti, em “Introduction to The Middle Way”
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Janeiro 19, 2012, 11:07:55 am
Companheiros do Caminho

Embora um pouco extenso envio mais um pensamento que define como entendemos a existência da Alma e do
Espírito em termos distintos.

 A  ALMA  E O ESPÍRITO
              E
NÃO SOMOS DEUS!

Pensamos que somos uma manifestação de Deus creados à sua imagem e semelhança, simples e ignorantes porque “Tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao Centro em estado Sublimado”.
"Padrão cósmico", porque assim acontece com tudo que foi creado.
Ou seja, dito de outra forma: “Tudo é creado em estado primário e tudo volta ao Creador em estado sublimado. Porque Deus nos creou até certo estado, deixando ao Homem a responsabilidade e a glória de se acabar de crear”.
Por isso a designação de “Filho do Homem” depois de “Filho de Deus”.
Deus é Espírito – disse-nos Jesus: “Deus é espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e verdade” (Jo 4, 24).
O Espírito é imutável.
Não tem transformação.
Não tem necessidades.
Não tem doenças.
Não sofre.
Ele é vida, consciência, amor, inteligência, criatividade, existência.
Pode tomar a forma que quiser e servir-se da ubiquidade.
Porque ele é essência, a natureza e a identidade Divina.
Analógica e metaforicamente pensamos que Deus é como uma nascente de água pura constantemente a derramar Vida que se manifesta naquilo a que chamamos Alma – simples e ignorante – bem como em todos os planos de vida anteriores ao hominal que funcionam em termos determinísticos, actuando a alma nos diversos planos chamados inferiores em estado de mônada.
No caso da alma no plano hominal ela se individualizará e constituirá a individualidade do Homem – possuindo, no seu mais íntimo, a essência Divina de onde emanou.
A alma é uma emanação do Espírito Divino. Devido à sua natureza semi-espiritual, semi-material, sofre das doenças e dores que o próprio corpo adquire como efeito das causas que criou ao longo das suas diversas vidas de aprendizagem nos diversos planos da forma.
Porque se promiscuiu com todas as solicitações que a matéria lhe exigiu e ainda porque só “Vivendo se Sabe” (Lei de Causa e Efeito).   
O Reino de Deus está entre vós, disse Jesus em Lucas 17, 20-21. Fora e dentro do Homem está o Creador. Em Essência – Espírito.
Paulo de Tarso confirma-nos: “Não sabeis que vós sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?” (1Cor 3, 16).
Enquanto a alma percorrer os Mundos da forma em processo evolutivo o Homem é uma “Alma Vivente”.
Por isso a alma é como um corpo semi-espiritual, semi-material – a que podemos chamar de "Causal" por ser objecto de evolução, à qual foi atribuída a inteligência e o livre-arbítrio – que possui a espiritualidade “essencial” e a materialidade que lhe fornece o corpo duplo etérico, trazido ao nosso conhecimento através de Hermes Trimegisto por já ser reconhecido na iniciação Egípcia e cuja construção começa quando a alma, na sua involução, deixa as fases da área da luz e começa a penetrar na área da energia.
É importante realçar que Allan Kardec designa "Alma" quando o Homem se encontra reencarnado. Pouco faltou para se perceber que alma e espírito são distintos, no entanto muito semelhantes e íntimos.   
No corpo etérico estão sitiados os centros de força que correspondem aos mesmos locais do corpo físico denso e que governam energeticamente as suas respectivas áreas corporais.
Não só na dimensão terrena o corpo material possui um duplo etérico. Nos diversos planos astrais a alma tem um corpo astral que também é constituído de matéria mas mais subtil, em consonância com a frequência vibratória do respectivo plano astral de afinidade, recebendo  também um corpo etérico afim que se forma e se implanta quando a alma atinge espiritualmente qualquer dos diversos planos, desde o terreno aos astrais, pois todos eles são estágios da Lei da Evolução.
No términos de qualquer período de vida, em qualquer plano, o duplo etérico dilui-se energeticamente voltando a ser formado no seguinte.
Os Planos Astrais são planos de preparação e planeamento de novas vidas reencarnatórias onde o Ser toma conhecimento do seu estado evolutivo. Visionando o passado, continuando o seu trajecto de vida, define-se e revê-se.
Transcrevemos o que o apóstolo Tiago disse no evangelho apócrifo: "porque o (pai) conhece a vontade deles (dos homens) e justamente com isso aquilo que a carne necessita, já não é ela que a deseja (a alma). Efectivamente, sem a alma o corpo não peca, da mesma maneira que a alma não se salva sem o espírito.
Mas se a alma se salva sem o mal e se salva também o espírito, o corpo torna-se sem pecado, já que é o espírito que vivifica a alma. O corpo, pelo contrário, é o que a mata; ou seja, que ela mesma é que se mata."
É sabido que, em particular, Jesus explicava aos seus discípulos o que esotericamente tinha palestrado às multidões, e este relato de Tiago nada mais é do que Jesus lhes tinha ensinado.
Por isso Jesus clama pela sua glória como tinha no princípio – inocência, simplicidade e ignorância do que fosse o mal ou de qualquer outra coisa que fosse perturbadora, tinha em si a felicidade pura – quando ainda se encontrava nos planos da Luz.
Sendo o ser Humano um feixe de sentimentos creado pelo Deus de Amor sujeito ao trajecto evolutivo pela sua ignorância, não faz sentido que atinja a culminância da evolução hominal para se diluir ou extinguir, sendo nada.
Evoluir seres para quê? Não esqueçamos que Deus é inteligência, espírito.
A alma alcança o seu apogeu na culminância da evolução hominal tendo adquirido todos os atributos do Espírito Divino, ligado conscientemente à Consciência Absoluta, jamais perdendo a sua identidade, pelo que nesse estado evolutivo poderá dizer como Jesus, “Eu e o Pai Somos UM” (Jo 10,30) mas “o Pai é maior do que eu” (Jo 14,28).
           14- 09- 1960 - Revisto e actualizado                  Abrame
Um abraço do vosso companheiro Abrame   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 17, 2012, 20:02:09 pm
Companheiros do Caminho
Hoje trago-vos com muito carinho algo que já tinha tomado notas há muito, mas que sintetisei nesta mensagem para vossa apreciação.

UMA OUTRA ANÁLISE
Em determinada altura da nossa vida aconselharam-nos que tomássemos sempre como ponto de referência, em termos de vivência interior, o que abaixo descrevemos, não havendo qualquer intuito de ensinarmos seja o que for a ninguém, mas apenas de partilhar o que aconteceu connosco. 

*Muito, só se pode dizer a poucos.
*Pouco, pode dizer-se a muitos.

No alvorecer de uma manhã acordámos com a nossa mente envolvida no desejo de dizer pouco para que muitos possam ouvir ou ver lendo, e assim, passamos a desenvolver por escrito aquilo que fervilhava naturalmente através do nosso pensamento.

Jesus na sua missão evangelizadora servia-se das formas materiais para explicar as verdades espirituais, porque eram aquelas que os homens conheciam. Ele aproveitava todas as oportunidades para ensinar os seus discípulos, quer nas viagens que faziam, quer depois das palestras às multidões. 

Quem pretender compreendê-lo é preciso que já tenha, pois quem tem pouco o pouco que tem pode não chegar para alcançar a essência profunda do ensinamento. Logo,  pensamos que devemos estudar, meditar e sobretudo, lermos tudo o que vier ao nosso alcance, porque a compreensão não vem por acaso, mas é importante que tenhamos o discernimento de só ficar com o que a nossa intuição acha que é Bom. 
 
Só se tem quando a compreensão do ensinamento se interiorizou na nossa consciência. E isso requer esforço, determinação, vontade e renúncia para virmos a saber porque existimos, de onde viemos e para onde vamos.

Apesar do que acima se aconselha adiantamos, no nosso entender, que Jesus embora se servisse de termos materiais para fazer as suas explicações, raramente se dirigia à matéria de que se servia através da palavra, porque passámos a compreender que o seu objetivo ia na direção do Ser real. 

Embora só tenhamos tido conhecimento do Evangelho de Tomé muitos anos mais tarde, extraímos daí os dizeres de Jesus por considerarmos que não teria sido afetado por transcrições ao longo dos séculos, visto se encontrar enterrado ainda no tempo da ocupação Romana em Israel.
   
*Disse Jesus: Conhece o que está ante os teus olhos - e o que te é oculto te será revelado; porque nada é oculto que não seja manifestado.

Atendendo a tudo que nos rodeia e percebendo a razão de ser das coisas, pelo estudo e pela observação constante e atenta, obtemos conhecimento daquilo que funciona à nossa volta e percebemos o que na verdade está oculto dentro da nossa relatividade. Se formos perseverantes, mais tarde ou mais cedo a intuição se manifesta e a compreensão - que vem de dentro - se manifestará com naturalidade.
Que se manifesta? A essência Divina que se encontra dentro de nós e a que demos o nome de intuição espiritual e os homens designaram por Espírito Santo: "DEUS".

*Disse Jesus: Porque lavais o exterior do recipiente? Não sabeis que o mesmo que creou o interior creou também o exterior?

O recipiente é o corpo material finito porque o vemos nascer, desenvolver e morrer. Se lavamos o exterior porque não lavamos o imortal, que somos nós próprios em realidade, das sujidades negativas que o escondem? E assim nos dá uma seta para meditarmos e descobrirmos por nós próprios o que se encontra em realidade subjacente à simples constatação superficial.
Então Jesus nos diz aquilo que acabais de ouvir ou ler servindo-se de exemplos externos que são os que estão ao nosso alcance para percebermos, e só percebemos se já temos. É a indicação Crística do caminho a seguir - lavando da nossa alma todas as impurezas negativas. Simbolicamente João Batista deitava água sobre quem se arrependia das suas negatividades e encetava um novo caminho de transformação, rumo à pureza da alma. Que simples forma de nos encontrarmos connosco!
 
*Disseram-lhe eles (Os apóstolos): Dizei-nos quem és tu, para que tenhamos fé em ti.
Respondeu-lhes ele: Vós examinais o aspeto do céu e da terra e não conheceis aquele que está diante de vós. Não sabeis dar valor ao tempo presente.

Os apóstolos ainda se encontravam cegos. Ainda não sabiam que estavam em presença de um Mestre, essencialmente senhor da ciência do Espírito e que, embora fonte de todo o esforço de ensinamento oportuno e acompanhando-o eles para toda a parte, vivendo com Ele e ouvindo as suas explicações ainda não tinham alcançado a possibilidade de se libertarem da sua própria ignorância.

Disse Jesus: Nada há fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. (Mc: 7.15).

Também aqui, como sempre, Jesus se dirige à elevação evolutiva da alma e não àquilo que logo se supõe, porque é materialmente evidente que se comermos alimento contaminado estamos sujeitos a uma qualquer  doença.
Jesus dirigia-se à operacionalidade da Lei de Causa e Efeito, pois tudo quanto do homem sai, volta, e em abundância, quer seja negativo ou positivo. O homem, através dos seus pensamentos e ações, emite vibrações que ficam sujeitas à qualidade emitida, porque de imediato produz uma reação que se transforma em interação. E o homem, recebendo do retorno os efeitos das Causas que trazem sofrimento ou felicidade ao Ser no seu trajeto evolutivo - para experiência vivida porque só vivendo se sabe - demonstra que é o homem pura e simplesmente o seu causador.   

*Mostraram a Jesus um pedaço de ouro e disseram: Os agentes de César exigem de nós o pagamento do imposto. Respondeu-lhes Jesus: Dai a César o que é de César, e dai a Deus o que é de Deus - e dai a mim o que é meu.

Como vós já sabeis o Satã é o Ego do Homem enquanto possuidor e orientador das leis preconceituosas que o homem criou no mundo.
O Cristo é o símbolo das leis Divinas. Não tem conotação com qualquer outra coisa, é a mensagem Divina através do mensageiro - Jesus. Quando o homem vive de acordo com essas leis cristifica-se porque elas já são suas, devidamente interiorizadas em consciência.
O homem que se realiza espiritualmente fica centrado com Deus e dele é a inefável presença Divina e dirá Eu e o Pai somos Um, porque o Centro Absoluto é o mesmo . E reparemos na última frase "e dai a mim o que é meu". O que era d'Ele era a presença Divina e por isso nos diz "Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida".

 *Disse Jesus: O Reino é semelhante a uma mulher que levava por um longo caminho uma vasilha cheia de farinha. Pelo caminho, uma alça da vasilha quebrou e a farinha se espalhou atrás dela sem que ela o percebesse; e por isso não se afligiu. Chegou a casa, ela colocou a vasilha no chão - e achou-a vazia.

As pessoas ouvem palestras, mensagens espirituais e assistem e participam em eventos religiosos e vêm de lá com consolos exteriores porque não perceberam ou ouviram o subjacente que elucida a essência do conhecimento, porque funciona apenas o intelecto acionado pela mente em emoção. Saem de lá muitas vezes com a alma elevada com o que intelectualmente  lhes foi dito e acharam que foi tudo muito bonito e bem apresentado. Por isso, depois, na envolvência dos problemas do mundo tudo se desvanece, porque não foi absorvido conscientemente, espiritualizado e interiorizado, e ficaram apenas com a aparência exterior, a vasilha vazia sem darem por isso.

*Disse Jesus: O Reino do pai é semelhante a um homem que quis matar um poderoso. Em sua casa desembainhou a espada e a enterrou na parede para certificar-se de que a sua mão era assaz forte. Depois foi matar o poderoso.

Quando o homem se apercebe da razão de ser da vida e descobre o seu inimigo poderoso - O EGO - ao serviço da sua mente a abarrotar de conceitos mundanos deseja liquidá-lo. Em presença disso concentra-se na batalha que tem que travar e delineia a estratégia a empregar e verifica conscientemente o modo como o fazer. A perseverança na luta, cheio de audácia e vontade de vencer - aceitando o sofrimento e a renúncia a tudo do exterior - leva-o a concluir o desfecho, do qual sairá vitorioso. Só que, ao julgar que extinguiu o inimigo, fica pasmado e ao mesmo tempo maravilhado porque ele lhe aparece de uma forma completamente luminosa e pura, porque ele é o seu centro que coincide com o Centro Absoluto. Deus é o maior Egocentro em termos Absolutos, porque está permanentemente atraindo tudo quanto creou através do Amor Incondicional.
   
*Seus discípulos lhe disseram. Teus irmãos e tua mãe estão lá fora. Respondeu-lhes Jesus: Os que, nesses lugares, fazem a vontade de meu Pai são meus irmãos e minha mãe, e são eles que entrarão no Reino de meu Pai.

Enquanto o homem não se encontra realizado, as negatividades que o nosso Ego possui são consideradas como a nossa família, pelo apego que lhes dedicamos - atribuindo moral a ações e pensamentos iníquos sem dar por isso - e daí a dificuldade que temos de os abandonar e de nos transformarmos. Por conseguinte como Jesus já era Um com Deus a sua família era a dos Filhos de Deus. Não é que Jesus não amasse o seu pai, mãe e irmãos, até porque do alto da cruz, voltando-se para a mãe e para o discípulo João, disse: "Mulher, eis aí o teu filho" e para João "eis aí tua mãe" como que a dizer: "protege-a porque eu vou sair deste mundo". (Jo 19: 26, 27).   

*Disse Jesus: Eu lancei fogo sobre a terra - e eis que o vigio até que arda.

Qualquer profano que leia esta frase fica completamente confuso: Então Jesus deitou fogo à terra dispondo-se a que ela arda sem pensar no sofrimento que iria martirizar tantas creaturas?
Jesus está num outro plano de consciência e sabedoria e jamais faria uma atrocidade dessas.
Assim como o ar representa o meio onde todas as ações e realizações humanas têm seu início no mundo das ideias - é símbolo da Mente.
Assim como a água está relacionada às emoções do inconsciente que desenvolve os nossos ideais dirigindo o nosso processo espiritual construtivo, ativando a Fé - é Símbolo da Alma.
Assim o Fogo representa a vontade, a mudança, a purificação, a energia da atividade - é símbolo do Espírito.
Ele veio trazer à terra a ciência do Espírito Divino, de onde tudo proveio, do qual nós só tomamos consciência através da luta contra as negatividades de que se encontra envolvido o nosso Ego. Para isso é necessário determinação, e deixar ativar o fogo da luta da nossa alma que anseia por chegar ao conhecimento de si mesma entrando no tal Reino de Deus cheia de alegria e Perfeição. Esse é o segredo evolutivo da alma, a sua realização e, por via disso, haverá desajustes entre pais, mães, filhos, irmãos e amigos que interagem connosco, devido aos conceitos diferenciados entre eles, conforme o estado evolutivo de cada um a que se refere Jesus em outro local. Nessa altura o Fogo da vida infinita foi ateado à alma e arderá intensamente e ela despontará em intensa luminosidade que os olhos profanos não conseguirão sequer vislumbrar.

Neste pouco, abre-se em nós uma nova forma de perceber os paradoxos que encontramos pelo Caminho, cada um dentro da sua forma interior de compreensão.   
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 28, 2012, 15:03:07 pm
Companheiros do Caminho.
Em prosseguimento da mensagem anterior vos envio mais uma outra interpretação nossa, de um dito de Jesus, para vossa apreciação.

EM UMA OUTRA ANÁLISE DE INTERPRETAÇÃO 1

Por consequência do Jovem Rico, Disse Jesus: E outra vez vos digo (aos discípulos) que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?
E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. (Mt: 19- 24,25,26).

Este tema tem servido de muita especulação e variadíssimas interpretações. No entanto, seguindo o nosso esquema espiritual de aprofundamento e salvo melhor interpretação, que respeitamos, pensamos que Jesus utilizou estas palavras radicais transformando-as num aforismo para precisar vincadamente a dificuldade que os homens têm em se desfazer dos seus bens terrenos, visto sabermos que os move o instinto de conservação e, nada ter, representa nada possuir para seu sustento e comodidade na vida da forma, a par de muitos outros conceitos e preceitos que o próprio homem criou.
Também não desconhecemos que o corpo do camelo não é o camelo, é alma em evolução no plano animal e que em sua essência espiritual passará com facilidade por qualquer fundo de agulha.
Quanto à salvação do homem, Jesus falou-nos do Espírito Santo que nada mais é do que a essência Divina que está dentro de nós e que funciona através da intuição como ajudador, ensinando, dando testemunho, evidenciando, guiando, falando, ouvindo e recebendo. Esforce-se o  homem com o seu melhor, porque ninguém deixará de realizar-se, porque aquilo que o homem não conseguir fazer Deus o ajudará a chegar à culminância da sua evolução. Deus é Amor.
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 13, 2012, 19:16:19 pm
PARÁBOLA DA SEMENTE
«Disse Jesus: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse  semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele  como. Porque a  terra por si mesma  frutifica; primeiro, a erva, depois a espiga, e, por último o grão grado na espiga. E quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa.» (Marcos 4:26-29).

Tudo começa de qualquer uma semente devidamente especificada em toda a sua performance, seja de que natureza for.
Por impossibilidade de compreendermos o princípio do princípio de tudo o que foi creado, no estado evolutivo em que nos encontramos, atribuímos esse facto a Deus, o Ser increado sem princípio nem fim. E, sentimos no silêncio do nosso interior que aquilo que o nosso entendimento consegue alcançar é que tudo partiu de um ponto infinitesimal potenciado por elementos altamente energéticos, visíveis ou invisíveis aos nossos órgãos sensoriais, elementos que a ciência externa foi identificando e catalogando e que,  baseados no princípio inteligente de que a Doutrina Espírita nos esclarece, se desenvolvem de forma cada vez mais densa e atuante na sua interação, atingindo formas complexas e perfeitas.
Mas o que Jesus nos veio dizer é que nós somos Seres em evolução e somos os construtores da nossa consciência cósmica, a partir daquele ponto proveniente do Creador em fase de simplicidade e de ignorância pelo aparente adormecimento gestativo.
E assim se verifica através das Leis Divinas que toda a creação,  na sua interação, está disposta de forma a servir-nos em face da sua inteligente substância material e espiritual.
Assim fomos creados pela semente Divina evoluindo por ciclos de evolução. Primeiro pela semente que potencialmente já tudo continha, depois paulatinamente pelo seu desenvolvimento que, vivendo, nos levou a tomar consciência pela experiência de sucessivas vidas em mundos da forma, tornando-nos criativos e empreendedores pela génese do Espírito Divino,  servindo-nos da inteligência e do livre arbítrio que o Creador nos deu.
Lutando o homem pela sua subsistência, tentando perceber a razão de ser da vida com tenacidade e empenho, estudando e aprofundando tudo que a vida nos proporciona em termos de emoções causais que emanam dor e sofrimento, aprendendo ainda com os mais adiantados em missão de esclarecimento que vieram ao mundo como exemplo da emancipação da alma humana do seu estado escravo - pelo desejo do possuir, do orgulho e demais preceitos e preconceitos criados pelo homem - e ainda por aqueles que neste mundo vão partilhando com os demais as suas experiências e exemplos de vida sana, o levam a acordar finalmente no seio de Deus com o seu edifício espiritual construído sobre a rocha imperecível.
E chega assim o momento da hora da partida para as dimensões perfeitas do chamado Reino de Deus, onde Somos Um com Deus, por temos sido ceifados dos Mundos de Provação.
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 17, 2012, 18:34:36 pm
Companheiros do Caminho
Mais alguma coisa sobre ditos de Jesus, com o intuito de levantar temas que outros podem completar nas suas inquirições aumentando com o seu entendimento aquilo que não foi dito, sabendo que devemos tentar perceber o objectivo profundo dos ensinamentos de nosso Mestre.

PROPOSTA DE PEDRO A JESUS SOBRE MARIA

Simão Pedro disse: «Seja Maria afastada de nós, porque as mulheres não são dignas da vida. Respondeu Jesus: Eis que eu a atrairei, para que ela se torne homem, de modo que também ela venha a ser um espírito vivente, semelhante a vós homens. Porque toda a mulher que se fizer homem entrará no Reino dos céus».(Tomé 114).

A interpretação que seres profanos poderiam fazer desta passagem do evangelho de Tomé é que as mulheres não tinham alma e sendo a alma a própria vida em evolução, só os homens teriam o privilégio da vida imortal, o que levaria os homens ao orgulho desse estatuto e as mulheres ao ódio da sua condição. Duas importantes inferioridades.

Esta foi uma pergunta machista registada pela ignorância de Pedro, que compreendemos, mas que também  menospreza a inteligência do Creador e da sua natureza porquanto Ele, sendo Espírito puro como nos esclarece Jesus, é Amor Absoluto.

Em Jo: 4, 24 está escrito o seguinte: «Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade».

Para além disso, os Judeus, durante os eventos religiosos nas sinagogas, isolavam as mulheres em recinto separado dos homens, o que determina que na realidade o Judaísmo, como religião, considere as mulheres indignas da vida pelo que as crianças, desde pequeninas, foram educadas no seio dessa crença.

Estas e outras conceções foram, ao longo de milénios, arquivadas nas mentes dos seres humanos, de modo arbitrário e diversificadamente pelos diferentes povos existentes no planeta Terra e passaram a ser preceitos estabelecidos como verdades absolutas.

A resposta de Jesus a Pedro foi uma resposta de princípio para aliviar a complexidade da explicação exata naquele momento e que certamente seria muito difícil ser compreendida devido à crença religiosa arreigada profundamente no Ego de Pedro.

Maria foi discípula de Jesus constituída da melhor cepa pois tinha apreendido bem os ensinamentos do seu Mestre e, por ser mulher, era para Pedro naquela altura motivo de desagrado.

Deus fez do um dois e o homem, para se realizar, terá que fazer do dois um.

No versículo 106 do evangelho de Tomé está escrito - «Disse Jesus: Se de dois fizerdes um, então vos fareis Filhos do Homem. E então, se disserdes a este monte "retira-te daqui" - ele se retirará».

Também aqui há que entender que o monte não é aquilo que conhecemos mas o EGO com todas as suas inferioridades.

Todos nós sabemos que homens e mulheres são seres de almas viventes, com igual projeto evolutivo, que vêm reencarnando nos mundos da forma apenas diferindo na constituição física, pois a alma não tem sexo, o corpo somático é  que o possui para dar lugar à continuidade corporal.

Deste modo, tanto homens como mulheres têm como objetivo que as suas almas atinjam a Perfeição e a Sabedoria, saindo da vida na morte e entrando na vida sem morte porque é infinita. É a razão por que existe a Lei da Reencarnação, consequência da Lei de Causa e Efeito, que abre as portas do céu, fornecendo oportunidades sobre oportunidades às almas em ascensão. 

Tanto as almas dos homens como as das mulheres experienciam toda a Creação, pois se numa vida foram mulheres noutra foram homens, porque a alma, não tendo sexo, não é o sexo que a define mas coopera na ascensão humana.     
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 19, 2012, 17:58:34 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto com o intuito do estudo alargado dos ensinamentos de Jesus, referentemente ao entendimento relativo de cada Ser.

AS TENTAÇÕES DE JESUS NO DESERTO

 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviram.(Mt 4, 1-11).

Naquele tempo e naquelas paragens do oriente, era usual que os seres que procuravam Deus no mais íntimo da sua alma se retirassem para o deserto ou montanhas para alcançarem o silêncio através da meditação o que, como é sabido, Jesus fazia. 
Quando a nossa mente ou alguém quer que façamos algo que a nossa consciência não permite, popular e resumidamente se costuma dizer "Vade Retro Satanás, não tentes o Senhor teu Deus".   
Há dois mil anos, quando Jesus reencarnou no planeta Terra em missão evangelizadora já era uma alma evoluidíssima e, por isso, se prontificou a vir a um mundo ainda em atraso evolutivo em missão de esclarecimento.
Pensamos que Jesus apareceu neste mundo como um homem que era, creado por Deus como qualquer outro homem, mas possuidor de uma elevada sabedoria e perfeição, porque filhos de Deus somos todos nós e, deste modo, veio ao serviço de seus irmãos por opção própria e, porque não?, responsável espiritual do processo evolutivo desta humanidade.
No budismo existem os Bodhisattvas, que atingiram o nirvana mas optam por se dedicarem à missão de ajuda a seus irmãos em evolução, renunciando ao prazer de viver no chamado Reino de Deus. Não custa  acreditar que tal é possível, visto seres que ainda se encontram neste mundo sentirem e dizerem que esse é o seu desejo.
Reencarnado neste mundo e envolvido pelo ambiente negativo que ele produz, não admira que se visse confrontado com a sua própria personalidade e, como teste, enfrentou o seu Ego; física, mental e emocionalmente.
Não foi por mero acaso que Jesus disse aos apóstolos: Tenho-vos dito isto, para que em mim, tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jo: 16, 33).
Hoje em dia ninguém sensato admite a existência do chamado Satanás, assim designado pelos Judeus, mas sim a envolvência do Ego humano de cuja mente obtém a acumulação mental de crenças que o homem ao longo de milénios lá foi introduzindo através de inúmeros pensamentos, e que ele - O EGO - muito bem domina no exercício do seu poder personal. Aliás pensamos que é inaceitável que o Ser Absoluto possa ter qualquer opositor visto que não há evolução sem resistência, mas essa resistência é exercida pelas negatividades do próprio homem que a Lei de Causa e Efeito muito bem administra para bem dele.
Abrame   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Outubro 26, 2012, 17:24:04 pm
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação expomos mais alguma coisa com a Parábola da Figueira Estéril, onde haverá sempre muito mais a dizer. É uma questão de estudo e aprofundamento em nossos estados de meditação. Sabemos no entanto que é algo de muito proveitoso e gratificante os entendimenteos a que podemos chegar. Um abraço.

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL
“Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome; e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?” (Mt 21:18-20).

"Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará, e, se não, depois a mandarás cortar" ( Lc 13:6 -9).

"E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais como alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto". (Mc 11: 13-14).

Colocámos propositadamente os escritos sobre este assunto segundo aquilo que cada evangelho afirma ter sido dito por Jesus e, como se constata, há diferenças de contexto entre eles que carecem de que sejam resumidas num só contexto sintetizado tendo em vista, dentro do nosso entendimento, a orientação de base que Jesus sempre imprimia para obter o sentido espiritual real em todos os seus esclarecimentos.
   
Era seu costume aproveitar todas as situações para esclarecer os seus apóstolos e, como é óbvio, cada um retinha as suas palavras de seu modo próprio, que faz lembrar o célebre provérbio "Quem conta um conto acrescenta-lhe sempre um ponto" .
RESUMO:
(1º) Iam Jesus e os apóstolos por uma estrada e avistaram uma figueira à borda do caminho e, como sentiam fome, dela se aproximaram para verem se haviam figos (2º) e verificaram que a figueira apenas tinha folhas  e (3º) não era tempo de figos. (4º) Figuradamente o dono da vinha disse ao vinhateiro: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; (5º) corta-a; (6º) por que ocupa ainda a terra inutilmente? (7º) E respondendo o vinhateiro disse-lhe Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará, e, se não, depois a mandarás cortar.
Este tema tem produzido muita polémica a variada ordem de entendidos,  quer dos que possuem religiosidade, quer dos céticos porque parece um disparate. Mas respeitemos a opinião de cada ser, pois é por isso que vimos aos mundos da forma e nós estamos dispostos a retificar tudo se verificarmos, no nosso interior, que estamos errados, pois só nos interessa alcançar a verdade. 
Vamos então tentar explicar o que Jesus queria transmitir, apenas dentro da nossa forma de o entender, passando das palavras ditas sobre algo material para o nosso entendimento espiritual.
Como é conhecido Jesus e os apóstolos percorriam toda a área da Palestina e limítrofes, onde Jesus ia pregando às multidões os seus ensinamentos no cumprimento da sua missão evangelizadora.
Aconteceu que, em determinado local, encontrarem uma figueira que só tinha folhas. Suponhamos que a figueira representa um ser humano e as folhas a ignorância do espiritual, pelo que a sua mente está cheia de negatividades pela envolvência dos mundos da forma que levam o homem a criar preceitos e preconceitos à existência de interação entre a humanidade.
E assim verificaram que não havia figos e até não poderia haver  porque não era tempo de os dar. Mas espiritualmente aproveitada a situação, Jesus revela ao homem que está neste mundo da forma para produzir a sua elevação no sentido de se tornar sábio e perfeito como Deus é nos céus.
Como tinham fome foi grande a sua deceção. E, figurativamente o dono da vinha disse ao vinhateiro que já por ali tinha passado três vezes e aquela figueira nunca tinha figos, e por isso a ordem de a cortar pois estava a ocupar espaço inutilmente, ou seja, que o homem deveria voltar ao plano astral e preparar uma nova reencarnação dentro de um plano propício a ultrapassar a sua falta de empenho em avançar na sua ascensão espiritual, que é o que acontece naturalmente com a Lei da Reencarnação.
É muito interessante verificarmos que o vinhateiro pede ao dono da vinha  que dê à figueira a oportunidade de produzir figos, pois ele se propõe a escavá-la e a introduzir fertilizante permitindo, deste modo, a oportunidade e a ação esclarecedora da essência Divina no interior do homem. É o que acontece com a nossa evolução. Deus, que é a "Inteligência Absoluta" introduziu na creação diversas Leis que secundam a Lei da Evolução, como a Lei de Causa e Efeito, da Reencarnação de Afinidade ou de Atração, de Ação, de Reação, de Interação, numa admirável globalização da atuação do Todo, que nos leva a concluir "Que tudo está em Tudo e Tudo influência Tudo".
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Novembro 30, 2012, 17:54:33 pm
Companheiros do Caminho
Hoje coloco para vossa apreciação mais umas dissertações sobre a Parábola da Ovelha Perdida, com que Jesus presentiou a Humanidade, para vossa apreciação.

A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
«Que homem entre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não  vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a , a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo; e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai- -vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento».(Lc 15,4-7).

Nesta explicação, Jesus coloca o pastor como sendo Deus e as ovelhas como sendo a humanidade. O Pastor ama as suas ovelhas e protege-as através das Leis que regem o trajeto evolutivo, porque por muito que uma ovelha se tresmalhe jamais deixará de ser encontrada.

Quando a alma humana se perde nas negatividades dos mundos da forma, a influência espiritual Divina no interior do Ser, leva o Homem a concluir pelas experiências de vida, porque só vivendo se sabe, porque só no verdadeiro caminho Divino a alma encontra a felicidade.   

Designamos esta parábola por a parábola da "Esperança Eterna".  Ela   demonstra-nos que nenhuma alma se perderá, muito embora haja opiniões sobre a extinção do Ser, porquanto Deus, na sua essência, habitante da nossa alma, exercerá sempre o seu amor incondicional que, mais tarde ou mais cedo, por muito perdida que ela esteja, Ele a encontrará e ela despontará para a verdadeira Liberdade.

Seria inconcebível e não faz qualquer sentido, que o Deus de Amor que é o Creador, creasse seres repletos de sentimentos que, vivendo nos mundos da forma e para evoluírem, sofrem, amam, odeiam, expressam sentimentos de variada ordem, quer positivos quer negativos, passando por tormentos, desilusões e sofrimentos para depois de alguns anos de  vida em constante deambulação e sacrifícios se extinguirem.

Esta designação de extinção deitaria por terra todo o objetivo da Creação e da eternidade, porque em vez de termos um Deus de Amor teríamos a triste imagem de um imperador romano no alto do seu palanque, saboreando o execrável e mórbido espetáculo de ver seres humanos matarem-se uns aos outros ou serem trucidados por animais selvagens.

Constata-se neste ensinamento que quando qualquer Ser atinge a culminância da evolução hominal fica senhor da presença Divina - a chamada realização ou iluminação - e, por isso, há festa no Céu, porque essa alma lutadora venceu todas as negatividades do Mundo no seu esforço de transformação, devotada a adquirir a consciência sábia das Leis da evolução e procedeu em conformidade para  obter o conhecimento da sua realidade atingindo o objetivo evolutivo.

Tudo que existe partiu de uma partícula do Creador, altamente perfeita e inteligentemente potenciada que, na sua explosão genética, produziu a diversidade cósmica designada por Creação, que se resolve em si mesma, privilegiando a ascensão dos Seres ao mais alto grau de perfeição e sabedoria.

Lavoisier já nos tinha demonstrado que "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Perante isto pensamos que nada se cria porque já tudo está creado desde o princípio, nada se perde porque tudo está em tudo e tudo influencia tudo, tudo se transforma porque tudo vem do Centro creador em estado potencial primário e tudo regressa a esse Centro em estado sublimado num trajeto infinito de incomensurável  beleza e harmonia.

Mais tarde Jesus cientifica e transmite coragem aos seus apóstolos dizendo: «Porque pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes». (Jo 12,8). E mais adiante: «Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo». (Jo 16,33).

E ainda mais nos diz: "Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". (Jo 14,6).         

Para encontrar a Felicidade, o Aperfeiçoamento e a Sabedoria, o Homem tem que fazer esse trajeto de renúncia dos efémeros prazeres mundanos e saber que só percorrendo o caminho Divino que Jesus nos legou através do cumprimento da sua mensagem encontraremos o chamado Reino dos Céus que mora no interior do Homem, como também nos fez saber.

Jesus em "O tesouro no céu. O olho puro. Os dois senhores. A ansiosa solicitude pela nossa vida" (Mt 6, 19-34), depois de nos demonstrar o efémero de tudo aquilo que o homem deseja possuir neste mundo, diz-     -nos: «Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas».(6, 32-33).

Apenas precisamos saber que todas aquelas coisas que queríamos no nosso trajeto evolutivo nos mundos da forma já não têm qualquer valor quando atingirmos a plenitude dos Filhos da Luz, porque a nossa morada encontra-se já nas dimensões da Perfeição e da Sabedoria.

Abrame         
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Janeiro 17, 2013, 15:56:11 pm
Companheiros do Caminho
Abaixo vos envio, partilhando convosco, algo mais sobre as parábolas e ditos de Jesus conforme nossa forma de compreender e que foi feito como encerramento de uma palestra.

AS PARÁBOLAS E DITOS DE JESUS

Estudar, aprofundar os ditos de Jesus é um trabalho espiritual absorvente que nos leva a compreender em profundidade a razão de ser da existência e nos dá a possibilidade de construirmos o nosso próprio edifício espiritual.

Esse estudo e aprofundamento do sentido dos seus ensinamentos extraídos do esotérico envolvente que Ele reveste inteligentemente com palavras do mediático na vivência nos mundos da matéria densa,  leva-nos a perceber todo o trajeto evolutivo e a encontrar a estrada comportamental da nossa existência nos mundos da forma no sentido de percebermos a razão de ser de toda a creação.

Toda a creação tem um desiderato racional no contexto da interação no todo que subtilmente nos escapa se não estivermos atentos a tudo o que nos rodeia, transpondo a nossa análise para o crivo racional e místico do nosso interior, escoando-a para a construção da nossa consciência em evolução e, assim, preparando-nos no percurso da elevação da nossa alma para mais tarde podermos  entrar na consciência do Todo.

Na Parábola do Filho Pródigo está bem patente esse trajeto em que o Ser corajosamente se propõe baixar aos mundos da forma para obter, em vivência de experienciação, todo o conhecimento consciente da sua razão de ser.

Prova disso é que nos foi entregue  aquilo a que Jesus chamou  "herança" para nela verificarmos, vivendo em total consciência, que é perdendo tudo que tudo ganharemos, aplicando e desenvolvendo os talentos que Deus nos deu para procedermos  corretamente e nos transformarmos aumentando-os numa riqueza espiritual incomensurável.

Por essa coragem, porque viemos à luta, somos recebidos no seio do Creador com grande festa e alegria, enquanto outros permanecem em planos subtis, ignorantemente aquietados e conformados porque, nada lhes faltando, receiam afrontar o sofrimento e a dor das suas possíveis iniquidades e, por isso, não se afoitam enquanto não perceberem que precisam de ganhar o mérito do aperfeiçoamento e da sabedoria que abre as portas ao recebimento da sua verdadeira herança, porque a evolução não atinge o objetivo espiritual de um dia para o outro.

É por essa razão que Jesus nos dá a  "Parábola das Virgens Prudentes e das Néscias" em que relata que, sendo dez, apenas cinco possuíam as condições espirituais de perfeição e sabedoria e se uniram a Deus em espírito puro, enquanto as outras cinco tiveram que  continuar ainda a percorrer um espiralado circulo reencarnatório até chegarem a uma outra oportunidade. 

É interessante verificar que, em muitos provérbios do povo anónimo, existem ditos que de certeza emanam do interior da alma humana sem que o seu criador o perceba, como por exemplo: "Não lhe dês o peixe, ensina-o a pescar", porque o alcançar da realização espiritual tem que ser de mérito pessoal,  "Como vai indo? Cá vou indo como Deus é servido", porque só respeitando as leis de Deus se consegue o objetivo da evolução,  ou ainda "Vai devagar para chegares depressa", porque a evolução  processa-se paulatinamente para poderem ser conscientemente interiorizadas as leis que a regem.

As parábolas e os ditos diversificados de Jesus conforme as situações ocasionais vividas com os apóstolos, têm muito a ver com estes muitos provérbios pois sabemos que temos que conquistar o mérito de percorrer a nossa evolução perscrutando o nosso interior em presença de tudo que observamos exteriormente e depois desenvolvê-lo interiormente para compreendermos a razão de ser da vida.

Quando Jesus iniciou a procura daqueles que viriam a ser seus discípulos lê-se em Mateus 4,18-19: «Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens"». Nós evoluímos interagindo com toda a creação incluindo todos nós uns com os outros.

É um erro menosprezar tudo quanto é material porque tudo é creação Divina e, naturalmente, possui o poder de interagir com os seres em evolução, estando Deus implicitamente em toda a parte, ajudando-os nas suas vivências nos mundos da forma a encontrarem o caminho que os levará a saberem quem são.

Não nos devemos deixar prender, como infalíveis e possuidores da verdade, a crenças de ideias religiosas constituídas, linhas espiritualistas e esotéricas de que natureza forem, mas devemos estudar tudo que nos for proposto com isenção e respeito, porque devemos ter a nossa mente  aberta a todo o conhecimento.  A verdade absoluta só Deus a poderá  dar.

Todas elas apareceram sintonizadas com a evolução relativa dos Seres e, por isso, no tempo e na hora certa, com o objetivo de ajudar a humanidade a crescer espiritualmente no estágio evolutivo em que se encontrava e, por conseguinte, só com as verdades assimiláveis no momento possível de compreensão.

Só na medida do possível, compreendendo e praticando nos mundos da forma os ensinamentos de Jesus, vamos tomando consciência se a sua doutrina é verdadeira.

Pensamos fraternalmente que quem o quiser fazer o deverá fazer, se assim o entender, para poder conscientemente obter conhecimento de causa, porque só vivendo se sabe.

Sem qualquer intuito de ensinar ou exteriorizar sabedoria porque na realidade nada sabemos, tenhamos sempre presente estas palavras de Jesus: «Porque pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes». (Jo 12,8). - (A pobreza não é apenas económica é também de consciência espiritual). E mais adiante: «Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo». (Jo 16,33).

Abrame     
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Fevereiro 22, 2013, 10:44:42 am
Companheiros do Caminho.
Reflexão

Em termos de estados evolutivos os Seres só podem expressar-se explicitamente por ações, pensamentos e palavras, apenas e só, quando já o forem  implicitamente.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Março 08, 2013, 17:28:47 pm
Companheiros do caminho
Juntamos mais uma reflexão para vossa apreciação.

E disse Jesus: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: «Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não percebereis». (Mt 13: 9-14).

Jesus não deixou de dizer tudo quanto tinha para nos dizer e encaminhar na senda de compreender a razão de ser da vida manifestada na matéria nos mundos da forma, onde a evolução se expressa para que as almas viventes possam compreender vivendo e, assim, atingir a sua sublimidade, ou seja, a pureza do espírito afinizada com o Creador, pois que também não deixou de revelar-nos que Deus "é Espírito".

Aquilo que acima transcrevemos por dito de Jesus é extremamente importante, para que o tenhamos bem presente em nossos estudos e meditações, pois que o mérito da nossa evolução é essencial para a formação da nossa consciência do real, porque daí nasce o "Filho do Homem", que abre as portas da realização do Ser, e isso terá que ser exclusivamente obra do Homem através da sua vontade, entrega e dedicação.

Abrame     
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Maio 12, 2013, 18:23:09 pm
Companheiros do Caminho
Naturalmente este pensamento atravessou a nossa mente e aqui o vos envio.

O Satan

Deus não tem opositor porque é Absoluto. Deste modo, o chamado "DIABO" é apenas figurativo, porque representa o complemento do polo positivo, "O BEM". Portanto o "MAL" existe por criação e por ignorância do Homem, não sendo o opositor de Deus, mas de si mesmo, e chama-se "EGO".
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Junho 25, 2013, 18:13:31 pm
Companheiros do Caminho

O DESEJO
O desejo é atributo da alma e, por isso, o impulsionador de tudo o que existe e funciona evolutivamente partindo desde os planos de vida mais baixos e periféricos da creação, como sejam o mineral, vegetal e animal, operando neles em termos determinísticos através dos elementos constituintes e instintivos que a matéria lhe solicita.

Quando alcança o plano hominal, onde os seres são dotados de livre arbítrio e inteligência, como é o caso do ser humano, atua através do pensamento e do intelecto que deram lugar à estrutura mental, que põe em movimento com eficácia "o ego", que nada mais é que a exteriorização da chamada "Personalidade".

Dizem os entendidos "Mata o Desejo" "Deseja ardentemente".
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Junho 26, 2013, 17:18:30 pm
Companheiros do Caminho

Tal como em tudo na creação, o desejo tem duas vertentes. Em primeiro lugar o impulsionamento da satisfação mediativa de possuir tudo quanto os mundos materiais proporcionam ao homem em termos finitos. Mais tarde atingir o conhecimento de Si mesmo.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Junho 27, 2013, 10:35:05 am
Companhediros do caminho

Quando o Homem descobre o admirável logro da ilusão da finitude de tudo que lhe foi apresentado pela materialidade, ele se concentra ativamente em atingir a luz da consciencialidade de onde tudo proveio, o plano da infinitude do Ser, ou seja, a realidade de si próprio.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Junho 29, 2013, 09:35:56 am
Companheiros do Caminho

Na seara da evolução, coexistem as trevas e a luz que são complementos. Deste modo, coube ao Homem tomar a sua própria responsabilidade de se acabar de criar, por lhe ter sido atribuído a inteligência e o livre arbítrio para atingir a consciência do Todo, que lhe dá a oportunidade de saber quem É.

Abrame   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 04, 2013, 17:21:05 pm
Companheiros do Caminho

CREAÇÃO DE ADÃO E EVA - CAIM E ABEL

Tudo que lemos na Bíblia é-nos descrito de forma esotérica, através de histórias contadas, que são representações de situações aparentemente materiais na sua superficialidade, através de palavras excelentemente conjugadas e que, em sua profundidade, encerram grandes verdades de natureza espiritual.
No Antigo Testamento encontram-se mencionados não só assuntos de natureza espiritual como também factos referentes à história do povo Israelita. É de ressaltar que Jesus, no denominado "Novo Testamento", não deixa de continuar a informar a humanidade em termos esotéricos palestrando às multidões através de ditos, histórias e parábolas. 
Em dada altura fomos despertados para esta forma peculiar e ancestral de informar quando, na parábola da Candeia, Jesus nos diz: "E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz. Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede pois como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece ter lhe será tirado. "Lc. 8: 16-18).
Esta última parte da parábola de Jesus esclarece-nos, à evidência, de que o que está oculto não deixará de manifestar-se mas somente àqueles que, no momento certo, vão atingindo o grau evolutivo de compreensão espiritual consciencializada. 
RESUMO DO ESSENCIAL COMO SE ENCONTRA DESCRITO NO GÉNESIS:
1º "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente; e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal". (Gn 2, 7-9).
 2º "E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: «De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da ciência do bem e do mal dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás". (Gn 2, 16-17).
3º "Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e serrou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão". (Gn 2,21-22).
4º Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: «É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?» E disse a mulher à serpente: «Do fruto das árvores do jardim comeremos; mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: ‘Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.’ Então a serpente disse à mulher: ‘Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.’» E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.» (Gn 3, 1-7).
O NASCIMENTO DE CAIM E ABEL.
5º «E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra». «E o Senhor disse a Caim: porque te iraste? E porque descaiu o teu semblante? Se procederes bem, certamente voltarás a erguer o rosto; se procederes mal, o pecado deitar-se-á à tua porta e andará a espreitar-te. Cuidado, pois ele tem muita inclinação para ti, mas deves dominá-lo.» Gn 4: 1,2,4,6-7).           
O PRIMEIRO HOMICÍDIO
6º «E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.» (Gn 4,8).
7º «E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou a terra de Node, da banda do oriente do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e teve a Enoque; e edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque». (Gn 4,16-17
Dissertando:
Antes do aparecimento do corpo hominal que, como se sabe, foi atingido através da evolução de corpos no laboratório cósmico, a alma vivente na sua descida à periferia da Creação experienciou vivendo e tomou conhecimento dos planos a que se deu o nome de inferiores - mineral, vegetal e animal - cuja evolução se processa em termos determinísticos.

Deste modo, verificamos que já existiam creados os mundos de matéria densa que eram perfeitos paraísos, que a alma vivente continuou a habitar, expulsando-se evolutivamente do plano animal para o plano hominal, prosseguindo vivendo a sua aprendizagem e consciencialização da razão de ser da vida, da Creação, de si mesmo e dos objetivos a alcançar com vista à sublimação da alma humana.

E isto faz parte do padrão cósmico. "Tudo vem do centro em estado primário e tudo regressa ao centro em estado sublimado"
O aparecimento do homem acontece evolutivamente na forma ereta, no plano hominal como alma vivente, primeiramente em estado de inconsciência, prosseguindo a sua evolução, experienciando a criação rumo à semi-consciência pois só se adquire conhecimento vivendo.
Logo o homem no seu trajeto evolutivo se foi formando em termos de conhecimento e, por isso, o Paraíso figurativo, que mais não era que astros planetários habitáveis, com tudo que era necessário para se subsistir e apreciar racionalizando os elementos diferenciados que o rodeava na razão da sua complementaridade, através do conhecimento evidente da vida, que da árvore da vida simbolicamente determinava vivendo e da árvore da ciência, por experiência da sua existência, o consciencializava através do conhecimento do bem e do mal.
E assim está escrito que o homem corporalmente foi feito do pó da Terra pelo Creador para que pudesse viver nos mundos materiais da mesma frequência vibratória, porque tudo basicamente quanto nasce - de tudo que já está creado - morre, e volta à matéria da qual foi construído porque o corpo não é o homem, visto que este é "alma vivente", emanação do Creador.
Tenhamos presente que a palavra morte suscita o termo "de não existência" o que não corresponde, no nosso entender, ao que acontece porque o que é finito é a estrutura corporal na sua manifestação, nada mais que isso, porque a essência criativa corporal que lhe deu lugar regressa à partícula atómica de onde proveio, partícula que retém em si potencialmente a figuração a atingir evolutivamente, desde o ponto de partida rudimentar e básico, até à estrutura altamente perfeita e definida em termos corporais de acordo com o ambiente de frequência vibratória do plano onde evolui.   
O Homem, verdadeiramente, é "Alma vivente" um Ser espiritual em experienciação evolutiva nos mundos materiais e por isso necessita de um corpo adequado às energias próprias desses planos de matéria densa ou subtil porque não deixa de ser corporalmente matéria, porque a matéria preenche variadíssimos estados.           
Proibir alguém simples e ignorante, dotado de inteligência e livre arbítrio, chegado do plano animal, de tomar qualquer outro conhecimento é acicatar a sua curiosidade e o desejo de decidir saber por que razão lhe era proibido, mesmo com o argumento de que certamente morreria, não obstante ter sido isso que aconteceu.
Parece-nos que foi nessa altura que entrou em funcionamento A Lei de Causa e Efeito que dá lugar à Lei da Reencarnação, que secundam a Lei da evolução e, por isso, passámos a evoluir na chamada vida na morte, porque uma vida dura, em média, mais ou menos 70 ou 8o anos e está longe de ser suficiente para a alma atingir a pureza do espírito: O estado de sublimação.
O conhecimento levou Adão e Eva - simbolicamente representantes da humanidade - a iniquidades transportadas pelo desejo que, por sua vez, foi pai do aparecimento de todos os sentimentos humanos iníquos e de natureza negativa que o próprio homem criou, através dos seus pensamentos, dando lugar à inevitável estrutura mental que produziu a personalidade que teve como operante, na prática de decisões de formas de interação, a exteriorização do "Ego" como sejam: poder, ódio, mal querer, inveja, roubo, assassinato, desamor, etc., etc., em presença das solicitações de tudo o que os rodeava e os levou ao seu afastamento por esquecimento dos valores da sua origem espiritual, o que logo passou a ser a complementaridade das leis Divinas no projeto dualístico da evolução.
Pelo que encontramos escrito desta história esotérica verifica-se que o Creador fez surgir primeiro o chamado homem que, em princípio, seria apenas um modelo a aperfeiçoar, ou então, seria "andrógino", possuidor dos dois sexos, visto que a alma vivente não tem sexo, por este apenas pertencer ao corpo que reveste o Ser espiritual que é infinito. 
Assim, e para que a existência corporal destes Seres ficasse em sintonia e harmonia com a evolução dos Seres hominais, o Creador fez do Um, Dois - Homem e Mulher -, no que concerne ao corpo material como estrutura ao longo do trajecto evolutivo e que também corresponde ao dualismo estabelecido na experienciação da vida evolutiva nos mundos de matéria. 

Não é a alma possuidora de sexo visto ela ser uma emanação Divina, pronta a viver nos mundos da forma pela evolução que todo o Ser infinito tem que realizar, transformando-se da sua condição a partir da sua origem, de simplicidade e ignorância, para possuir Consciência, amor, inteligência, criatividade, perfeição e sabedoria, inundada de pura luz, unindo-se em culminância evolutiva ao Creador em Puro Espírito, porque só o Puro Espírito poderá ser "UM" com Deus que é "Puro Espírito", segundo nos esclareceu Jesus.
É o corpo que possui o sexo e apenas existe como um invólucro do Ser real, para preservar a continuidade da espécie do Ser corporal embora seja constituído de vidas em preparação de sensibilidade, o que torna o Homem responsável pela sua saudável existência.
Deste modo, a alma terá que habitar corpos masculinos e femininos para ter uma evolução completa destas duas condições, e isso não acontece de um dia para o outro, visto a análise que o exterior nos demonstra é que o Ser não consegue, numa vida nos mundos densos, atingir as condições exigidas de perfeição e sabedoria, pelo que só se pode explicar através de vidas reencarnatórias.
A serpente narrada no Génesis simboliza a inteligência que, neste caso, se manifesta através do intelecto que é o instrumento intercalar da estrutura mental ou do "Eu Superior" e do qual o Ego humano muito bem se serve, utilizando tanto dados positivos como negativos para obter os seus desígnios. Neste caso a serpente, sub-reptícia, sugestiva e insidiosamente, argumenta de forma a levar os dois representantes da humanidade a servirem-se da absorção mental de todos os desejos solicitados pela matéria - como se fossem realidade - em proveito próprio, seguindo o instinto material a favor dos seus desejos terrenos, o que os levou a perderem a noção da sua origem espiritual e a serem expulsos do Paraíso.
Esta expulsão, afinal, representa apenas a saída do ciclo evolutivo de semi--consciência para o ciclo de consciência, o que vai acontecer também no trajeto evolutivo quando o ser se expulsar, da mesma forma, da consciência para a superconsciência e depois, mais tarde, atingir a supra consciência.
E assim também está escrito nesta história fenomenal que Adão e Eva tiveram dois filhos a que deram o nome de "Caim" ao primeiro e o de "Abel" ao segundo e que naturalmente consagra a dualidade da vida evolutiva nos mundos da forma, pois Caim representa toda a estrutura material concebida pelo homem através das solicitações que a materialidade lhe concedeu e à qual ele se rendeu de tal ordem que se afundou na ignorância da sua identidade perdida.
 A isto se poderá chamar o polo complementar negativo que foi o primeiro "Filho do Homem" que o Homem construiu na ilusão de ser o corpo material e, por esse conhecimento ilusório, se cumpriu o conselho que Deus lhe deu de não comer da árvore do conhecimento porque morreria e, por isso, passou a ter a vida na morte, a que o homem deu o título de reencarnação. 
Aconteceu que por egoísmo, ciúme e inveja, próprio da construção da personalidade criada pelos pensamentos que deu lugar à estrutura mental, encontrando-se Caim no campo com Abel o matou dando largas à sua violência.
Destes intervenientes, através de casamentos, nasceram as humanidades que povoaram e continuam a povoar os Paraísos da forma densa e astrais inferiores, seguindo os seus destinos evolutivos, pois o Creador nada creou que não tivesse o objectivo de obter Seres altamente dotados com inteligência, livre arbítrio, sabedoria e perfeição.
Verifica-se, lendo a história narrada na Génese, que Caim não gostou da conversa que Deus teve com ele no propósito de ele ser "lavrador da terra" com determinadas exigências e o seu irmão Abel ser "Pastor de Ovelhas" porque, segundo pensamos, no tempo primórdio em que esta história foi concebida, ser pastor de ovelhas era ocupação bastante apreciada, eletiva e honrosa.
A morte de Abel por Caim representa, no nosso entender, a perca de toda a conceção da verdade do que somos em realidade, a existência espiritual imortal.
Aceitando esta história à letra qualquer pessoa poderá levar isto para um conto do imaginário/dramático mas, perante a nossa estrutura espiritual, ela tem um sentido que se encaixa perfeitamente nos objetivos da Creação.
Nós somos o primeiro "Filho do Homem" descendentes materiais e concecionais de "Caim", pela ilusão criada de que somos o "corpo" e a razão de ser da evolução eleva-nos, no seu trajeto à realidade pura do que somos, apelando à concepção, pela verificação vivida da imortalidade a que a nossa identidade diz respeito, ao nascer de novo - pela imortalidade espiritual de "Abel"- devido à construção sistemática ao longo de milénios através de vidas sucessivas para atingirmos a consciência do Todo e, por isso, a existência do segundo "Filho do Homem", porque somos emanação Divina em essência, que vive no mais íntimo da nossa alma chegados ao objetivo da evolução. 
 Apesar de tudo que escrevemos e de muitas dúvidas sugeridas por muitos estudiosos, não acreditamos que a Creação seja imperfeita, bem pelo contrário. Se fosse imperfeita o Creador não seria perfeito e absoluto, e, por isso mesmo, "nada está errado e tudo tem uma razão de ser" e assim se constata que Caim e Abel representam a dualidade de que a Creação se serve em termos de Mal e de Bem, polos negativos e positivos, que servem o processo evolutivo com o propósito de fornecer ao Homem os meios de comparação na procura da sua identidade perdida.     
Ao escrevermos estes pensamentos, veio à nossa lembrança a criteriosa e sábia conversa de Jesus com Nicodemos, que nos demonstra como Seres superiores em grau evolutivo nos acompanham por amor, intuindo-nos fraternalmente nesta caminhada cósmica que é a epopeia Cósmica do Ser Humano e que tem como resultado o "FILHO DO HOMEM", que mais não é do que aquilo a que Jesus chamou "O NASCER DE NOVO", e que, pelos vistos, na conversa com o bondoso doutor da Lei Judaica, Nicodemos, não percebeu. (Ver Jo 3, 1-10).
   25-05-2013                                                       Abrame

Do vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 21, 2013, 12:24:45 pm
Companheiros do Caminho

Na seara da evolução coexistem as trevas e a luz, que são complementos na dualidade da Creação, e assim, o Creador creou o homem simples e ignorante, oferecendo-lhe a inteligência e o livre arbítrio como fatores básicos de entendimento, passando para ele a responsabilidade e o mérito de se sublimar.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 21, 2013, 18:38:25 pm
Companheiros do Caminho

O Príncipe deste mundo, como Jesus lhe chamou, só será vencido através da capacidade de transformarmos o nosso Ego físico, mental e emocional, ainda na zona das trevas, pondo a intelectualidade proveniente da inteligência que Deus nos deu, ao serviço da Luz que somos e não ao serviço daquele senhor das trevas que por ironia para a vaidade humana, ainda é parte integrante e atuante do Homem.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 22, 2013, 16:49:44 pm
Companheiros do Caminho

O Príncipe deste mundo, "O Ego", é a resistência negativa que pelas leis naturais inseridas na Creação, convida o Ser em evolução a resistir positivamente, pondo em ação a sua capacidade transformadora para obter de volta a luz da sua proveniência que se perdeu, e cuja obtenção será a culminância da fascinante aventura cósmica da realização da consciência absoluta da alma humana que se integrará na consciência do Todo.

Abrame   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 24, 2013, 11:50:12 am
Companheiros do Caminho

Para atingir a perfeição e a sabedoria dos Filhos de Deus, era necessário que o Homem perdesse a sua identidade espiritual, para que vivendo e experienciando, alcançasse em total conscientização, dignidade e esforço próprio os direitos dos Filhos da Luz, e entrasse com justificado mérito em sua glória, tal como aconteceu com Jesus e tantos outros mensageiros que vieram ao mundo em missão de esclarecimento.

Abrame   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 29, 2013, 15:10:35 pm
Companheiros do Caminho

Para que o Homem possa vencer este mundo e libertar-se do caminho escravizante dos desejos materiais, na  tradicional ilusão de identificação corporal e valores estabelecidos pelo Ego humano, necessita alcançar as áreas do seu Eu Divino, tanto pela mística dessa fonte inexaurível do entendimento que brota incessantemente através da meditação, como resultado também da vivência ética espiritual adquirida ao longo de muitas estadias em planos de materialidade propícios à evolução da alma, realizando assim, aquilo a que Paulo de Tarso chamou "A nova criatura em Cristo", ou seja, em nosso entender,"A nova criatura consciente da doutrina que Jesus - O MESSIAS - trouxe ao mundo".

Abrame       
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Julho 30, 2013, 18:36:28 pm
Companheiros do Caminho

Quem sou?
Quando o Homem entra no santuário da Verdade Libertadora sobre si mesmo, termina a noite do poder das trevas e desperta no poder da Luz.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 07, 2013, 18:14:30 pm
Companheiros do caminho

Sublimidade!
O momento mais sublime que o Ser pode viver no seu crescimento espiritual é, sem dúvida alguma, aquele momento em que atinge a superior culminância da evolução hominal e se encontra com Deus na intimidade silenciosa da realidade sagrada do Divino.
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 15, 2013, 16:51:28 pm
Companheiros do Caminho

Quando o Homem obviamente consciente inicia a sua demanda para saber quem é, de onde veio, porque existe e para onde vai, já tem, em sua consciência, valores profundos sobre Deus, razão experiencial da existência infinita da vida e das Leis Divinas que regem o processo evolutivo.

Porque, antes, estava como que hipnotizado pelas solicitações dos mundos de matéria densa e, por isso, obriga-se escravamente e afanosamente, pelo ação do seu "Ego", a construir domínio de prestigio, poder e riqueza para se sentir seguro, julgando que desse modo conseguirá ser feliz e completamente realizado, o que, mais tarde, vem a constatar quanto fútil, efémero e dececionante  essa opção, por não ser efetivamente possuidor de nada. 

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 22, 2013, 15:16:45 pm
Companheiros do caminho

Realização
No seu trajeto evolutivo tem o Homem o seu destino determinado rumo à perfeição e sabedoria onde, por isso mesmo, faz parte do progresso ascensional que o levará, em altura indeterminada para si, à comunhão com o Creador.

Comunhão essa que é o evento Consolador Supremo em que a alma humana ouve e vive no silêncio do seu Ser a voz insonora que, a pouco e pouco, o vai cientificando consciente e gradualmente da verdade, porque é transmitida pela verdade absoluta, sem palavras, mas pelo próprio silêncio que promove a intuição e que só pode ser efetuada pelo próprio Creador por absoluto, que transportará o Homem, por espiritualização real de sua própria vontade, à completa desmaterialização da sua alma, atingindo assim os objetivos evolutivos intrínsecos na creação, os poderes e a manifestação pura do espírito.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 29, 2013, 14:58:24 pm
Companheiros do Caminho
Abaixo vos envio um trecho de um dos livros de Abrame para vossa apreciação.

Imortalidade!
A certa altura da missão de Jesus, os muitos que o acompanhavam, começaram a ter receio das consequências que as forças institucionais e instaladas manifestavam acerca das posições de religiosidade e sociais de Jesus e foram-se afastando.

«Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus» (Jo 6,67-69).

Filhos de Deus somos todos nós como Jesus afirma em (Mt 6, 48) e em mais outras várias ocasiões: “ Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”.

Se o Homem não fosse imortal, a existência humana não tinha qualquer sentido, pois Deus não seria o Deus de amor, porque tudo tinha sido creado para nada, sem qualquer objectivo que merecesse essa creação.

Por isso a imortalidade representa a luz da vida, a alma da nossa alma, a esperança do nosso anseio de perfeição e sabedoria, a razão da sublimação do amor.

Portanto, faz-se mister que procuremos a imortalidade para podermos cientificarmo-nos nas palavras de Jesus.

Ele incita-nos a procurarmos a imortalidade, porque ela é básica na nossa ascensão e porque ela existe e está lá à nossa espera. Haja fé e saberemos que é uma realidade. Somos seres espirituais em evolução imortal.

Não basta atender ao chamamento da religiosidade sem conhecer para perceber, e temos a dificuldade de prosseguir sem a certeza da existência real da imortalidade. É pois necessária a convicção, comprovada pela vivência interior, do Divino, do prosseguimento da vida por além-túmulo.

Logo, sem a imortalidade, não podia haver alma e, sem alma, não haveria individualidade, esperança e amor.

A imortalidade é o fim racional e lógico do nosso viver, o alicerce, a rocha viva, é o farol luminoso da alma que, ao imortalizar-se por ter atingido a culminância da evolução hominal, se ilumina com toda a sabedoria, desnuda a verdade e lhe dá prontamente a conhecer todos os segredos dos nossos destinos, envolvendo-nos com o brilho do amor Divino que brilha na fronte dos justos.

Abrame
Do vosso amigo e companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Setembro 05, 2013, 14:19:20 pm
Companheiros do Caminho
Hoje vos envio um texto de Abrame para vossa apreciação onde se destaca a linha divisória entre o Real e o Irreal.

Subtil
Na conversa com Nicodemos diz-lhe Jesus: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” ( Jo 3, 6).

Em termos de mente, de pensamento e de intelecto e o do Eu Superior do Homem, a linha que os separa nesta assertiva de Jesus é extremamente  subtil e difícil para o homem profano; saber o que é de proveniência do conceito mental, do que é do espiritual.

A Cabala nas suas bases de compreensão, esclarece os seus seguidores da forma como o Homem em seu conjunto nos mundos da forma, corpo e espírito – veículo e Ser real - consegue encontrar um estado de descontração que lhe permita pro-agir em realidade, ou seja, poder avalizar em interiorização a sua verdadeira e real proveniência – Carne ou Espírito – através da serenidade e quietude neutral.

O mesmo acontece com o estado de meditação, nos termos aconselhados pelo vedismo, no seu desenvolvimento das práticas estabelecidas pela Yôga.

Pensamos sinceramente que o pensar ou agir instintivamente pertence ao animal no seu trajeto determinístico e já não ao Homem dotado de inteligência e livre arbítrio.

Jesus também nos esclareceu quando explicou à Samaritana a existência daquela fonte de água viva que existe no mais íntimo da alma humana, de onde toda a verdade provém e que o Homem recebe através da intuição.

Ninguém pense que pode ensinar alguém, não é essa a nossa intensão. Apenas pensamos que devemos partilhar aquilo em que acreditamos através de estudo e ponderação sincera, seja aceite ou não.

Quanto a nós, concluímos, em nosso entender, que as práticas e razões acima enunciadas conduzem o Ser a uma transformação verdadeiramente ponderada e segura através da consciencialização e observância das leis Divinas - assim o homem o queira fazer - a uma evolução equilibrada na reconquista absoluta da sua identidade perdida.

Abrame
Do vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Setembro 25, 2013, 14:35:00 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto de Abrame para vossa apreciação.

VEREDA VITAL
Pensamos que devemos observar as nossas emoções e o comportamento de nossos atos, em presença de tudo quanto nos rodeia de acordo com a Creação e tudo que foi estabelecido e organizado ao longo de muitos séculos pelo próprio homem, para podermos controlar os nossos sentidos e conseguir compreender em profundidade os padrões cósmicos e a sua razão de ser.
O Ser hominal pensa, intelectualiza e dá forma corporal às suas deduções, em atos e pensamentos erróneos e superficiais, projetando, construindo e estabelecendo naturalmente a sua estrutura mental, que não podia deixar de ser senão dualista, tal como o próprio mundo material onde se encontra.
 
Deste modo, observando tudo quanto o envolve e lhe é solicitado pelos mundos de matéria densa, estabelece assim as suas conclusões através de Leis com preceitos e preconceitos estabelecidos por via da interação da existência na humanidade, que são autênticas normas - mais ou menos diversificadas conforme o local geográfico onde os diversos povos se agruparam - que regulamentam e controlam a forma de estar e de viver. 

Nesta perspetiva, o Homem adquiriu a ideia de que é o corpo físico, porque se distanciou do espírito absoluto de onde proveio e a alma se promiscuiu com todos os desejos e negatividades do Egocentrismo profânico.

Diz o Mestre Jesus em Mateus 22, 21 respondendo à questão do Tributo: «Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus». Pensamos que esta frase é muito mais profunda e abrangente, e por isso a compreendemos como “Dai pois ao mundo o que é do mundo e ao Espírito o que é do Espírito”, porque o Mestre Jesus também nos cientificou em João 4,24 «Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em Espírito e Verdade».

E mais nos diz o Mestre em Mateus 6,33: «Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas», porque ao integrarmo-nos na consciência absoluta não sendo possuídos por nada, somos senhores de tudo.

E aqui temos bem diferenciada a linha que separa a dualidade «Matéria e Espírito» - «Finito e Infinito» - «Ilusório e Realidade».

Pensamos que todo o esforço do homem tem que ser dirigido para inverter a compreensão do que é o corpo físico. Este é apenas um veículo, devendo o homem construir a sua consciencialização na aspiração espiritual da consciência do Todo, na procura da realidade que é, para chegar ao término desses caminhos dualistas em que eles se esgotam e se transformam num único caminho luminoso, que conduz à Realidade Suprema da Vida Infinita.
             Abrame
Enviado por vosso companheiro Hermes.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Outubro 19, 2013, 19:59:41 pm
Companheiros do Caminho
Vos envio mais um tema do Abrame para vossa apreciação

O CRER E A FÉ

Temos como princípio que “Só vivendo se sabe”.

É normal dizer-se que se acredita em Deus, ou que se tem muita fé em Deus no sentido de fé ser “acreditar muito”. Quanto à nossa estrutura e compreensão espiritual, Crer é apenas acreditar em algo do qual não sabemos por apenas ser informativo ou deduzido e Fé é saber por vivência espiritual paulatinamente adquirida através da ligação ao Divino no mais íntimo da nossa alma.

Na humanidade é muito usual as pessoas usarem estes dois termos nas áreas das religiões e da espiritualidade em geral embora, segundo pensamos, sejam distintas.

Crer é tomar como verdade algo que nos é contado, ou escrito e, em que acreditamos sem qualquer prova exterior ou interior de veracidade. É um acreditar registado na nossa mente como real, porque é-nos dito por alguém em quem confiamos, ou ainda, porque o que nos é dito ou deduzido está justificado pela nossa mente profana em função da análise exterior dos preceitos e preconceitos que foram estabelecidos pelo próprio homem.

Pensamos que só vivendo se sabe. Essa é a razão real porque devemos proceder à prática da meditação para podermos entrar em contato com a essência Divina, que se encontra no mais íntimo da nossa alma, para se conseguir a consciencialização requerida com vista à realização do Homem e, desse modo, entrarmos no conhecimento da Verdade Absoluta que só Deus nos poderá dar.

Fé vem do termo latino fides, que é radical de fidelidade. Fé é uma atitude de fidelidade, de harmonização, de sintonia. Foi a palavra ocidental que melhor se apresentou aos então tradutores do sânscrito, do copta e do aramaico, para transmitir a vivência da alma relativa com a alma absoluta, conforme Jesus e os apóstolos compreendiam esse estado de interação.

Em Lucas 17,6 disse Jesus: «E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria».
E ainda em Mateus 21,21 disse Jesus: «Jesus, porém respondendo disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito»

Quanto a nós, preferimos interpretar Jesus em aprofundamento espiritual, com o maior rigor que nos for possível, dentro do costume usado desde sempre pelos místicos e enviados em missão de esclarecimento a que Jesus, através das parábolas e ditos, não se furtou, fazendo-o em termos esotéricos, e por isso consideramos que se o entendêssemos literalmente seria um absurdo mandar uma árvore plantar-se e ou mandar um monte precipitarem-se no mar. Com isso, o que Jesus fez foi valorizar o Poder da Fé na evolução realizadora da alma humana.

Sobre o acima descrito, dos ditos de Jesus, pensamos que a alusão à figueira e à montanha, em termos esotéricos, também sugerem e têm muito a ver com montanhas enormes e árvores com raízes profundas e fartos ramos de negatividades, que são estrutura acumulada e desvirtuada da nossa mente profana e que operam através do Ego.

E disso sabiam os apóstolos ao dizerem-lhe em Lc 17,5: «Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé», como se a fé pudesse ser acrescentada de fora e não de dentro. 

Analogicamente Fé é como um recetor de alta-fidelidade, a alma humana, recebendo emissões de um transmissor, essência Divina, em alta sintonia.

 Aludindo, conforme nossa conceção, à Parábola da Semente em Marcos 4,26-29, Fé é como uma semente, porque é vivência interior com o Divino, que vai germinando e crescendo no interior profundo da nossa alma em evolução sem darmos por isso, porque depois de a sentirmos através da intuição não mais deixaremos de cuidar dela; porque ela traz-nos a harmonia, a paz e, sobretudo, propicia sermos esclarecidos sobre as nossas interrogações e envolvidos pelo amor Divino, dando assim expansão à nossa consciência e, por conseguinte, abrangência à nossa Fé.

Aguardemos pois, com serenidade e silenciosa devoção, pela explosão incomensurável dessa força luminosa e única no interior sagrado da nossa alma – padrão cósmico - que lhe dá o excelso estado de transcendência, produzida pela manifestação da essência Divina em nós, que a transforma, pelo nascer de novo, em Espírito Puro no seio da consciência Absoluta.

Abrame
Do vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Novembro 07, 2013, 18:17:34 pm
Companheiros do Caminho
Hoje apresento para vossa apreciação mais um email sobre algo muito discutido que Abrame compilou.

O APOCALIPSE!

Este é um dos assuntos que tem sido muito comentado na área dos estudiosos da espiritualidade e da religião Católica Apostólica Romana.

Existe também a dúvida, a par de muitas outras, de que o seu autor tivesse sido o apóstolo João, ou se não se deve esta profecia a outro autor eventualmente com o mesmo nome.

Pensamos que esta chamada profecia foi transmitida por uma pessoa de grande sensibilidade mística, o que o próprio apóstolo João era, e que a ser de outro João teria que ser dela dotada também.

Segundo o dicionário, misticismo quer dizer: Via espiritual tendente à união com Deus através de uma religiosidade profunda.

Esta profecia foi transmitida, segundo pensamos por aquilo que se encontra escrito no Evangelho em Apocalipse do apóstolo João 1,1-20, através de uma visão sob êxtase meditativo dos acontecimentos que iriam acontecer brevemente.

Temos que perceber, porque é complexo, que nas dimensões superiores o Tempo e o Espaço não existem porque se encontram sempre no presente e, para essas dimensões do infinito, o que acontece após milhares ou milhões de séculos é extremamente atual, o que não é viável para quem habita mundos de matéria densa, onde existem tempo e espaço. 

Do acima descrito, têm verdadeiramente experiência prática aqueles que já atingiram evolutivamente, através da meditação, as áreas do Eu Superior pelo contacto de Espírito a Espírito em completo estado de silêncio no mais íntimo da alma humana.

 Os místicos intuem verdades de padrões cósmicos e consciencializam processos espirituais na ascensão dos Seres absolutamente interiorizados e integrados.

O problema reside em que, de uma maneira geral, não têm capacidade para os explicar cientificamente. 

Quanto a nós, toda a descrição desta profecia não foge à forma usual de mencionar e estruturar, como foi feito ao longo dos séculos por pessoas devotadas à espiritualidade, em relatos de sonhos, vidências e vivências sobre os temas da Creação e da sua Evolução, quer no aperfeiçoamento material de adaptação de frequência vibratória ao evolutivo espiritual, quer na da precursora elevação da alma humana ao conhecimento de si mesma.

Todos os avatares que vieram ao mundo em missão de esclarecimento o fizeram de uma forma esotérica e Jesus também não fugiu à regra, através das suas parábolas, pois que não se deve explicar tudo porque isso é tirar o mérito, que é exigência pessoal necessária de outros Seres, para a consciencialização de quem procura. 

Conforme o nosso entendimento, a profecia está cheia de simbolismos, como tantas outras que representam a razão de ser da existência da vida, o seu desenvolvimento e a conjuntura de transformações em tudo que foi creado – porque tudo vem do Centro Creador para a periferia em estado primário para regressar depois ao Centro em estado sublimado – ajustado com imensa perfeição em interações globais que garantem a harmonia do Todo e a resolução dos objetivos a alcançar pelo Creador na expansão da ideia que se encontra em Si, em estado potencial e que visa, através da evolução, o aparecimento de Seres espirituais altamente consciencializados do Todo, dotados de elevada sabedoria e perfeição.     

Dentro da nossa compreensão, os diversos símbolos mencionados na profecia são temas esotéricos que se relacionam com a estrutura da Creação, dos Seres e da respetiva função evolutiva.

Nela se mencionam simbolicamente: os 4 Cavaleiros; Os Sete Castiçais; Os Sete Selos; As Sete Estrelas; A Besta 666; O Armagedão», etc.

Como constatamos, as designações dadas simbolicamente são nomes atribuídos pela mente profana humana a coisas que definem objetos que nascem e morrem – porque tudo quanto nasce morre – pois são elementos ao serviço da estrutura exterior do contexto global do funcionamento evolutivo. São áreas materiais de conhecimento onde o génio criativo humano procura a compreensão científica – que não deixamos de apoiar – pois muitas vezes elas vêm comprovar o que misticamente já se sabia mas não eram acreditadas porque não tinham apoio científico.

Compreendemos perfeitamente a existência da Ciência do Exterior – que não deixa também de ser uma procura importante mas do finito – e a Ciência do Espírito – aquela que nos leva ao encontro da nossa verdadeira realidade infinita, que não nasce porque é emanada do Espírito Creador, vivendo, porque ela é a verdadeira vida, que anima e comanda o corpo no contexto da dualidade existente nos mundos da forma. 
 
Pensamos que esses símbolos esotéricos mais não são do que definições identificativas dos elementos em termos de funcionamento do desiderato evolutivo da Creação – transformações de estados evolutivos dos Seres e do cosmos, processos planetários de limpeza psíquica e de energias, que envolvem planetas e Seres e que funcionam em ciclos evolutivos e, por isso, a existência de transformações cíclicas – estando assegurada a justiça Divina através da Lei de Causa e Efeito.

 O Homem tem o poder da inteligência, da dedução, da análise pela observação, ajudado por Seres que vieram ao mundo em missão de esclarecimento e também pela intuição quando, em meditação, no mais íntimo da sua alma, entra em contacto com aquela fonte de água viva de que falou Jesus.

 Fica-lhe por conhecer o grande mistério sobre “O Princípio do Princípio”, em virtude de conceitos dualísticos da própria ignorância do Homem que naturalmente admite que tudo que existe tem que ter um princípio e um fim, sendo que Deus é designado por incriado sem princípio e sem fim. Se tivéssemos as condições espirituais de fazer essa pergunta ao próprio Deus teríamos como resposta “EU SOU O QUE SOU”. (Êxodo 3,14).

Mas não tenhamos pena e não fiquemos preocupados e tristes de não saber responder a esta pergunta, porque Jesus em Mateus 10,26 nos diz: «Portanto, não temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se».

Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma – conforme conclusão a que chegou Lavoisier e à qual não temos dificuldade de aderir porque, da forma como compreendemos, já tudo estava creado pelo Creador incriado, sem princípio nem fim – não deixando de percebermos que tudo está dentro de um processo do ascendente evolutivo depois de uma inicial descida involutiva, que conduz à sublimação de tudo quanto foi creado.

Os Mundos não acabam, transformam-se. E como seres materiais que são, adquirem novos mundos da matéria que os compõem.

Para se ter uma compreensão do que estamos partilhando é necessário que tenhamos uma estrutura espiritual que contemple sobretudo as Leis Divinas, o comportamento espiritual e as Leis de Evolução, de Causa e Efeito, de Afinidade ou Atração, de Ação, de Reação e de Interação.

Não podemos deixar de referir e aliar a esta profecia a parábola do “Trigo e do Joio” de Jesus, a qual julgamos que bem e melhor compreendida, nos encaminha para a transformação resultante da evolução do planeta quando se chega ao momento de um novo ciclo cósmico, e se trata da sua atualização vibratória através do equilíbrio e da limpeza de correntes energéticas negativas originadas pela própria Humanidade na sofreguidão de tudo possuir.

Todos nós temos conhecimento através de estudo, da comunicação informativa mundial elaborada por meio da escrita e da audiovisão e também pela própria ciência, não só de tragédias naturais do planeta em nosso tempo, como também do passado recente e longínquo, acontecidos a milhares de séculos, onde as conturbações ocorridas, quer sejam de dimensão parcial localizada, quer de dimensão total do próprio planeta, se devem, em princípio, à concretização da sua formação em obediência ao seu ciclo evolutivo natural e sucessivo.

Porém, depois de se ter formado, grande parte dessas perturbações é proveniente de procedimentos impróprios praticados pela humanidade e resultantes do desgaste das riquezas energéticas retiradas do interior do planeta, de alterações abusivas referentes à atmosfera que o envolve, e também a uma degradação de atuações morais, inferiores e degradantes do homem, que levam este nosso belo planeta a ter a necessidade de transformações desses estados desarmoniosos, no sentido da reposição do equilíbrio Cósmico saudável e a reativar caminhos conducentes ao progresso evolutivo da Humanidade.

Por tudo isto, achamos natural que determinadas pessoas que possuem em si particularidades no campo da mediunidade e já muito interiorizadas espiritualmente, recebam comunicações espirituais, neste caso do género das chamadas profecias, e as relatem tal como as recebem já com a estrutura esotérica para que só sejam informados os Seres que já têm, ou seja, aqueles que já as compreendem conforme Jesus nos esclarece: «Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundancia; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado (Mt 13,12)». 

É usual ouvir, através da voz sábia do povo anónimo: “Sobre as cinzas do caos, aparece sempre algo de natureza Superior”.

É óbvio que quando estas transformações acontecem milhares de Seres partem naturalmente do planeta para os planos astrais de frequências vibratórias afins, mantendo a sua afinidade evolutiva com o planeta, ou com outros no mesmo estado evolutivo, regressando ao mesmo planeta que deixaram porque resolveram muitas situações kármicas ou porque atingiram com o sucedido as mesmas condições energéticas evolutivas, porque muitos já as possuíam e outros as alcançaram com esses eventos.

Pensamos que aqueles Seres que ainda não possuíam as frequências vibratórias correspondentes às do planeta na transformação em questão, o da elevação cíclica, terão de se preparar esperando a oportunidade de ingressarem num outro planeta da sua frequência vibratória, fazendo parte da humanidade que o habita e prosseguindo a elevação da sua alma, pondo ao serviço dessa sua nova humanidade os conhecimentos espirituais e tecnológicos adquiridos pela vivência no planeta transato e que se encontram no seu subconsciente.

São os seres humanos que se destacam por já terem vivências mais avançadas obtidas no planeta que tiveram de deixar, e que ao ingressarem num Mundo menos evoluído mas de afinidade correspondente, têm a possibilidade de os impulsionarem, quer nas áreas da espiritualidade, quer no avanço científico.

É interessante comprovar que o que descrevemos aqui, serve também como sentido explicativo para o que aconteceu na história que chegou ao nosso conhecimento sobre o “Dilúvio e a Arca de Noé”, bem como a extinção dos dinossauros, em que o planeta foi motivo de transformação.

Até hoje, toda a Creação está repleta de indicativos que chegam nos momentos próprios ao conhecimento dos Seres em evolução, para que eles possam perceber e concorrer, com aplicação harmoniosa e com a finalidade de atingir a culminância da elevação das suas almas, a espírito puro, o que lhes permite a união com o Espírito Puro do Creador e com ele sejam Um. 

Depois de dissertarmos sobre o assunto em tópico, deixamos, a quem procura, a tarefa de identificar o que as designações simbólicas representam, no âmbito da sua estrutura espiritual, com referência ao contexto estrutural da própria Creação em termos funcionais, na observação das leis Divinas e desígnios Planetários e dos Seres.

Deste modo, salvaguardamos o direito para o espaço do mérito necessário de quem deseja alcançar a verdade de si mesmo, concorde ou não com o que aqui foi dito por escrito.

Quando esta profecia foi construída, após a estada de Jesus no nosso orbe, já tinham passado pela nossa humanidade cerca de 800 mil anos antes da nossa era, onde muitos mensageiros trouxeram ao mundo muitos e variados conhecimentos ocultos.

Moisés com o Judaísmo, Krishna com o Vedismo, Lao Tsé com o Tao, Buda que deu lugar ao Budista, Confúcio, Sócrates e Platão como filósofos, Pitágoras como fundador de uma escola de Pensamento Grego, Zaratustra como um profeta Persa e muitos outros conhecidos profetas judaicos além de muitos outros conhecidos e desconhecidos. Chegou-nos depois Jesus, “O Mestre”, a nossa referência Ocidental, com uma mensagem de conhecimento espiritual elevada, apelando-nos ao Amor Universal.

Pensamos, salvo melhor opinião, que se esta profecia Apocalíptica não tivesse uma explicação consciencial do que nos deseja informar espiritualmente e em consonância com os conhecimentos que nos têm sido transmitidos ao longo dos séculos por avatares que vieram a este mundo em missão de esclarecimento, e não tivesse como princípio a existência de um Deus de Amor, que a nossa alma tanto anseia, não seria possível aceitá-la.

Seguindo literalmente o texto desta profecia, não extraindo dela o significado espiritual, estaríamos em presença de um Deus vingativo de uma imensa crueldade e desamor, estando em toda a parte presenciando, impávido e sereno, os seres que criou e deu vida repleta de sentimentos, a extinguirem-se em guerras, assassínios, em ódios, em sacrifícios enormes, em catástrofes naturais planetárias pavorosas, com fomes e misérias de toda a ordem, pastos de iniquidades imensas e dolorosas, sem qualquer tipo de objetivo superior, porque esse seria apenas a extinção. Para quê a Vida? Para nada? Deus não seria Deus.

Um dia, alguém que muito consideramos nos disse: «Destruam o arquivo da vossa mente e concentrem-se naquilo que são».

Abrame
Vosso companheiro Hermes. 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Dezembro 04, 2013, 23:10:00 pm
Companheiros do Caminho

SALVADORES DO MUNDO
Pensamos que não há salvadores do Mundo, porque os Mundos pela Lei da Evolução não precisam que os salvem, visto que a ação da Lei de Causa e Efeito se resolve naturalmente em si mesmo, na justa medida da Eterna Perfeição da Creação.
 
Abrame

Um abraço do vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Dezembro 08, 2013, 22:22:47 pm
Companheiros do Caminho
Entenda-se porque tudo está ao nosso alcance. No entanto tudo depende de nós.

EXEMPLO DE HUMILDADE CONSCIENTE

Pensamos que Jesus foi um homem cuja alma atingiu as culminâncias da realidade – o Espírito Puro – e por isso nos firmamos nas suas declarações.

Resumindo:
*Disse Jesus «Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.» (Jo 5,30).

*«Não crês tu que Eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que Eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai que está em mim, é que faz as obras.» (Jo 14,10).

*«Quem me não ama não guarda as minhas palavras; ora a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.» (Jo 14, 24).

*«Ouvistes que Eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis por ter dito: Vou para o Pai; porque o Pai é maior do que Eu.» (Jo 14,28).

Poderíamos resumir estes ditos numa só frase: "As palavras e as obras que Eu faço, não sou Eu que as faço, mas o Pai que está em mim é que diz e faz as obras, porque de mim mesmo Eu nada posso fazer, visto o Pai ser maior do que Eu".

E Jesus esclareceu à saciedade que se Ele era o que era e fazia aquelas obras e transmitia à humanidade o que ensinava, qualquer homem que tivesse compreendido e praticado a sua doutrina e atingido aquelas condições psíquicas e espirituais as poderia fazer iguais ou maiores.

«Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas; porque Eu vou para o Pai.» (Jo 14,12).

E tanto assim é que quando Jesus enviou os doze para espalharem a Boa Nova, expulsarem espíritos imundos e curarem doentes, lhes disse: «Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós». (Mt 10,19-20).

Abrame
Vosso Companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Dezembro 25, 2013, 21:48:32 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma mensagem do Abrame

ROTEIRO
Da observação nasce a compreensão - Da compreensão apreende-se o conhecimento que se interioriza - Da interiorização revela-se a conjuntura harmoniosa dessa interação global – Que faz surgir a visão de perfeição - dando lugar ao estado de espiritualidade real – originando o Sublime Sentir – que transporta o Ser para o êxtase central da verdadeira existência.

Abrame
Do Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Dezembro 29, 2013, 18:44:41 pm
Companheiros do Caminho
Outra mensagem do Abrame.

A CRIATIVIDADE
Toda a criatividade vem de dentro, porque tudo está dentro do Homem com manifesta sensibilidade psíquica, de tal forma que, olhando toda a creação, verifica que em toda ela resplandece a mesma intensidade da vida. 
Abrame.
Transcrito pelo vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Janeiro 11, 2014, 16:55:52 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma mensagem do nosso companheiro Abrame.

MILAGRES
Pensamos que não há milagres. A palavra milagre foi criada pelo homem para identificar algo que ao acontecer não sabe explicar, adjetivando que é sobrenatural, o que no nosso entendimento não deixa de ser natural, porque tudo quanto se manifesta na Creação tem necessariamente uma razão de ser e um objetivo a alcançar, seja de que natureza for.
Abrame.
Vosso companheiro Hermes.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Janeiro 14, 2014, 18:16:43 pm
Companheiros do Caminho
Mais um pensamento de Abrame para vossa apreciação.
Global
Segundo nos é dado pensar, o conhecimento e a ação evolutiva não se limitam ao planeta Terra. Tudo interage, estende-se e desenvolve-se por todos os quadrantes, quer sejam de matéria densa ou subtil, sem limites planetários e ou interplanetários numa ação perfeita e global, dilatando-se pelo Universo infinito onde seres inteligentes vivem, estudam, amam e progridem para atingirem a unidade Divina.
Abrame
Transcrito por Hermes.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Janeiro 22, 2014, 15:56:07 pm
Companheiros do Caminho
Eis mais uma mensagem de Abrame.

Grau de Evolução
Cada ser tem o seu grau de evolução, que é tanto maior quanto mais intensa é a sua dedicação, que nada mais é que o desejo impulsionador que vive em si de elevar-se espiritualmente até ao Creador.
Abrame

Transcrito por Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Fevereiro 06, 2014, 22:08:04 pm
Companheiros do Caminho
Mais um pensamento obtido por Abrame

Escada
Todo o trajeto evolutivo se faz por etapas cíclicas, que normalmente, é simbolicamente expressa por uma escada. Para adquirir as condições que lhe permitem subir ao degrau seguinte, terá de proceder com abnegação à sua transformação, que mais não é que a sublimação progressiva da sua alma, na observação e respeito vivencial das Leis Divinas.
Abrame.
Vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Fevereiro 20, 2014, 11:00:06 am
Companheiros do Caminho
Para vossa análise aqui vai mais um pensamento de Abrame.

Interiorização
Pensamos perceber como a Cabala, nas suas bases de compreensão oculta, esclarece os seus seguidores da forma como o Homem em seu conjunto - corpo e alma - consegue, nos mundos da forma e em caminhos de evolução, encontrar um estado de descontração que lhe permite pro-agir em consentâneo com as Leis Divinas e em realidade espiritual, ou seja, avalizando corretamente em interiorização os pensamento e as ações físicas que se lhe são apresentados em diversas situações, de origem negativa ou positiva, através da serenidade e quietude neutral da fonte da sabedoria sediada no mais íntimo da alma humana.
Abrame
Do vosso companheiro Hermes.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Março 04, 2014, 23:01:37 pm
Companheiros do Caminho
Mais um pensamento do nosso companheiro Abrame.
Edificação
Parece-nos prudente e necessário para quem procura o sentido da verdadeira razão de ser da vida através da vivência da creação em evolução, no sentido da observação, em termos de completa e racional compreensão do que estamos partilhando, que a pouco-e-pouco como quem alinha um puzzle, se vá procedendo à construção de uma estrutura que contemple as Leis Divinas, no rigoroso comportamento espiritual que promove a transformação do Ser para alcançar a perfeição e a sabedoria do Creador tal como Jesus nos disse: “Portanto sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5,48).
Abrame
Do vosso companheiro Hermes.
 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Março 20, 2014, 15:37:02 pm
Companheiros do Caminho
Do arquivo do Abrame

Creação
1 - Segundo o Génesis, a primeira coisa que Deus creou foi a Luz. Não que ela já não existisse, mas a substância primordial iria apresentar-se visível aos órgãos sensoriais dos seres e de toda a creação em estado de luz, compatível com a frequência vibratória da infinita diversidade creada.

2 - A substância primordial – Luz – ao involuir, foi adquirindo as condições dos diversos estados de luminosidade transformando-se em energia, a qual adquiriu também os diversos estados energéticos, por condensação, ao ponto de transformar-se em matéria que, não fugindo à regra, percorreu igualmente os estados materiais até atingir a periferia do plano mineral e da própria creação.

3 - O mineral espera agora pela eternidade das eternidades, para se processar a sua maturação, desagregação e transformação, para retornar ao centro de onde veio, voltando a ser energia, depois luz e novamente invisível para os mundos da forma.

4 - Desde o princípio que a substância primordial se encontra envolta por uma substância semi-material, semi-espiritual, passível de espiritualização e imortalidade, através de vivência experiencial, de tudo que foi creado.

5 - Ao longo dos ciclos evolutivos, essa substância, quando atingiu a culminância de experienciação do plano mineral, expulsou-se para o plano vegetal, da mesma forma para o plano animal numa evolução determinística, e depois ingressou no hominal por já ter adquirido as condições requeridas para receber o sopro divino como relata o Génesis, ou seja, o espírito, possuidor da inteligência dedutiva e do livre arbítrio,
como imanação do creador à sua imagem e semelhança.

6 - Aqui surgiu o homem integral, formado de corpo físico, individualidade e espírito. Nessa altura seria expulso do paraíso terreno, pela simples razão de ter também chegado à culminância da sua formação, ou seja, de ter transitado do estado de infraconsciência para o de consciência.

7 - A individualidade do ser humano é um corpo causal, que vive a creação desde o princípio. Quando, no plano hominal, atingir a afinidade de identificação com o espírito, individualiza-o conscientemente no oceano espiritual da unidade Divina.
8 - Embora compreendamos que afinal tudo é vida, os planos inferiores de evolução funcionam como um laboratório cósmico, onde os elementos se entrosam, se combinam e recombinam, ajustando corpos os mais perfeitos possíveis, que possibilitem aos seres em evolução espiritual, possuírem veículos físicos que acompanhem a frequência vibratória da sua evolução e a dos planos em que a vida se manifesta.

9 - Este é o processo padrão cósmico que preside a todos os planos ascensionais, desde a matéria mais densa, periférica, ao plano Divino, seguindo as alterações cíclicas das frequências vibratórias em função dos ciclos evolutivos percorridos. Quando o homem atingir o conhecimento da creação, não sabe por alguém lhe ter ensinado, mas porque a viveu em todas as suas vertentes.

10 - Segundo parece, um místico árabe, num rasgo de compreensão, chegou à simbólica conclusão de que “A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem “.

Abrame 25-05-2006
Vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Abril 01, 2014, 12:52:42 pm
Companheiros do Caminho
Assuntos de Abrame

"Encoberto"

Pensamos que alcançar a verdade é o objetivo primeiro do homem.

Possuir a verdade é um bem supremo. Ela encontra-se cada vez mais distante quanto mais o homem pensa estar perto dela, no seu conceito estrutural do mundo material.

Neste pressuposto, a ciência está sempre a descobrir verdades e a destruir mentiras nas suas verdades, mas lá vai caminhando e adquirindo conhecimento dos estados materiais, o que não deixa de ser também muito meritório na natural expressão da procura da verdade.

Paradoxo dos paradoxos é que a verdade está sempre presente e vive na mais íntima realidade do homem.
Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Abril 04, 2014, 12:48:27 pm
Companheiros do Caminho
Resumos selecionados de Abrame para vossa apreciação.

O Homem

1 - Quando, no plano animal, a vida atingiu a expressão culminante, deu lugar ao plano hominal, pelo surgimento da inteligência e da razão.

2 - O estado material e o semi - espiritual tinham alcançado as condições necessárias para receber o espírito, a imanação Divina, Deus no homem, à sua imagem e semelhança.

3 - Assim, aparecia em estado primitivo, simples e ignorante, a mais perfeita creatura que pisava o planeta. A inteligência do ego e a razão do eu davam, em simultâneo, a sua entrada na constituição do homem, sendo que a primeira aparece consciente de si e a segunda em estado potencial de consciência.

4 - O infra-homem, ao tornar-se homem, expulsou-se do paraíso da sua inocência subconsciente, ascendendo do nível de impecabilidade animal para o da pecabilidade humana, senhor - que já passara a ser - do seu livre
-arbítrio, dotado de inteligência e consciência.

5 - Deste modo, foi inevitável a supremacia do ego secundado pela inteligência através do intelecto. Adiante, esta condição iria ser motivo de muito sofrimento e dor na evolução humana.

6 - Seguindo o padrão evolutivo, por intermédio do intelecto, foi analisando o meio ambiente em que se encontrava e desvendando-se, apreciando tudo que lhe dava prazer e satisfação às suas necessidades básicas, pelo que naturalmente foi desenvolvendo o sentido de posse que o levou ao inevitável egoísmo que proporcionou todas as negatividades que a sua individualidade tomou como o real.

7-Desde sempre, o homem obedeceu mais à inteligência do que ao espirito. Possuidor de atributos divinos por filiação, criou regras para comportamento de relação com os seus semelhantes através de leis, inventou máquinas fabulosas, edifícios monumentais, descobriu meios de tratamento de doenças, atingiu técnicas de variada ordem, que o levaram a um progresso tecnológico inimaginável. Pena é que, na sua maior parte, tenham sido utilizadas para servir a personalidade, o ego físico, mental e emocional do ser, originando violências, fome, catástrofes, prepotências e
misérias de todo o tipo. No entanto, no seu íntimo, vive sempre a ideia de um ser superior, transcendente. Por isso, também criou religiões de acordo com as suas interpretações do revelado.

8 - Analisando superficialmente o passado, ficamos com a ideia de que tudo foi e é um fracasso. Deus previu mal o resultado e o homem errou clamorosamente, mas, observado em profundidade, numa visão de síntese, verificamos que tudo era inevitável que assim fosse, para que o homem pudesse atingir, vivendo, os desígnios estabelecidos da existência dos seres.

9 - As culpas do ego intelectual, só irão terminar quando o eu espiritual despertar e o homem mergulhar no fogo do Amor Divino, redimindo assim a personalidade fictícia. Nessa altura aparecerá o Filho do Homem, a individualidade do ser purificada, ou seja, o homem nascido de novo.

10 - O homem é um ser espiritual em experiência evolutiva no plano hominal. De constituição tríplice, Corpo, Alma e Espírito. Quando chegar ao expoente máximo do plano hominal em trânsito para o plano crístico poderá dizer: Senhor meu Pai, em tuas mãos deposito a minha alma realizada.

19-06-2006 Abrame
Transcrito por Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Abril 10, 2014, 15:35:33 pm
Companheiros do Caminho
Mais um pensamento do Abrame

A intuição pura é o elo Divino entre o corpo denso e o Ser. Escrevemos mas não somos nós que julgamos se o mundo está mal ou se está bem. Porém, estas afirmações são justas porque não seguimos a vontade do ego profano nem da mente pensante, mas sim do Ser Divino. Não podemos dar testemunho de nós mesmos. Os sagrados ensinamentos de todos os verdadeiros Mestres, quando experienciados e consciencializados, é que dão testemunho de toda a verdade. A verdade não precisa do testemunho dos Homens.
Abrame
Do vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Abril 12, 2014, 13:05:40 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma mensagem condensada de Abrame.

A Reencarnação

1 - A Lei da Reencarnação é uma consequência da Lei de Causa e Efeito.

2 - É óbvio que só uma vida nos mundos da forma, é insuficiente para o ser atingir a perfeição. Para atingir esse objetivo, muitas reencarnações se sucederão.

3 - Deus não faz diferenciações, porquanto creou os seres em igualdade de capacidades e de oportunidades nos percursos de aprendizagem, nos diversos planos de frequências vibratórias onde a vida se manifesta desde o princípio.

4 - Daí advém a soberana perfeição da justiça Divina, que todos usufruem na sua caminhada evolutiva, desde o ponto de partida até aos sucessivos pontos de chegada.

5 - A Lei da Reencarnação possibilita ao ser o conhecimento de toda a creação, porque através das vidas sucessivas, ele experiencia, vivendo, tudo que foi creado, transformando vida após vida, as suas negatividades em positividades, de acordo com as leis Divinas e alcançando assim os diversos estados de perfeição e sabedoria, em termos materiais, mentais, emocionais e espirituais.

6 - As reencarnações dos seres são programadas a partir do natural desejo da alma que, em determinada altura, sente a necessidade de reencarnar para prosseguir a sua evolução em um mundo de outra dimensão. Nessa programação estão contempladas situações de vivências negativas de vidas passadas que foram causa de sofrimentos para outros seres e que terão de ser redimidas, em vivência do causador, para completa consciencialização do mal causado, possibilitando assim a transformação do negativo em positivo.

7 - Estão também contempladas as necessidades evolutivas de todos os outros intervenientes nessa programação. Assim participarão outros seres, cujas causas encontrem correspondência entre si, que dê lugar a que essa conjugação de efeitos possa atuar de forma a permitir a solvência de negatividades a todos. Estão aqui os familiares e amigos possíveis, levando em conta o livre-arbítrio de que todo homem é dotado,
bem como de quaisquer outros seres, afastados deste conjunto, que possam vir a ser atingidos positiva ou negativamente. Aprendemos interagindo uns com os outros.

8 - Toda a creação é perfeita, ou Deus não seria Deus. Tudo age, reage e interage no sentido de proporcionar aos seres a sua evolução. Todo o cosmo está solidário no seu todo e, mesmo paradoxalmente que pareça, ele expressa-se nessa solidariedade em termos materiais, mentais, emocionais e espirituais, porque tudo é vida e a vida contém tudo isso.

9 - Deste modo não podemos atribuir a Deus, ou seja a quem for, os nossos sofrimentos, as nossas dores, os nossos desgostos ou situações de infortúnio – que são os efeitos – mas sim a nós próprios, pela ignorância que temos da nossa natureza, por termos enveredado por caminhos negativos de egoísmo, avareza, ódio, poder, etc., que nos levaram a ter comportamentos impróprios, de desamor e crueldade, que são as Causas.

10 - Acreditar nisto ou naquilo é apenas um ato de crença. A Reencarnação conduz-nos a viver o chamado “o Bem e o Mal” para Saber.
Mais ou menos quinhentos e sessenta anos antes da nossa era, já Sócrates nos tinha ensinado que “ SÓ VIVENDO SE SABE”.

Abrame
Transcrito de vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Maio 01, 2014, 17:52:50 pm
Companheiros do Caminho
Mais um dos pensamentos de Abrame para vossa apreciação.

Entendimento

Aqui estamos discernindo, lendo e vendo o que Jesus ensinou. Não nos estamos focando na letra, basta-nos concentrar a nossa atenção no que os ensinamentos transmitem. O que importa a letra que esconde a essência oculta? A essência do ensinamento é que é importante. Mas para percebê-la, pensamos que é preciso desligarmo-nos do ilusório da letra e ligarmo-nos com a alma aberta às Leis Divinas que regem a evolução do Ser, entrando em completa interiorização. Porém, mais que entendê-la é senti-la e melhor ainda é vivê-la. E, mais importante ainda, é a consciência do Ser. Porque quando acontece que somos simplesmente, não cometemos erros no aprofundamento da mensagem recebida e, por isso, não estamos permeáveis a falsas interpretações ou a um pseudo-salvador da humanidade.

Pensamos que grande parte da humanidade vive a noite da inconsciência porque se ligou aos prazeres mundanos, às necessidades mentais do ego profano físico, emocional e mental.

A ausência consciente da existência do Divino no Homem traz-lhe insegurança.

Disse Jesus «E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.» (Lc 11,9-10).

Jesus referiu-se à força da Verdade «Ela é como o vento, ninguém sabe de onde vem nem para onde vai» (Jo 3,8). Quando a pessoa se identifica com a Verdade e passa a ser consciente dela, aí sabe de onde vem e para onde vai. “Assim é todo aquele que volta a nascer da observância das Leis do Divino, que é sentido mas não é visto”. Quem for fiel à verdade conhecê-la-á, tornar-se-á um com ela.
Abrame
Transcrito pelo vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Maio 04, 2014, 16:26:20 pm
Companheiros
Aqui transcrevemos o que o Abrame, entende resumidamente em 10 itens por Chacras, para vossa apreciação.

Os Centros de Força
 ( Chakras )

1 - Os Centros de Força - vulgarmente designados por chacras - têm a sua localização a partir do corpo etérico, também chamado corpo vital, com correspondência e assimilação no corpo físico nas mesmas áreas, sendo que a sua ação energética atua nos sistemas físicos: glandular e nervos (plexos), como centros de captação, contenção e distribuição de energias para todos os corpos.

São centros energéticos e psíquicos com configuração cónica-cilíndrica (tipo disco), - dotados de forças centrífuga e centrípeta, numa atuação de expulsão ou de irradiação de energias negativas ou positivas, conforme os estados ou as necessidades de harmonização dos corpos mais densos.

Estes centros de força são da máxima importância, visto terem como função o equilíbrio físico e psíquico do ser. Estão em constante movimento rotativo através das pétalas que os compõem, à velocidade que lhes é inerente, necessitando por isso que estejam em sincronização entre si, na sua diversidade rotativa, para que o corpo físico goze de boa saúde e harmonização.

Assim, os centros de força têm - cada um – a sua velocidade própria, emitem uma cor própria e desenvolvem-se consoante a evolução do ser de que fazem parte integrante do processo, por serem até um veio de transmissão que vai captando e injetando energias cada vez mais subtis, em função da sensibilidade do ser em evolução.

Também durante o trajeto evolutivo do ser, os centros de força foram tendo individualmente mais ou menos preponderância dominante em função do ciclo evolutivo em que o homem, na sua ascensão, se encontrava.

Deste modo, os centros de força controlam o funcionamento dos órgãos do corpo físico tendo como ação principal a distribuição das energias adequadas a todo o organismo, digerindo-as e absorvendo-as, com particular importância no desenvolvimento das faculdades mediúnicas e psíquicas em geral.
Estima-se que existem - mais ou menos – 365 centros de força, distribuídos por todo o corpo físico, mas os mais importantes são 7, com a seguinte distribuição:

CORONÁRIO
FRONTAL
LARÍNGEO
CARDÍACO
SOLAR
ESPLÉNICO
BÁSICO – SEXUAL

2 - O centro de força coronário tem a sua sede no alto do crânio e controla e energiza o cérebro e a glândula pineal. É dotado de 972 pétalas e tem uma capacidade enorme de retenção de energia que, uma vez fluida, abarca todo o corpo físico. A sua cor é o amarelo e pode atingir um diâmetro de 10 centímetros. É o Centro da Sabedoria e Iluminação.

3 - O centro de força frontal tem a sua sede entre as sobrancelhas, na fronte do crânio. Controla a glândula pituitária e os órgãos superiores da face, como o nariz, os olhos e também o cérebro, fornecendo as energias adequadas. É dotado de 96 pétalas e a sua cor é o verde. Pode atingir um diâmetro de 10 centímetros. É um centro de força de cura. Também é conhecido por Terceiro Olho.

4 - O centro de força laríngeo tem a sua sede na base da garganta. Controla e fornece energia à glândula tiroide, bem como a todos os órgãos que compõem a garganta. É dotado de 16 pétalas e a sua cor é o azul. Pode atingir um diâmetro de 10 centímetros. É o centro de força com atributos da fé e poder.

5 - O centro de força cardíaco tem a sua sede na parte inferior do tórax e zona do coração. Energiza e controla o coração e todos os órgãos dessa área corporal. É dotado de 12 pétalas e a sua cor é a rosa. Pode atingir o diâmetro de 10 centímetros. É o centro do amor e da beleza.

6 - O centro de força solar tem a sua sede na zona umbilical e controla todo o aparelho digestivo a partir do estômago, bem como pulmões e fígado. É dotado de 10 pétalas e a sua cor é a púrpura dourada. Também o
seu diâmetro pode atingir de 8 a 10 centímetros. É o espaço da paz e da prestação de serviços.

7 - O centro de força esplénico tem a sua sede na área do baço. A sua ação vigorante através das energias que distribui, promove o volume de captação energética, fornecendo grande vitalidade nervosa e auxilia a normalidade circulatória sanguínea. Preside também às glândulas suprarrenais, coluna vertebral, aos rins e bexiga. É dotado de 6 pétalas e a sua cor é o roxo. O seu diâmetro pode atingir os 5 centímetros.

8 - O centro de força básico - sexual tem a sua sede na pélvis e nos órgãos genitais, controla e energiza as glândulas sexuais, bem como o aparelho reprodutor. As forças que circulam por este centro transformam-se no cérebro em energia intelectual, despontando desejos e opera através do sexo. É dotado de 4 pétalas e a sua cor é o branco na área pélvica e o laranja forte no sexo. Por este centro de força são expelidas as impurezas energéticas. O seu diâmetro pode atingir os 5 centímetros. Retém em si as energias da kundalini. Tem como propriedades principais a auto-realização, o conhecimento, a sobrevivência, o sexo, a segurança, a longevidade e o prazer.

9 - As energias da kundalini encontram-se como que adormecidas até o ser atingir um certo grau de espiritualidade, após o qual e em estados espirituais, começa a movimentar-se em sentido ascendente ao longo da coluna vertebral, chegando gradualmente apenas a cada centro de força que delimita o grau evolutivo do ser. Quando o homem atinge a realização
da sua individualidade, esta energia percorre a coluna vertebral e, ao atravessar o espaço cruzado entre as glândulas pineal e a hipófise, completa um 8 na sua trajetória ascendente, atingindo assim o estado integral da ascensão espiritual humana. Neste momento é que se pode usar o termo de iluminação. “O homem atingiu a iluminação”.

10 - A desarmonia entre os centros de força pode ocasionar graves perturbações físicas e psíquicas no ser humano. Proliferam sistemas e métodos, quer para serem executados pelo próprio ou por terceiros no desejo de os harmonizar e desenvolver, quer para serem aplicados no sentido do desenvolvimento da mediunidade.

Dada a delicadeza do assunto em questão, é importante que sejam tomadas todas as medidas seguras para que, por quaisquer atos de leviandade e imprudência, não venham a ser criadas situações que conduzam a estados deploráveis.

Pensamos que o caminho seguro para o desenvolvimento dos centros de força, será o método natural do trabalho do homem na transformação do seu Ego Físico, Mental e Emocional, pondo-o ao serviço do seu Eu Superior.

 Abrame
Transcrito por Hermes.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Maio 15, 2014, 15:19:04 pm
Companheiros do Caminho
Dos arquivos do Abrame vos envio mais um texto para vossa apreciação.

REQUISITOS DO DUPLO ETÉRICO

O Corpo Duplo Etérico é conhecido desde que se conhece a iniciação Egípcia e, segundo consta foi transmitido à Humanidade por Hermes Trismegisto.

O duplo etérico é constituído por éter:

- Éter químico: por meio deste éter produz-se a assimilação (como ar, comida) e a excreção (dos alimentos, do ar, etc.), nas plantas, nos animais e no homem.

- Éter da vida: através deste éter dá-se a propagação das espécies: produção sexual, fecundação, gestação, nas plantas, nos animais e no homem.

- Éter luminoso: por este éter é gerado o calor do sangue (nos animais superiores e no homem) e através dele funcionam também os sentidos (visão, audição, tato, olfato, etc.). Nos animais de sangue frio, faz apenas circular o sangue. Nas plantas é o princípio gerador e fixador da clorofila.

- Éter refletor: neste éter ficam gravados todos os pensamentos e atos do ser da sua reencarnação atual. O vidente treinado pode ler aqui a história dos acontecimentos consoante o seu desenvolvimento mediúnico, visto que aquando da desintegração do duplo etérico a energia não se perde, regista o seu conteúdo no corpo causal, adicionando assim os factos da última reencarnação às vidas anteriores. Razão porque, na hora do desencarne, o ser relembra, como num filme, toda a sua última vida.

O duplo etérico é a reprodução exata, partícula por partícula, do corpo físico; é igualmente o intermediário que põe em movimento todas as correntes elétricas e vitais das quais depende a atividade energética do corpo.

 É constituído por uma tela etérica que, atuando através do sistema nervoso, estabelece as comunicações dos corpos mental e astral com o físico. Essa tela ou rede etérica, é ligeiramente maior que o corpo físico, tem um tom geral acinzentado com um pouco de roxo e a sua textura é mais fina ou mais grosseira consoante a purificação do veículo físico.

O vidente experiente distingue bem o duplo do corpo astral, visto a claridade deste último ser opaca, variando consoante a evolução do ser.

Graças a este corpo, a energia ou força vital percorre o sistema nervoso do corpo físico, transmitindo-lhe energias, força e sensibilidade, pois é neste duplo que estão situados os centros de forças - também chamados chacras pelos orientais - que coincidem com as áreas de harmonização e equilíbrio do corpo físico.

As deficiências do corpo físico têm o seu começo neste duplo, que por via de ações antinaturais de toda a espécie, por procedimento incorreto do ser, deteriora a pureza da energia que vai afetar o corpo físico, declarando-se a doença.

Este corpo não pode abandonar o corpo físico. Por vezes acontece exteriorizar-se mas não pode afastar-se. Quando, por videntes, é visto um duplo etérico afastado do corpo físico, pode-se ter a certeza de que o seu ocupante está de partida da dimensão terrena em pouco tempo.

Durante o sono permanece junto do corpo físico, mantendo-se mesmo depois do desencarne, desintegrando-se no próprio corpo físico, cuja desagregação energética se faz mais rapidamente.

Não serão os fogos-fátuos, que se vêm por vezes nos cemitérios, as energias do duplo etérico libertando-se, bem como os fenómenos da combustão espontânea?

O duplo etérico é construído em cada reencarnação.

Abrame
Transcrito por Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Maio 20, 2014, 19:37:51 pm
Companheiros do caminho
Mais um texto do Abrame para vossa apreciação.

O ILIMITADO
Segundo pensamos, tudo que tem corpo está limitado. As religiões estão limitadas pelas teologias que lhe são inerentes, as linhas espiritualistas e esotéricas pelos esquemas que as suportam, as doutrinas do espiritual pelas codificações, e nós estamos limitados pelo veículo corporal. O segredo está em saber que só temos fronteiras a ultrapassar e viver firme e determinadamente em consciência para alcançarmos a consciência do Todo.
Abrame

Transcrito por Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Junho 24, 2014, 18:38:56 pm
Companheiros do Caminho
Hoje por curiosidade retirei dos arquivos do Abrame assunto sobre as auras, que são produto de pesquisa e de estudo de várias fontes.     

As Auras
1 - Tal como toda a creação, o ser humano é um feixe de múltiplas energias que se expressam em complexas e dinâmicas formas, vibrações, sons e cores, cujas belezas conjunturais se manifestam à medida que vão alcançando dimensões cada vez mais subtis.

As emanações da aura são conhecidas desde a antiguidade pois sempre houve videntes que as descreveram.

Mais tarde, e mais ou menos há um século, o teósofo C.W. Leadbeater escreveu sobre o assunto pormenorizadamente, na sequência dos seus estudos.

Mais recentemente, em 1904, o padre brasileiro Landell de Moura inventou um método fotográfico que fixava os efeitos electro luminescentes de contorno dos corpos, tendo essa pesquisa sido abandonada, aparentemente por pressão da hierarquia religiosa. Em 1939 o casal russo Valentina e Semyon Kirlian desenvolveram uma máquina fotográfica que, segundo os entendidos no processo, fotografa os campos energéticos dos seres, ou auras. Desde então o sistema tem sido alvo de aperfeiçoamentos e testes, principalmente na Rússia e nos Estados Unidos da América, tendo evoluído para máquinas designadas de bioeletrografia, usadas atualmente em instituições de saúde como auxiliares de diagnóstico.

Mas não é menos importante o testemunho de médiuns videntes, que descrevem as cores que observam a rodear o corpo humano, e através dos quais se tem vindo a fazer profundos estudos.

Todos os seres possuem aura, desde o corpo mais minúsculo aos corpos das almas mais elevadas espiritualmente. Manifesta-se como um halo luminoso de radiações coloridas.

Apresenta uma densidade mais forte na área periférica do corpo, obtendo no homem uma largura de cerca de cinco centímetros, sendo mais larga na zona da cabeça e dos ombros e adelgaçando-se ao longo do corpo, para baixo, numa forma ovoide.

Um médium vidente que se treine na observação das auras e obtenha, pelo estudo, o conhecimento do significado das cores no contexto cósmico, poderá, por análise, chegar ao entendimento do grau evolutivo do ser, do estado psicológico em que se encontra no momento, como também saber do seu estado de saúde físico, mental e emocional.

Qualquer corpo separado, por corte, de algum dos seus elementos, não perde o envolvimento da aura, pois ela recompõe-se tanto no corpo como nos elementos que se encontram separados.

No reino mineral, a aura mantém-se quase constante na sua coloração. No vegetal já apresenta evolução mais avançada, variável e diferenciada. Como é óbvio, no reino animal a extensão das variantes são muito maiores. Se colocarmos, como exemplo, a coloração entre um animal selvagem e predador e um doméstico criado com amor e atenção pelo dono, logo verificaremos a grande diferença de cores que existe entre uma e outra aura.

Já a aura humana é de grande complexidade devido às extensas variantes de cores e combinações das mesmas, pois envolve estados físicos, mentais e emocionais de grande complexidade como seja o estado evolutivo, suas tendências, intelecto, índole, predisposições, grau de inteligência, capacidade de raciocínio, sensibilidade de consciência e a ordem de seus pensamentos. Focalizando a aura do homem para uma melhor compreensão e dando seguimento ao que atrás foi mencionado, diremos que a aura se forma de emanações do corpo bioplasmático, do Duplo Etérico e da alma humana.

De vários estudos sobre o assunto, que estão de acordo com o que julgamos ser correto, indicaremos, a seguir, o significado das cores:

2 - AMARELO - De um modo geral, denota um grau de intelectualidade. Seus matizes são muito variáveis e por vezes complexos. Quando aparece brilhante de ouro, clara e luminosa cor de limão, indica inteligência.
Significa ainda força de vontade, autoridade, forte personalidade, controle dos sentimentos e desejos, alegria de viver, espiritualidade.
AMARELO CLARO - Representa faculdades mediúnicas e boa intuição.
AMARELO PÁLIDO - Harmonia com seus semelhantes, simplicidade, equilíbrio, paz.
AMARELO OURO - Forças telúricas, preguiça, ciúmes, calúnia.
AMARELO ESCURO - Maledicência, tagarelice, estreiteza de espírito, opacidade.
AZUL - Capacidade de curar através das próprias energias mentais e espirituais. Age com os seus semelhantes de forma agradável e tranquila, sinceridade. Pode usar forças espirituais.
AZUL CLARO - Denota inteligência, necessidade de ideal, pureza, devoção.
AZUL PÁLIDO - Chama intelectual, espiritualidade, altruísmo.
AZUL-TURQUESA - Expressão e criatividade na palavra e na comunicação, perceção profunda, compreensão imediata dos assuntos mais complexos, AZUL ESCURO - Teimosia, falta de equilíbrio.

3 - BEGE CLARO - Doçura, felicidade, pudor, espírito de discernimento.
BRANCO - Cor muito rara, perfeição, alma quase pura. Realização.
BRANCO DOURADO - Esta cor é geralmente entremeada com outras delicadas cores pastel. Os grandes mestres são vistos com frequência numa irradiante aura branca ou dourada. Branco significa pureza, altruísmo, perfeição. Uma aura dourada é tão rara quanto uma aura branca pura. O ouro na aura significa a luz da verdade e a luz elevada da consciência Divina.
BRANCO PRATEADO - Seres de espírito altamente evoluídos e indica uma ampla abertura às forças cósmicas.
BRANCO PRATEADO ESCURO - Envolvendo o corpo, significa que existe uma tendência de não aceitar a verdade como ela é e interpretá-la segundo o seu próprio entendimento para objetivos próprios.

4 - CASTANHO CLARO - Demonstra uma aura contaminada, muito stress, cansaço físico e psíquico.
CASTANHO-ESCURO - Falsidade, hipocrisia, megalomania, neurastenia, avareza, apego incondicional ao que é seu.

CINZENTO - De tom denso, expresso profundo abatimento; quando constante, dá ao corpo astral um indefinível aspeto melancólico e triste.
CINZENTO ESCURO - Bestialidade, ser primitivo, instintos irreprimíveis, ansiedade, timidez, autoestima deficiente, falta de coragem.
CINZENTO LÍVIDO - Expressa medo.

INDIGO - Conhecimento profundo, honestidade, sinceridade, altruísmo, faculdades medicinais, coragem.

5 - LARANJA – Capacidade de dar e receber, sentimentos ternos, capacidade de amar apaixonadamente, capacidade de tolerância, capacidade de trabalhar em grupo, sensibilidade para as artes.
LARANJA PÁLIDO - Delicadeza, preciosidade, gosto artístico.
LARANJA CLARO - Sentidos ávidos, todos os prazeres materiais.
LARANJA VIVO - Orgulho, vaidade, altivez, insolência, ambição.

6 - MAGENTA - O ser não consegue fazer circular da melhor forma as suas energias, embora possa usá-las ao serviço de outros. Ainda não tem os canais energéticos prontos a canalizar uma vibração elevada.
MARROM CLARO - Insolência, rancor, dureza, insensibilidade.
MARROM FORTE - Espírito de vingança, provável neurose.

7 - PRETO - Geralmente aparece com manchas. Caos, tendência para o mal, desejos destrutivos, o ser afasta-se da luz criadora e da ordem Divina. Ódio e maldade.

8 - ROSA - Coração caloroso, amor ao próximo sem egoísmo, disposição para fazer sacrifícios, solicitude, simpatia, gentileza, sensibilidade às vibrações dos seus semelhantes.
ROSA PÁLIDO - Coração afável, amor ao próximo, necessidade de amar.

9 - VERDE - Autoconfiança, poder de curar, capacidade de perdoar e aceitar, ama a paz, sensibilidade e amor incondicional.
VERDE/AZUL PÁLIDO E LUMINOSO – Denota profundíssima simpatia e compaixão.
VERDE MAÇÃ - Apresenta ser de grande vitalidade.
VERDE PÁLIDO - Espírito vivo, voltado para os detalhes, impulsivo, curiosidade.
VERDE MÉDIO - Espírito pouco aberto, espírito de negação, adaptabilidade que pode ser falsa e má ou por vezes boa e simpática.
VERDE JADE MÉDIO - Dúvida, espírito de contradição, atreito a discussões e atritos.
VERDE CINZENTO - Trapaça e astúcia.
VERDE-ESCURO - Vícios, asneiras, ignorância, indiferença, ser limitado.

VERMELHO - Preocupações com a vida material, vontade de viver. O sucesso é alcançado através de uma dedicação total. Tendência à irritabilidade e mau humor. Tendência à hipertensão arterial.
VERMELHO CARMEZIM - Apresenta amor; com mistura de outras cores altera o tipo e característica do amor. Podem formar-se inúmeros matizes.
VERMELHO COR TERRA - Sem brilho, quase mofo, denota avareza.
VERMELHO ESCARLATE - Quando são jovens demonstra crescimento e desenvolvimento. Quando são adultos representa impulsos instintivos e bloqueios energéticos.
VERMELHO ESCARLATE (COR SANGUE) - Tom opaco apresenta muita sensualidade.
VERMELHO CLARO - Egocentrismo, ser interesseiro, avareza, cóleras rápidas.
VERMELHO ESCURO - Violência, cólera, crueldade, maus instintos. Sobre fundo negro denota cóleras e quando há mistura de cor terrosa, fomenta egoísmo exacerbado à mistura.
VERMELHO PÁLIDO E ROSADO - Egoísmo, instintos pessoais muito desenvolvidos.

VIOLETA - Espiritualidade bem desenvolvida, inspirações criativas, compreensão de níveis de consciência elevada, harmonia da vida com a ordem cósmica. Capacidade de transformar os sofrimentos pessoais em fatores positivos na sua evolução como ser humano.

10 - Não se trata de nenhum esquema de adivinhação esquematizado pela imaginação humana, a exemplo de tantos outros, mas sim da irradiação de vibrações nervosas dos seres que se traduzem em cores, estados físicos, mentais e emocionais e que pela sua constância, levaram estudiosos a estabelecer regras de análise. Compete à ciência investigar e demonstrar cientificamente a sua veracidade. Para o médium vidente, que observa a composição dessas cores, é um facto adquirido; não lhe oferece qualquer dúvida.

Os médiuns que têm a faculdade de ver as auras, necessitam de saber encontrar em si um estado neutro e descontraído para poderem fazer a sua análise corretamente, pois estados instáveis, negativos e emocionais da sua parte, levam a observações adulteradas.

Esta faculdade é de grande importância, no sentido de, através dela, se poder diagnosticar as perturbações psíquicas e emocionais que estão em causa e ainda os órgãos físicos que não estão a desenvolver eficazmente a sua função, o que se deteta pela interpretação das cores da aura.

Todo o Universo é Luz, Cor e Som no seu equilíbrio e harmonia cósmicos, com um objetivo real de significação física, mental e emocional infinita, conforme nos legou Hermes Trismegisto no seu poema “SINFONIA DAS ESFERAS “.

Abrame
Vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 06, 2014, 18:39:50 pm
Companheiros do Caminho
Junto mais uma mensagem que transcrevo do arquivo do Abrame, onde usou termos identificativos mais conhecidos no Ocidente, para uma melhor compreensão. 

As Dimensões

1 - A transformação de tudo que foi creado acontece através de um processo, chamado Evolução, que percorre diversas dimensões, onde a vida se manifesta numa constante aprendizagem e sublimação, rumo ao centro de perfeição e sabedoria de onde tudo proveio em estado realizado.

Essas dimensões compõem-se, até certa culminância, de matéria em diversos estados de frequência vibratória energética que lhes correspondem, vividas através dos órgãos sensoriais que os seres possuem nesses planos.

Deste modo, habitam esses planos ou podem chegar percetivelmente, em estado consciente ou inconsciente, a esses planos dimensionais, os seres que pela evolução da sua sensibilidade face à lei da afinidade, já possuam ou tenham em grau avançado, a frequência energética vibratória correspondente.

2 - Poderemos estabelecer a sequência dessas dimensões, partindo do mais denso para o mais subtil, do seguinte modo:
Físico – Astral – Mental – Causal – Crístico – Angélico – Divino …!

3 - Intercalados, possui cada uma destas dimensões diversos graus de estados de matéria e de energia, numa ascensão sempre mais subtil, constituindo sub-planos que os seres percorrem desde o primeiro grau do sub-plano da dimensão física, em ascensão de aperfeiçoamento através de experiências neles vividas.

4 - Assim, no plano físico, são conhecidos os estados mineral, vegetal, animal e hominal, sendo os três primeiros de evolução determinística e o quarto, onde os seres já são possuidores do livre-arbítrio e da inteligência dedutiva, por ação do espírito.

5 - O plano físico é uma projeção da dimensão astral tal a sua semelhança, diferindo, como é óbvio, o estado da matéria e da energia, muito mais subtil. No plano astral existem sete planos principais, os quais possuem, em ordem decrescente, sete sub-planos cada. No primeiro, segundo e princípio do terceiro são de frequência vibratória muito baixa e densa, sendo que a partir de parte do terceiro plano se torna mais transparente até atingir grande luminosidade e beleza ambiental. O plano astral é uma dimensão real onde a vida se processa como na Terra. Nele se encontram florestas, mares, rios, campos, casas etc. A sua particularidade diz respeito à preponderância do mental no seguimento da existência, pela facilidade de modificação e criação, que leva a pressupor níveis de ilusão. Por isso muitos lhe chamam ilusão.

6 - No mental, observam-se o mental inferior, ainda agindo sob o efeito do ego físico, mental, emocional do homem e o mental superior, dirigido pelo eu superior, onde predominam as ondas vibratórias do espírito.

7 - A dimensão causal podemos designá-la como sendo o grande centro de dados da evolução. Aí se estabelece toda a ascensão dos seres, desde o princípio até à sua realização, pois nela se encontram quer individual, quer coletivamente, todo o processo e trajetória evolutiva da creação, traduzida numa epopeia de sofrimento e glória.

8 - No plano Crístico, as vibrações são de compreensão e sabedoria que se expressam por sentimentos de fraternidade e amor, onde se observam as leis espirituais, onde o ser se sente uno com Deus e solidário com o todo. Atingiu a paz e a harmonia.

9 - No plano angélico, pensamos que os seres vivem em perfeita Inocência Sábia.

10 - No plano Divino vive a esperança certa de que, no momento certo, saberemos.

Abrame
Vosso companheiro Hermes
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Agosto 19, 2014, 21:51:46 pm
Companheiros do Caminho
Junto mais uma análise espiritual de Abrame para vossa apreciação.

O Sacrifício

Em Gn 22, 1-2 Deus manda Abraão matar seu filho Isaac conforme se descreve sucintamente porque, como pensamos, é o ponto fulcral do assunto:

“E aconteceu depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaac, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi”.

E em Gn 22, 10-12 “E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; Mas o anjo do Senhor Lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único”.

Através da Bíblia e, neste caso, do Antigo Testamento, verificamos que o histórico se encontra constantemente aureolado por uma neblina esotérica de ordem “espiritual-milagrosa-religiosa”, seja tanto no caso de vitória israelita como no de penalização.

Isto acontece por ter sido estabelecido com extremo rigor pelas iniciações ocultas ao longo dos tempos evolutivos, o revelar sempre em termos esotéricos o conhecimento espiritual para que não caísse eventualmente em mãos profanas que dele fizesse uso com intuitos maléficos.

O bem e o mal são instrumentos de consciencialização dos quais se serve a Lei de Causa e Efeito, onde atua a ação, a reação e a interação por afinidades de expansão de energias emitidas, que tanto podem produzir efeito no bem como o podem fazer no mal, enquanto enquadrados nos mundos de evolução de base dualística.     

Perante a imponência dos mundos da forma, da matéria em movimento e dos fenómenos naturais que por vezes se expressam de forma violenta no seu desenvolvimento evolutivo, o homem criou crenças de ordens supersticiosas e de envolvimentos sentimentais naturais de que não se encontrava só no mundo. Precisava de proteção.

Por isso, as várias gerações de seres humanos ao longo de milénios, perante a incomensurável ostensividade cósmica e as evidentes necessidades de que careciam para subsistirem no mundo em que se encontravam, adquiriram o sentimento interiorizado que tinham que existir um ou mais Seres poderosos, que tudo tivessem criado, e os designaram por Deuses porque, através do homem, era evidente que não teria sido possível.

O sentimento de se protegerem, foi a origem do momento da criação de deuses para todas as suas necessidades prementes e dificultosas.

Nessa altura também se manifestaram os psíquicos, que conviviam através da mediunidade com os chamados espíritos, fortalecendo assim a convicção da vida para além da morte. Chamaram-lhes feiticeiros, xamãs, etc.

Para obterem o favor dos Deuses faziam-lhes rogos e dispensavam-lhes orações precedidas dos seus pedidos de tudo quanto necessitavam e de toda a série de teres e poderes que deu lugar à construção do seu Ego Físico, Emocional e Mental, que é o mensageiro da sua personalidade para se sentirem superiores e dominadores das suas áreas de atuação.

A superstição e o medo atingiram tais proporções que, para além de orações aos Deuses e certas cerimónias estabelecidas em seu louvor, se chegou ao exagero de sacrificar vidas de animais bem como ao extremo de sacrificar a vida de seres humanos para garantir a benevolência dos Deuses.

Mais tarde se concluiu e se estabeleceu a existência de um só Deus Creador de poderes absolutos, demonstrado por mensageiros que vieram aos mundos de evolução ajudar a humanidade a crescer em compreensão e consciencialização da existência da essência espiritual Divina no mais íntimo da alma humana da qual emanaram.   

No nosso entendimento, o que se passou foi a apresentação de um líder, chamado Abraão que era muito bem aceite pela sua ponderação e verdadeiramente crente num Deus absoluto, com o qual ele tinha entendimento, que protegeria aquele povo, o que facilmente juntou à sua volta uma multidão de seres humanos, cuja profissão generalizada era a de guardadores de ovelhas que o aceitaram como seu guia e orientador na procura de regiões terrestres de campinas ricas em pastagens que levasse o pastoreio a ter sucesso.

A reunião deste movimento veio a criar todo um sentimento de unidade que naturalmente se converteu num povo: “O Povo Judaico”.

Como é sabido Abraão e Sara eram já de uma certa idade e, por isso, pensava-se que ela já não tinha idade para ter filhos, o que era de importância capital para a sucessão de Abraão.

Entre aquele povo quando esta situação acontecia era permitido o chefe ou o rei, ter relações íntimas com uma escrava. Neste caso, de conluio com a própria Sara, esposa de Abraão, foi escolhida uma escrava chamada Agar e da qual nasceu Ismael.

Mais tarde aconteceu que Sara, embora avançada na idade, deu à luz um filho a quem atribuiu o nome de Isaac, o qual se sobrepôs a Ismael na situação de filho legítimo.

Jamais podemos acreditar que o Deus de Amor em que depositamos toda a nossa esperança e reverência, tivesse proposto a Abraão sacrificar o seu filho Isaac para atestar a sua fidelidade a Deus usando com artimanha e sofisma, sub-reptícia, enganosa e sofisticadamente a obscura descrição argumentada absurdamente, para poder avaliar da fidelidade ou de outro sentimento qualquer, tal como o homem faz no uso da sua mente profana através do intelecto, para obter os seus desígnios.

O Deus de que estamos a falar é um Deus Absoluto, Creador de tudo o que existe e que, segundo nos diz Jesus, se encontra dentro da nossa alma e, por isso, conhece tudo que se passa com o homem.

Ele é a inteligência e a consciência do Todo, o que naturalmente o leva a Ser a “Sublime Realidade da Verdade”.

Em Mt. 6,6 diz Jesus: “Mas tu quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai “que está em oculto”; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”.

Também aconselha aos apóstolos que não tenham receio do que tiverem que dizer, quando a isso forem interpelados, porque o Pai porá nas suas bocas as palavras corretas que deverão dizer.

E ainda resumidamente com respeito a si próprio declara que as palavras e as obras que faz, não é Ele que as faz, mas o Pai que está nele é que diz e faz as obras, porque dele mesmo nada pode fazer, visto o Pai ser maior do que Ele.

Na primeira epístola aos Coríntios em 3,16 diz Paulo de Tarso: “Não sabeis vós que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”.

E é sempre Jesus que nos ensina ao dar-nos para nossa interpretação a profunda “Parábola da Semente”. 
 
«Disse Jesus: “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente á terra. E, dormisse e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele saber como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa». (Mc 4, 26-29).

Quanto a nós mais uma vez nos encontramos perante uma história esotérica com a presença de dois filhos. Assim ao primeiro, por necessidade de circunstância, foi-lhe atribuída a situação de ilegitimidade, e ao segundo, de filho legítimo.

Pensamos que Abraão foi o primeiro homem da antiguidade, do qual temos conhecimento, que alcançou a culminância da realização espiritual.

Posto que, segundo o nosso entendimento, o primeiro filho que o homem criou foi o filho da involução, ou seja, o estado do envolvimento da alma vivente humana com toda a negatividade daquilo que ela não é e, por isso, denominado ilegítimo por ser finito e constituir a materialidade organizada, por criação do próprio homem, em preceitos e preconceitos que deram lugar ao aparecimento do Ego Físico, Emocional e Mental que envolveu o homem dotando-o de uma personalidade negativa, não deixando de lhe dar um conhecimento vivido dessa complementaridade em termos de processo evolutivo, “Porque só vivendo se sabe”.

Findo o processo involutivo, considerado necessário para o entrosamento com o positivo para dar lugar à evolução da alma emanada da Essência Creadora, complementariza-se a situação dualística dos mundos da forma, da qual faz parte básica do processo evolutivo até a alma vivente atingir a culminância do “Espírito Puro” repleto de perfeição e sabedoria. É esse “Espírito Puro” que lhe permitirá a união com a consciência do Todo em plena glorificação de Filho Legítimo, a que esotericamente se chamou o “Filho do Homem” por ter transformado em sacrifício o Ego negativo que criou, na Pira Sacrificial, impulsionado pelo fogo do desejo ardente e intenso do verdadeiro amor a Deus e a toda a Creação, onde muito naturalmente lhe foram perdoados todos os seus chamados pecados.   

Segundo pensamos, foi assim que Abraão venceu a dificultosa, íngreme e a mais alta montanha, recheada de perigos negativos, em terras de Moriá, no preciso momento em que se deixam os vários caminhos evolutivos, escolhidos pelo nosso livre arbítrio e caminhamos abertamente pelo caminho único que se nos depara, envolvido com todas as condições que permitem a volta à Casa do Pai, como o nosso Mestre Jesus nos ensina demonstrativamente na sua esplendorosa parábola “O Filho Pródigo”. E seremos “Um com Deus”.

Abrame
Transcrito por Hermes com amizade.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 05, 2014, 21:20:13 pm
Companheiros do Caminho
Juntamos mais um texto do Abrame para vossa apreciação.

                 EVOLUÇÃO -  COMPLEMENTARIDADE
    O MAL E O BEM – NEGATIVO E POSITIVO - O PECADO
Estamos absolutamente conscientes de que toda a conceção e pensamento do homem em evolução é “Relativo” e, por isso, não pretendemos ensinar ninguém, porque o relativo quer dizer que a verdade não é de cariz absoluto. Mas gostamos e desejamos colocar por escrito aquilo que presumimos que nos é dado compreender em nossa demanda e que, pelo menos a nós, nos tem dado imensa satisfação interior e proporcionado rever e aprimorar o nosso entendimento em termos de espiritualidade participativa.
Temos como muito importantes os temas que dão lugar a estes escritos para quem tenta perceber a razão de ser da vida e, também, encontrar a sua verdadeira identidade.
Pensamos que toda a Creação existia potencialmente no âmbito íntimo do Creador, inteiramente perfeita e adequada ao aparecimento, por evolução, de tudo que a Creação contém incluindo Seres viventes que atingiriam altas condições de Perfeição e Sabedoria. A não ser assim, não haveria qualquer razão de ser da existência de tudo aquilo que foi Creado.
E disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra». (Gn 1,26).
Sempre pensámos que não somos Deuses, mas sim uma manifestação Divina, emanada do Creador, porque o dicionário - que contém as palavras que os homens possuem para se poderem entender - define semelhança da seguinte forma: Qualidade de semelhante, Parecença, Analogia, Conformidade. E semelhante como: Que tem semelhança, análogo, parecido, conforme, similar, idêntico, comparável.
Com profunda humildade, o próprio Jesus nos declara no resumo que fizemos de uma só frase de 4 versículos: "As palavras e as obras que Eu faço, não sou Eu que as faço, mas o Pai que está em mim é que diz e faz as obras, porque de mim mesmo eu nada posso fazer, visto o Pai ser maior do que eu".(Jo 5,30 - 14,10-24-28).
Deus, segundo o entendimento humano, é o Ser Creador incriado, sem princípio e sem fim, Absoluto e Imutável que se manifesta em Imanência e Transcendência.
No versículo 106 do evangelho de Tomé está escrito - Disse Jesus: «Se de dois fizerdes um, então vos farei Filhos do Homem».
No nosso entendimento e conforme intuímos, Deus do um fez dois, por isso os mundos da forma funcionam dualisticamente e o Homem, ao longo da sua evolução, criou dois filhos, a saber:

O Filho da Involução, que pela vivência da matéria e das conceções que dela retirou e adquiriu como norma da sua vida através do intelecto, onde a sua alma se promiscuiu, criou desse modo aquilo a que se dá o nome de conceitos e preconceitos profanos. Mais tarde, no evoluir da consciência hominal, veio a verificar que se tratava do complemento negativo e a isso se chamou “O Mal ”.

O outro filho do homem foi o ter compreendido, a determinada altura evolutiva, que tudo quanto é material é finito, começando pelo seu próprio corpo e verificando que tudo aquilo que lhe dava prazer, riqueza e orgulho, na verdadeira e rigorosa determinação dos termos, não lhe pertencia. Essa noção levou-o a alcançar, depois de muitas vidas na morte, o estado superior do Espírito do Bem, esse sim, o complemento creado pelo Creador Divino onde, não tendo nada, tudo possui por mérito próprio de esforço e de compreensão transformativa, o complemento positivo, que leva o Homem a encetar o caminho espiritual ascensional.
Nem podia deixar de ser de outra maneira visto que os mundos da forma são dualísticos propositadamente para que a ignorância com que fomos creados seja paulatinamente vencida pela estratégica evolutiva, por via da aplicação do intelecto em tudo que foi creado, sentido e vivido, no natural percurso evolutivo do próprio Ser porque “Só vivendo se sabe”. 
Deste modo, pode presumir-se que toda a Creação está defeituosa e que o Creador errou lamentavelmente ao tê-la creado, mas isso deve-se à nossa falta de conhecimento, pela ignorância de que somos possuidores no ato de princípio de imanência, e por isso fomos industriados sobre a razão de ser da vida, ao longo de milénios, por Seres evoluídos que vieram aos mundos de evolução com a missão de nos ajudarem a compreender o objetivo da realidade do nosso trajeto de vida infinita que trás como inevitável “O Nascer de Novo”.
 Lendo o Génesis logo se percebe que Deus do um fez dois pois no paraíso foi plantada a árvore da ciência do “Bem e do Mal”, e o homem, através do seu deambular pelos mundos da forma, em caraterizada constituição dualística, conseguirá alcançar pelo seu esforço e mérito evolutivo, do dois fazer um e encontrar assim a Unidade Absoluta do Todo, ou seja, o Creador, a quem o Homem designou e identificou com o nome de “Deus” e outros nomes atribuídos por diversos povos através da natureza da sua linguagem que, bem compreendidos, querem dizer o mesmo.
Não é o Homem que encontra Deus, é Deus que se revela ao homem quando este atinge a culminância da sublimidade da alma, ou seja, se apresenta como Espírito puro, porque a pureza do Espírito Divino o reconhece pela afinidade da pureza alcançada.
“O Puro só tem afinidade com o Puro”.   
Pensamos que tudo que foi creado, seja de natureza espiritual ou material, está concebido de forma a proporcionar aos seres em evolução a sua ascensão para a união com o Creador, interagindo em termos globais, em intrínseca e excelsa liberdade de conceção, visto que ao homem foi dado o livre arbítrio, e também porque “Tudo está em tudo e tudo influencia tudo” no contexto do Todo.
Quando a alma humana emanou da Divindade era pura, tão pura como a fonte espiritual que a emanou, só que ela era simples e ignorante, mas dotada do livre arbítrio e da inteligência para que pudesse evoluir em Sabedoria e Perfeição e, em seu percurso evolutivo através de vivências nos mundos da forma, com o desígnio de poder tomar consciência do Bem e do Mal.
Segundo o Génesis Deus proibiu Adão e Eva de comer o fruto da árvore da ciência do Bem e do Mal esclarecendo: «Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás». (Gn 2,17).
E foi isso que aconteceu, Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal e no entendimento mediático da sua mente materializada passaram a morrer vida após vida; milénios… impossíveis de vir a determinar por não ser igualitário num processo evolutivo de desenvolvimento de muitos milhões de Seres, que levará a alma vivente, no seu apogeu, a obter o estado sublimado de “Espírito Puro”.
Com essa proibição Deus deu lugar nesse momento, ao aparecimento do complemento do “Bem”, pois sabia que o Homem passava a ter os sentimentos de desejo e curiosidade ao dotá-lo de Inteligência e Livre Arbítrio, porque a árvore que simboliza o conhecimento, ou seja, da Ciência do Bem e do Mal, tanto pode atuar em termos negativos como positivos conforme a análise que for feita e perante a aceitação de quem analisa e no seu desenvolvimento leva o Ser a ter meios de comparação em face de pensamentos e ações negativos ou positivos subordinados à Lei de Causa e Efeito que consciencializa o Homem através da vivência nos mundos da forma.     
Se dissermos a uma criança, “toma atenção ao que te vou dizer: Neste armário o menino não mexe porque se mexer vai ter dói-dói, entendido?”, todos nós sabemos que na criança nasce naturalmente o sentimento de curiosidade porque é dotado de livre arbítrio e inteligência e, por isso, se pergunta: “Porque não posso mexer naquele armário? Que será que o armário tem que me proíbem de mexer nele?”
Na primeira ocasião que se proporcione, o menino não vai mesmo deixar passar a oportunidade, e sem sequer pensar duas vezes vai de imediato bisbilhotar o que há dentro do armário.
Se acontecer cair alguma coisa de dentro do armário na sua cabeça e lhe der dor ele aprendeu a ter mais cuidado nesses casos de proibição, mas se não acontecer nada, outra dúvida lhe ficará para desvendar, da qual não desistirá, “Qual a verdadeira razão da proibição”.
Não pensemos que o mesmo não acontecerá ao adulto. O adulto fará o mesmo e perguntar-se-á: “Por que razão aquele indivíduo me proibiu de mexer naquele armário?” E muito mais sofisticadamente se interrogará: “O que será que ele tem no armário que não quer que ninguém o abra e saiba de que se trata o seu conteúdo?”
E, de imediato, constrói mentalmente razões acompanhadas de muitas outras congeminações e conjeturas que o levam a não deixar de pensar no assunto e, pensamos nós, que a curiosidade vai funcionar e proceder até resolver o que pretende saber.
É este poder e ânsia de querer saber, é esta curiosidade que impele o homem a querer tomar conhecimento de onde proveio, porque existe e para onde vai e a tentar desesperadamente compreender tudo que foi creado e qual o seu objetivo, quando chegar o momento certo pela parte evolutiva alcançada ele não vai mais retroceder.
No nosso entender o Creador não fez esta proibição por fazer ou por acaso, visto não haver acasos, pois a proibição acima descrita tem uma projeção ao longo de uma evolução muito longa e determinada.
O não perceber a compreensão já é um princípio de perceber, porque nesse estádio de consciência evolutiva de compreensão, já não é o intelecto que coordena o conhecimento relativo, mas o Eu superior que se manifesta na profundidade da Alma Humana, Eu Superior a que Jesus chamou a Fonte de Água Viva na conversa com a Samaritana e também porque começou o “Nascer de Novo” a que aludiu Jesus na conversa com Nicodemos. 

Entre cada degrau da escada evolutiva existem outros degraus, mais pequenos, que permitirão a aquisição de estratos de conhecimentos básicos que irão construindo os alicerces da consciência que orientará a alma vivente no comando do corpo físico através do Intelecto.

Os degraus grandes são os ciclos cósmicos de evolução gradual que funcionam como estações de fixação de transformação ascendente da consciência do Ser, no seu caminho para alcançar a sublimidade da alma vivente, integrando-a na unidade do Todo. E aqui já é através do Eu Superior, sugerido pela intuição.
 
Tenhamos presente que o acaso não existe e tudo o que nos parece paradoxal tem também, no seu fundo, uma razão de ser. Daí encontrarmos todo o conhecimento espiritual envolto pela neblina esotérica, quer pela escrita através de livros, quer transmitida oralmente por avatares ou pelos chamados profetas, quer ainda em contos de histórias ou parábolas e de artes representativas.

Toda a Creação se resolve por si mesma, porque nada lhe falta, e por isso pensamos “Que tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao Centro em estado sublimado” e que essa sublimação se concretiza com a participação de tudo que foi Creado, ou seja, “O Todo”.
Perguntamo-nos: Será possível que um ser creado simples e ignorante, desconhecendo a razão de ser da vida, embora dotado de inteligência e ainda com a promissória de livre arbítrio, possa ser acusado de pecado sendo totalmente ignorante e ser lançado num âmbito selvagem perante a necessidade de subsistência corporal e sua continuidade física em mundos primários de evolução?
Naquela altura a sua consciência ainda era também primária, ainda era uma subconsciência e, por isso, viveu conforme as interferências das necessidades corporais que a matéria ia induzindo e a que a alma aderia, porque queria gostando de participar e, desse modo, aceitava as instâncias das solicitações corporais.
Por isso compreendemos que o corpo não peca; não peca porque não possui consciência, porque se movimenta em termos determinísticos, porque quem peca é a alma vivente, porque é a alma que o comanda, dentro do negativo, mas só podemos admitir positivamente, quando esta já está com consciência formada que lhe permite saber, discernindo o Bem do Mal, o positivo do negativo, e determinando em consciência o que é próprio e o que é impróprio, através de sentimentos formados no seu interior consciente.
O corpo humano atual é a evolução material dos corpos dos seres que fazem parte da criação obtido no laboratório Cósmico ao longo de múltiplos milénios, os quais, nas suas evoluções primárias, se desenvolveram em termos determinísticos em consonância com a evolução da alma que paulatina e harmoniosamente foi tomando as rédeas da sua condução submetendo-os às influências adquiridas da matéria do desejo e dirigindo-os por força transformadora, bem mais tarde, à compreensão do positivo para poder chegar à sua sublimação.
Por isso pensamos que a alma vivente – que é a nossa identidade - no princípio ainda era inconsciente, visto ser ignorante, e que mais tarde evolutivamente atingiu a consciência, que lhe permitiu obter mais adiante a superconsciência e, desse modo, alcançou a supraconsciência quando triunfantemente atingiu a sua realização, ou seja, a consciência do Todo.
Os mundos da forma não são mais do que universidades para que o homem em evolução possa atingir a compreensão da razão de ser da vida pela análise e vivência de tudo o que o rodeia e, por isso, dedicar-se com sinceridade a consciencializar a “Ciência do Espírito”, que faz do Homem um Ser Prefeito e Sábio, como parte integrante do Todo sabendo, por sua vivência, que o Todo é a Divindade, em Imanência e Transcendência.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Dezembro 13, 2014, 22:33:06 pm
Companheiros do Caminho
Mais um pequeno texto para vossa apreciação.

ESTUDO
A sabedoria da Ciência do Espírito encontra-se em todas as religiões, em todas as linhas esotéricas e conceitos espirituais, embora se verifique, aqui e ali, interpretações diferentes.

Há sempre dentro delas análises diferenciadas que propiciam, a quem procura a verdade através da sua própria interpretação, a Luz intuitiva que já brilha na alma de quem as aprofunda.

Por isso pensamos que, de uma forma geral, estamos todos dizendo o mesmo sobre o conhecimento espiritual, não obstante a diferença óbvia se encontrar apenas no grau de profundidade desse conhecimento.

Na nossa forma de entendimento, achamos que devemos focar a nossa atenção em tudo quanto nos seja proporcionado, discernindo - na medida do possível - o negativo do positivo, avaliando e registando tudo aquilo que nos pode levar mais além, crivando e selecionando os dados obtidos somente quando no mais profundo do nosso ser se demonstra credível, através da meditação.   
Abrame.   
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Fevereiro 14, 2015, 15:58:08 pm
 Companheiros do Caminho                                           

Embora tenha alguns muitos bons anos, junto envio para vossa apreciação o texto abaixo.

                                      PRESSUPOSTOS
ALICERCES BÁSICOS PARA A CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO ESPIRITUAL
                                    Tentativa para Perceber

Em Lucas 6, 47- 48 disse Jesus: «Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha».

Pensamos que a verdadeira rocha sobre a qual teremos que edificar o nosso edifício espiritual é o próprio Creador que é o Verdadeiro Consolador através da nossa intuição meditativa e dos ensinamentos dos seus mensageiros quando em missão vieram aos mundos da forma.

Convencionámos chamar “Deus” à Fonte da Vida de onde tudo brotou, e é deste modo que O designaram. Jesus lhe chamou Pai. Muitos outros nomes lhe foram atribuídos, mas Ele é o único Deus e é imanente e transcendente. Imanente porque está em tudo que creou e transcendente porque já existia antes da Creação porque, se assim não fosse, não a poderia ter feito e existe para além dela, “porque a soma de tudo que foi creado não é Deus”. Por isso Ele é um todo, Imanente e Transcendente.

Segundo os livros sacros, está escrito metaforicamente que Deus fez a Creação do nada, mas de nada, nada se pode fazer, pelo que só a poderia ter feito do todo, porque ela já existia em si mesmo potencialmente, porque sendo Deus o Todo, em dado momento a pôs em movimento e, por isso disseram, que no princípio era o Verbo e que o Verbo estava com Deus e Deus era o Verbo.

Jesus disse que Deus está dentro do homem, por isso pensamos que Deus está presente em tudo que creou. Paulo de Tarso também disse que em Deus existimos, vivemos e nos movemos.

Nos planos inferiores mineral, vegetal e animal a evolução processa-se deterministicamente.

Deus é a suprema inteligência que creou tudo, quer visível, quer invisível aos órgãos sensoriais do homem, em plena consciência do Todo, por isso absoluto com incomensurável lógica e racionalidade, onde existe o negativo e o positivo, o finito e o infinito, “porque a Evolução se processa em dualidades, ou seja, em opostos” e por via disso as mentes profanas humanas, nas suas análises, formulam e reformulam o seu entendimento de “verdade relativa”.

Porque, se assim não fosse, não existiria a ciência do exterior, e seria impraticável a aplicação da inteligência dedutiva por conhecimento da ciência do espírito, que leva o homem a perceber o caminho espiritual através do discernimento da dualidade nos mundos da forma.

Há entendimentos intelectuais/espirituais que colocam a parte da Creação material como algo imprestável para os desígnios Divinos, mas se o Creador a produziu é porque é necessária ao processo evolutivo do Ser e não só.

Segundo pensamos, o problema da materialidade reside apenas em que o Homem, durante o seu período de evolução, deverá perceber que ela apenas foi creada para o ajudar a consciencializar-se e não para se tornar escravo dela.

Quando a alma humana atingir a culminância evolutiva então o Ser poderá
dizer que o Ego, a mente e o intelecto não existem, porque apenas foram ilusão, porque o Ser já é consciência que tudo sabe. A materialidade apenas foi o complemento da espiritualidade no contexto da evolução.

Os cientistas conseguem, através da lógica e da racionalidade que lhes proporcionam todo um conhecimento científico que vêm adquirindo apenas gradualmente de trás, ir obtendo as suas descobertas que se vão ligando pouco a pouco e, em nosso entender, também através da sua intuição, para poderem compreender como tudo se movimenta nos mundos da forma das dimensões cósmicas.

Deixemos a “Ciência do Exterior”, no seu trajecto evolutivo para aqueles que enveredaram pela missão de explicarem com dados científicos o funcionamento do exterior, e aos místicos, o entendimento interior não explicável por palavras por pertencer à “Ciência do Espírito”. Toda a Creação é absolutamente perfeita porque o creador é perfeito e Absoluto. Disse jesus: “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito nos céus ”

Os paradoxos são contradições apenas aparentes, que surgem como opinião contrária à comum, contrassensos aos olhos do homem mas, em geral, encerrando em si grandes verdades.

Diz-nos Paulo de Tarso: «A fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens, e a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens».

Ele aconselha-nos: «Deveis fazer exame nítido, racional, inteligente, de todas as escrituras, examinai tudo, mas abraçai só o que é bom».

O que é bom para dado homem, pode não ser para outro, porque somos diferentes em termos de conhecimento, visto haver experiências vividas diferenciadas. Por isso a diversificação de opinião, considerada no seu conjunto, produz o avanço progressivo do conhecimento em cada Ser.

A Doutrina Espírita também nos diz que não devemos aceitar tudo que nos é proposto sem primeiro tudo passar pelo crivo da razão.

A evolução funciona no homem em dois sentidos. De fora para dentro pela análise e estudo de tudo que foi creado (ciência), e de dentro para fora pela ação do espírito sobre a matéria (a nossa individualidade em formação, através da intuição e faculdades psíquicas e místicas).

Não há evolução sem resistência. A evolução acontece individualmente.

Só acontece no coletivo quando a massa crítica mais avançada se torna maioritária e impõe naturalmente o seu estatuto.

“Tudo tem uma razão de ser. Nada acontece por acaso”.

“Tudo está em tudo e tudo influencia tudo”. “Por isso tudo é um”. A forma é que cria a chamada ilusão, dando-nos o sentimento de separação.

“Tudo age, reage e interage, porque tudo evolui para a sublimação”. “Porque tudo está criado e preparado no sentido de participar de uma Evolução Global”.

Daí a compreensão da consciência da solidariedade e fraternidade, unidas no amor Divino. “Nada está errado, tudo está certo”, porque tudo que foi creado por Deus é perfeito e tem como objetivo a própria perfeição.

Em realidade só existe a Vida-consciente. A chamada morte é apenas uma metamorfose que permite ao homem passar a uma outra dimensão. É uma porta que se fecha e outra que se abre. “Um dia entrareis na verdadeira vida e a tereis em abundância”. A vida eterna.

“Os opostos não são opostos, são apenas complementos”.

A creação apresenta-se ilusoriamente como dualista, para que o homem possa ter termos de comparação e assim proceder à sua transformação.

O dualismo extingue-se quando a alma humana atinge a sua culminância evolutiva, porque nesse momento o Ser é Espírito Puro. Ao Espírito Puro só se pode juntar a Pureza do Espírito. Jesus nos disse que Deus é Espírito.

Na creação existem 7 leis, entre muitas outras, que são fundamentais para se compreender porque existe a dor e o sofrimento, a alegria, a afetividade, a repulsa, a atração, o ódio e o amor, que criam sentimentos de retração profunda e de expansão, de infelicidade e de felicidade.

A Lei da Evolução
A lei de Causa e Efeito
A lei da Reencarnação
A lei da Afinidade
A lei de Ação
A Lei da Reação
A Lei da Interação

Na compreensão destas leis verificamos “que tudo tem uma razão de ser e que a injustiça não existe”. A injustiça que sentimos é aparente e deve-se à nossa ignorância de qual é a finalidade da vida, de onde vimos, porque existimos, para onde vamos, qual a nossa natureza e do que é o amor Divino.

Aquilo que o homem é em realidade, a sua natureza, não sofre nem está sujeita ao que chamamos morte, “ela é imortal, porque é a própria vida em consciência, a imanação provinda do Creador”.

O que é causa e leva a efeitos de sofrimento no homem, por ser mutável, creada simples e ignorante em seu aspeto semi-material, semi-espiritual, desde a sua imanação, é a alma humana vivente que é a sua individualidade por possuir em si a essência Divina e ter recebido as condições determinadas para o efeito, a inteligência dedutiva e o livre arbítrio, estando sujeita à sua transformação com vista à sua total espiritualização pela aprendizagem em vidas sucessivas através de tudo que foi creado. «Reencarnação».

O corpo material não peca. O que peca é a alma humana, que se promiscui e encheu de desejos egoísticos de posse e de prazer em contacto com a matéria, dominada pelo “operante ego” que criou e a que chamamos “personalidade”.

O único tribunal a que o homem tem que comparecer é o tribunal da sua consciência, onde é réu e juiz em causa própria, e no qual não há qualquer possibilidade de fraude.

O homem - nas suas análises e conceções para construir o seu edifício filosófico e metafísico que só obterá vivendo a sua relatividade de compreensão espiritual “porque só experienciando e vivendo se sabe”- não tem que provar nada a ninguém mas somente a si próprio, porque ninguém em estado evolutivo tem a verdade absoluta, porque a verdade absoluta é atributo Divino.

O bem e o mal completam-se nos superiores desígnios da evolução, tal como o nascer e o morrer.

Deus creou aquilo a que chamamos o “BEM”; o homem, com seu livre arbítrio e inteligência dedutiva, que lhe foi consignado pelo espírito do Creador, criou aquilo a que chamamos o “MAL”. O que, desde o início, estava previsto por Deus intrinsecamente na própria Creação.

“Tudo vem do centro Creador para a periferia em estado primário e tudo regressa da periferia ao centro em estado sublimado”.

Tudo que foi creado, e sobretudo o homem, é parte integrante na cooperação com Deus na Creação, quer seja complemento negativo ou positivo.

O homem é um ser espiritual em experiência de vida humana.

O homem “é“ o que “é“ desde o princípio da vivência no plano hominal. Só que a sua individualidade, a alma humana, o causal, ao princípio não tem consciência adquirida da sua natureza, porque foi creado simples e ignorante, o que as experiências de vida através das reencarnações nos mundos de formação material lhe vão proporcionar quando alcançar a sua culminância evolutiva na consciência do Todo. Quando obtiver essa consciência, realizou-se.

Na sua infantilidade, o homem ora a Deus pedindo-lhe mil e uma coisas, quase sempre dos bens materiais do mundo, porque ignora que Deus lhe deu tudo desde o princípio, pois na Creação se encontra tudo que o homem necessita, faltando apenas o saber colher, e isso faz parte da tomada real da consciência de sua natureza espiritual.

Enquanto o homem não atingir a sabedoria da vida é um prisioneiro do seu ego físico, mental e emocional, que constitui o seu eu inferior, a sua personalidade. “Só atingirá a liberdade quando o seu Eu Superior se manifestar em plenitude”.

“Ninguém poderá ser explicitamente, aquilo que já não for implicitamente”.

“O homem é constituído de corpo, alma e espírito”.

Os corpos são os veículos físicos que permitem aos seres permanecerem nas dimensões materiais, cujos estados materiais e energéticos estão em correspondência de frequência vibratória.

A alma é a individualidade humana na unidade do oceano espiritual de Deus, criando as condições espirituais necessárias durante a sua vivência nos planos inferiores de matéria densa, vegetal e animal, constituindo-se em monadas como alma-grupo em cada um deles, individualizando-se no plano hominal e funcionando como um corpo causal e, mais tarde, ao sublimar-se, realizando o objetivo evolutivo de espiritualização por ação da interligação com o espírito Divino. “O espírito é Deus imanente no homem. O Cristo Interno é a fonte da vida”.

Jesus foi um homem que trouxe à terra, em missão de esclarecimento, uma doutrina sublime de sabedoria e amor em ajuda ao desenvolvimento espiritual da humanidade. Já era, por aquilo que disse e fez, um ser realizado, porque por ele se comunicou “o Pai“, da forma como denominamos a manifestação do “ESPIRITO SANTO”.

Quando o homem atingir a sabedoria será como um espiritual engenheiro sideral, porque viveu tudo que foi creado. Os tópicos são meras indicações. Se o homem deseja saber, terá que discernir o processo exterior finito e compreender a realidade infinita do seu interior porque ninguém poderá fazer por ele o trabalho que lhe compete.

Ninguém ensina ninguém, todo o saber está dentro do homem tal como o os chamados inferno e céu, porque saber é viver e ninguém pode viver por ele. O crer é mera crença sustentada pela mente e pelo intelecto em reais termos profano. Porque “Só vivendo se Sabe“.

Não é o homem que encontra Deus. É Deus que se revela ao homem, quando todas as condições estão realizadas para o efeito.”Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”, dizem os mestres da Ciência do Espírito”.

Toda a Creação se resolve por si mesma, porque nada lhe falta, e por isso pensamos “Que tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao Centro em estado sublimado” e que essa sublimação se concretiza com a participação de tudo que foi Creado, ou seja, “O Todo”.
Um dia, o homem, como produto e mérito do seu trabalho, constrói o edifício da sua verdade relativa, que pode não ser perfeita, mas é aquela que lhe dá satisfação, paz e harmonia e quando chegar ao momento da verdade se revelar, ele constata que o seu edifício filosófico e metafísico foram apenas os auxiliares para ele subir degraus, “porque a verdade só Deus lha poderá dar”.

“Um dia encontrareis a verdade e a verdade vos libertará“. Que o mesmo é dizer: um dia encontrar-te-ás com Deus e Deus te libertará. Realizou-se.

Uma tentativa de alicerces.

Convicções!…

 Abrame
Aos Companheiros do Caminho
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: hermes em Setembro 08, 2015, 09:30:13 am
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação envio a frase abaixo retirada dos arquivos do Abrame

CETICISMO
Pensamos que o verdadeiro cético é um Ser possuidor de inteligência desenvolvida que, na sua demanda para demonstrar que Deus não existe, “O procura sem saber”.     

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 21, 2015, 17:24:36 pm
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação vos envio mais um texto.

PARADOS, POR MOMENTOS NO TEMPO, PENSAMOS!

Nós evoluímos em mundos materiais densos e, em planos astrais de matéria mais subtil, em dualidade, de aspetos positivos e negativos que se complementam, para poderem ser instrumentos de comparação que, vivenciados, nos propiciam o discernimento natural para compreendermos a-pouco-e-pouco vivendo, a razão de ser das nossas vidas e, assim, obtermos o conhecimento para a consciencialização que nos levará a saber quem somos e a alcançar o que a humanidade denominou de realização, iluminação ou chegada à consciência do Todo.
Na evolução dos Seres, o dualismo termina quando a alma atinge a culminância da sublimidade e se torna em espírito puro na unidade Divina.
Tudo na Creação vibra com intensidade na prossecução de desideratos que têm como função promover a evolução de tudo que foi creado através da emanação de energias que lhe são próprias, regidas pelas leis inseridas em tudo que teve lugar à manifestação da vida que são.
Deste modo, nossos pensamentos e nossas ações emitem vibrações através de fluidos que interagem com a afinidade criada sobre um objeto ou pessoas visadas de acordo com o seu estado evolutivo que, no meio dualístico em que vivemos, podem ser negativos ou positivos, impregnados de ódio ou amor, benquerer ou malquerer, repulsa ou atração, conforme a disposição do nosso ego no momento definido pelo grau evolutivo, com mais ou menos intensidade quer essa interação seja de cariz involuntário ou voluntário.
Levando em consideração o que acima descrevemos, dentro da nossa forma de entendimento, talvez nos possamos explicar com maior clareza, dizendo de outra forma com meios conhecidos do dia-a-dia.
Tomemos em consideração as leis que regem a Evolução, que têm como acessórias à lei de Causa e Efeito as leis de Ação, Reação, Interação e Afinidade Vibratória, e imaginemos um piano que ao premirmos uma tecla representa a Ação que, naturalmente, dá lugar à libertação da vareta que vai martelar na corda musical correspondente, manifestando-se assim a Reação que, por sua vez, emite o som que causa uma Interação, visto que esse som é emitido e projetado em amplitude, com abundância, que vibrará em nós em sentimentos de satisfação ou insatisfação, de alegria e paz interior ou de dor ou sofrimento de várias ordens que representa a Afinidade que pode ser de repulsa ou de aceitação.
Se a ação ou pensamento forem negativos e o seu destinatário estiver já em estado evolutivo positivo não há afinidade, porquanto a interação não tem qualquer possibilidade de interagir.
Pelo contrário, se a ação ou o pensamento negativos emitidos tiverem aceitação no seu destino por afinidade interativa, vão existir problemas de ordem perturbadora, por mal-estar ou sofrimento, de acordo com a frequência vibratória negativa dessa interação, quer seja na reencarnação presente ou em quaisquer outras futuras.
Tudo isto corresponde à Lei de Causa e Efeito que garante a real justiça Divina num autentico processo intrínseco e natural de resolução própria, promovendo a vivência por consciencialização porque só Vivendo se Sabe. 
Sobre este assunto, e com sentido esotérico, disse Jesus: «Nada há fora do homem, que entrando nele o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem». (Mc 7,15).

Como é óbvio, devemos pois discernir sobre a qualidade das nossas ações e pensamentos, pois que o caminho negativo está alicerçado de tudo aquilo que a nossa mente acumulou através de pensamentos, na construção de um mundo de valores materiais que nos rodeiam pela promiscuidade da nossa alma, quando ainda em Involução ou já em evolução primária, fundamentada no desejo de posse e de prazer, na errónea procura da felicidade.

Por tal motivo, necessita o homem, que procura a Verdade Suprema, consciencializar os ensinamentos vividos do caminho positivo a percorrer e que foi assimilando pela vivência nos mundos de evolução, tornando-o consciência, consciência essa que permitirá alcançar a consciência do Todo, na unidade Divina. 

Pela análise criteriosa e séria de tudo que nos rodeia, material ou espiritual, percebemos por discernimento que tudo que vivemos faz parte do conjunto informativo e em movimento de toda a Creação que, resolvendo-se em si mesmo, cria possibilidades naturais para o aparecimento de Seres altamente evoluídos em caminhos espirituais em perfeição e sabedoria por experiência própria.
 
Para alcançar a Verdade, necessário se torna que o Homem, na sua transformação evolutiva, alcance primeiro ser verdadeiro em si mesmo, em todas as situações em que seja envolvido, principalmente no respeito de si mesmo e de todas as criaturas viventes com quem interage, para que obtenha a afinidade necessária que possa permitir a unidade com a Verdade que procura que é pura e que, por tal motivo, só tem afinidade com a pureza.

Há um interessante provérbio popular, como muitos outros que correspondem a verdades profundas do caminho espiritual, que neste caso muito se ajusta – “CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM” – e que embora pareça incongruente, argumento banal e paradoxo, é a Verdadeira Justiça.

Segundo pensamos, porque o apóstolo João nos informa em 1,1 que «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus», toda a Creação que existia em potência no Creador, ao ser posta por Ele em movimento, está recheada de leis que promovem a evolução de tudo que foi Creado até à sublimidade em interferência total e global, visto que “Tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao Centro em estado Sublimado” e “Porque tudo está em tudo e tudo influencia tudo”.

É interessante sabermos que Jesus, através do versículo 29 do Evangelho de Tomé, tem a seguinte frase que remete à inteligência de que Deus nos dotou para que seja objeto do discernimento espiritual de quem procura a verdade.
«29. Jesus disse: Se a carne foi feita por causa do espírito, é isto maravilhoso. Mas, se o espírito foi feito por causa do corpo, é isto a maravilha das maravilhas. Eu, porém, estou maravilhado diante do seguinte: Como é que tamanha riqueza foi habitar em tanta pobreza?»
Tenhamos Fé e Esperança no Creador e saibamos, buscando compreender a finalidade, como e porquê se processa uma evolução global interativa de tudo que foi creado baseado na universalidade da Vida Infinita através da análise profunda de tudo que observamos e, sobretudo, sentimos.

Em Romanos 5,20 expressa-se Paulo de Tarso aos Romanos: «Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça».

Abrame

Do vosso companheiro Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 31, 2015, 14:18:10 pm
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação abaixo vos mando algo sobre o Amor

O AMOR!
Falar de Amor ainda em território profano de evolução, é intelectualizar o conceito mental absorvido pelos pensamentos depositados na nossa mente pela análise superficial de tudo que nos rodeia nos Mundos de matéria densa.

Na verdade, o Amor é o grande arcano do Universo. Deus é Amor. Nós seremos em consciência absoluta Amor. Só que ainda não temos a consciência intrínseca desse imenso poder, embora o que somos o possua desde aquilo que somos.
Retiremos da mente do nosso interior todos os sentimentos negativos que ainda agora e, por muito tempo exerceremos como personas piedosas no comportamento formal que os nossos interesses e desejos reclamam por não sabermos quem somos.
No prosseguimento evolutivo vivido na obtenção do conhecimento espiritual, nasce em nós determinados sentimentos que nos levam aos primeiros degraus da sensibilidade de vivências interiores a que chamamos de amor, que englobam vários sentimentos morais que o próprio homem criou e que passaram a fazer parte dele, como: a caridade, a fraternidade, a compaixão, a amizade, a gratidão, o respeito pelo próximo, o socorro ao desvalido, a dádiva desinteressada, etc., etc. na medida evolutiva do caminho para o que será o verdadeiro Amor.

O Verdadeiro Amor não se faz, porque Ele já “É” e por isso, incondicional.

Jesus nos esclareceu: “Amarás o Senhor teu Deus com toda a tua alma, com toda a tua mente, com todo o teu coração e com todas as tuas forças, e amarás o próximo como a ti mesmo”.

Ele não disse só, demonstrou-o em diversos episódios da sua vida terrena.

Todo o mundo conhece esta frase lapidar, mas o conhecimento tem duas vertentes enquanto adquire consciência pelo discernimento, a intelectual, e aquela em que a inteligência se une ao coração.

 E, é aqui, nesta última, que o conhecimento se completa, transformando-se em sabedoria e perfeição absoluta pela união com a consciência do Todo.

O intelecto é frio e isolado, serve apenas o ego físico, mental e emocional, a personalidade humana, não passa através do desejo de uma ferramenta da intelectualidade, secundada pela mente profana, o que não permite a interação da realidade do Eu Superior.

Todo o conhecimento para fazer parte da consciência do Todo tem que ser vivido no mais íntimo da nossa alma. Viver na realidade é Amar.

Na Doutrina Espírita também existe essa valência, cujo conhecimento lhe é proporcionado pelo estudo teórico validado pela observação prática no âmbito da vivência da dor e do sofrimento, tanto seu como do seu próximo.

Amar é viver. É fator imprescindível pois que é pela sua condução exemplar no decurso das suas vidas de aprendizagem nos mundos da forma que o Ser atinge o estado evolutivo que o torna acreditado e respeitado devido ao exercício da verdade da sua vida e, também, para além da sua credibilidade espiritual, científica e filosófica.

Na procura da Verdade Suprema existem dois tipos de Ciência, ”A Ciência do Exterior e a Ciência do Interior”. Na conjugação e discernimento destas duas ciências encontraremos a razão da existência infinita do Ser da Vida.

Pensamos que perceber a diferença funcional de cada uma destas ciências, no contexto evolutivo, é fundamental para encontrar o caminho que leva a alma humana a chegar à transcendência da consciência do Todo. 

Isto é apenas o nosso conceito.

Fraternidade.

Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Janeiro 01, 2016, 14:11:47 pm
Companheiros dos caminho
Para vossa apreciação, neste primeiro dia de 2016 vos envio mais uma ideia sobre o Mundo que criámos. 

   O MUNDO QUE O HOMEM CRIOU DENTRO DO MUNDO

 Pensamos que o Homem dentro do Mundo Creado pelo Creador, criou um outro mundo mentalizado que foi ditado pela observância de tudo o que o rodeava, recheado de valores existenciais e materiais de conforto, de prazeres e de interação egoísta, onde o ter suplantou o Ser, com leis que abrangem o complemento negativo e positivo que a própria Creação Divina implantou com vista a desenvolver o discernimento na evolução da alma humana, simples e ignorante mas dotada de inteligência e livre arbítrio, em experienciação vivida nos Mundos densos da forma material.

Por via disso, por volta dos nossos 6-7 anos de vida terrena, começámos a compreender por evidência mental que eramos uma individualidade com forma física diversificada mas igual à individualidade de tudo o resto que nos rodeava, tanto do plano mineral ou vegetal, como do animal ou hominal e essa errónea constatação levou a mente à aceitação de sermos uma persona, um “eu sou”.

Essa conceção de sermos uma individualidade deu lugar ao aparecimento de uma força bastante ativa a que demos o nome de “Ego” que se foi fortalecendo ao longo do tempo psicológico da vida na forma, até alcançar certa força estável pelos 14-15 anos, influenciando a nossa maneira de atuação e modo de viver perante o mundo dentro dos conceitos e preceitos do mundo que criámos, sobretudo com a perspicácia de analisar a nossa interação com os demais, alcançando a culminância da sua influência mental pelos 21-22 anos, sendo sempre manipuladora, como uma nuvem cinzenta portadora da construção do entendimento no homem da sua razão de ser “o corpo”.

Esta enumeração de anos de existência é naturalmente de cariz relativo, porque depende do grau de evolução que a nossa alma já tenha atingido quando nasce ou renasce individualizada nos mundos da forma em que se processa a sua evolução.

Deste modo, “O Ego” esteve sempre presente promovendo os diversos condicionamentos ilusórios de ser a realidade, que foram básicos para o surgir da dor e sofrimento humano regulados pela Lei de Causa e Efeito, elemento da Evolução que produz a verdadeira justiça Divina e promove, vivendo, a transformação do ilusório para o Real.
Assim, aparece-nos deste princípio a configuração de que somos o corpo, com todos os condicionamentos através dos registos da mente, quando este é simplesmente e apenas, o invólucro da alma vivente em evolução.
 
Evolução para a possibilidade viável da alma habitar mundos materiais de interação entre as partes complementares humanas de raiz material ou espiritual que, como todos os outros intervenientes pertencentes aos diversos planos de existência creados pelo Creador, poderão participar de forma conjuntural em perfeita sintonia no empreendimento do processo evolutivo Divino.

Tudo quanto os nossos sentidos sensoriais analisam é registado na mente, criada pela aglomeração dos pensamentos dedutivos que não discerne, à partida, aquilo que na realidade somos por a nossa alma ainda ser profana e, desse modo, dando lugar a perceber que tudo que nasce morre.

Acreditamos no princípio de que o Homem não nasceu, porque é uma emanação Divina que sempre existiu, existe e existirá no seio do Creador, que referenciámos com a denominação de “Deus” como é usual ser feito pelo Homem que tudo referencia para identificação.

O Homem é um Ser de essência espiritual em experiência vivida nos Mundos materiais densos da forma vivendo sempre no presente – embora não dê por isso visto que criou os termos passado e futuro – dando assim lugar ao aparecimento do tempo, pela lógica mental e intelectual.

Quando algo do chamado passado se revela, revela-se nesse presente do homem, após ter sido buscado pela memória da mente, pois a sua atuação anterior não deixou de ser também um ato ou pensamento negativo ou positivo no estado de presença do Homem, que em muitos casos diversificados é orquestrado pelo “Ego” estando o homem sempre no presente.

Este processo pode produzir no homem alegria, orgulho, satisfação, mas o que geralmente acontece é produzir arrependimento, dor e sofrimento, por o homem se poder sentir culpado nesse segundo presente.

Muitos destes processos mentais são criadores de mal-estar, originando por vezes vários transtornos de saúde mental, de natureza psicológica e física prejudiciais, sobretudo traumáticos, levando o homem a estados de perda da sua auto estima, muitas vezes com desfechos de suicídios.

Usamos frequentemente a palavra – PENSAR – porque pensamos que é pensando que deixamos de pensar e nos encontramos com a fonte de todo o conhecimento que, no silêncio profundo no íntimo da nossa alma, produz a emergência sem palavras, o silêncio necessário daquilo que na realidade nos é dado compreender. 

As palavras escritas ou orais, jamais poderão representar a verdade absoluta, porquanto não chegam para proporcionar um discernimento profundo, visto que elas apenas são indicadores representativos e não a verdade que procuramos em si mesma, que só poderá ser encontrada no mais íntimo do nosso Ser.

Por isso ninguém ensina ninguém – não pode ser esse o desejo de quem quer que seja -, e cada um deve apenas partilhar o seu modo de compreensão que sabe que é relativo, dando aos outros aquilo que lhe tem sido dado, visto que é um trabalho de mérito pessoal e de ligação ao Espírito Divino através da interiorização meditativa e de todos aqueles que vieram a este mundo com a missão de nos ajudar a alcançar o desígnio da Evolução em que estamos inseridos.

Quando atingirmos a antecâmara da Verdade Absoluta verificaremos que, àquilo que julgávamos como certo, haverá muito a ajustar.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 25, 2016, 16:43:19 pm
Companheiros do Caminho

Para vossa apreciação a seguir vos envio mais um texto.         


                           CREAÇÃO – C O S M O S – EVOLUÇÃO

                    INÍCIO E RESOLUÇÃO INTRÍNSECA

Segundo o Evangelho de João em O Verbo se fez carne – No princípio, era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. – Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez – Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. (Jo 1,1-6).

Não nos surpreende esta declaração vinda através do apóstolo João pois ele era, entre todos os apóstolos, o Ser da sensibilidade mística e também não nos custa admitir que esta foi a interpretação, sentida e vivida no seu mais profundo silêncio interior, que veio a fazer do ensinamento que recebeu em privado de Jesus.

Tudo o que temos estudado sobre o assunto nos leva a aceitar que toda a Creação já existia no próprio Creador a que os homens chamaram Deus, como é seu hábito de tudo referenciar, para que se possam entender através das palavras.

Mais profundamente, somos solicitados a perceber que Deus, o Creador de tudo o que existe, quer finito, quer infinito, faz parte da sua condição de Absoluto, – Omnipotente, Omnisciente e Omnipresente, – sem princípio nem fim, presente em tudo que seja imanente ou Transcendente, pelo que Ele é, em última análise, “O Todo”.

Deste modo, sempre existimos no seio do próprio Creador e existiremos infinitamente, pois honestamente cremos sermos uma emanação Divina regida pela energia a que se poderia chamar “Vida Imaterial”.

No entanto, quanto a nós, Deus é e continua a ser "O GRANDE MISTÉRIO”, visto a sua resposta, quando inquirido por Moisés, ter sido “Eu sou o que sou”. 

O “Eu Sou” tem duas vertentes: a que, por ignorância, atribuímos ao corpo porque nos identificamos com ele e, por isso, entendemos que somos o corpo físico, sendo ele apenas o revestimento para estarmos vivendo nos mundos da forma, e que se revela através da mente, ativado pelo nosso Ego físico, mental e emocional em termos finitos; e aquele “Eu Sou” que é intuído por aquilo que somos – “Emanação Divina” – que não tem forma, mas É a Realidade em termos Infinitos.   
 
Pela análise do que acontece nos mundos da forma de matéria densa, seja de que área for – material, vegetal, animal ou hominal – chegamos à conclusão que tudo que nasce, morre, pelo que só subsiste aquilo que É “A Essência real da energia da Vida”, ou seja, o que sempre existiu e existirá.

Tudo o que existe no Universo com forma também foi evoluindo, pelo que, em todos os planos onde a vida se manifesta, tem que haver corpos que a isso proporcione com as necessárias transformações de frequência vibratória afinizada, razão porque essas transformações sempre foram sendo testemunhadas ao longo de nossas vidas, através da história escrita da nossa humanidade. 

O Universo, tal como a Ciência do Exterior nos tem vindo a informar, resolve-se em si mesmo através das suas próprias leis evolutivas e possui em si o maior e mais incomensurável Laboratório Cósmico.   

Em Jo 4,24 Jesus nos esclarece que Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Quando a alma humana atingir a culminância da evolução já é espírito puro, pela sua completa e paulatina transformação ao longo de muitas vidas e, por isso, passa a fazer parte da Consciência do Todo porque, sendo Deus Espírito Puro, só poderia ser alcançado pela pureza do espírito.   

Jesus nos esclarece com esta sua assertiva «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim». (Jo 14,6).

Com isto nos quer dizer: Eu sou o caminho que conduz a Deus porque já o percorri e, portanto, o conheço, pois vim ao mundo com a missão de vos esclarecer através da doutrina que vos trago, que representa essa verdade que Sou, e é por ela que voltareis à “Casa do Pai”.

Resta-nos “A Vida”. Sendo Jesus um realizado, somos levados a compreender que se um realizado é “A Vida”, logo, em princípio, somos “Vida”.

Compreendê-lo em profundidade é imensamente reconfortante porque emerge do mais íntimo da nossa alma a compreensão da nossa existência, pois desanuvia em nós os estados de dúvidas e incertezas da vida nos mundos da forma e nos faz entrar em plena paz. 

Discernimos assim, pelo que o apóstolo João nos diz no seu Evangelho e pelo que acima escrevemos, que tudo se iniciou quando o Creador lançou a Creação em movimento, denominado por “Big Bang” pela Ciência do Exterior, explicado como o princípio Cósmico que deu lugar ao chamado Universo e à manifestação Evolutiva nos Paraísos Cósmicos inseridos de leis Divinas de intencionalidade evolutiva, que se resolvem por si mesmo.

Assim viemos emanados e revestidos de um corpo aos mundos de matéria densa para viver e compreender porque existimos, porque só vivendo se sabe.

Segundo se encontra escrito em “A Formação do Jardim do Éden”: Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram creados; no dia em que o SENHOR DEUS fez a terra e os céus. (Gn 2,4).
Toda a planta do campo ainda não estava na terra, e toda a erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR DEUS não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. (Gn2,5).
Um vapor, porem, subia da terra e regava toda a face da terra. (Gn 2,6).
E formou o SENHOR DEUS o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. (Gn 2,7).

Todos estes dizeres através de histórias têm o intuito claro de nos levar a compreender a razão estrutural dos desígnios da existência, tal como as histórias que embalavam as crianças antes de adormecerem.

Todo o conhecimento vem de trás ao longo de milénios, mas tenhamos sempre presente que ele nos tem sido dado em termos simbólicos e esotéricos, pelo que ao longo da nossa evolução, se queremos perceber o que significam, teremos que nos munir de força de vontade e ter o mérito, através da inteligência que Deus nos deu, de conquistar a verdade que nos levará a Espírito Puro e a obter a nossa liberdade da escravidão ao serviço daquele impiedoso “Ego” que nos domina nos mundos de matéria densa.

E plantou o SENHOR DEUS um jardim do Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado. (Gn 2,8).
E o SENHOR DEUS fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do Bem e do mal. (Gn 2,9).

Tal como os Upanishads pós-Védicos, também muitos outros indicativos sobre a espiritualidade apareceram pelo nosso Mundo, narrando histórias que representam verdades com fundamentos esotéricos imprescindíveis, incluindo o conjunto de livros que compõem a Bíblia, tão divulgada no nosso planeta e que, compreendidas em profundidade e por mais relativas que sejam as nossas deduções, nos levam a perceber e a visualizar, sentindo, os desígnios da Creação.

Todos aqueles que vieram a este mundo com missões de esclarecimento seguiram sempre o mesmo critério: só foram dizendo o suficiente que a evolução geral da massa crítica atual da humanidade poderia compreender nessa altura, deixando a profundidade do conhecimento a mérito da responsabilidade de quem já busca. 

Percebe-se naturalmente – sem termos que nos reportar ao louvável, necessário e muito importante esforço da Ciência do Exterior que é complemento da Ciência do Espírito - visto que é através dela que vamos compreendendo a realidade que somos para além da matéria, a cada descoberta científica do exterior que nos vai sendo revelada.

Uma vez lançada a Creação para o nada do espaço, constituiu-se o belo e esplendoroso Universo, cheio de movimento e vida, com deslumbrantes estrelas de luz e planetas que mais não são, em termos simbólicos, que Paraísos Universitários. Lugares onde a alma humana se realizará e onde tudo vai evoluindo paulatinamente, a seu tempo psicológico e cronológico, tomando formas progressivas, objetivas e determinantes, desenvolvendo-se naturalmente acionadas pelos elementos de energias diversificadas e de leis intrínsecas, de variados efeitos, quer de natureza material, quer de ordem espiritual, com a particularidade de tudo se resolver em si mesmo.

O Creador, ao sétimo dia descansou, pois não há necessidade de ter de intervir na perfeição da sua Creação pois ela está dotada de tudo quanto é necessário para a conclusão do seu próprio desiderato. 

Tudo tem uma razão de ser, nada está errado. Tudo no Universo tem um desiderato e uma finalidade a ser atingida, proporcionando à inteligência humana a possibilidade de se realizar como um Ser altamente perfeito e sábio adquirido por vivência meritória nos Mundos de matéria densa.

Hoje em dia os cientistas do exterior, devido ao sucesso do seu trabalho científico, que representa o génio da inteligência humana, vão referindo que já só lhes falta encontrar “A Partícula de Deus”. 
     
Na verdade, nesta nossa atual reencarnação, encontramo-nos presentes num dos simbólicos Paraísos, ao qual já foi dado o nome de Gaia, mencionado por cientistas da nossa humanidade não há muito tempo, derivado da existência, na mitologia Grega, de uma Deusa da Terra e mãe de todos os seres, não obstante ser mencionado no nosso mundo, cientificamente e com propriedade, por Planeta Terra.

Deste modo, aparecemos no nosso “Paraíso Terrestre”, situado numa galáxia, apetrechados e servidos de um corpo material de frequência vibratória coincidente com a do planeta de acolhimento, emanados do Creador, simples e ignorantes, dotados de inteligência primária (intelecto) e livre arbítrio, predicados esses que nos auxiliam e continuam a auxiliar e a desenvolver-nos, porque disso somos inteiramente responsáveis.

Segundo nossa opinião, Jesus foi o último avatar que veio ao nosso Mundo
possuidor de uma doutrina que não só trazia o conjunto de ensinamentos dos anteriores como também acrescia outras revelações maiores num contexto ímpar e de maior projeção intelectual e espiritual, pelo que nunca devemos deixar de nos fazer acompanhar de seus ensinamentos na nossa busca e estudo.   
   
Quando entendemos a Parábola de Jesus do “Filho Pródigo”, verificamos que um dos filhos de Deus exigiu ao Pai a sua herança, o que nos leva a sentir a indicação da verdade de herdeiros dos Mundos da forma – os tais Paraísos – e, também depois de os termos recebido e vivido, a necessidade de prosseguirmos na realização daquilo que somos, buscando a nossa realidade espiritual, transformando a nossa alma em uma plena sabedoria para ser possível obtermos o regresso a casa. (Lc 15,11-32).

É o que dizem as parábolas do Tesouro Escondido, da Pérola e da Rede em (Mt 13,44-53) às quais poderemos acrescentar outro exemplo de nossa lavra.

“Ao escavar numa gruta, um pesquisador de pedras preciosas encontrou um diamante que arrecadou e levou para casa.
Lavou-o de toda a sujidade que o envolvia e tratando dele o lapidou, ficando maravilhado e surpreendido com a luz inefável e bela que dele emanava e guardou-o no cofre da sua alma, porque jamais seria possível despojar-se dele”.

E assim temos vindo a tentar discernir entre o simbólico e o esotérico, o que na realidade – e dentro da profundidade evolutiva possível – poderemos extrair de concreto o que nos pretendem informar, que a-pouco-e-pouco vamos tendo a possibilidade de compreender, produzindo na nossa alma a força e a vontade da consciencialização do real.

Indubitavelmente, Jesus é o nosso irmão maior que veio ao mundo em missão de ensino, para dar testemunho da manifestação existencial de Deus na intrínseca interação da Creação e, sobretudo, da própria vivência na forma no mais íntimo da sua alma realizada.

Deste modo, nos diz Jesus que tudo que procuramos se encontra dentro de nós e atenção! não devemos esquecer, nas nossas orações, que Deus sabe perfeitamente aquilo que necessitamos, pelo que deveremos ter muito cuidado com o que vamos pedir através da oração. Razão porque Jesus nos ensina que devemos orar a Deus adorando-o em espírito e em verdade.

Orar não é a repetição de muitas frases que nos são ensinadas desde pequeninos e que dizemos sem parar julgando que, ao fazê-lo repetidamente, elas têm o poder de serem ouvidas e atendidas.

Orar é abrir a nossa alma ao Creador em profundo silêncio de Alma para Alma num diálogo sincero e honesto, em que as palavras sem som, que dirigimos a Deus sentindo profundamente, vibrem com a intensidade da luz que já possuímos, expondo, em consciência, aquilo que um filho expressa ao Pai sem lhe exigir benesses pessoais do hábito material, porque Ele já nos deu tudo que era necessário para evoluirmos, “Os maravilhosos Paraísos que existem no Universo que creou”, porque o mérito da ascensão da alma humana é conquista espiritual de cada um de nós.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: vgon41 em Abril 04, 2016, 16:35:49 pm
Caros Companheiros
Inicio hoje a minha participação no Forum
Baseados em textos de Emanuel Sáskia tenho expor o seguinte
O Universo existe, nós podemos observá-lo concluindo que:
- ele existe
- ele encontra-se organizado
- ele evolui
Donde teremos três realidades – Existência – Ordem ou Organização – Evolução
Ora uma Existência prossupõe uma Consciência
Uma Ordem pressupõe uma Inteligência
Uma Evolução prossupõe uma Vontade
- uma conciência concebe
- uma inteligência organiza, molda
- Uma vontade faz mover, anima
Daqui poderemos concluir que teremos – OmniConsciência ; OmniInteligência e OmniVontade,
.A esta OmniTrindade , para todos os efeitos pode chamar-se Deus
Por outras palavras:
DEUS -       Ser Manifestante        Essência        Consciência
                          Criador                (Qualidade)        Inteligência
                                                                                     Vontade

UNIVERSO -  Ser Manifestado     Existência        Existência
                                Criado            (Quantidade)      Ordem
                                                                                     Evolução
O Universo é a manifestação de DEUS e, por isso, em qualquer sua parte tem de revelar-se a essência d’Ele
Pode-se , por conseguinte, assemelhar Deus à energia potencial absoluta, e o Universo à energia cinética absoluta
DEUS -          OmniEnergia Potencial
UNIVERSO – OmniEnergia Cinética
Qualquer potencial é indetectável, só é detectável se, e quando, se manifesta em energia cinética.
Por isso, a criação do Universo foi também de certo modo a criação de Deus

...
Como refere o amigo Abrame, Deus continua a ser “O GRANDE MISTÉRIO” , como Ele se manifestou a Moisés “Eu sou o que sou”.
Na minha opinião quando se quer saber, “o que sou” terá que obrigatóriamente saber “o que não sou” .
Ora Deus creou o Homem, para que o Homem na sua evolução vá daquilo “que eu não sou” para aquilo “qe eu sou” .
Vgon41
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 04, 2016, 17:07:02 pm
Companheiro do Caminho Vgon41

Adorámos a sua exposição pelo discernimento sequencial que produziu. Que o silêncio do seu interior seja extremamente fecundo.

Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 23, 2016, 15:49:17 pm
Companheiros do Caminho
Vos envio mais um texto para vossa apreciação.

SIMPLES E IGNORANTE DOTADO DE INTELIGÊNCIA E LIVRE-ARBITRIO!

Segundo consta, Deus creou o Homem “Simples e Ignorante”. No princípio, o Homem movia-se na inconsciência da sua simplicidade e vivia de acordo com a natureza em que estava inserido. O Ego ainda não tinha aparecido porque, nessa altura, no homem apenas se manifestava a ignorância de tudo o que o rodeava e a vida era para o Homem cheia de simplicidade.

Com a vivência nos mundos da forma e dotado de inteligência e livre arbítrio o homem comeu do fruto da árvore da Ciência do Mal e do Bem e foi a-pouco-e-pouco saindo da inconsciência e entrando na perceção da consciência primária de tudo o que havida sido Creado. Essa evolução deu lugar ao armazenamento, na mente humana, da materialidade cuja estrutura se acumulou de desejos perante a inevitável vivência memorizada de conceitos, preceitos e preconceitos considerados reais pelo homem, levando o Ego a crescer ostensivamente na sua atuação interior e exterior do registado na memória mental. No decurso desse processo produziram-se estados traumáticos de sofrimento e dor que determinaram o sentimento de infelicidade, pois que os estados de felicidade passaram a ser mais tarde de momentos fugazes e de produção irreal.

Como é óbvio, a alma humana creada simples e ignorante envolveu-se naturalmente nos ditames da primária consciência mental e, não dando conta dessa supremacia iniciática necessária à sua própria evolução para poder mais tarde discernir, em termos dualísticos, aquilo que É do que não é - com conhecimento de causa, porque só vivendo se sabe - iniciou o processo de involução.

Não cremos que o Homem seja Deus em vivência existencial de tudo aquilo que Creou, conforme outros possam pensar, porque não faria sentido todo o trajeto das almas humanas em Evolução subordinadas às Leis Evolutivas que regem a evolução das almas viventes, exercendo uma atividade progressiva de transformação e reparadora, no processo de vivências que paulatinamente, vida após vida nos mundos da forma, levam o homem a discernir a razão de ser da vida, tornando-se um Ser Perfeito e Sábio.

Se fôssemos Deus seríamos à partida “Seres Absolutos” e, desse modo, nada nos era desconhecido, já seríamos Seres realizados, pelo que não haveria a necessidade de tanta dor, sofrimento e estados traumáticos.

Segundo o Apóstolo João «Nele (o Verbo) estava a vida, e a vida era a luz dos homens; E a luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam.» (Jo 1,4-5)

A isto poderemos chamar a muito falada “Queda”, porque a alma, no ato inicial de ser imanada, era simples e ignorante, ou seja, era “Inocência Pura”, repleta da Luz Divina.

Abrame
Um abraço do vosso companheiro.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 28, 2016, 18:10:11 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto sobre jesus para vossa apreciação

O CRISTO INTERNO

Desde sempre que o conhecimento espiritual nos é ministrado através de símbolos. Uma letra é um símbolo, um conjunto de letras forma uma palavra que também é um símbolo, sendo que um agrupamento de palavras forma um texto que simbolizará, por exemplo, uma ideia.

Não passam de símbolos porque não são o facto em si mesmo. Pronuncia-se a palavra “montanha” mas, como se verifica, a palavra montanha não é a montanha, porque o facto real é a montanha mesmo.

Para se perceber o real, o verdadeiro, necessário se torna que se exclua o ilusório. O ilusório é um indicativo apenas, o que é importante é o facto em si. Parece trivial, mas é muito importante para que o homem chegue ao conhecimento de si mesmo.

Toda a manifestação exterior tem a sua proveniência no interior, porque é uma projeção do real, que se expressa física, emocional e mentalmente na forma. Toda a moeda tem duas faces. Tudo que existe no exterior tem os seus fundamentos no interior.

O ilusório tem duração temporária, é apenas a manifestação do facto interior. O exterior é o superficial, o imediato, enquanto no interior reside a razão profunda, que deu lugar à manifestação externa.

Daqui se deduz que muita coisa pode ser dita, ou escrita, e que a sua compreensão dependerá da capacidade de quem a analisa, que pode ser apenas superficial ou de diversos graus de profundidade, o que acontece nos assuntos de ordem espiritual.

Os apóstolos perguntaram um dia a Jesus: “Porque falas ao povo por parábolas?” (Mt 13,10). “Falo por parábolas, porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem, nem compreendem” (Mt 13,13).

Não porque Jesus assim o quisesse porque mais adiante informou: “Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.” (Mt 13,12).

Porque aquele que tem, já possui as bases de conhecimento que o habilitam a compreender em graus mais profundos o sentido simbolizado, e aquele que não tem, mesmo o pouco que tem não chega para compreender. Diz o texto sacro que eles se retiravam confundidos.

Segundo João Evangelista: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1,1).

A palavra Cristo está associada, na cultura religiosa ocidental, à imagem de Jesus. Este significado respeita ao que aconteceu a Jesus, que foi crucificado, estando o seu corpo suspenso de um madeiro, o que constitui também um símbolo profundo do âmbito do exterior e tem raízes fundamentais do real no interior.

Mas o mesmo significado também serve para simbolizar a verdade interior, pois não está Deus também crucificado na sua Creação, no mais íntimo da alma humana à espera que o homem alcance o plano Crístico? Ou seja, a própria alma na culminância da evolução.

Se conseguirmos parar para refletir sobre o percurso do homem ao longo dos tempos, constataremos a sua ação de violência, de iniquidades infames, de lutas, de conquistas apenas no intuito da riqueza e do poder, grande parte das vezes em nome de um Deus, que é de amor e não de morte, causando martírios imensos, destruição e prepotências selvagens, escravidão sem dó nem piedade, traições de toda a espécie, antropofagia, violações, assassínios, vidas de crimes horrendos, encharcando o seu caminho de sangue, de horror, de terror, de medo e infelicidade.

Vivendo Deus dentro do homem, o homem O tem vindo a crucificar a todo o momento.

Será racional dizer que Deus fez a Creação do nada? Para que Deus tivesse feito a Creação do nada, o nada teria que ser alguma coisa fora de Deus, porque nada é nada mesmo.

Nestas circunstâncias, Deus não seria Absoluto porque existiria Deus e o nada. Conclui-se, pois, que Deus fez a sua Creação do Todo, e o Todo é Deus, onde a substância primordial constitui parte.

O nada aparece porque a Creação ainda não existia expressa na forma, mas existia em potencial no Todo Divino. Só que este pensamento leva-nos a concluir que Deus está imanente em toda a sua Creação.

Daí o simbolismo do Cristo Interno crucificado na sua própria Creação, sendo que a soma de tudo que foi Creado não é Deus, visto que Deus já existia; porque se não existisse não poderia ter feito a Creação e existe para além dela.

O Cristo Interno é o simbolismo que representa a mensagem doutrinária que Jesus trouxe ao mundo, e que está intrínseca na essência Divina no mais íntimo da alma humana.

Jesus disse: «A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou» (Jo 7,16).

Mas que Creação foi feita por Deus? Foi a Creação Real, porque a ilusória, aquela que o homem vive, foi arquitetada pelo próprio homem dentro do mundo em que vivencia, por isso é infeliz e sofredor.

A Creação positiva foi Creada por Deus, o mundo que o homem deduziu para viver é o inevitável complemento polo negativo. A palavra negativo, nestas circunstâncias, não deve ser entendida como abjeção, mas sim como complemento do positivo, pois Deus, quando fez a Creação, já sabia todo o seu desenvolvimento, visto ter dado vida a creaturas dotadas de inteligência dedutiva e de livre - arbítrio.

O Cristianismo, que o homem Jesus trouxe ao mundo em missão de esclarecimento, é o real, porque é transmissão do pensamento Divino, visto Jesus ser um Ser realizado e, portanto, já ser Um com Deus.

O Cristianismo que o homem vive é o cristianismo que o homem criou, produto da sua análise e interpretação análoga à sua própria imagem e semelhança.

Neste contexto, se há o Deus Imanente, é óbvio que existe o Transcendente, não deixando de forma alguma de ser um Deus único porque Absoluto, e chegamos à conclusão de que acabámos de estabelecer, filosófica e metafisicamente, o conceito monista: Deus na sua Creação e a Creação em Deus, sem que Deus seja a Creação e sem que a Creação seja Deus.

Tudo isto são palavras, em tentativa de explicar aquilo que ainda não é possível explicar por conjugação de palavras e que só se concebem através do que ocorre no mais profundo íntimo da nossa alma. 

Segundo Jesus, Deus está dentro do homem. Assim, acompanha-o em todas as provações de experimentação, quer positivas, quer negativas, que a evolução comporta.

Jesus, o homem, é pois o Cristo do exterior, escolhido para vir ao mundo elucidar a humanidade. O Deus imanente no homem é o Cristo interior, aquele que no princípio era o Verbo, Verbo que estava com Deus e o Verbo que era DEUS, porque tudo foi feito por Ele, e nada do que foi feito foi feito sem Ele.

Nesta visão do espiritual, simbolicamente, o Deus imanente é o único Teo-génito e nós e todas as creaturas somos Cristo-génitos.

Surge-nos agora a questão do Messias, anunciado no Antigo Testamento, o qual viria para salvar o povo de Israel.

Não podemos deixar de referir que o Deus de Israel, Jeová em toda a revelação, é um Deus pessoal daquele povo e que Jesus, na sua missão missionária, demonstrou através dos seus ensinamentos que Deus é um Deus universal, não só de um povo, de uma humanidade, mas de todas as creaturas de almas viventes, e que tudo é vida.

Deste modo, o que o povo de Israel esperava era um salvador humano, à boa maneira do homem, que concebe tudo à sua imagem e semelhança, particularmente escolhido por Deus, que não deixaria de pegar em armas e expulsaria os intrusos opressores em guerra de violência e morte.

Mas o que chegou, porém, foi o arauto da primazia do espírito, o emissário de Deus para todas as creaturas, do amor, o libertador do homem escravo dominado pela mente e pelo egocentrismo e, por isso, prisioneiro das forças da ignorância e inferiores da matéria.

O Cristo Interno, que representa simbolicamente a doutrina de Deus que Jesus trouxe ao mundo, encontrou em Jesus o instrumento de sacrifício ideal para transmitir, embora veladamente, por razões de evolução espiritual, o caminho que conduz à realização do Homem.

Jesus, o homem cujo espírito já era Um com Deus, esteve à altura da missão que abraçou, por ter sido mediador fiel entre a Divindade e a humanidade, permitindo que o chamado Espírito Santo, que mais não é que a voz insonora mas transmissível de Deus, transbordasse da sua boca em cataratas de água puríssima, repleta de amor, de verdade, identificando assim quem é na realidade “O Salvador”, “O Espírito da Verdade”, “A Divindade”.   

O “Espírito de Verdade”, no momento devido e no estado certo de sabedoria, revelar-se-á também no interior mais íntimo sentir da alma humana, enchendo-a de paz e felicidade, à medida que as condições evolutivas espirituais do homem o permitirem.

A palavra Cristo apenas provém do grego Christós que é equivalente à palavra hebraica Messias, que significa Ungido, Escolhido, o que é muito significativo e uma das várias razões pela qual o consideramos um Ser cuja alma ascendeu ao plano da Luz. 

Por isso, Jesus disse: «Quem dentre vós me pode acusar de pecado? E se vos digo a verdade, porque não credes?» (Jo 8,46).

É por isso que Jesus é o mestre dos mestres, o médium de Deus, o sábio do espírito, a quem devemos amar cheios de gratidão, ao sentirmos em nós a sua grande alma, ao prontificar-se a vir a um mundo de selvajaria, de desamor, de ódio, de traição, de pavor, de escravatura, de intenso sofrimento pelo atraso evolutivo dos seres que nele habitam, para indicar à humanidade, aos seus irmãos, a ciência do espírito, que encaminha o homem pela estrada certa, difícil de percorrer, mas que vai dar certinha à casa Divina, que é a verdadeira morada do homem.

Seis séculos antes de Jesus, esteve no nosso orbe um outro Avatar cujo Ser se iluminou no nosso mundo - Siddhartha Gautama, conhecido pelo nome de Buda - que nos explicou, em prática real e visível a toda a humanidade e através da sua conduta, o seu projeto evolutivo, a partir das quatro verdades, do Caminho do Meio que promove o equilíbrio psíquico dos seres hominais, e as oito condutas necessárias para se atingir a realização que obteve.

É interessante notar que no processo Budista existe uma particularidade conhecida para que os discípulos que atinjam a culminância da sua evolução e que sintam desejo de voltar ao mundo para ajudar a humanidade se preparam e antecipadamente se candidatam: é o retornar em missão reencarnando. São os chamados Bodhisattvas.

Isto demonstra que todo o conhecimento é efetuado globalmente em termos automáticos e é exercido de forma natural pelas leis inseridas na própria Creação que assim determina o momento do processo evolutivo Universal em mundos de humanidades em evolução, quando estas disso têm necessidade.     

Quando Jesus veio a este mundo em missão de esclarecimento já era um Ser Iluminado, previamente preparado, com a missão que Deus lhe proporcionou de poder, de sua própria vontade, ajudar a humanidade terrena a evoluir.

E Jesus disse: «Eu e o Pai somos Um». Mas «o Pai é maior do que eu» (Jo 10,30) e (Jo 14,28). E disse também: «As obras que eu faço, não sou eu que as faço; É o Pai em mim que faz as obras; de mim mesmo, eu nada posso fazer»  (Jo 5,3) e (Jo 14,10 e 24).

Em várias declarações, Jesus tem o cuidado de nos dizer que ele é apenas um mensageiro enviado ao planeta Terra pelo Creador do Universo para que a Humanidade tivesse conhecimento interiorizado, em consciência plena, que Deus não abandona a sua própria Creação, porque é amor e se encontra nela em imanência.

Deste modo, Jesus, o Filho do Homem, simboliza e vivencia a própria Doutrina Divina, percorrendo, vivendo, todo o caminho evolutivo no respeito pelas Leis de Deus, porque a interiorizou e consciencializou atingindo a consciência do Todo e, por isso, pode dizer «Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim» (Jo 14,6). «Eu e o Pai somos Um». (Jo 10,30).

Pensamos que, tal como uma estrela quando chega à culminância do seu desiderato astral explode e se recolhe na sua luminosidade transcendente, assim acontece com a alma humana, no momento ímpar da sua realização ao ser envolvida pelo amor Divino.

Se tudo aconteceu a Jesus com isenção como se encontra escrito no Novo Testamento, e nós acreditamos que sim salvaguardando aqui e ali algum desfasamento de tradução ou de interpretação, Jesus pede a Deus: «Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34), o que é uma grande verdade e termina a sua missão totalmente cumprida selando-a com a frase: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46), o que também é uma grande verdade em termos de iluminação, selando-a com o lacre dos verdadeiros “Filhos da Luz”.
Abrame
Um abraço do vosso companheiro do caminho
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 12, 2016, 16:09:31 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma pequena frase que nos deram e que reproduzimos para vossa apreciação.

 CRÍTICA

Os críticos, na generalidade, em tudo encontram sempre críticas para fazer aos outros, mesmo que não haja razão plausível para o fazer, porque a mente humana, através do ego, não lhes permite criticarem-se a si mesmo.                                                         

Abrame

Cumprimentos fraternos Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 20, 2016, 13:43:29 pm
Companheiros do Caminho
Mais uma frase que revela o dualismo de que se serve o processo evolutivo para vossa apreciação.

SABEDORIA CÓSMICA
DEUS DEIXARIA DE SER SOBERANAMENTE OMNIPOTENTE SE O UNIVERSO PUDESSE SER ALTERADO PELOS SERES QUE NELE HABITAM. MESMO QUANDO TUDO PARECE CAOS, É APENAS ILUSÃO PORQUE NESSA APARÊNCIA ESTÃO FORÇAS CÓSMICAS EM MOVIMENTO.
DO APARENTE CAOS OBSERVADO PROVÉM SEMPRE ALGO DE SUPERIOR E BELO, NA CONTÍNUA TRANSFORMAÇÃO EVOLUTIVA.
A CULPA É ALGO DE NEGATIVO, COMO NEGATIVO É TAMBÉM A PENA, O SOFRIMENTO.
COMO JÁ TEMOS DITO, O NEGATIVO DA CULPA PRODUZ DE IMEDIATO O PROCESSO DA PENA, POR ISSO NEGATIVO GERA NEGATIVO, PELO QUE PENSAMOS QUE ESSE PROCESSO É A HOMEOPATIA CÓSMICA DO UNIVERSO.
O BEM, NASCIDO DO AMOR PRODUZ O BEM, QUE LOGO NASCE DO OBJETO VISADO, VISTO O POSITIVO GERAR O POSITIVO.
Abrame
Que a Paz more no vosso coração.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 24, 2016, 21:53:26 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto para vossa apreciação que vos envio com muita fraternidade.

PARTILHAR

Partilhar é uma palavra maravilhosa. A partilha quando praticada, emitida e sentida honestamente, em conjunto com o coração, sobe degraus de verdades Altruístas eliminando a palavra Egoísmo e fazendo o Homem ascender ao evolutivo superior.
Partilhar foi, sem sombra de dúvida, a experiência mais gratificante que vivemos nesta busca de quem somos, porque existimos e para onde vamos. Até porque encontrámos ao longo da nossa vida excelentes pessoas com quem partilhámos e recebemos conceitos ocultos de grandes significados.
Partilhar é, para quem já sabe, uma dádiva maior que nada exige, incluindo sobretudo o retorno para remuneração até porque, pensando bem, nada nos pertence, porque nada possuímos. Tudo é transitório porque tudo aquilo que pensamos ter, num ápice da existência já não temos, pois aquilo a que chamamos a nossa vida desapareceu por qualquer dos muitos motivos que grande parte das vezes nos escapam.
Nela sempre encontrámos maiorias com aceitação e respeito pela forma de ver e conceber o enigma que rege a vida do ser humano, quando inserido em mundos onde ainda impera a força do poder que emerge do possuir – expressado pelo ter – ouvindo e escrevendo aquilo em que cada um de nós acredita com sinceridade e, sobretudo, com o coração.
Quer queiramos ou não, ainda vivemos em mundos de atraso espiritual.
Para concluir o que dizemos na frase anterior basta que olhemos o nosso Mundo, que estejamos atentos a todos os assuntos que nos informam do que nele se passa para verificarmos que, de uma forma geral embora já com um conhecimento científico bastante desenvolvido, os seres humanos ainda se digladiam em guerras de morte e de construção de misérias humanas onde há fome e carências de todo o tipo.
A escravidão ainda existe de toda a ordem, quer ostensiva, quer sofisticada e de forma sub-reptícia e encoberta. Todos os dias os noticiários informam de pais e mães que matam os filhos, filhos que matam os pais, famílias que, em conceitos do ter, entram em argumentos egoístas de forças físicas praticando ações de ódio, revolta e vingança.
A todo o momento nos dão conta daqueles que trabalhando em lugares públicos ou profissionais de empreendimentos, valendo-se dos seus cargos, se movimentam em ações de corrupção, através de subornos e situações duvidosas para se enriquecerem estabelecendo o desequilíbrio na harmonia económica.
Isto são apenas algumas situações que todos os seres humanos conhecem bem e da qual têm consciência pela informação noticiosa que hoje em dia alcança todo o mundo.
Falar destes assuntos, foi-nos sempre abstraindo porque pertencem à responsabilidade de quem os pratica e porque tem sido para nós algo muito difícil, porque sentimos constrangimento e incómodo sentimental espiritual, não obstante entendermos os motivos da sua existência, tendo em conta que errar ou compreender e deixar de errar também fez e faz parte da nossa condição evolutiva.   
Por este motivo, não podemos dizer que somos já uma humanidade bastante civilizada ou espiritualmente avançada, embora saibamos que parte desta humanidade vai evoluindo numa forma de estar consciente daquilo que se pretende alcançar, que mais não é do que o conhecimento completo daquilo que É. E aquilo que É, é precisamente aquilo que somos.
Estes assuntos já começaram a ser discutidos há muitos anos no seio da nossa humanidade, impulsionados pela força evolutiva que se movimenta, através da religiosidade e de seres que já alcançaram uma consciência elevada e que se debatem por um mundo melhor.
Não pensamos que abordando estes assuntos estamos fazendo críticas, porque não podemos, em verdade de consciência, criticar seja o que for daquilo que já fizemos. Mas constatamos a realidade dessa negatividade e desejamos que todos alcancemos uma humanidade altamente elevada em termos evolutivos, dotada de perfeição e sabedoria.
Os críticos, na generalidade, em tudo encontram sempre críticas para fazer aos outros, mesmo que não haja razão plausível para o fazer, porque a mente humana, através do ego, não lhes permite criticarem-se a si mesmo.
Separar as águas é trabalho interior de cada um de nós, dando graças a Deus por essas partilhas que nos vão ajudando, a nós e aos outros, a seguir caminhos que os levarão à Casa Divina.
Nesta partilha de conhecimentos, encontrámos muitas amizades pela troca afetuosa de conhecimentos espirituais que são e sempre serão agradecidas no interior de quem já busca.
Abrame
Até breve.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Julho 07, 2016, 22:49:18 pm
Companheiros do caminho
Mais um texto que surgiu do nada para vossa apreciação.

A FORMA E A ESSÊNCIA
«Jesus disse: se a carne foi feita por causa do espírito, é isto maravilhoso. Mas, se o espírito foi feito por causa do corpo, é isto a maravilha das maravilhas. Eu, porém, estou maravilhado diante do seguinte: como é que tamanha riqueza foi habitar em tanta pobreza?» (Tomé 29).
Materialmente, poderemos discorrer disto, partindo de observações de tudo que nos rodeia nos mundos da forma, e assim, por exemplo, a Essência Divina que somos assemelha-se ao perfume emanado por uma flor, em que não o vemos mas foi sentido pelo órgão sensorial do olfato.
O mesmo acontece a nível superior de entendimento, quando temos a perceção de que não somos o corpo, mas algo para além desse sentimento que se entende sem palavras nem ruídos, num entendimento de profundo silêncio e muita compreensão.
Isto parece-nos evidente, porque fomos imanados como almas viventes. Só alcançamos o Espírito Puro quando a alma vivente atinge a culminância evolutiva da consciência do Todo, que representa um conhecimento de tudo que foi Creado e imanado pelo Creador.
Deste modo, a alma vivente foi evoluindo fora da matéria em termos de mônada nos planos em desenvolvimento evolutivo de matéria densa e etérica, no laboratório incomensurável do Universo em evolução à espera de que fosse encontrado e formado o corpo material com as condições necessárias à sua interiorização no processo de evolução conjunta, o que aconteceu quando, no aperfeiçoamento dos corpos materiais do plano animal, foi atingida essa situação.
Por isso, foi aqui que se deu a involução da alma e a sua chamada queda, porque quando imanou do Creador ela era pura, simples e ignorante, dotada de inteligência e livre arbítrio e afundou-se na matéria corporal passando a ter conceitos e preceitos referentes àquilo que encontrou nos mundos de matéria densa por ter adquirido mentalmente as solicitações da matéria tendo-se identificado com o corpo por via disso.
Os mundos materiais têm como condição dar à alma a forma, porque a essência da vida de que imanamos continua a existir infinitamente. Por isso, para se manifestar, não é visível tal como o perfume de uma flor, sendo apenas sentida e compreendida na sua manifestação.
Quando a alma atingir a sua culminância evolutiva será Espírito Puro e o Espírito não tem transformação porque já É.
Para poder evoluir experienciando e conhecendo tudo o que os mundos de matéria densa e etéricos proporcionam em vivência, a alma necessita de um corpo que permita atingir a consciência absoluta, porque “Tudo vem do Centro para a periferia em estado primário e tudo regressa ao Centro em estado sublimado”, “Tudo está em tudo e tudo influencia tudo” e “Só vivendo se sabe”.
Quando um vidente vê uma entidade, vê-a porque ela tem um corpo Etérico de frequência vibratória correspondente à frequência vibratória do plano em que essa entidade se encontra, e o vidente apenas a viu porque através da sua mediunidade de vidência atingiu a mesma frequência vibratória, ou porque foi a própria entidade, por conhecimento adquirido, que fez descer essa frequência vibratória à do médium. 
A alma, para se manifestar, possui diversos corpos como sejam: o corpo denso que nos reveste neste mundo em que nos encontramos; o corpo astral; os corpos etéricos que atingem diversos estados em conformidade com os diversos planos de mundos densos e etéricos.
No caso do Espírito, quando necessita de manifestar-se, cria por si próprio o corpo adequado ao ambiente que pretende visitar.
É interessante verificarmos que nós próprios, que vivemos e evoluímos em mundos densos, participamos na construção de corpos através do sexo, proporcionando a nossos irmãos um corpo para continuarem a sua vida em evolução.     
Por tudo que acima escrevemos verificamos a importância da creação da matéria - que tem começo e fim, porque tudo quanto nasce morre - na existência da Creação infinita, por ser uma imanência Divina, possuidora do que é real, que permite a evolução da consciência dos seres humanos dando-lhes a possibilidade do discernimento daquilo que É no trajeto evolutivo da alma para alcançar a transformação a Espírito Puro.
Segundo consta, Jesus explicava aos seus discípulos, em privado, o oculto das suas transmissões através das palavras de cariz esotérico às multidões, palavras que, sem embargo, eram possuidoras de grandes verdades.
Por isso, sempre decidimos ter presente os seus ditos, ultrapassando tudo aquilo que incorretamente possa ter sido alterado nos textos bíblicos, apresentando de forma o mais simples possível que as palavras nos permitem, no âmbito possível da inevitável contenção da nossa apreciação relativa.
Abrame     
Mais um texto que surgiu do nada para vossa apreciação.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 02, 2016, 19:25:03 pm
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação junto mais uma frase.

SUPORTAR
De uma maneira geral e, salvaguardando a ação retificativa para a consciencialização da Lei de Causa e Efeito quando corporalmente se nasce nos mundos da forma, passam-se anos que as formas, que são os corpos, nos carregam e dirigem, a partir de certa altura, somos nós que carregamos as formas, suportando-as até que estas cheguem ao cumprimento da sua finalidade de existência e se desliguem de nós.
Abrame

Um grande abraço fraternal.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Dezembro 02, 2016, 17:04:22 pm
Companheiros do Caminho

Mais uns dizeres transmitidos por Abrame para vossa apreciação.

Busca
Jesus nos esclarece com esta assertiva «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim». (Jo 14,6).

Pela análise do que acontece nos mundos da forma de matéria densa, seja de que área for – material, vegetal, animal ou hominal – chegamos à conclusão que tudo que nasce, morre, pelo que só subsiste aquilo que É “A Essência real da energia da Vida”, ou seja, o que sempre existiu e existirá.

Resta-nos “A Vida”. Sendo Jesus um realizado, e nós Seres imanados da Divindade em caminho evolutivo, somos levados a compreender que se um realizado é “A Vida”, logo, em princípio, somos “Vida”.

Deste modo também teremos que ser levados na nossa busca a discernir se a Vida é Aquilo que É ou se ela é a energia Daquilo que É.
Abrame

Um grande abraço fraterno.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Fevereiro 06, 2017, 16:19:06 pm
Amigos Companheiros

Vos envio mais um texto para vossa apreciação.

O TER E O SER

«Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo»

Dois caminhos têm sido seguidos pelo Homem: o caminho do ter, que diz respeito àqueles que tomam a vida material como base da sua existência; o caminho do ser, por aqueles que percebendo que a vida não se limita à existência terrena, procuram saber quem são e qual o seu desiderato.

São duas atitudes aparentemente incompatíveis: “Ter ou Ser”, no contexto da evolução da alma Humana.

Pelo caminho do ter dificilmente se penetra no caminho do ser, pois que o ter ocupa obsessivamente o Homem, não só por ter cada vez mais, como ainda pelo domínio ansioso de conservar aquilo que tem na ilusão de possuir a felicidade e a tranquilidade, na perspetiva de segurança que lhe proporciona a abastança terrena.

Nesta luta efémera, continua o Homem a criar em si o egoísmo, a desumanidade, o salve-se quem puder, cada um que se arranje não importa como desde que se sinta seguro e nada lhe falte.

Isto, mesmo que haja milhões a morrer de fome, de falta de saúde, que tenham uma vida degradada, que haja guerras e disputas; o que importa é que se obtenha cada vez mais para aqueles que as fomentam e que acompanham as notícias tranquilamente nos fofos recantos das suas belas casas ou aprazíveis escritórios, dos quais dirigem as operações.

Só que ninguém pode servir a dois senhores.

Ou se vegeta sendo alguém milionário no plano horizontal dos seus teres ou se vive em realidade e é alguém no plano vertical do seu Ser.

No primeiro, sobrevém a desilusão porque tudo termina, tudo tem um fim, enquanto que no plano real da vida nada finda porque se entra no infinito e nada é observado por quantitativo mas por qualitativo.

No segundo, tudo se tem não tendo nada porque aí se encontra a zona vertical, qualitativa, infinita, em que o homem apenas é, e Ser é tudo.

Os mais avisados resolvem renunciar a todos os seus teres e isolam-se no puro Ser, isto é, na divina essência do seu eu superior, o seu Cristo interno.

Por mais tenebrosa que pareça essa renúncia incondicional ao homem profano, ela é grandiosa porque possui a fascinante sacralidade de não tendo nada, tudo possuir.

Sendo Jesus e o Pai, Um, encontra-se este na zona do Ser e a sua sapiência leva-o a aconselhar o Homem:

«Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo»

Ele sabe perfeitamente que o Homem dominado pelo seu ego físico, mental e emocional não tem condições algumas para atingir a vivência eterna da vida, porque está sob a influência do príncipe deste mundo.

Qualquer ter ou posse de objetos externos, impede o Homem de ser discípulo de Jesus porque este tinha atingido o amor Divino, não tinha onde reclinar a cabeça, nada tinha porque tudo era, o seu ter descera ao ínfimo nadir, quando o seu Ser atingira o supremo zénite.

E para mais não ter para tudo possuir, renúncia por fim até ao corpo físico, para poder entrar em sua glória.

Pode parecer estranho, e humanamente impossível, esse propósito de Jesus.

No entanto, as suas palavras não admitem vestígios para dúvida, são inexoravelmente claras: «Qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,33).

Tudo, sem exceção de coisa alguma. O episódio trágico do jovem rico é uma ilustração clássica para esta verdade austera.

Tudo quanto o Homem possui em bens terrestres torna-o dependente e escravo. O reino dos céus é somente para as almas completamente livres.

Enquanto o Homem tem algo que o mundo lhe possa tirar, ou deseja algo que o mundo lhe possa dar, não é definitivamente livre e, por isso, não pode ser discípulo daquele que venceu o mundo.

Os nossos teres quantitativos excluem-nos do reino dos céus, o nosso ser qualitativo faz-nos entrar no reino dos céus.

Aproximamo-nos de Deus na razão direta do que somos e na razão inversa do que temos. Porquê?

Porque o ter é nosso. O Ser é de Deus.

O ser consiste na consciência da verdade sobre nós mesmos. Se conhecermos a verdade sobre nós mesmos, seremos livres.

«Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará», (Jo 8,32) disse Jesus.

Quando atingirmos as alturas do Filho do Homem seremos realmente livres.

A verdade libertadora sobre nós mesmos está na experiência íntima da nossa essencial identidade com Deus – eu e o Pai somos Um – e na completa harmonia da nossa vivência quotidiana com essa verdade suprema.

O ter, portanto, é dos profanos, dos ignorantes da ciência do espírito. O Ser é dos iniciados.

Quanto mais cresce o ser do Homem, mais decresce o seu desejo de ter.

Quando o Homem chegar ao patamar evolutivo da sabedoria com tudo isto resolvido, alcançando o primado do Filho do Homem, mergulha no oceano absoluto do amor Divino onde não existe a necessidade de ter porque se é Ser.

Por esse motivo consciencial de Ser nos diz Jesus: «Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois Deuses? Pois, se a lei chamou àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida – e a Escritura não pode ser anulada – Aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas; porque disse: Sou Filho de Deus?» (Jo 10,30-42).

Defendia-se Jesus quando atacado por se dizer Filho de Deus. «Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai» (Jo 14,12). «Direis a este monte: passa daí para acolá e há-de passar; e nada vos será impossível» (Mt 17,20).

O monte ou a montanha é a nossa escravidão aos valores do mundo, que mudou para o lugar onde existem os valores Divinos.

Assim nos disse Jesus que aquele que não renunciar a tudo o que tem não pode ser seu discípulo.

Devemos perguntar: não é necessário que o Homem, aqui no mundo, possua certas coisas? Poderá ele viver decentemente sem possuir nada? Bastará aqui na Terra o simples e puro ser? E, na realidade, não há compatibilidade entre o ter e o Ser?

Vamos tentar responder em face da estrutura social que o próprio Homem criou. Porquê?

Porque a estrutura social que o próprio Homem criou é um mau produto da má gestão do seu livre arbítrio, que deu lugar ao ego humano que conhecemos e a partir do qual nasceu a estrutura social em que estamos enquadrados.

O mundo em que vivemos possui todos os recursos necessários para que não haja fome, doenças, desigualdades, guerras, ódios, orgulhos e malquerenças.

Neste contexto em que nos movemos, o Homem pode beneficiar das coisas do mundo, se as usar não como propriedade sua mas como simples administrador dos bens que o Creador pôs à sua disposição, sabendo que nada lhe pertence, mas que a dádiva é para todos, pelo que deve servir a todos.

É possível o Homem ser discípulo de Jesus e administrar parte dos bens de Deus, servindo-se e ao mesmo tempo beneficiando os outros filhos de Deus, seus irmãos.

Disse Jesus: «Amai o próximo como a vós mesmos».

Deus é o único dono, proprietário e possuidor de todas as coisas que creou. Nenhum homem é dono de coisa alguma.

Esta é a razão porque nenhum discípulo de Jesus se considera possuidor, dono ou proprietário do dinheiro ou de quaisquer outros bens materiais que, por teste ou empréstimo, estejam sob a sua administração.

Ele sabe que a verdadeira vida não possui nada disso e também que da sua administração terá que dar inequívocas contas à consciência universal e ao legítimo senhor e proprietário.

Ninguém tem direito exclusivo daquilo que é de todos.

Jesus e seus discípulos repartiam tudo porque sabiam que a cobiça é a raiz de todos os males, conforme afirmam os chamados livros sacros.

Todo o Homem, que atingiu a plenitude do seu Ser pelo acordar da consciência cósmica, perde toda a noção de posse e propriedade.

Ele experiencia a tranquila felicidade de possuir tudo, sem possuir nada.

A Deus o que é de Deus, a César o que é de César.

Proceder assim seria uma loucura, dizem-nos os profanos do espírito.

Segundo Paulo de Tarso: «A loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens e a fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens» (1Cor 1,25).

O Homem sábio das coisas de Deus está no mundo sem ser do mundo.

Abrame
Com muita amizade.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 06, 2017, 20:22:18 pm
Companheiros do caminho
Hoje, e por não hesitar em trazer os ditos de Jesus sempre por perto, vos envio para vossa apreciação mais um texto que foi escrito a alguns anos atrás.
   
UNIVERSALIDADE

A Samaritana e o Centurião

Duas figuras dos Evangelhos que se relacionaram com Jesus demonstram-nos o seu carácter de missionário universalista, portador de uma doutrina messiânica que visou o esclarecimento da humanidade em relação à Creação bem como ao respeito e amor por todos os seres viventes e indicou o caminho de regresso das creaturas a Deus.

É delas que vamos falar: da samaritana e do centurião. Uma pertencente a uma faixa judaica considerada dissidente e outro nascido sob a égide do império romano que, na época, dominava praticamente toda a Europa, norte de África junto ao Mediterrâneo e o Médio Oriente.

Para podermos esclarecer, segundo a nossa análise, o universalismo da doutrina que Jesus difundiu, torna-se necessário que, em diversas exposições, se mencione alguns apontamentos esclarecedores da época em que o Messias percorreu as terras de Israel.

Estamos num ciclo evolutivo em que muitas pessoas se debruçam sobre o que dizem os Evangelhos na ânsia de como se pode compreender o significado da vida, em presença de uma rápida transformação em que a estrutura social humana se desenvolve.

Perante os seus olhos sucedem-se acontecimentos que deixam a humanidade petrificada perante manifestações onde o egoísmo, o orgulho e a falta de fraternidade acontecem e, mesmo ao lado, se desenrolam atitudes em que a compaixão, o amor fraternal, o altruísmo e a dádiva incondicional da disponibilidade de ajuda do Homem se revelam com elevação.

A luta pela vida, no meio dos escombros morais, na desenfreada voracidade do possuir, onde a palavra de honra perdeu valor, leva muitos seres à desilusão da confiança do que é e não é válido, a um desalento deambulante às escuras, num estado de completo desnorteamento sobre os valores Divinos, num esgotante desespero que os conduz muitas vezes a depressões lastimáveis e à desistência da própria vida.

A doutrina cristã que Jesus dinamizou na humanidade, na sua pureza primitiva proporciona-nos o conhecimento e a claridade de que necessitamos na luta pela vida na Terra e toda a luz que é indispensável para o aperfeiçoamento de nossas almas.

Devemos, através dela, aprofundar a razão de ser da vida que Deus nos deu, sob pena de nos perdermos na aridez do deserto da descrença esgotando a nossa capacidade de fé sob um mundo destruidor, aparentemente destituído dos mais elevados princípios dos ideais da espiritualidade.

Nota-se hoje uma ânsia dinâmica para entender a razão de ser da vida, numa procura constante de sabermos porque existimos, de onde viemos e para onde vamos.

Por isso muitos pensadores estão trazendo à luz do mundo muitas obras narrando as suas estruturas espirituais, construídas com base em análises e estudos dentro da sua própria racionalidade e lógica de compreensão, que demonstram o interesse pelos assuntos da imortalidade da alma.

Para além disso existe a efetivação de palestras, retiros espirituais e workshops, baseados nos conhecimentos que foram legados à humanidade por seres despertos para a espiritualidade desde a noite dos tempos e que achamos que deverão ser considerados valiosos contributos para outras estruturas consentâneas com a evolução espiritual de cada ser.

Pela nossa parte encontramos em Jesus um manancial de ensinamentos que, compreendidos em profundidade, ensinam o que já tinha sido revelado em outras formas de expressão e em antigas culturas espirituais que nos vêm mostrar que não tendo nós a verdade absoluta, a teremos que obter por mérito próprio por ser esse o objetivo e o resultado último da evolução hominal.

A verdade, embora relativa, tem estado sempre ao nosso alcance, porque a absoluta só Deus a possui e por isso Jesus nos diz: «Um dia conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.» (Jo 8,32) o mesmo que é dizer um dia conhecereis Deus e Deus vos libertará da vossa ignorância.

Como é sabido, Jesus, acompanhado dos seus discípulos, percorria longas distâncias espalhando o conhecimento por quem o escutava e, deste modo, quando vinha da Judeia rumo à Galileia, ao chegar à cidade de Sicar na Samaria, descansou perto da fonte de Jacob, junto a uma quinta que Jacob tinha oferecido a seu filho José.

Segundo o Antigo Testamento, aquela fonte, que tinha o nome do seu construtor e primeiro proprietário, já tinha sido palco de encontros que haviam dado lugar a casamentos que se encontram narrados no chamado Antigo Testamento.

Jesus, cansado do seu caminhar, resolveu parar naquele lugar e, segundo o que está relatado, era quase a hora sexta (que corresponde ao meio-dia).

Convém saber que os judeus e os samaritanos estavam divididos na sua crença religiosa e cada uma delas reclamava para si a verdadeira.

Logo, qualquer relação entre eles seria considerada uma ofensa tendo em vista que os judeus se achavam superiores e oravam a Deus no templo em Jerusalém e os samaritanos faziam as suas orações no monte de Garazim e, por motivos religiosos, não se comunicavam entre si.

Como é evidente a adoração a Deus não terá que ser obrigatoriamente em algum lugar determinado, pois estando Deus em toda a parte, pode ser adorado em qualquer sítio pois o que importa é a abertura da alma humana ao fluxo Divino do Creador.

«Entretanto, aproximou-se da fonte uma samaritana que ia buscar água e Jesus, tendo sede, pediu-lhe de beber: “Dá-me de beber”» (Jo 4), o que deixou a mulher deveras preocupada.

Disse-lhe depois a mulher samaritana: «Como sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?»

E, como sempre, este nosso Jesus se mostra universalista com a consciência íntima de que o Deus que mora dentro dele é de todos e não só de alguns.

E, aproveitando o embaraço, explica à samaritana: «Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.»

Observando Jesus, ela lhe respondeu: «Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo: onde pois tens a água viva? És tu maior do que o nosso pai Jacob, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?»

Atento, Jesus lhe respondeu, dizendo: «Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.»

Pressurosamente, pede-lhe a mulher: «Senhor, dá-me dessa água para que não tenha mais sede, e não venha aqui tirá-la.»

Respondendo a este pedido disse-lhe Jesus: «Vai! Chama o teu marido, e vem cá.»

 Respondeu a mulher: «Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: não tenho marido. Porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.» (Jo 4,4-18).

Perante tal evidência das palavras de Jesus, a mulher ficou extremamente confusa pois aquele homem tinha-lhe falado de coisas da sua vida privada e também de uma fonte que jorrava para a vida eterna.

Perplexa e maravilhada com o desenrolar daquele diálogo, perguntou-se: Não seria aquele homem um profeta?

E, não perdendo tempo, imediatamente correu a chamar o povo para que também o pudesse ouvir.

Para que isso possa acontecer, necessário se torna que o Homem cumpra com honestidade e desvelo as leis que regem a Creação.

Por isso compreendemos nós, pelo que disse Jesus, que a água que sacia toda a sede é a água que jorra do alto quando, em plena abertura da alma humana, se espraia pela alma suplicante sedenta de justiça, de amor e de verdade, amenizando-a, harmoniosamente impulsionada pela vibração amorosa do espírito Divino.

E assim se vai compreendendo o dito público de Jesus em plenos festejos dos tabernáculos na cidade de Jerusalém quando, no último dia, o grande dia da festa, Jesus se pôs em pé e clamou, dizendo: «Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.» (Jo 7,37-38).

«E isto disse ele do espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.» (Jo 7,39).

Água é o símbolo da doutrina ministrada pelo espírito. A água pura representa o símbolo da espiritualidade.

O Espírito Santo manifestar-se-á no Homem quando este tiver assimilado, na sua consciência, toda a essência da doutrina que Jesus veio trazer ao mundo e a manifeste naturalmente, quer em ações, quer em pensamento, porque ela definirá fielmente a sua natureza Divina.

Jesus, através da água pura, deu-nos a doutrina da água. Trouxe-nos os ensinamentos da vida de luz, de paz, de verdade e do amor.

Disto tem a certeza todo aquele que percorrendo o caminho de verdade que Jesus nos ensinou traz Deus no mais íntimo da sua alma que, por sinal, tem como sede simbólica física o coração.

Todos os seus ensinamentos legados à humanidade abrangem todos os mundos, todos os seres viventes, quer sejam em fase material, quer sejam já em fase espiritual e garante a todos, sem exceção, a vida eterna.

Não admira pois que o homem esteja tentando redescobrir aquilo que há dois mil anos lhe foi transmitido e se desvaneceu nas brumas das tentações materiais e das ilusões do mundo, na tentativa de reencontrar o caminho que Jesus nos transmitiu e que conduzirá o homem à plenitude da sua natureza Divina.

Não podemos deixar de mencionar que Jesus, sendo um sábio do espírito, não nos poderia trazer numa bandeja toda a descodificação da verdade.

É necessário, para que o homem evolua, que a realize, pois só vivendo se sabe.

Razão porque muitos dos seus ensinamentos nos foram dados através de parábolas que, à medida que o Homem vai tendo intuição do oculto, se vão desvendando à sua própria alma que já estará em condições de os poder receber.

Porque não foi em vão que Jesus nos disse: «Procura e encontrarás, bate e abrir-se-te-á.» (Mt 7,7)

Depois de apreciarmos os ensinamentos e as ações de Jesus, não nos restam dúvidas de que o Messias era possuidor de grande sabedoria e que sempre primou pela defesa dos fracos, dos injustiçados, dos desvalidos e dos pobres, pondo a nu toda a insidiosa esperteza do ego físico, mental e emocional.

Um puro universalista porque tem a vivência do todo e sendo Deus absoluto, a verdade se encontra por todo o lado.

Como é conhecido, Jesus curou muitas pessoas sem olhar às suas condições sociais, fossem judeus, romanos, os chamados gentios ou de qualquer outra nacionalidade ou religião. Para ele eram apenas seres seus irmãos creados por Deus.

E deste modo temos também o relacionamento de Jesus com um centurião romano, designação militar que indicava o comando de cem homens, cuja disciplina romana os levava a obedecerem-lhe sem reservas.

Estes soldados romanos estavam aquartelados na cidade de Cafarnaum e, por força das suas funções, o centurião estava a par dos acontecimentos religiosos nomeadamente da atuação de João Batista que convidava o povo ao arrependimento deitando-lhes água do rio Jordão por cima da cabeça numa simbologia de purificação, para que de futuro se transformassem e seguissem uma vida fraterna e digna.

Também ia chegando ao conhecimento do centurião toda a atuação pública de Jesus não só pelos seus ensinamentos espirituais como também das suas obras, que o povo atribuía a verdadeiros milagres.

No extravasar de sua sabedoria ia Jesus mostrando, a quem o seguia e ouvia, que almas sensíveis e já abertas ao fluxo espiritual, tocadas pelo espírito Divino no seu interior, se encontram em todos os povos, em todos os estratos sociais, quer sejam ricos ou pobres quer sejam cultos ou não.

Não podemos esquecer que aquele centurião estava votado e militarmente treinado e preparado para a guerra e implicitamente obrigado, no cumprimento das suas funções, a matar e mandar matar. Assim era no seu tempo.

Mas isso não obsta a que haja almas, no albor da espiritualidade, que já sentem a influência de amor e de sabedoria que implicitamente brotam do seu eu real, até porque era evidente a sua preocupação pelo sofrimento do seu escravo.

Ora tendo Jesus chegado a Cafarnaum e tendo este centurião um criado que adoecera gravemente encontrando-se moribundo – e presumimos que já tivesse consultado os médicos daquele tempo (pois através da profissão de Lucas, que era médico, sabemos que eles existiam) não devendo ter alcançado qualquer êxito de cura – resolveu, por tal motivo, recorrer abertamente àquele cuja fama era conhecida como curador.

«E quando ouviu falar da presença de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse curar o seu servo.

E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: É digno que lhe concedas isto. Porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.

E foi Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; e por isso nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará.

Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: vai; e ele vai; e a outro: vem; e ele vem; e ao meu servo: faz isto; e ele o faz.

E ouvindo isto Jesus, maravilhou-se dele, e voltando-se disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.

E voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo». (Lc 7,3-10)

A sua alma dizia-lhe que recorresse sem demora a Jesus e assim aconteceu tendo sido recebido o seu pedido com toda a fraternidade porque, para Jesus, as almas dos seus semelhantes não eram desconhecidas pois ele intuía onde a semente interior já tinha iniciado o desenvolvimento do seu crescimento espiritual.

Naquele tempo pouco valor se dava à vida humana de um escravo e é o cuidado daquele centurião com a saúde do seu criado que nos mostra como a sua alma já tinha alcançado a sensibilidade da compaixão.

Na interpretação deste facto podemos fazer uma ideia do consciente desenvolvimento da sua alma que, em sua pureza, afirma que ao Espírito Divino nada é impossível quando a alma atua por sua influência.

Ninguém desconhece, pela história universal, quão doloroso era o ferro dominador do império romano, quão opressor era o seu domínio sobre os povos conquistados e também da violência brutal da ação dos seus soldados, devidamente preparados e especializados para a guerra, sobre quem não lhes pudesse oferecer resistência.

Mas era evidente que naquele centurião crescia a luz do conhecimento interno e, segundo os relatos dos livros sacros, não foi este o seu único contacto com Jesus. Outros houve e, sobretudo, esteve presente, cheio de desgosto e sofrimento, na crucificação daquele que lhe tinha aberto a alma.

Para si, não era preciso que o espírito puro que habitava a alma de Jesus fosse a sua casa para que o seu servo ficasse curado da enfermidade, bastava-lhe que Jesus o ordenasse.

E Jesus, maravilhado ante a fé daquele centurião que não era judeu mas romano, sem tradição do Deus único, criado sob conceitos panteístas, ficou inundado de amor perante as palavras do soldado romano e virando-se para os seus discípulos lhes diz: «Em verdade vos afirmo, que nem mesmo em Israel achei tamanha fé.»

A luz não foi feita senão para iluminar, assim como a verdade para libertar, a esperança para consolar e animar, a caridade para amparar e purificar, e a sabedoria para guiar e engrandecer.

E o mestre ainda nos elucida: Mas eu vos digo que «virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus» (Lc 13,29), à mesa com Abraão, e Isaac, e Jacob no reino dos céus. «E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.» (Lc 13,28).

Mas quem serão os filhos do reino? São os filhos da mentira, do mercantilismo, do orgulho, do ódio, da hipocrisia, das exterioridades idolátricas, da traição, que ficarão imersos nas trevas por eles mesmos criados.

Estagnaram-se na crença porque não a converteram em fé. Dominados pelas ilusões dos mundos da forma, abdicaram do esforço de crescimento da sua alma, não trataram daquela semente que germinaria no mais íntimo das suas almas viventes, semente que Jesus nos diz que existe em nosso ser e que floresce em nossos corações.

Caiu em terra árida, onde o sol e a chuva não se encontraram e daí o sofrimento e a dor, no lugar da expansão do amor.

Terão que esperar até que as trevas se dissipem e uma nova aurora de luz e amor os inunde.

07-05-1986   Abrame

Um abraço espiritual.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 21, 2017, 22:25:52 pm
Companheiros do Caminho

Mais um texto que fomos buscar aos arquivos do Abrame para vossa apreciação.

A INTIMIDADE CONSCIENTE COM DEUS

O momento mais sublime que o ser pode viver no seu crescimento espiritual é, sem dúvida alguma, aquele momento em que atinge a superior culminância da evolução hominal e se encontra com Deus na intimidade silenciosa da realidade sagrada do Divino.   

Quando o Homem inicia a sua demanda para saber quem é, de onde veio, porque existe e para onde vai, já tem, em sua consciência, fatores profundos sobre Deus e as Leis Divinas que regem todo o processo da evolução.

Porque, antes, está como que hipnotizado pelas solicitações do mundo e tem muito a construir efemeramente para se sentir seguro devido às estruturas sociais dos mundos da forma em que se encontra e está abismado pelo que tem de obter de prestigio, poder e riqueza, julgando que desse modo se sentirá feliz e completamente realizado.

Voltando ao princípio da sua vivência nos mundos da forma, o Homem, através dos pensamentos que se formam pela observação do mundo que o rodeia, vai criando uma estrutura mental que não é mais do que a aglomeração dos pensamentos produzidos.

Em face dessa estrutura mental, ele vai criando as leis que acha necessárias para se poder viver de acordo com a forma de vida e o que aquelas circunstâncias observadas lhe exigem.

Esse processo criativo dá lugar ao aparecimento do ego, a personalidade humana, que se enraíza e que passa a ditar as leis provenientes do desejo que, por sua vez, gera todo aquele rosário de sentimentos negativos como o orgulho, a vaidade, a ganância, a inveja, o mal querer, etc., etc., etc. ...

E deste modo, o Homem afastou-se do ambiente paradisíaco em que começou e, a pouco e pouco, entrou no afã do muito que foi criando e que se transformou num mundo de sofrimento, de dor e de tragédias sem conta, que deu lugar a todas as inimagináveis iniquidades que acima apontámos.

Ele tinha sido expulso da inconsciência e entrado na consciência, e não se perturbe o nosso coração e a nossa análise através da inteligência que Deus nos deu, porque assim era necessário para que a dualidade aparecesse e o ser tivesse meios de comparação para o prosseguimento consciente da evolução, o que o levou a confundir a sua realidade com o corpo e com todas as outras coisas que criou e que possuía, como os pensamentos, a mente, o intelecto, que mais não são que elementos ilusórios de que se serve a inteligência que é parte integrante da única realidade que somos na absorção vivida da consciência.   

Ele desconhece que nasce neste mundo em sucessivas e ilusórias vidas finitas e que morre para o mundo para poder vir a viver eternamente a verdadeira vida.

Criou uma personalidade falsa que o obriga a viver de acordo com o mundo transitório que lhe impõe as regras e que o leva a exercer a sua atividade de relacionamento de aproveitamento próprio: a sua aprendizagem nos mundos da matéria densa.
 
Assim, aquele que se libertou dessa prisão mental e emocional e segue à procura do seu Ser real, já transformou o seu ego ao serviço dos valores do Mundo e colocou-o ao serviço dos valores do espírito.

Ele já obteve o conhecimento, pelo estudo e pela comprovação, que os mundos materiais chegaram por um processo involutivo à periferia congelada tendo começado pelo aparecimento da Luz que desceu até à condição de energia e esta, por sua vez, à de matéria composta dentro de estados diversificados e, a partir daí, ascendendo em processo evolutivo desde o plano mineral até ao hominal.

Também já percebeu que todos esses estados materiais são o suporte de continuidade e meio para que a creação funcione de forma a possibilitar que a real essência se possa desenvolver em crescimento espiritual de perfeição e sabedoria pela sua vivência prática de tudo que foi creado.

Ele já intuiu que o seu Ser, a sua alma simples e ignorante, semi-material, semi-espiritual, envolveu sempre esse processo, desde o "Faça-se a luz", em um sistema monadário que deu lugar ao aparecimento da creação em evolução.

Tudo quanto foi creado se encontrava em potência, pronto a ser despoletado em movimento e Deus, verificando passo a passo a sua obra, declarou: «E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã do dia sexto». (Gn 1,31). «Assim foram acabados os céus, a Terra e todo o seu exército. Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho». (Gn 2,1-2).

Descansou, porque a própria obra da creação tem, inserida em si, todas as condições para se resolver por si mesma e porque Deus é imanente e transcendente pelo que transcende a tudo o que foi creado. 

 No seu trajeto evolutivo tem o Homem o seu destino determinado rumo à perfeição e sabedoria onde, por isso mesmo, faz parte do processo ascensional que o levará, um dia, à comunhão com o Creador.

Comunhão essa que é o evento Consolador supremo em que a alma humana ouve e vive no silêncio do seu Ser a voz insonora que, a pouco e pouco, o vai cientificando da verdade, porque é transmitida pela verdade absoluta, sem palavras mas pelo próprio silêncio que promove a intuição e que só pode ser efetuada pelo próprio Creador por absoluto, que levará o homem à completa desmaterialização da sua alma atingindo assim os poderes e a manifestação pura do espírito.

Nessa culminância, identifica-se com o Espírito de Deus de onde proveio e ao qual retorna, pois Jesus nos informou que Deus é Espírito e, nessa altura, a alma que era encontrou no espírito puro a sua filiação com Deus, tomando a consciência da sua participação no todo que produziu de si mesmo tudo quanto foi creado.

Existe uma parábola de Jesus que simboliza o que entendiam Jesus e os apóstolos pela designação que os tradutores chamaram Fé. É a "Parábola da Semente" que descreve a seguinte história à boa maneira de Jesus ensinar: «E dizia: O Reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesmo frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa». (Mc 4,26-29).

Texto belo e profundamente esclarecedor do processo evolutivo dos seres, trajeto desde o plano mineral ao hominal, tendo em atenção que outros planos superiores existem. Padrão cósmico.

E nessa hora seguinte, o espírito humano é expulso dos mundos da forma material densa e ingressa na dimensão angélica, tal como foi expulso do paraíso quando passou da inconsciência para a consciência.
     
É a partir deste pressuposto que o Homem, já consciente, procura a sua identidade perdida onde sabe que encontrará o "Tesouro Escondido", pois Jesus havia feito uma comparação em que existia um tesouro a descobrir que faria o homem perfeito, feliz e sábio.

 E, sem demora, ele inicia a sua aventura cósmica gravando, na sua alma determinada a descobri-lo, as palavras que narram aquela revelação: «Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que o homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo». (Mt 13,44).

Quem possui esta descoberta encontrou a fonte de água viva de que falou Jesus à Samaritana (Jo 4,10-18) e, dela bebendo, jamais terá sede porque de uma só vez saciou em pleno a sede que através de milénios a sua alma sofreu, causticada e dominada por um ego avassalador de posse e de domínio, criado pelos valores do mundo que o próprio Homem produziu e que o levou muitas vezes ao desespero e àquilo a que chamou de infortúnio.

Mas, mais adiante, ainda Jesus nos diz: «Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas: E, encontrando uma pérola de grande valor, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou». (Mt 13,45-46).

E, deste modo, nos diz Jesus que temos dentro de nós um tesouro imenso e que deveremos encontrá-lo mas, para o encontrar, teremos que nos despojar de tudo que é efémero para termos possibilidade de adquirir aquele campo onde ele se encontra. Que mais nos apetece dizer “Trazê-lo de volta com a pureza e a Glória que tinha no princípio”.

E uma vez saneada a nossa alma de todas as suas impurezas materiais, mentais e emocionais que geraram negatividades sem conta, ficamos prontos para receber o tesouro que se revela como Consolação da nossa alma sofrida visto ter nascido, de novo, em pureza simples mas sábia.

Porque no ato da creação a alma humana, embora semi-material, semi-espiritual, encontrava-se pura na sua essência, simples e ignorante, visto ter imanado nessa altura do próprio Espírito Divino.

E o mesmo se passa com a pérola que o negociante encontrou e que era uma joia incomparável, de incalculável valor e beleza, de tal forma que teve que vender tudo para a poder adquirir.   

Nada existe de mais valioso do que o encontro da alma humana com o Espírito Divino, que requer do Homem abnegação e determinação, numa ação constante de busca e de transformação (parábola das Virgens).

Quando o Homem vive a comunhão com Deus, os assuntos e as coisas deste mundo deixam de ter qualquer atração ou desejo para si, pois que a envolvência do amor Divino e a segurança protetora do Creador ultrapassam tudo quanto até ali tinha experienciado e o desejo, que até aquele momento estava absorvido pelo mundo, passou a estar absorvido pela inefável presença de Deus.

O Homem tem dificuldade em se desfazer das coisas do mundo e por isso lhe é difícil enveredar pelo caminho que Jesus nos veio ensinar porque esse caminho contém o desapego das coisas do mundo e é, por via disso, um caminho de renúncia.

A comprová-lo encontramos, na vida de Jesus, um jovem rico que se dirige ao Mestre perguntando-lhe o que era preciso para entrar no Reino dos Céus, ao que Jesus responde «Vai, vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades». (Mc 10,21-22).

E logo a seguir, em Marcos 10,23-24, intervém Jesus: «Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! E os discípulos se admiraram destas suas palavras; mas Jesus tornando a falar, disse-lhes: Filhos. Quão difícil é, para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!»

Jesus é, na verdade, "O Caminho, A Verdade e A Vida" e por isso ninguém vai ao Pai senão por Ele «E disse-lhes Jesus: Eu sou o Caminho e a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim». (Jo 14,6).

Pensamos que Jesus, sendo um homem cuja alma ascendeu a uma evolução muitíssimo elevada, veio a este mundo no cumprimento de uma missão de elucidação, à nossa humanidade, do caminho que conduz ao Creador.

 O Messias, o Enviado, o Escolhido, o Ungido, o Cristo, são – em nosso entender – apenas sinónimos para designar alguém que trouxe consigo uma doutrina que não é sua e da qual se tornou Mensageiro.

O Próprio Jesus declara: «A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou». (Jo 7,16).

 Jesus, digno de todo o nosso amor fraterno em presença do seu sacrifício porque, se todos os homens adotassem os seus ensinamentos, o nosso mundo seria um mundo de amor, de compreensão, de paz e harmonia sob a égide do «Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças como primeiro Mandamento. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro maior do que estes». (Mc 12,30-31). 

Deste modo, entendemos que Jesus se tornou a figura símbolo de uma doutrina Divina – Lei do Supremo Senhor de tudo quanto foi creado – que teremos de seguir se quisermos, na verdade, chegar à casa do Pai de todos nós, tal como Jesus nos esclarece quando nos lega como ensinamento a parábola do "Filho Pródigo".

Mas, em Jesus, não encontramos só estes indicativos de veredas para chegar a Deus. Ele, na verdade, demonstra-nos magistralmente o que é necessário alterar em nós para o conseguir pois temos ouvidos para ouvir e olhos para ver, mas não ouvimos nem vemos.
 
E ainda podemos acrescentar que Deus nos deu a inteligência para discernir e compreender e o livre arbítrio para decidir, mas nós não conseguimos discernir nem compreender e estamos longe de querer decidir porque vivemos em dúvidas e prisioneiros daquilo que não somos por ignorância daquilo que somos.

O Creador, ao longo dos milénios, tem enviado ao Mundo muitos mensageiros que de uma forma ou de outra trazem consigo mensagens que, bem apreciadas e compreendidas, se repetem vezes sem conta informando-nos dos caminhos espirituais a percorrer.

Estudando-as, chegamos à conclusão de que estamos todos dizendo o mesmo, com palavras e compreensões diferentes, porque tudo tende para a unidade e nós vivemos em divisionismo, exacerbando diferenças que promovem o egoísmo, o orgulho e a prepotência que se traduzem em religiões de contradições e guerras onde os homens se matam uns aos outros.     

Neste aspeto, em outras conceções espirituais de outras latitudes nomeadamente as orientais, os dotados já de condições para crescerem espiritualmente sabem discernir aquilo que na realidade são daquilo que não são, porque isso é conhecimento básico das suas conceções espirituais.

E, portanto, descobriram que pondo de parte aquilo que não são, acabam, através da prática da meditação, por chegar àquilo que são. E quando conseguem chegar àquilo que são, estão iluminados pelo conhecimento e é-lhes desnudada a verdade.

Não são todos os que o conseguem nesta reencarnação e em muitas outras mas, tal como cá, alguns atingem essa culminância porque somos todos filhos de Deus, e as Leis Divinas são para todos, sejam eles Yeshua, S. Agostinho, Buddha, Krishna, Francisco de Assis, Rama, Tomás de Aquino, Sri Ramana Maharshi, Teresa D' Ávila, Albert Schweitzer, João da Cruz ou outros, conhecidos e desconhecidos.

Pela prática da meditação eles interiorizam-se e transformam-se em espectadores completamente neutros de comentários. É um estado que os leva, nessa alteração de consciência relativa, para a realidade, esvaziando tudo que as suas mentes lhes sugerem através de pensamentos e imagens praticando a possibilidade de se encontrarem com o Ser Supremo, ou seja, a única Realidade.

Eles sabem que, situada no chacra (ou centro de força) Base, se aloja uma energia representada simbolicamente por uma serpente a que chamaram de Kundalini que se vai desenroscando e subindo através da coluna vertebral, chakra a chakra, conforme a gradual evolução do ser.

E é nessa prática diária de meditação e devoção que a Verdade Suprema os vai instruindo através da intuição silenciosa, até atingirem a culminância da Consciência Absoluta com o Supremo Ser.

Simultaneamente, a energia kundalínica atinge o chacra coronário e dá a curva pela glândula pineal formando um 8 e acontece assim a iluminação ou a realização do Homem integral, ou seja, o encontro com o Ser Supremo.

A alma humana purificou-se e encontrou, na sua transformação, as condições de espírito puro que lhe permitiram a união absoluta com o Creador.

 Sri Maha Krishna Swami dá-nos, em verso, o seu Sentir:

      Agora que a luz cai,
      Vamos brincar
      De estrelas azuis,
      Desmanchando o passado
      Que não foi.
      O sonho que não sonhamos
      
      É por isso que gosto      
      De não poder mais nada
      Contra o tempo
      Que não existe,
        De saber unicamente
      Esta aventura
      Que é o reencontro.
      Porque há sempre
      Um sentir de ausência
      Em cada mão que acena
      Partindo ou chegando.

      Ausento-me do corpo,
      Da mente e dos sentidos.
      Amo o que nunca vejo,
      Só o que sinto...
               Sri Maha Krishna Swami

No Ocidente é Jesus a nossa referência como emissário do Creador da doutrina chamada cristã por ter sido trazida pelo Messias, há muito profetizado, conforme está descrito em Daniel 9,25-27.

Em certo momento, o Homem que procura Deus dentro de si começa a sentir gradualmente a plenitude da paz interior, harmonia e conforto, que o dispõem bem e apercebe-se da grande tranquilidade que se forma graças a um envolvimento amoroso, que o transporta como que para uma outra dimensão.

É o começo de uma vivência interior de inefável prazer da sua realidade como se não tivesse qualquer peso mas pairasse para além de qualquer situação conhecida e, naturalmente, ele inicia um contacto com algo de natureza imponderável que lhe permite, com a continuação, vivenciar a pouco e pouco, de espírito a espírito, consciência a consciência, que atua como ajudador, ensinando, testemunhando, evidenciando, guiando, falando e ouvindo através do próprio silêncio.

A este respeito falou Jesus do Consolador, o Espírito Santo, o Espírito de Verdade, que mais não pode ser que não seja Deus, porque a verdade só pode existir em realidade, em absoluto.

Em Mateus 10,19-20 esclarece Jesus os seus discípulos quando lhes diz: «Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós».

Pensamos que pode haver outros consoladores e houve, através dos tempos, quem trouxesse paz e esperança aos homens, mas tudo foi dentro de um critério relativo e esotérico porque ainda não tinha chegado a hora da ceifa e as interpretações eram contingentes, com as imperfeições naturais de quem ainda não atingiu a Verdade Absoluta, e isso só acontecerá quando encontrarmos a verdade absoluta e ela nos libertar da nossa ignorância.

E no momento que O encontrarmos diremos: "Na verdade, quando conseguimos conhecermo-nos, logo te conhecemos Senhor".

E, resumindo, eis uma pequena e simples história da vida de um homem à boa maneira simbólica e esotérica de expor aquilo que se quer transmitir, mas de forma velada.

Era uma vez um homem que nasceu num povoado de pessoas muito simples e pobres, junto ao qual existia uma montanha muito alta, tão alta que se não via o seu cume.

Desde pequenino ouvia contar à lareira uma lenda que dizia: Quando alguém conseguisse chegar, a pé, ao cume daquela montanha, todo nu, e tivesse bastante coragem, força de vontade e conseguisse não duvidar da veracidade do conto, encontraria a maior riqueza que não se pode sequer imaginar e, com ela, uma felicidade sem limites.

Como dolorosa era a sua vida recheada de trabalho e cansaço, perguntava-se: Será que a lenda é verdadeira ou não? Serei eu capaz de subir tão alto? A dúvida era imensa.

E um dia, já entrado nos anos, pensou: Sinto-me atraído para saber a verdade, já não tenho o vigor que tinha mas devagar, passo a passo, gradualmente, vou tentar, antes que morra, tentar saber e dizer aos meus pobres conterrâneos se a sua lenda, que atravessara tantas vidas, seria verdadeira ou apenas mais uma história.

E assim aconteceu. Preparou-se para a escalada e pôs-se a caminho. E, subindo a montanha, ia-se despojando da roupa que levava. Primeiro tirou o chapéu, depois o cachecol e ia andando e, mais além, a camisa, a meio, as calças, mais ao longe, as roupas interiores. Olhou para cima e viu que ainda lhe faltava bastante mas não esmoreceu e continuou.

E, quase perto do cimo, parou e deitou fora as botas completamente destroçadas pela caminhada e, descalço, alcançou o cume da montanha.

Estava deserto. Apenas se encontrava uma grande pedra no meio daquele pequeno terraço e, completamente exausto, sentou-se nela e ainda lhe surgiu a dúvida; mas ele tinha acalentado tantos anos a veracidade daquela lenda que, de súbito, disse para si mesmo: "retire-se de mim a ilusória dúvida para que não tenha este esforço final sido em vão".

De imediato a montanha se iluminou e o envolvimento amoroso que sentiu foi algo impossível de descrever e olhando lá do alto a extensão do mundo, tomou conhecimento de tudo e no meio de grande alegria e felicidade uma enorme compaixão envolveu todo o seu ser translúcido que, abarcando dimensões infinitas, varreu de si todas as dúvidas e o fez sentir-se uno com o infinito.

Logo se sentiu desejoso de comunicar aos seus conterrâneos que a lenda era verdadeira mas logo sentiu dentro de si um grande silêncio e, de seguida, no meio daquele silêncio, foi tomando consciência do aviso que ia compreendendo.

Não podes! Porque aquilo que agora sabes, a humanidade não tem palavras que o possam descrever e, por isso, não compreenderiam o que dissesses e achariam que tinhas enlouquecido e, como sempre, não acreditariam em ti.

Tenhamos Esperança porque, bem direcionada, nos leva à Fé que, por sua vez, nos transportará para a unidade com Deus.

 Abrame
Um abraço fraterno - Abrame
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 06, 2017, 15:27:05 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto do arquivo do Abrame para vossa apreciação.

CAMINHOS

Nos mundos onde os seres evoluem existem muitas estradas de diversas configurações, desde retas largas, estreitas, curvas, oblíquas, cruzadas, paralelas, verticais e também sem saída, que obrigam os seres em evolução a dar grandes voltas para encontrarem de novo a sua direção.

Os seus muitos cruzamentos são de tal ordem complexos que criam autênticos labirintos, levando o Homem a perder-se sem atinar com a estrada que conduzirá à saída tranquilizadora da consciência límpida que cria a tranquilidade, a harmonia, a paz e promove a sabedoria.

Estas estradas dividem-se em dois grandes grupos: o grupo que leva o Homem à perfeição e sabedoria e o grupo que conduz à degradação que atrasa o alcançar do objetivo da lei da evolução: a realização humana.

Como é óbvio, também no final das estradas dos dois grupos existem duas portas. A do primeiro grupo só se abre para dar entrada ao ser que conquistou o direito à vida infinita e a do segundo dá passagem à chamada morte da vida na forma, com a promessa expressa de que lhe será facultada uma outra vinda para experienciar, vivendo, o que ainda não conseguiu sublimar.

Há vida na vida e também vida na morte.

Por isso nos diz Jesus: «Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.» (Mt 7,13-14).

As estradas do primeiro grupo são mais apertadas e perto do final configuram-se numa só, ainda mais apertada, enquanto as do segundo se alargam e dividem cada vez mais. 

Todos aqueles que descobrem as estradas do primeiro grupo – a da evolução consciente – hão-de forçosamente passar pela porta estreita que foi construída com o esforço constante da elevação da alma humana no desejo espiritual que os conduzirá, como disse Jesus, “à vida eterna”.

Os que, sem pensar, teimam em permanecer no declive da degradação, encontram sempre a porta larguíssima escancarada, construída com facilidade na base dos seus vários desejos e ambições mundanos, dominados pela atração, irresistível e subjugante, das solicitações da matéria e, desse modo, vivem percorrendo o trajeto onde a vida alterna com a chamada morte.

Na vida nos mundos materiais há morte. Na vida crística, que Jesus nos ensinou, vence-se a morte e entra-se na vida infinita.

A estrada da evolução é apertada, pelo que muito exige da transformação do Homem. Poucos são os que de cada vez acertam com ela, mas grande é o número dos resistentes que não querem acertar pois que ouviram dizer que ela é feita de renúncia.

A estrada que atrai o ego físico, mental e emocional é larga e sugestiva, por isso muitos são os que a preferem e dela não querem desfazer-se pois a sua porta é fácil, atraente aos desejos e espaçosa facultando à personalidade humana consideráveis prazeres e diversões efémeras.

Para percebermos a diferença teremos que descortinar com os olhos da alma qual a estrada da evolução e desejá-la ardentemente porque ela está destinada, nas leis da creação, a conduzir o Homem a cumprir o seu inevitável destino, como nos elucida Jesus na parábola do filho pródigo.

Porque as estradas da degradação, na sua marcha ilusória, proporcionam ao Homem os prazeres efémeros do mundo, é com imensas dificuldades de variadíssima ordem que ele se consegue libertar porque o mantêm aprisionado, como hipnotizado, a esses postulados.

Devemos ter a consciência que ao seguirmos pela estrada da evolução, por ela ser apertada exige conhecimentos, reclama atenção, raciocínio criterioso, espiritualidade sã, tendo todo o cuidado para não nos desviarmos da rota marcada porque o caminho dela terá que ser retilíneo em direção à luz, ao passo que as estradas da degradação são dotadas de muitos atrativos, recheadas de músicas e conceitos de inebriante ilusão.

Nelas funcionam os cinco sentidos humanos que entram em plena fascinação e se embriagam pelas ondulantes sensações exteriores, neutralizando o espírito que fala à consciência de dentro da nossa alma que, adormecida, não permite a manifestação da razão.

Por isso, nos adverte Paulo de Tarso que devemos fazer exame nítido, racional, inteligente, de todas as escrituras, “examinai tudo, mas abraçai só o que é bom”. (1Ts 5,21)

Para se escalar a escada evolutiva e entrar pelo portal ultra silencioso do progresso espiritual, torna-se necessário ter pureza amorosa dentro de si, prosseguindo com consciencializada fé real, prudência, temperança, retidão, justiça, e de alma aberta ao Creador.

As estradas da degradação são as da ira, da luxúria, da soberba, do ter, do possuir, do ódio, da gula, da inveja, da falsa superioridade e do desamor que, na sua manifestação desumana, causam a dor e o sofrimento que todos nós conhecemos por os termos vivenciado em muitas vidas reencarnatórias.

Por tal motivo é o percurso das estradas largas e da porta ampla e espaçosa, o da ignorância e da inconsciência da razão de ser da vida.

Poderá o Homem lamentar-se dizendo: meu Deus, meu Deus, porque me envias tanto padecimento? Ou ainda atribuir tudo ao destino da má sorte e ao infortúnio por passar por todos estes períodos de dor e de sofrimento?

Só pode pensar assim por não saber os trâmites porque se rege a Lei de Causa e Efeito e a Lei da Reencarnação, que nos elucida que toda a dor e sofrimento porque passamos são gerados por nós próprios.

Não é à falta de sermos intuídos ou avisados que teimamos em enveredar por más estradas. A Doutrina Espírita também nos consciencializa de que não devemos aceitar tudo sem que primeiro passe pelo crivo da razão.

Ao longo de muitos milénios foram enviados à Humanidade seres de luz que, nas suas missões de esclarecimento, vieram alertar os homens para que não se enganassem na escolha das estradas a percorrer, mas as ilusões do mundo têm sido mais fortes na influência fascinante que dinamizam.

Há dois mil anos, tivemos connosco o Mestre dos mestres, o Messias Jesus, que nos transmitiu uma doutrina que continha em si as leis Divinas que conduzem o ser à casa do Pai.

E por isso ele nos diz: «Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.» (Jo 14,6) ou seja: quem seguir a doutrina que Jesus ensinou, encontrou o caminho certo para entrar no reino dos céus.    

Jesus é a identificação doutrinal com o próprio Creador e por isso diz que Ele e o Pai são Um e diz a Filipe: «Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? as palavras que Eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai é quem faz as obras.» (Jo 14,10)

Para não nos enganarmos na escolha da estrada certa consciencializemo-nos profundamente, devotadamente, dos seus ensinamentos, com a nossa alma cheia de amor puro.

Porque Jesus nos ensina: «Pedi e dar-se-vos-á, buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate se abre. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.» (Mt 7,7-12).

Só que, para podermos entrar em contacto com Deus, necessário se torna que a nossa alma tenha atingido a sensibilidade crística para que a sua frequência vibratória tenha já em si as condições requeridas que permitam ser ouvida pela centelha Divina que habita em nós.

Pensamos que sendo Jesus um homem de Deus, para que o possamos compreender teremos que fazer os possíveis para assimilarmos o sentido profundo da essência dos seus ensinamentos que terão de ser compreendidos sob o âmbito espiritual.

Por mais alterações de que os Evangelhos tenham sido objeto, pelas diversas razões que nos apresentam, a extração essencial da profundidade de que os ensinamentos de Jesus se revestem tocam a alma sensível e sedenta de conhecimento, porque intuitivamente ela absorve o que na realidade e naturalmente se torna absorvível.

A Idade Média passou e hoje já estamos melhor informados sobre o que se passou no tempo de Jesus através dos Evangelhos ditos apócrifos, dos avanços científicos, de estudos aprofundados e do que se tem apurado através do estudo e pesquisa de homens interessados na verdadeira espiritualidade.

De posse desses dados já vamos percebendo, pelas conclusões a que chegamos intuitivamente, que tudo tem um sentido lógico e racional que nos dá imenso conforto.

Necessitamos de conhecer a autêntica fé e embora se comece por crer, é necessário alcançar a fé verdadeira porque fé já não é crença mas vivência no mais íntimo da alma humana.

A fé não é mercadoria que se adquira na praça pública nem dádiva que se aceite ou ofereça para ser agradável.

Não a fé cega, porque essa não conheceu a verdade porque os olhos da alma não a viram, nem a viveram.

A fé cega, não passando de crença, é apenas algo em que se acredita como popularmente é conhecida, que nos foi induzida sem análise real dos Evangelhos, sem exame e observação de outras compreensões e, sobretudo, sem a nossa aceitação consciente pelo juízo da razão.
 
Para lá chegarmos haverá muito trabalho a fazer no nosso interior, muito que depurar e consciencializar.

Porque só a conheceremos no momento em que esse sentimento se manifestar no sacrário da nossa alma, quando se estabelecer o contacto da conversação empática entre a alma humana e o espírito Divino.

A verdadeira fé nasce do estudo, do livre exame, da observação, da dedicação interiorizada, da transformação que eleva a nossa alma aos níveis do amor sublime porque essa é a fé ativa, racional e vivida com Aquele que está em nós.

A ignorância da fé, que por isso é apenas crença, é passiva, tradicional, passando de geração para geração, aceita os dogmas que lhe são propostos sem consciência, sem análise, sem convicção, sem a necessária vivência.
   
Por isso diz Jesus: «Deixai-os: são condutores de cegos! Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.» (Mt 15,14).

Examine cada um a sua fé, se já é fé ou se ainda é crença e observe criteriosamente se a casa que edificou foi construída solidamente e se foi erguida sobre a rocha.

Para isso necessitamos de saber sentindo o que é renúncia, trabalho de transformação do nosso ego, vontade inabalável, luta interior sem tréguas, oração, humildade, abnegação, consciência do que somos verdadeiramente, para que o edifício tenha bons alicerces e esteja construído sobre a rocha indestrutível: Deus.

Analisando, concluímos que existem quatro tipos de seres humanos que têm a sua forma de estar no mundo.

1º - Os que não acreditam em Deus, seguem os trâmites da vida terrena e pensam que quando morrerem a vida acabou e não há mais nada, embora saibamos que em muitos casos são ditos sem consciência de causa e outros para exibirem a sua ilusória fortaleza.

2º - Os que acreditam em Deus mas não pedem, não procuram, nem batem em portas fechadas e esperam que Deus faça tudo por eles. O que não acontece pois Deus é o nosso Creador mas não é o serviçal a prazo dos homens. Desconhecem as leis da evolução.

3º - Os que também acreditam na existência de Deus e pedem, procuram, batem na convicção de que essa sua insistência humana resulta na obtenção daquilo que desejam, pretendendo também em certa medida que Deus os sirva.

São os autos suficientes, os autos complacentes, os que pensam que à força de pedir aparece o milagre da resolução de todos os seus problemas e se fiam na capacidade do seu ego físico, mental e emocional, fazendo naturalmente o culto da sua personalidade, cumprindo todos os preceitos e conceitos religiosos a que pertencem.

Cumprindo sempre as normas exteriores estabelecidas pela sociedade são pessoas de bem e nada mais é preciso perante Deus.
 
A partir daqui nada mais há a analisar em si próprios e, sendo assim, nada têm a transformar em sua personalidade pois os afazeres do mundo são prioritários.

4º - Finalmente os que acreditando em Deus, pedem, procuram, batem, criando atitudes passíveis de recetividade, esvaziando-se das negatividades do seu ego físico, mental e emocional, estudando e aprofundando a razão de ser da vida, adquirindo estados espirituais de harmonia, de paz, que libertam a sua alma da ignorância e lhes permitem procurar o Deus que Jesus declarou estar em toda a parte.

Paremos e ouçamos Jesus. «Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina: porquanto os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.» (Mt 7,24-29)

Mas tenhamos presente que Deus é amor e que nenhum dos seus filhos se perderá ou se extinguirá – como preconizam alguns – bem como seja o que for que faça parte da creação, visto que tudo partiu do próprio Deus e tudo retorna a Deus como um todo que é.

Assim, Jesus, que sempre tinha uma parábola para justificar uma verdade, disse-lhes: «Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E, achando-a, a põe sobre seus ombros, gostoso; E chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.» (Lc 15,4-7)

Pensamos que nada se pode perder em Deus, porque tudo está dentro e o fora não existe.

Pensamos que o que acontece é apenas o atraso do ser, porque Deus deu ao Homem total livre arbítrio, ou seja, plena liberdade de O amar ou odiar, porque não o quer receber no seu seio pressionado ou obrigado, mas de sua livre vontade, através do amor que conquistou, senhor de todos os atributos da sua filiação Divina.

Deste modo o único prejudicado pelo atraso é o próprio Homem.

Porque ouvindo não ouvimos e vendo não vemos, deixamos que o nosso ego, na sua soberba, se encha de orgulho e vaidade tornando a vida, que com tanto amor Deus nos deu, dolorida e sofrida e que nos transforma em vítimas de nós próprios.
      
Deus, na sua creação, tomou todas as precisas providências que dão ao Homem infinitas oportunidades de encontrar a estrada e a porta franqueada que o levará de retorno à casa que, por direito dos filhos da luz, lhe está destinada desde o princípio.

E haverá alegria e festa no céu. (Lc 15,4-10).

Abrame
Um abraço fraterno.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 11, 2017, 15:50:26 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto que encontrei entre outros antigos do Abrame para vossa apreciação

ESCADA EVOLUTIVA

«Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduzem à Vida eterna»

Após milhões de milénios, o Homem afundou-se na selva do mundo material e perdeu-se no labirinto de conceitos, sentimentos, postulados, tomando o irreal pelo real e não conseguiu, no emaranhado labirinto, dar com a saída que voltaria a trazê-lo de novo à plena luz real.

Alguns, com porfiada vontade e determinação, foram cortando as amarras e lianas à força de sacrifícios desentorpecedores de forma a clarear o caminho e conseguiram, com extrema dor e abnegação, encontrar o carreiro estreito que os conduziu àquela porta apertadíssima que os libertou das garras do monstro da ignorância e do cárcere espinhoso da ilusão.

Estes venceram o ciclo da vida e da morte e alcançaram a vida eterna, a desmaterialização da sua alma plena de liberdade em que não há caminhos nem portas estreitas mas o espaço infinito da consciencialização do Divino.

Para realizarmos em nós este processo individual saibamos desde já que são muito poucos, de cada vez, os que o conseguem consumar por árduo e doloroso trabalho interno.

Trata-se da transição de um estado simples e ignorante estabelecido desde o princípio e que, perante a experiência evolutiva através de vidas sucessivas nos mundos da forma, leva à modificação do ego físico, mental e emocional pelo conhecimento adquirido e a um novo estado quase desconhecido, e por isso difícil, que cria as condições necessárias para a manifestação expressa do nosso Cristo interno.

O nosso Cristo interno é o símbolo da doutrina que Jesus Cristo (Cristo quer dizer Messias, ungido, escolhido) ensinou ao mundo e que se resume em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Amar os nossos inimigos é fácil para Jesus cristificado, porém muito difícil mesmo para qualquer discípulo não consciente dessa doutrina.

Disciplina e discípulo têm a mesma raiz etimológica sendo o discípulo “aquele que segue”.

O que se tornou finalmente fácil para o mestre é extremamente difícil e doloroso para o aprendiz.

Tudo que provém do nosso ego personal no mundo dos sentidos, da mente e das emoções, é fácil para nós porque é rotina de longa data.

É fácil ouvir elogios, ser estimado, amado, aplaudido como um super-homem, talento ou génio, porque tudo isso acaricia o nosso velho ego físico, mental e emocional.

Esta área não requer disciplina, isto é, a arte de aprender, de perseguir o conhecimento, porque todas estas coisas se desenrolam em nós com automática facilidade.

No entanto, é difícil e doloroso abrir mão das nossas posses materiais, dos nossos prazeres, dos elogios e da admiração dos nossos semelhantes, porque estas coisas não se referem ao nosso eu espiritual, estando ainda em atraso na consciência da sensibilidade do real que somos.

O nosso eu espiritual é, para a maior parte dos Homens, a grande incógnita, objeto apenas de crença e onde só pouquíssimos têm experiência própria, porque aqui se requer disciplina, a arte de aprender, de ser aprendiz ou discípulo.

Os grandes mestres espirituais conheciam, por experiência própria, essa faixa maravilhosa. Em face da sua fascinante grandeza e beleza interna, perdiam o interesse pelas coisas do mundo externo.

Eles são os sapientes do espírito, nós, os analfabetos da grande realidade.

Realistas são esses grandes iniciados no mundo da suprema realidade.

Nós somos os pseudorrealistas, inacreditável paradoxo. Quanto mais abrimos os olhos para ver, menos vemos. Quanto mais fechamos os olhos para ver, mais vemos.

E tudo porque só em plena escuridão e silêncio se toma a verdadeira consciência da luz quando esta irrompe.

Preliminarmente para o saber, está o crer.

Crer é algo penúltimo, saber é último.

É necessário crer, mas insuficiente.

Ninguém pode saber, sem que primeiro creia.

Entre o crer e o saber, está a vivenciação.

Se é difícil para o Homem inteligente crer, dificílimo se torna para o Homem crente, saber.

Com o despontar da crença começa uma espécie de agonia para o orgulhoso inteligir mental do Homem porque este se vê obrigado a aceitar algo que começa a tornar-se evidente e não tendo possibilidade de o analisar e testar cientificamente, torna-se humilhante para o seu intelecto.

A agonia não vai terminar com a morte total do ego, mas sim com a sua transformação.

Dá-se a transformação total com a transição do crer para o saber, após vivências dolorosamente experienciais na forma.

O conhecimento externo dá lugar ao desenvolvimento do intelecto que se traduz em variadas crenças. A sua experiência da suprema realidade devorou todas as irrealidades do plano do inteligir e do crer.

Muitos são os profanos, poucos os iniciados, pouquíssimos os realizados.

Torna-se muito difícil passar do inteligir para o crer e do crer para o saber.

O inteligir, ou compreensão mental, é terreno batido, conhecido, denso e firme, ao passo que o crer é terreno de mistério, incerto, subtil, e o saber é algo desconhecido até então para a maior parte da humanidade.

O crer é, ao fim e ao cabo, uma ponte misteriosa entre o mundo conhecido pelos órgãos sensoriais e um mundo espiritual desconhecido. É uma visão longínqua da suprema realidade, é a voz nebulosa da nossa origem, o eco infinito dentro do nosso finito.

O Homem é essencialmente divino embora, em consciência, a sua divindade se encontre, por agora, em estado potencial de latência.

Quando conseguir perceber, pela voz insonora de Deus, o acordar da reminiscência da sua origem Divina, tornar-se-á consciente do seu eu superior e então o crer passará a dar lugar ao saber.

O que falta ao crer, para culminar no saber, é enveredar pelo mais apertado de todos os caminhos para chegar à mais estreita de todas as portas e penetrar nela tal como passar pelo fundo da agulha, despojando-se de toda a materialidade que o envolvia.

Conhecer a Deus é conhecer a verdade, por isso Jesus nos diz: «Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará» (Jo 8,32).

Neste contexto também Jesus sapientemente nos adverte: «Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,33).

O ser nu, livre de todas as impurezas aderentes do ter, é o passo definitivo que leva o Homem à plenitude do saber e lhe franqueia a porta estreita da vida eterna.

Podemos chamar, a este passo, a morte mística e esse é o destino de todos nós.

Para seguir tal caminho é preciso que se tenha a humildade de perceber como somos tão pequeninos perante a grandeza da creação.

E são os apóstolos que, na sua infantil compreensão dos valores do espírito, em determinado momento perguntam a Jesus: “Quem de entre nós é o maior?” Os valores do príncipe deste mundo ainda eram, nesta altura, o soberano dos apóstolos.

E Jesus responde: «E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro será servo de todos» (Mc 10,44).

Jesus não só ensinou como exemplificou na prática, ao lavar os pés aos apóstolos na última ceia.

Desde o princípio, em que recebeu o livre arbítrio e a inteligência, que o Homem se foi afastando da sua natureza espiritual, aceitando como real a creação material que o envolvia, tentando denodadamente dominá-la até atingir a presente era atómica, em que se tem como senhor do mundo.

Devido ao avanço tecnológico ele sente-se cada vez mais soberano do mundo, graças ao poder que lhe foi outorgado pela divindade.

O intelecto, sem cuidar que todo este progresso científico deveria ser posto ao serviço do bem-estar e felicidade do Homem, tem servido para ampliar a sua personalidade dominadora, eivada de orgulho frio, vaidade, egoísmo e agressividade.

Não foi por acaso que Jesus lhe chamou o príncipe deste mundo.

Por isso o Homem não olha a meios para conseguir sobrepor-se, quer em poder económico, quer em poder político, esmagando tudo que se interponha, sem quaisquer resquícios de escrúpulos, porque esta é a sua verdade e desconhece os reais valores do espírito.

Funesta ilusão do Homem.

A verdadeira grandeza do Homem está na consciência de se saber e sentir servidor de algo que o transcende.

A consciência de serviço voluntário, como cooperador dos altos desígnios Divinos, enche o Homem de profunda reverência e sacralidade, constituindo a sua felicidade intensa e sólida, envolvido em inefável vibração do amor de Deus.

Nisto está a grandeza do ser, em contraste com a pequenez do ter.

Este Homem não se sente como alguém que faz grandes coisas, mas como alguém através do qual grandes coisas são feitas, por sua própria permissão consciente.

Permite, precisamente porque criou a vontade de querer servir naturalmente.

Este Homem torna-se passivo, recetivo à vontade da divindade e subordina-se à jubilosa razão transcendente e, por conseguinte, por ele flui o poder do Creador que vive nele e nele encontra campo para que, ao seu redor, os outros homens encontrem paz, apoio, sabedoria, justiça e amor.

Este Homem perdeu o medo porque alcançou a liberdade que a verdade lhe conferiu e pela sua boca saem palavras que confortam.

Palavras que confortam mas que também incomodam e criam rancor dos que são abastados e prisioneiros das coisas do mundo.

É necessário que o Homem saia da sua longa doença de querer ser servido, para a vigorosa saúde de querer servir.

É necessário que adquira a consciência cósmica de ser um servidor incondicional do misterioso espírito que rege o universo e, quando a adquire, entra pela porta da imortalidade perene.

Diz-nos a história que todos os homens que se devotaram a servir, conhecidos e desconhecidos, que foram e são grandes, adquiriram a suprema grandeza ao servirem voluntariamente o poder infinito porque se inebriaram do amor ao próximo.

Transformar pois o nosso eu inferior, é imprescindível para se vencer as trevas da ilusão, dando lugar à supremacia do nosso eu superior, iluminando-nos e iluminando todos aqueles que de nós se aproximam.

Por isso diz Jesus, em resposta à pergunta dos apóstolos, quem de entre eles quiser ser grande seja o servidor de todos.

Para que o Homem possa compreender tão estranha sabedoria, completamente oposta a todos os padrões da vida atual em nosso mundo, terá que ultrapassar uma fronteira dentro de si mesmo, fronteira de que o profano nada sabe, e este nada saber é a sua pequenez e a sua infelicidade.

Resta-nos a íntima alegria de sabermos que, em algum dia, no momento certo, todos viremos a saber pois foi essa a grande mensagem do mestre.

Também está escrito que nada está oculto que não venha a ser conhecido.

Nessa altura compreenderemos profundamente a verdade oculta das palavras: «Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar que receber» (Act 20,35).
 
Cremos plenamente na promessa da esperança Divina, anunciada por Jesus, de uma vida eterna plena de amor e sabedoria e por isso te amamos, nosso Deus e Senhor.

 Abrame
Um abraço fraterno.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Junho 15, 2017, 16:47:36 pm
Companheiros do Caminho
Dos arquivos do Abrame retirei mais um texto para vossa apreciação.
O PENSAR E O SENTIR
Vós sois a luz do mundo
Vós sois o sal da Terra

    Jesus, “O Cristo”, trouxe ao mundo uma doutrina messiânica que constituiu a sua própria missão de evangelização da humanidade, de harmonia com o atual estado evolutivo do Homem, na qualidade de nosso irmão maior em perfeição e sabedoria.

Em dado momento observa Jesus: «Eu sou a luz que vim ao mundo para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.» (Jo 12,46).

O sentimento e a razão constituem, no Homem, os dois pilares que o levam pela estrada da ascensão, porque fazem parte básica da sua vida psíquica, e dos quais brota o ponto central que sustenta a alma na sua evolução guiada pela inteligência e o coração.

Quando o Homem, na busca da verdade, se entrega e alicerça no raciocínio lógico corroborado por sentimentos de virtude, envolve-se no ambiente do amor fraterno que o dignifica, elevando-se a esferas de espiritualidade que lhe proporcionam a paz da sua alma.

Para além disso, ao atingir dimensões superiores onde o conhecimento reside, recebe intuições desse conhecimento que o levam a discernimentos de larga compreensão da razão de ser da vida pela união da mensagem interior do espírito Divino.

Interiorizar mentalmente sentimentos vários de elevação espiritual é, na realidade, viver, visto que sentir é viver.

“Cogito, ergo sum”: penso, logo existo.

Descartes chegou àquela conclusão porque não só pensou como sentiu.

Pensou que existia e sentiu a vida em si próprio.

Há diferença entre os homens que pensam e os que sentem. E há também aqueles que pensam e sentem.

Os homens que pensam sem sentir, ou seja, sem viver, utilizam apenas o seu intelecto.

Os homens que pensam e sentem, ou seja, vivem, põem em movimento os seus sentimentos através do coração, onde a alma humana se manifesta em conformidade com o seu grau de sensibilidade.

Pensar sem sentir, sentir sem pensar, são atos abstratos que levam a alma para grandes ideais mas não a libertam da ignorância e do atraso. É pois necessário que o pensar seja acompanhado do sentir.

Numa alma livre o pensar completa-se com o sentir e o sentir com o pensar porque a verdade não tem medo do erro visto que a luz não pode ser absorvida pelas trevas.

A compreensão não advém só do raciocínio. Advém do raciocínio fundido com o sentimento.

São estes os dois grandes polos da estrada da vida.

As aves viajam em plena liberdade no espaço mas têm os seus limites nos ares.

Criarmos espaços ao nosso entendimento pelo raciocínio e tornar abrangentes os percursos afetivos do nosso sentimento, é conquista de grande sabedoria.

Não tenhamos medo de assim proceder porque também temos os nossos limites que se alargarão a pouco e pouco.

Os progressos da real elevação espiritual não acontecem de súbito mas sim gradualmente, à medida que o homem vai adquirindo as condições necessárias para atingir o degrau seguinte.

Ninguém se torna sábio da noite para o dia.

Arredemos de nós a escuridão da ignorância que constitui a barreira à inteligência que Deus nos deu e nos amarra aos chamados mistérios e valores que o Homem construiu nos mundos da forma e pelos quais se vem regendo há milénios.

Procedamos, no templo do nosso ser, à expansão da nossa razão através do pensamento liberto de conceitos, sentindo intensamente no âmago da nossa alma generosos sentimentos que, em simultâneo com os nossos corações, nos transportarão para as áreas superiores a fim de podermos ascender aos planos da ciência do espírito Divino que habita em nós.

Aprendamos e saibamos entrar em meditação que é o caminho correto para atingirmos esferas de sapiência e procuremos permanecer nas palavras de Jesus porque quando atingirmos as condições que se requerem, logo conheceremos a verdade e a verdade nos libertará.

Qualquer que seja a proveniência que aciona a sensibilidade da alma, vinda de fora ou de dentro, sentimos em nós toda a sua expansão que abrange vários sentimentos que, unidos à estrutura da nossa mente pensante, nos leva a viver intensamente.

Se pararmos pois para refletir, verificamos que a vida se processa dentro de nós, que ela é parte integrante da nossa alma e sendo a nossa alma o nosso eu superior, nós somos a própria vida.

Sendo assim e tendo sido creados pela luz Divina – se não houvesse luz estaríamos em trevas – certamente não existiríamos, pois a luz é a manifestação do real: Deus.

Em todos os livros de ciência do espírito existe a afirmação de que Deus é luz.

Da luz irradia a vida, a alegria e a beleza compostas de todas as cores e sons de inimagináveis combinações de maravilhoso requinte, que levaram Hermes Trismegisto a compor a sinfonia das esferas em presença dessa manifestação em todo o universo.

Cientificamente chegou-se à conclusão que ela é a matéria-prima de todas as coisas materiais.

Todos os elementos químicos são provenientes dessa luz invisível, quando condensada, e dos quais são feitas todas as coisas do mundo.

Logo, a luz é a manifestação da natureza de Deus, que nos transcende em termos de compreensão, sendo assim a causa e a origem de todas as forças do universo quer sejam materiais ou espirituais.

Como nos é dito em João 1,5: «Deus é luz e nele não há trevas.»

Também ainda Jesus nos diz que é a luz do mundo e, dirigindo-se aos apóstolos, os informa de que são a luz do mundo.

Sendo Deus luz e também Jesus e os apóstolos que são seres humanos creados à imagem e semelhança do Creador, o que Jesus nos quer dizer é que somos essência Divina proveniente da luz e, portanto, somos luz que se manifestará em toda a sua plenitude quando atingirmos a sabedoria dos filhos da luz.

«Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.» (Mt. 5,14-16).

Na verdade o homem que atingiu as culminâncias da luz, o conhecimento, não o deve ocultar para que não dê lugar ao egoísmo, sabendo de antemão que quer ele seja como uma cidade no cimo do monte ou resplandecente num candelabro, nem todos o vêem e dele beneficiam.

Porque foi deste modo que Jesus nos esclareceu: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. E acercando-se dele os discípulos disseram-lhe: Porque lhes falas por parábolas?» (Mt 13,9-10).

Ele, respondendo, disse-lhes: «Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. Eis porque lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis.» (Mt 13,11-14).

Porquê? E Jesus continua esclarecendo: «Porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare.» (Mt 13,15).

É pois importante pensar e sentir com o coração, vivendo no íntimo do nosso Ser.

No entanto sabemos que muitos contemplarão essa luz nos recessos mais íntimos de suas almas e concluirão que ela é um emissário cósmico e que despertará em si, com intensidade, a sua própria luz porque a sua natureza é expansiva e mora em toda a creação.

Torna-se de importância evolutiva que tomemos consciência dessa nossa natureza, para que possamos adquirir as condições necessárias de perfeição e sabedoria que se manifestam através dessa luz que deveremos pôr ao serviço, sem exceção, de todos os nossos irmãos que fazem parte de toda a creação.

Porque essa luz sem forma mas abrangente, de natureza pura, não é contaminável, razão porque o Homem tem que decidir-se a abrir caminho através do envolvimento da matéria para chegar ao âmago de si mesmo onde a luz reside como tesouro enterrado no campo profundo da alma que somos.

Na realidade o Homem está intrinsecamente em Deus, não sendo Deus mas seu filho, porque d´Ele imanou e faz parte do todo Divino, o que lhe permite a sublimação da sua alma pela Paternidade Divina.

Quem pratica a virtude ou comete o chamado pecado, é a alma humana na sua ignorância e que representa a individualidade do Homem em evolução.

Assim, todo aquele que entra no âmbito secreto da alma deve fecundar com a sua sabedoria toda a profanidade para que nasça, na humanidade, a fecunda solidariedade do amor Divino.

Não devemos orgulharmo-nos do que é de Deus pois toda a luz vem do Pai e é a mãe da vida.

Conta-se uma história sobre uma conversa de alguém que pergunta a um iniciado: “Poderei eu fazer obras de poder chamados milagres, os que Jesus fazia?” Respondeu-lhe prontamente o sábio da ciência do espírito: “Pode sim, contanto que não creia que é você que os faz.”

Por tal motivo dizia Jesus que as obras que fazia não era ele que as fazia, mas o Pai é que fazia as obras, porque dele mesmo nada poderia fazer.

Desta forma, teremos que ultrapassar o estágio da ilusão sobre nós mesmos e adquirir a real e plena clareza da certeza sobre a causa verdadeira dos efeitos espirituais, para que possamos glorificar a Deus o bem que poderá ser feito através de nós.

Nada se pode fazer de elevada espiritualidade sem que já se tenha alcançado algo da pureza manifestada pela luz da alma evoluída.
Essa pureza nasce unicamente da experiência clara e nítida da verdadeira natureza da essência de Deus no Homem.

Como Deus é puro e invulnerável, a essência Divina no Homem é pertença dessa pureza e invulnerabilidade.

Logo, nenhum homem remido e purificado pelo conhecimento da verdade sobre si mesmo se orgulha da sua espiritualidade, mas agradece humildemente a Deus por essa dádiva.

O Homem torna-se compreensivo de todas as coisas creadas e, por saber a razão delas, adquire a capacidade espiritual de estar em harmonia com Deus o que nos leva a expressar uma serenidade solidária com toda a humanidade.

Antes, porém, deverá passar por um período de solidão, para poder refletir sobre tudo e, através da meditação, lançar os alicerces inabaláveis do seu edifício Crístico de solidariedade universal.

Só depois que o Homem aprendeu, por experiência própria, no silencioso abismo da mística – que é vivência sentida no íntimo da sua alma – o que é Deus e o que é ele mesmo, é que pode atrever-se a ser de todas as creaturas de Deus sem deixar de ser de Deus.

Pode então andar por todos os mundos creados sem deixar de ser do Creador dos mundos.

Pela íntima vivência solitária com Deus adquire a alma intensa virgindade espiritual, que se revela em fecunda maternidade, mãe de muitos filhos de Deus aureolados de perfeição e sabedoria.

O casamento da alma crística com o espírito Divino produz a pura virgindade da alma mística como nos relata Jesus na sua parábola das noivas.

É neste contexto que compreendemos quando Jesus nos diz que ele é a luz do mundo e nós somos a luz do mundo e que, por isso, deseja que a nossa luz brilhe diante dos homens.

Jesus não só nos diz que somos a luz do mundo, como também nos diz: «Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há-de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.» (Mt 5,13)

Atentemos nas aplicações do sal na vida dos seres: protege da corrupção de produtos alimentares; dá sabor aos alimentos tornando-os mais saborosos; esteriliza a terra; no interior dos tecidos vivos a água tem a sua movimentação pelas alterações de concentração do sal; é indispensável à vida, etc.

No entanto, se for aplicado em excesso, torna os alimentos intragáveis e pode causar danos a órgãos do nosso veículo físico.

Sendo o sal portanto um tempero, deve o Homem temperar-se nas suas crenças religiosas e não só no seu modo de estar na vida.

Há creaturas que, nas suas crenças, se excedem acreditando que possuem a verdade, criando em si um incontrolável fundamentalismo fanático que, na sua exteriorização, evidencia uma intolerância violenta e desequilibradora.

Esta atitude não só é prejudicial para quem crê dessa forma como também para aqueles que são envolvidos na sua trajetória desregrada.

Por isso nos diz o Mestre que se o sal for insípido para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.

Logo daqui se infere o que Jesus nos quis dizer, que devemos ser o que o sal é no mundo material: elemento de pureza, de equilíbrio, de honestidade e de integridade sã e de moral, temperados pelo sabor espiritual.

Devemos dar a quem necessita mas ninguém pode dar aquilo que ainda não tem, pois somente tem o que já lhe pertence por mérito próprio pelo que devemos ser verdadeiramente firmes, dando aos outros o que unicamente já possuímos pois é importante, para o Ser, o dizer e o fazer em termos espirituais.

Se, no íntimo profundo do Homem, não há pureza, sinceridade, consciência crística, nenhum recurso externo pode garantir a qualidade intrínseca das suas obras.

Poderá haver vitórias, triunfos, prosperidades iniciais mas, mais tarde ou mais cedo, denunciar-se-á naturalmente que apenas foram fogos de palha, aparências, ilusões, pois a sua sustentação estava assente em pés de barro que, inadvertidamente e em dado momento, se quebraram.

Pode o Homem enganar a todos e a si próprio mas jamais poderá enganar a omnisciência das leis cósmicas, tal como o sal que se tornou insípido e é deitado fora e pisado pelas gentes.

Desta forma é suprema sabedoria fidelizar o seu querer individual ao querer universal.

Em última análise, ser bom e autêntico é o único meio para praticar o bem.

Ser sal incorrupto é o único meio para preservar os outros da corrupção. Saber temperar no mais íntimo da nossa alma as alturas espirituais, é o seguro caminho para que a espiritualidade se torne saborosa para nós e para todos os que nos rodeiam.

Jesus ao dizer «Vós sois o sal da terra» estava também a elevar os atributos criativos de que o Creador dotou o ser humano com a sua genialidade nos campos da descoberta da sua filiação Divina, nas artes e na capacidade de criar beleza que, junta ao original, o leva a rever-se na alegria da presença da manifestação de Deus, como alimento saboroso da alma em crescimento.

Na harmonia de qualidade de que se reveste o equilíbrio espiritual existe, como expoente máximo da creação no plano hominal, o homem Crístico, que servirá de veículo à manifestação do próprio amor Divino.

Meditar em tudo isto no silencioso templo da vida real, é viver sentindo intensamente com o Divino, tendo presente o segredo desvendado das palavras de Jesus.

-Deus é luz e nele não há trevas.
-Eu sou a luz do mundo que vim ao mundo para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
-Vós sois a luz do mundo.
-Vós sois o sal da terra.

06-03-1978  Abrame
Um abraço fraterno
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 07, 2017, 17:48:47 pm
Companheiros do Caminho
Juntamos para vossa apreciação mais um texto do Abrame que retiramos do conjunto das suas buscas.

PLURALIDADE
Existências Corpóreas
A reencarnação é um dos princípios fundamentais do cristianismo primitivo.

Os apóstolos tinham como verdade incontestável que João Batista era a reencarnação do profeta Elias pelo que sabemos através da leitura do Evangelho segundo Mateus: «Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João – e se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir – quem tem ouvidos para ouvir, ouça.» (Mt 11,13-15)

E mais adiante, em Mateus 17,10-13 lê-se: «E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: porque dizem então as escrituras que é mister que Elias venha primeiro? - E Jesus respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; - mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. - Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista».

Aquilo a que chamamos Justiça Divina processa-se através de vidas sucessivas nos mundos da forma onde o homem se vai confrontando com os erros de vidas passadas. E desse modo, vivendo-os, sofrendo-os – pois só vivendo se sabe – e vivenciando-os, vai construindo a sua consciência dos valores espirituais.

A este processo chama a Doutrina Espírita a Lei de Causa e Efeito. Para a compreender na sua verdadeira justiça temos que tomar como base que essa evolução não é mais do que assimilação consciencial, tornando a consciência do ser cada vez mais abrangente.

Deste modo a nossa alma creada simples e ignorante, vai evoluindo, no seu trajeto, em conhecimento que a levará à superior sabedoria.

A doutrina de uma vida única na forma que ronda atualmente os setenta, oitenta anos, destrói, de uma assentada, o objetivo do Creador que é o aparecimento de seres cada vez mais perfeitos em espiritualidade e sabedoria.

Por isso, nesse trajeto, deu o Creador ao Homem o livre arbítrio e a inteligência como elementos de que o Homem dispõe para a sua gradual evolução por transformação da sua sensibilidade e de conhecimento vivido como ser humano.

Podemos assim dizer que o Creador creou o Homem até determinado estágio para que ele se acabe de criar.

Neste processo, na análise que faz de si próprio após cada vida na forma, torna-se – em consciência – réu e juiz em causa própria, onde nada fica excluído.

Por outro lado é evidente que uma vida na Terra tem um tempo extremamente curto para o aperfeiçoamento da alma, que foi creada simples e ignorante e, por isso, com necessidade de vivenciar toda a creação para adquirir todas as nuances e particularidades nela inerentes.

A doutrina de uma vida única salienta as ações e pensamentos bons e maus como produto de um espírito ignorante e, de uma vez, sem qualquer outra oportunidade, tem como destino o inferno, o purgatório ou o céu. Em alguns casos até se acredita na extinção da própria alma como individualidade.

Jesus nos diz, na parábola do bom pastor, que o pastor deixou todo o rebanho das ovelhas para ir recuperar a que se tinha perdido. Pensamos que Deus é amor e que a crença numa vida única não abona nesse sentido pois pensamos que, sendo assim, haveria neste mundo muitos melhores pais que Deus.

Temos como princípio que o espírito é a centelha divina, imutável – a fonte infinita da sabedoria e do poder espiritual – que vive no Homem e que através da intuição vai fornecendo ensino à alma vivente, que é a individualidade do ser humano, na medida em que esta vai obtendo as condições necessárias no seu trajeto evolutivo.

A alma é a nossa individualidade, semi-espiritual, semi-material, sujeita à mutabilidade do aperfeiçoamento pela ação interior do Deus imanente que é espírito conforme nos diz Jesus – «Deus é espírito» – e pela observação e estudo do exterior da creação.

O corpo é o veículo de que a alma se serve, nos mundos da forma, para a sua aprendizagem evolutiva a caminho da perfeição e do amor de Deus.

Como a alma é semi-material e semi-espiritual, ela só conseguirá atingir as condições para a união com Deus, que é espírito puro, quando se despojar da parte material e adquirir a virgindade espiritual – parábola das noivas.

Como vemos, o espaço de tempo de uma vida terrena é insuficiente para que o Homem atinja um estado de pureza espiritual, o que não é difícil de perceber dado que ele sabe, em verdade, através da sua consciência, que ainda tem imensos defeitos, vergado ao peso de vícios, sentimentos inferiores e desmandos morais.

O supremo artífice do universo deu, a todos os seres, infinitas e iguais possibilidades de ascese pois inseriu, na creação, instrumentos de toda a ordem de características – tantos quantos os necessários – para que a alma humana possa atingir a angelitude e cumprir todas as suas missões para o conseguir.

Até ao dia de hoje muitas investigações foram feitas por entidades credíveis onde se comprova que pessoas encarnadas – mais no período da infância – se lembram de outras vidas, até de familiares e lugares que, na presente vida, nunca viram. Investigadores de reconhecida credibilidade acompanharam pessoas com essas memórias a lugares onde foram dadas provas do parentesco e sítio onde viveram, embora nunca tivessem lá estado na presente reencarnação.

O esquecimento das vidas passadas pelo ser manifesta a perfeição da objetividade da creação e o infinito amor de Deus ao estabelecer em suas leis cósmicas este dado, de modo a obstar ao trauma de tantas iniquidades praticadas no passado, facilitando assim não só a transformação do nosso ego, como o teste do nosso comportamento seguinte.

No advento da Doutrina Espírita, que ensina a Lei da Reencarnação, muitos foram os homens de ciência que, na altura, aderiram a este princípio e lhe deram o seu valioso contributo pois a crença na reencarnação não é de hoje, mas de sempre.

Se não tivessem existido com objetivos escondidos, o primeiro Concílio de Niceia no ano de 325 d.C. e o segundo de Constantinopla no ano de 553 d.C., a lei da reencarnação continuaria a ser tema de base das religiões ocidentais.

Milhares de pessoas no Ocidente estão aderindo à Lei da Reencarnação que é, por si mesma, uma consequência da Lei de Causa e Efeito, dada a sua reconhecida capacidade de explicar os paradoxos que, à saciedade, apresenta o trânsito da alma na vida terrena.

No Oriente, a Lei do Karma sempre foi lei absolutamente estabelecida.

Vejamos alguns dos pensamentos que fomos registando ao longo de nossas vidas e alguns bem populares:

- A dor é a colheita de uma voluntária má semeadura.

- Quem semeia ventos colhe tempestades.

- Todas as transgressões provocam uma reação, alteram o equilíbrio da lei, que tem de ser inexoravelmente restaurada.

- Todo o mal recai sobre quem o pratica. Da mesma forma todo o bem volta aumentado ao ponto de partida. Por isso faz aos outros o que gostarias que te fizessem.

- Ninguém recebe um minuto de dor, se não lhe tiver dado origem.

- Nenhuma dor ou sofrimento é superior à nossa capacidade de os suportar.

- Não encaremos a dor como castigo dos céus, porque Deus não castiga. Ela é apenas uma oportunidade que as leis eternas nos concedem para a purificação das nossas almas e sua consequente ascensão aos planos de felicidade e sabedoria espiritual.

- Não devemos criar novos motivos de dor, mas sim redimi-la através do amor e da prática do bem.

- O pensamento é uma força poderosa. Orientemo-lo no bom sentido e evitaremos futuros males.

A crença na doutrina da reencarnação ou pluralidade de existências, é conhecida e defendida desde a antiguidade e ensinada por diversas religiões, escolas filosóficas, linhas espiritualistas e esotéricas, bem como pela Doutrina Espírita e denominam-na Lei da Reencarnação, migração da alma e outras designações como a de renascimentos.

E de tudo o que se segue tomámos conhecimento.

Trata-se de um conceito milenar. Já o encontramos em todos os povos primitivos e nas mais diversas culturas além de que diversas religiões, desde as suas sábias origens, a têm perfilhado.

Os magos, assim chamados pelos persas e caldeus, eram mestres da ciência oculta e ensinavam aos seus pupilos a doutrina dos renascimentos como uma das verdades tidas como fundamentais.

Três mil anos antes da nossa era, já os egípcios ensinavam a reencarnação com estas palavras: «Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não termina no nada. A vida é um chegar a ser que, como um dia de sol, recomeçará.» (Les Egyptes, de Marius Fontane)

Dos egípcios passou aos gregos, por Pitágoras e os seus discípulos. Sócrates, Platão, Empédocles, Apolónio de Tíana e tantos outros encarregaram-se de a popularizar.

Segundo tomámos conhecimento, Pitágoras ensinava que a Doutrina da Reencarnação tinha em conta as desigualdades observadas na vida terrestre dos homens.

Uma vida na carne não é senão um elo da longa cadeia da evolução da alma, dizia Pitágoras aos seus discípulos e, por vezes, referia-lhes passagens dalguma das quatro vidas que recordava.

Também Platão ensinava a doutrina dos renascimentos e observava que ela tinha como objetivo o facto de, nessas vidas, as almas corrigirem as más ações anteriores e que as almas reencarnavam em corpos semelhantes aos que tiveram em vidas passadas e com instintos e tendências adquiridas em anteriores experiências.

Sócrates e Platão transmitiam que as almas tomam novos corpos para repetir uma e outra vez as suas vidas físicas, a fim de desenvolverem as faculdades da psique e adquirirem ciência.

E também consta que observavam aos seus ensinandos que as almas voltam do fado e os semelhantes são atraídos pelos semelhantes. Em Fédon pode ler-se: «A alma é mais velha que o corpo. As almas renascem sem cessar do fado, para voltar à vida atual.»

A escola de Hermes Trimegisto afirmava que as almas baixas e más permanecem acorrentadas à Terra por múltiplos renascimentos mas que as almas virtuosas, porém, sobem voando até às esferas superiores.

Já dentro da nossa era, Porfírio, filósofo neoplatónico discípulo de Orígenes e Plotino – século III d.C. – ensinou, em conjunto com outros filósofos, a mesma doutrina.

Amónio Sacas, defensor do sistema eclético e filósofo alexandrino que viveu entre 175 e 242 d.C. (e a quem Hiérocles chamou de Theodidaktos pela vastidão dos seus conhecimentos), defendia a doutrina do renascimento das almas, sendo ele que a transmitiu a São Clemente de Alexandria.

A famosa escola de Alexandria que nos tempos de Jesus era dirigida por Filo, até 40 da nossa era, aprofundou o estudo da alma e das civilizações passadas, sendo a reencarnação um princípio incontestado.

A escola de Alexandria referia que a alma recebe o corpo que lhe convém e está em conformidade com os seus precedentes, segundo as respetivas existências anteriores.

Jâmblico, filósofo grego dos séculos III e IV, observava que os homens que se queixam de padecer sem ter cometido faltas, ignoram que sofrem pelo que a sua alma fez anteriormente.

Orígenes afirmava que cada alma recebe um corpo de acordo com os seus merecimentos e prévias ações.

São Gregório Nazianzeno (328 a 389) comentava que existe a necessidade natural de que a alma seja curada e purificada e que, se o não foi nesta vida, o seja nas seguintes.

Santo Agostinho, nas suas Confissões, interroga-se: «Antes do tempo que passei no seio da minha mãe, não terei estado noutro lado e sido outra pessoa?»

No Bhagavad Gita disse Krishna, há três mil anos: «Eu e vós tivemos muitos nascimentos. Os meus não são conhecidos senão por mim, mas vós não conheceis sequer os vossos.»

No mesmo Bhagavad Gita, num diálogo com Arjuna, ainda se pode ler que assim como a alma residente no corpo material passa pelas etapas da infância, juventude, virilidade e velhice, também oportunamente passa a outro corpo e, noutras encarnações, voltará a viver e a desempenhar uma nova missão na Terra.

Os Vedas afirmam a imortalidade da alma e a volta de novo à carne, sustentando que a alma é uma parte imortal do Homem, que umas almas vêm até nós e regressam e voltam a vir; que todos os nascimentos, felizes ou ditosos, são a consequência das obras praticadas nas vidas anteriores.

Segundo o Alcorão, Alá envia-nos muitas vezes, até a Ele regressarmos.

Virgílio (70 a.C. a 19 a. C.), na Eneida, afirma que a alma, ao fundir-se com a carne, perde a memória das existências passadas.

Ovídio (43 a.C. a 17 ou 18 d. C.), poeta, cantava que as almas vão e vêm. Quando voltam à Terra, dão vida e luz a novas formas.

Também os nossos antepassados celtas defendiam a reencarnação. Diziam os druidas que o ser se eleva desde o abismo e ascende em etapas sucessivas até à perfeição, encarnando-se no seio das humanidades nos mundos da matéria, que constituem outras tantas estações da sua longa peregrinação.

O judaísmo baseado em Moisés mantinha a crença na reencarnação, o que não é de estranhar visto Moisés, segundo consta, ter sido educado pelos egípcios. No entanto a palavra usada para a definir era ressurreição o que, de certo modo, é aquilo que acontece com a alma no seu trajeto evolutivo.

Flávio Josefo, historiador judeu, faz profissão de fé na reencarnação, explicando que fazia parte dos ensinamentos iniciáticos dos essénios e fariseus.

Os cabalistas judeus assim também o entendiam no seu misticismo. O rabi Isaac Lúria (séc. XVI), fundador de uma das ramificações mais importantes da Cabala, ensinava, no seu sistema místico, o princípio da transmigração das almas.

Vejamos esta frase do profeta Malaquias: «Eis aqui que vos enviarei o profeta Elias, antes que chegue o dia grande e tremendo do senhor.» (Ml 3,23), que prova que os profetas de Israel tinham como base a reencarnação.

E a prova de que entre os hebreus existia a crença da reencarnação reside em que foi enviado a João Batista, pelo clero judaico, uma comissão destinada a perguntar se ele era o Messias ou se era Elias.

Repetindo a volta à carne, nova reencarnação de Elias como João Baptista é um facto confirmado pelo próprio Messias, quando declarou «E se quereis ouvi-lo, ele é Elias que havia de vir» e que estava anunciado por Malaquias.

Em João 3,1-10 existe aquela sábia conversa entre Jesus e Nicodemos: «E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Ele foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus Respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?».

Em Mateus 16,13-17 lê-se: «E chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipo, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João Baptista; outros, Elias e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que Eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne, mas meu Pai, que está nos céus.»

Faça cada um a interpretação que quiser, como é evidente, mas ainda poderíamos encontrar, nestes diálogos, argumentos interpretativos de maior profundidade e de sustentação do que a lei da evolução exige no processo da ascese da alma humana, que só com a lei da reencarnação se torna possível.

A crença na reencarnação foi mantida pelos cristãos, como doutrina, nos primeiros séculos do cristianismo.

No séc. IV, São Jerónimo, secretário do papa Dâmaso I e autor da Vulgata, na sua controvérsia com o gaulês Vigilantius, reconhecia que o renascimento das almas constituía a crença da maioria dos cristãos do seu tempo.

Mais tarde, porém, quando a igreja cristã passou a fazer parte do estado romano, tudo mudou gerando até as dúvidas que nos advêm ao interpretar os Evangelhos em face das alterações dos textos bíblicos.

Os pontos de vista de Orígenes e as teorias gnósticas passaram a ser atacados.

No segundo Concílio de Constantinopla – ano de 553 – por pressão do imperador Justiniano I, foi promulgada uma lei que declarava que todo aquele que defendesse a mística ideia da preexistência da alma e a maravilhosa opinião do seu regresso seria excomungado.

Excomunhão, naqueles tempos, significava perseguição com todas as consequências que a História Universal da nossa humanidade registou.

No Ocidente, em 1855, aparece em bom momento a Doutrina Espírita codificada com rigor por Allan Kardec que, através das comunicações com espíritos, tem em seu fundamento a reencarnação como consequência lógica e racional da Lei de Causa e Efeito que nos devolve um Deus de amor e de justiça confirmada pela Doutrina Messiânica de Jesus. (Livro dos Espíritos – parte 2ª – Caps. IV e V).
Com um abraço fraterno.
07-07-1980 Abrame                                                 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 17, 2017, 17:33:19 pm
Companheiros do Caminho
Abaixo vos envio mais um texto um bocado extenso, que extraí dos arquivos do Abrame para vossa apreciação.

O EGO

De modo geral, o contacto do Homem com a vida terrena onde a luta pela subsistência, o esforço de relacionamento com os seus semelhantes, o construir de uma personalidade adequada à estrutura social em que a vida decorre e a que se tem de submeter, desgastante e corrosiva, leva-o por vezes a intenso stress que o leva a afundar-se num precipício cuja escuridão constrói aquilo a que a ciência médica denomina de "depressão".

Pela experiência vivida dessa situação sabemos bem o sofrimento diversificado que ela arrasta pela incapacidade a que se chega perante os obstáculos da vida e os desenganos que nos são propostos.

A impotência perante os assuntos por resolver que leva a que não sejam encarados de frente, o sucumbir ao isolamento por descrença das reais capacidades humanas, a fuga a que se propõe não querendo falar ou ver ninguém, o desejo firme de desistir da vida pela perca da autoestima adquire como resolução o próprio aniquilamento – o suicídio.

E há também aqueles que desertam do confronto e, movidos pela fuga, aderem a todos os vícios que lhes podem proporcionar o esquecer, abandonando-se ao alcoolismo, às drogas pesadas que, por momentos, aliviam a pressão do abandono próprio arrastando-os para as misérias mais degradantes e que, ao-fim-e-ao-cabo, os lançam no mesmo precipício com a ilusória ideia da aniquilação onde tudo acaba, segundo supõem.

A sua ignorância da razão de ser da vida não o leva a compreender porque existe e pensa que, fugindo dela, tudo se resolve.

É nesta altura que a personalidade sofre a sua grande humilhação perante a fragilidade e ineficácia dos valores terrenos que tomou por orientação da forma de estar no mundo e que apenas o levou à descrença total dos desígnios da vida que se manifestam em si mesmo.

Mais tarde, o Homem, através da experienciação da vida nos mundos da forma, adquire o conhecimento vivido e chega à constatação que esse sofrimento foi a alavanca que levou a sua alma à transformação pela consciencialização dos verdadeiros valores da existência.

A ilusão da supressão da vida pela ignorância da sua infinitude leva o Homem a refugiar-se no abandono da luta para obter o conhecimento de si mesmo e vencer a atração das solicitações efémeras dos mundos materiais que são as academias da aprendizagem da nossa natureza espiritual, com o intuito de acabar de vez com a vida.

E tudo isto pela estrutura social que o próprio Homem construiu ao longo de milénios de competição pelos valores a que o desejo de posse e de poder o dirigiu.

É deste trajeto, de que se serve a Lei da Evolução, que apareceu o berço onde nasceu no Homem a resistência a que chamámos "Ego" para a depuração da alma da sua aderência à matéria, para que a sua consciencialização se efetue seguramente na experienciação vivida daquilo a que chamamos o Bem e o Mal. Porque o Ego não é mais que a manifestação dos desejos existentes na nossa alma na sua semi-materialidade constituindo assim a referência externa da nossa personalidade, que este expressa provindos da mente humana onde se armazenaram os valores do Mundo a que aderiu.

Com o avolumar da densidade de seres hominais, sentiu o Homem, naturalmente, a necessidade de estabelecer regras comportamentais entre si – familiares, de tribos, de povos, de hierarquias, de divisão territorial, etc. – o que originou o desejo de posse, de poder que, por sua vez, fez desabrochar um eu fictício mas atuante, cheio de personalidade, construído sobre sentimentos de orgulho, de vaidade, de domínio sobre tudo e todos, repleto de conceitos, preceitos e preconceitos.

Desse modo, foi-se o Homem afastando do seu eu real, perdendo mesmo a noção da sua natureza espiritual, deixando-se conduzir pelo seu Ego físico, mental e emocional, cujos valores do mundo são a base da estrutura social que construiu com os resquícios dos sentimentos instintivos do animal.

E assim ficou o Homem possuidor de dois eus, o Eu superior, imanência da essência Divina, possuidor da consciência cósmica que atua no sentido da razão e o Eu criado pelo próprio homem, desenvolvido pelo seu Ego físico, mental e emocional, acolitado pelo intelecto, centrado no mundo e de tudo que o mundo lhe forneceu e que lhe deu prazer, comodidade e prestígio, dirigido ainda por instintos intelectualizados.

Era inevitável a luta interior do Homem entre estes dois "eus" que se confrontam com maior intensidade na medida que a evolução da alma se eleva em consciência, visto ainda
 se movimentar no estágio evolutivo do homem/animal e estar sustentado pelos valores sugeridos pela perceção dos sentidos – instinto e intelecto – que são os impulsionadores do Ego e os valores do seu oponente serem sugeridos pela essência Divina que habita no Homem e pela inteligência real e absoluta que o anima.

A compreensão dos verdadeiros valores são uma creação do nosso Eu cósmico que, na maior parte da humanidade, se acha em estado dormente e que apenas se manifesta num homem iniciado que esporadicamente aparece englobado na humanidade para ajudá-la no seu crescimento espiritual em completa dádiva de fraternidade.

Por isso nos deixou dito Paulo de Tarso: «Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar» (1Cor 2,14). E assim é, porque as coisas do espírito só podem ser compreendidas espiritualmente.

Porque a creação está perfeitamente creada com um objetivo final devidamente estabelecido mas que os seres em evolução não entendem e, por isso, duvidam e reclamam porque acham que a vida é uma loucura de sofrimento.

Isso informa Paulo de Tarso quando nos diz: «Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.» (1Cor 1,25).

Como pode o Eu superior revelar a sua Sapiência e o seu Amor ao Ego quando este não tem as condições exigidas, pela sua ignorância hostil à sapiência e ao amor? Teremos que esperar até que o ser, vivendo, adquira a possibilidade da transformação do Ego que, deixando de servir os valores dos mundos da forma, passe a servir os valores do Espírito Divino.

Quando isto acontecer o sofrimento e a chamada morte na vida terrena desaparecerão e serão abertas as portas para o Homem integral, pela visita do Espírito Divino à Alma Humana, porque não há caminho do Ego de baixo para cima mas só de cima para baixo, visto que não é o Homem que encontra Deus mas o Creador que se revela ao Homem em pleno merecimento humano.

Isto acontecerá quando o Ego se emancipar das ilusões periféricas e viajar para o seu centro verdadeiro, visto o Centro Real do Ego ser idêntico ao do Eu Superior, tal como a vida da semente é essencialmente a vida da planta. Um dia se dará a revelação da verdade e o Homem descobrirá a existência da unidade da semente – "Ego" – com a planta, "Eu" –, porque se complementam nessa universidade, roteiro do conhecimento, chamada Vida.

Deste modo acontece que o Ego germina e cresce, desenvolvendo-se em planta tal como a semente contém a planta já em estado potencial.

Daqui se deduz que nessa altura o Ego e o Eu já eram Um em potência e que só quando o Ego se transformou pela aprendizagem regida pela evolução e atingiu a consciencialização dessa verdade, se libertou da ilusória dualidade, que é apenas um meio e não um fim, porque o fim a atingir evolutivamente ensinou-nos Jesus quando nos declarou: «Eu e o Pai somos Um» «E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.» (Jo 10,30), (Jo 8,32).

Transcrevemos o que o apóstolo Tiago disse no seu Evangelho considerado apócrifo:
“Porque o (pai) conhece a vontade deles (dos homens) e justamente com isso aquilo que a
carne necessita, já não é ela que a deseja (a alma). Efetivamente, sem a alma o corpo não peca, da mesma maneira que a alma não se salva sem o espírito.
 
       Mas se a alma se salva sem o mal e se salva também o espírito, o corpo torna-se sem pecado, já que é o espírito que vivifica a alma. O corpo, pelo contrário, é o que a mata; ou seja, que ela mesma é que se mata.
         
       É sabido que em particular Jesus explicava aos seus discípulos o que esotericamente tinha palestrado às multidões, e este relato de Tiago, nada mais é, do que Jesus lhes tinha ensinado.
 
 Quando se utiliza a palavra morte é apenas para identificar um facto de ausência de uma existência – a que se chamou morte – mas a morte propriamente dita não existe e, assim, o Ego não morreu; transformou-se, porque ele era um atributo da nossa individualidade – a alma – que, ao chegar à perfeição, não deixou de ser o que é já com todos os atributos do Espírito e a sua identidade central, "o Ego", agora centrado nos superiores valores do Espírito.

Na célebre conversa com Nicodemos, diz Jesus: «Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus» (Jo 3,3) e, pelos vistos, o bondoso doutor da lei judaica não compreendeu o verdadeiro sentido.

E também em Mateus 16,25 diz Jesus aos seus discípulos: «Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.»

Estes dizeres são padrão cósmico. São a verdade em termos de exemplo esotérico.

Tal como para que a borboleta ascenda à liberdade da luz teve que morrer a lagarta que era; e também, para que a planta exista naturalmente, morreu a semente. Mas nada morre, apenas tudo se transforma.

Porque tudo está em tudo e tudo influencia tudo. E nada pode ser excluído da creação.

E daqui se depreende que o Ego, na sua manifestação por vontade do Ser, se vai modificando à medida que a alma vai tomando consciência dos valores superiores do Espírito e, por tal motivo, se vai aperfeiçoando não só pela intelectualidade mas também e sobretudo pelas ações e pensamentos.

Jesus aborda vários conceitos espirituais aconselhando o Homem, na sua trajetória evolutiva, a aprender a razão de ser da vida, pois que para se perceber como tudo acontece necessário será conhecer as leis evolutivas da creação, porque não há milagres e sim leis que fazem parte da própria creação.

 E podemos assim compreender o que representa o Homem não só perante Deus mas também no meio dos homens e no conjunto de tudo que foi creado.

O Homem chama milagre a tudo aquilo para que não encontra explicação científica, mas existem algumas leis intrínsecas na creação que é exigível conhecer para podermos perceber alguns dos paradoxos com que este mundo nos presenteia.

A Lei da Evolução
A Lei de Causa e Efeito
A Lei da Reencarnação
A Lei da Afinidade ou de Atração
A lei da Ação
A Lei da Reação
A Lei da Interação


O conhecimento alargado destas leis apresenta-nos toda uma creação cheia de lógica e racionalidade, de uma perfeição absoluta ou não fosse ela creada pelo Ser Absoluto: Deus.
O caminho para Deus não é apenas um trajeto místico mas também um caminho científico pois, a não ser assim, perguntaríamos a razão por que o Creador deu a inteligência ao Homem, sendo essa a razão por que toda a creação é lógica e racional e a inteligência humana dedutiva e muito ajudada pela intuição, porque todos os dias acontece "Fazer-se Luz".

Nesse sentido encontramos a razão por que toda a creação se encontra em dualidade para que o Homem possa ter elementos de comparação e perceber, através das complementaridades, o que é negativo e o que é positivo

Na sua missão de esclarecimento ensina-nos Jesus, em várias passagens, a presença da ação do Ego nas manifestações do homem em sociedade: «Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está no céu.» (Mt 6,1).

Para se perceber bem esta máxima de Jesus é necessário conhecer – pela análise das nossas ações, pensamentos e emoções provindos do nosso interior –, para verificarmos se são produto dos valores superiores do Espírito ou dos valores inferiores que servem a nossa alma ainda em ignorância, o Ego. Com isso se aprende a pro-agir, ou seja, a nunca deixar que o Ego atue instintivamente mas sim através da razão.

Por isso nos diz Jesus: «Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.» (Mt 26,41).

De uma maneira geral o Homem em evolução ainda se rege objetivamente pelo mediático, porque ainda não possui a noção clara de si mesmo e naturalmente deseja ver-se refletido no espelho de tudo aquilo que a sociedade estabeleceu como parecer bem.
A sua consciência apenas se manifesta no espaço físico-mental e, por via disso, necessita proclamar-se no âmbito considerado de boas obras para a satisfação de ver-se louvado e admirado como pagamento de ter praticado o que se considera ser prática de bem-fazer.

É a manifestação mercenária do Ego em plena Acão da vaidade e do orgulho humano.

Quando se propaga aos quatro ventos qualquer obra meritória que façamos ou sombra de virtude que possuamos, elas perdem força e poder, esterilizam-se e banalizam-se.

O Ego, fiel aos valores do mundo, quando se não vê refletido em qualquer ato que praticou, transmite ao seu possuidor, através da mente, a revolta dececionante porque tem a imperiosa necessidade de ser enaltecido pelos outros.

Portanto ele necessita do mundo externo através da opinião pública, tornando-se escravo desse mundo porque está longe de possuir a autonomia e a segurança de si mesmo.

Ele depende dessas escoras e apoios externos para saber verdadeiramente a dimensão dos seus procedimentos, o que aciona automaticamente o seu Ego físico-mental-emocional em termos de orgulho, vaidade, superioridade e também despeito e inveja quando não é reconhecido o valor que julgava merecer.
Ele ilude-se por insuficiência da real consciência de si mesmo. Ele é toda exteriorização e, movido pelo intelecto, faz da ética grande alarde. O homem que se movimenta pelos valores do Espírito Divino, de consciência plena de si mesmo é, na sua interioridade, sobejamente rico, completo, sadio, não tendo necessidade de ser recompensado através do Ego, porque os seus olhos estão abertos para a realidade espiritual não confundindo o real com o irreal. Tem a exata consciência de si mesmo.

Noutra altura diz-nos Jesus: «Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. Para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu Sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois se amardes os que vos amam, que galardão havereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.» (Mt 5,43-48).

À primeira vista esta assertiva de Jesus não tem um cariz ético tal como o compreende o Ego humano mas encontra-se inserido em bases metafísicas, pois teve em conta a harmonia da solidariedade cósmica proveniente da sabedoria da compreensão.

Para quem sabe, ter alguém um inimigo e ao mesmo tempo o visado tornar-se seu inimigo, coloca-os aos dois no plano cósmico negativo.
Se, pelo contrário, o visado não se assumir inimigo do ofensor, naturalmente fica no espaço cósmico positivo da luz e o ofensor, declarado inimigo, ocupará o espaço cósmico negativo das trevas.

Porque é sabido que a luz atua sempre construtivamente e as trevas destrutivamente. Deste procedimento, a luz no espaço cósmico positivo eliminará as trevas do espaço cósmico negativo e a harmonização será o seu resultado no momento certo.

Por isso está escrito que «A luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a prenderam.» (Jo 1,5) Porquê? Porque as trevas se extinguem em presença da luz.

Por tudo aquilo que Jesus disse e fez neste mundo interiormente compreendido através da ciência do Espírito, Ele foi a Luz que irradiou por todo o nosso planeta que era e ainda é trevas, as quais não conseguiram vencê-lo de forma alguma.
 
      Em Jesus o seu Ego não teve qualquer poder negativo, porque já estava ao serviço dos altos valores do Espírito, embora ainda o tentasse porque estava na matéria, mas Jesus era Luz e a Luz venceu as Trevas.

Porque nos deixou dito: «Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12) e também: «Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.» (Jo 16,33).

É pois um convite que Jesus faz a todos os seus irmãos em humanidade, ou seja: segui a doutrina que vos trouxe e vivereis na luz, tende força e determinação e vencereis o mundo.

Para o ignorante do funcionamento da creação é difícil aceitar o que Jesus estabelece acima, porque alguém, ao ser ofendido, retorque de pronto a ofensa porque se acha injustiçado.

Desconhece que a Justiça Divina é infalível e que se recebeu uma ofensa foi porque tinha necessidade de viver essa idêntica ofensa para aprender consciencializando, vivendo o que custa ser ofendido e não voltar a ofender.

Só os Seres em condições positivas, os Filhos da Luz, podem ajudar os envolvidos negativamente e ainda presos às trevas, pois já têm a consciência de que não fazem nada que mereça prémio porque já foram ajudados por outros Filhos da Luz e porque apenas estão cumprindo com o seu dever de fraternidade cósmica.

Porque assim nos disse Jesus: «E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura, dá graças ao tal servo, porque fez o que foi mandado? Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que deveríamos fazer.» (Lc 17,7-10).
O Ego, prisioneiro dos valores estabelecidos pela sociedade, nada faz sem cobrar neste mundo e, mesmo cobrando, nunca deixa de sentir que fez um favor. 

Não tenhamos ilusões! O verdadeiro amor positivo vibra em altas frequências vibratórias o que lhe permite, pela Lei da Afinidade, ser envolvido no infinito amor universal.

Todo aquele que consegue abrir honestamente a sua alma a essa vibração altamente envolvente, recebe naturalmente a resposta de muitas almas sedentas de paz e de luz, que o ajudará na sua ascensão.

Pelo contrário, quando as nossas vibrações são negativas atraem, pela Lei da Afinidade, todas aquelas almas que vibram nessas frequências vibratórias cheias de sofrimentos correlativos ao estado negativo dos seus egos, o que nos leva a estados depressivos e infelizes.

Tudo no Universo vibra e nós fazemos parte desse Universo que é a creação, e o estado vibratório em que nos posicionamos evolutivamente é que determina a envolvência cósmica que nos assistirá.

Jesus veio ao mundo trazendo uma doutrina esclarecedora de qual o caminho de retorno a casa e, de uma maneira geral, na sua maior parte, os homens aderem e compreendem que é um caminho de amor e até falam de forma religiosa e convincente mas, mal se ligam aos afazeres deste mundo, tudo esquecem.

Estamos em presença daquele velho ditado: "Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço" ou ainda aquele mais objetivo que diz: "Não é pelo hábito que se conhece o monge".

O que garante a transformação necessária não é ouvir ou dizer. O que impulsiona o nosso crescimento é o fazer na convicção intensa e inabalável de chegar à verdade de Deus.

Muitos gostam de ouvir e sentem-se empolgados pelas palavras dos grandes mestres da Humanidade, mas ignoram a entrega, o estudo e os sacrifícios porque estes passaram para chegar àquela sabedoria.

Boas intenções apenas, embora necessárias, não chegam; são como areia movediça sobre a qual ninguém pode construir casa sólida e garantida.

Ouvir, ler, crer, decisões fugazes, tudo isso é ainda preliminar, área de antecâmara, que pode levar o Homem a recuar, a desistir. Se não passar pela experiência vivida no mais íntimo da sua alma, mesmo que seja do tamanho de uma semente de mostarda, não terá a certeza da verdade Divina.

Isso sabia Jesus e quis que a posteridade o soubesse: «Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.» (Mt 7,21).

Por isso nos é narrado em João 12,37: «E, ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele.»

Jesus conhecia perfeitamente todo o trajeto da ascensão da alma humana e, por conseguinte, não desconhecia a dificuldade que o Ser encontra para transformar a estrutura que forma a personalidade egocêntrica e por isso diz: «Hipócrita, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.» (Mt 15,7- 9).

Só a prática real e constante no dia-a-dia das nossas vidas cheias de renúncia e tenacidade garantem a experiência profunda da nossa alma que, a-pouco-e-pouco, um dia, tal como um botão de rosa, abre as suas pétalas ao calor do Amor Divino.

Aconselhadamente assim nos deixou dito Jesus: «Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.» (Mt 7,24).

Visto tudo estar perfeito na creação e tudo ter a sua razão de ser, o Ego Humano continua, tal como no passado, a ser a necessária resistência ao esforço da ascensão da nossa alma e, por isso, Jesus lhe chamou o Príncipe deste Mundo. No entanto, é bom que percebamos isto e, como Seres inteligentes e de livre arbítrio, saibamos como proceder para podermos realizar o desígnio Divino das nossas almas.

08-03-1983 Abrame
Com um abraço espiritual.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Novembro 25, 2017, 15:57:06 pm
Companheiros do Caminho
Escrito á bastante tempo, pelo que não tenho memória de quando foi vos envio mais um texto do Abrame para vossa apreciação.

A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM

Embora a realidade do homem seja essência espiritual à imagem e semelhança do Creador, ou seja, da fonte da vida, de onde a creação que se encontrava em potência proveio, necessitou a componente espiritual, no seu trajeto evolutivo para que pudesse experienciar essa creação, de servir-se dos diversos graus energéticos e dos estados de matéria.

Assim, quando se fala da transformação evolutiva do Homem, ter-se-á que considerá-lo no seu todo constitutivo nos mundos da forma, pelo que partimos do princípio de que o homem é composto por veículo físico, alma e espírito, sendo que a estrutura mental constituída pelos pensamentos, o intelecto e a consciência produzida pela sua evolução têm a sua sede na alma.

Quando a substância semi-material, semi-espiritual, atingiu as condições necessárias para receber o espírito – “o sopro divino” de que nos fala o Génesis – acontecia que, simultaneamente, o corpo material adquiria a performance rudimentar para dar lugar ao evento do surgimento do plano hominal.

No entanto faltava ainda, para se concretizar, que aquela substância passível de espiritualização e perfeição desenvolvesse  a sua função de elo de ligação entre a matéria corporal e o espírito.

Alguns milhares de séculos se passaram em que a condução do corpo foi dirigida pelo espírito do exterior.

Após a adaptação da substância semi-material, semi-espiritual, à matéria densa corporal necessária à ligação com o espírito, deu-se a harmonização específica dos sexos em termos de hominalidade, do yin e do yang, do elemento negativo e do positivo.
 
Assim, naturalmente, tornou-se num corpo causal - a que chama-mos a alma humana - que mais não é que a individualidade do homem em evolução, servindo de corpo do espírito e com o qual se unirá quando atingir a sua sublimação.

É esta substância semi-material, semi-espiritual, que aparece junto ao princípio material, envolvendo-o desde o início da creação, tendo percorrido, experienciando, os planos mineral, vegetal e animal, como alma-grupo em termos de mônada, em cada um deles.

Não podemos deixar de levar em atenção toda a vida microscópica, que é a base inicial em seus entrosamentos de adaptação ajustáveis no  sentido evolutivo de aperfeiçoamento, que se estende até à vida macroscópica.

Estes elementos são os chamados “infinitamente pequenos “(o quantum, os átomos, as moléculas, as células, as bactérias, as amebas, etc.)”, simples e compostos.

O laboratório cósmico, através dos elementos constituintes, tinha produzido, em muitas experiências corporais, o corpo necessário à manifestação da vida de consciência individualizada secundado pela excelsitude da inteligência criativa e dedutiva que lhe confere o espírito - imanação divina na forma, na sua própria creação.

Conforme nos declara Lavoisier: nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. A análise que fazemos confirma esta assertiva porquanto pensamos que nada se cria porque tudo já está creado, assim como nada se perde porque tudo está dentro, visto o fora não existir e tudo se transforma porque é esse o desígnio objetivo do creador - o aparecimento de creaturas altamente evoluídas e espiritualizadas.

A fonte da vida, a divindade, é absoluta; não tem o fora. Tudo se encontra dentro. No universo tudo age, reage e interage, porque tudo está em tudo e tudo influencia tudo. Segundo Paulo de Tarso: Deus é aquela realidade, na qual vivemos e temos o nosso ser.

O fora só tem sentido nos mundos da forma onde existe a sensação ilusória de separação. O dentro de, o fora de..., fazem parte de um todo absoluto de unidade divina.

Sabe-se hoje, devido à ação pesquisadora de arqueólogos geologos e biólogos em conjunto com cientistas de outras áreas do conhecimento, que para além do aparecimento, no sul do continente africano - Namíbia -, do homo sapiens, que existiu mais ou menos há um milhão de anos, foram encontrados em diversas partes do globo, fósseis com diferenciações físicas, que demonstram a ação transformadora e reguladora do ADN no infinito laboratório cósmico.


O ADN (ácido desoxirribonucleico) é o elemento intrínseco em toda a creação, que contém toda a informação genética responsável pela transformação do princípio material, em presença de todo o meio ambiente cósmico, adaptando os seres às condições de vida nos di-
versos planos de frequência vibratória onde a vida se manifesta. “E tudo é vida”.

Mencionamos alguns a título de exemplo: os Australopitecos Alferensis, pré-humanos, estimando-se a sua existência entre 4 a 3 milhões de anos; os Homo Habilis, pertencentes ao ramo que entroncou no ramo evolutivo que deu lugar, no seu desenvolvi- mento, ao Homo Sapiens; os Homo Eretos; o Neandertal e o Homo Sapiens, do qual nós, seres humanos, somos possuidores da estrutura física evoluída atualizada.

Muitos outros fósseis se encontram catalogados e datados que apresentam alterações significativas como, por exemplo, ter-se encontrado um homo sapiens mais evoluído que teria existido entre os 300 e 50 mil anos, o que vem comprovar a natural evolução da matéria na procura de corpos cada vez mais perfeitos e permeáveis, em adaptação de sensibilidade à evolução da alma.
 
Nesta altura o homem acabava de expulsar-se do paraíso terreno e integrava-se nos mundos da forma em condições de semiconsciência.

Os dados científicos acima descritos, tornam-se necessários para comprovar que tudo evolui na creação de uma forma natural e inteligentemente dirigida. É neste sentido que devemos perceber a importância da ciência no estudo aprofundado do exterior.

Também aqui se comprova que o homem obtém este conhecimento de uma forma gradual e de trajeto evolutivo.

Tudo evolui harmoniosamente, em equilíbrio e em forma proporcional com o todo cósmico, embora, pela análise superficial, nos pareça que assim não sucede.

Deixemos a ciência, no seu trajeto evolutivo, para aqueles que enveredaram pela missão de explicar com dados científicos o funcionamento do exterior e adquiramos, através dos místicos, dos psíquicos e dos intuitivos, o entendimento do interior que constitui a nossa real natureza, a ciência do espírito.

Tudo tende para a união. O estudo do exterior e o estudo do interior são complementares, pois a evolução do homem acontece em dois sentidos: de fora para dentro, pelo estudo da creação exposta aos órgãos sensoriais (ciência do exterior), e de dentro para fora, pela acção do espírito sobre a matéria (ciência do espírito).

No prosseguimento desses estudos espirituais, descobriremos que, no mais íntimo da nossa alma, existe a fonte de onde todo o conhecimento provém.

Para o receber torna-se necessário que nos entreguemos ao estudo profundo da nossa natureza espiritual, criando as condições espirituais na  observância das leis  divinas para  que  o  espírito se mani- feste através da nossa alma.

Tal como acontece com a substância primordial nas suas fases a que chamamos de matéria, a nossa individualidade espiritual, a nossa alma, paralelamente vai evoluindo rumo ao centro de onde veio em estado primário, simples e ignorante, e ao qual regressará em estado realizado.

Partimos do princípio de que o homem vai naturalmente operar física, mental, emocional e espiritualmente, nas dimensões da forma, servindo-se do seu corpo físico, do pensamento, do intelecto e da vontade, a partir do seu livre arbítrio e da inteligência -ferramentas e atributos do espírito consignados à alma (a individualidade humana em crescimento) - para formar a consciência durante a aprendizagem em suas vidas cíclicas nos mundos materiais.

Ao dar-se assim o contacto com o meio ambiente que o rodeia, os atributos divinos de que é dotado e a componente material de que é revestido com suas solicitações próprias, entram em funcionamento no seu conjunto, provendo a sua subsistência e propagação da  espécie, ainda por instinto advindo do plano animal.


Por outro lado, a ação do espírito sobre a alma em aperfeiçoamento desenvolve-lhe o psiquismo e dá-lhe a sensação de que mais existe para além do mundo que se encontra perante os seus órgãos sensoriais.

 Tertuliano diz-nos: que o homem é religioso por natureza. E nós acrescentamos: ”mesmo ignorando tal condição”.

Deste modo a transformação conjunta, material e espiritual, continua. É um facto. Agora em aspeto mais elevado pois tinha transitado da inconsciência para a semiconsciência, aprontando-se para obter a consciência, rumo à super-consciência e, mais tarde, à supra-consciência.

O homem assistiu à morte e ao nascimento dos seus semelhantes, sentiu dentro de si a vida palpitante e tomou consciência dessa força interior que não via mas que existia.

Perante a imponência dos mundos da forma, da matéria em movimento e dos fenómenos naturais que por vezes se expressam de forma violenta no seu desenvolvimento evolutivo, o homem criou crenças de ordem espiritual através de  superstições e sentimentos   naturais de que não se encontrava só no mundo.
 
Precisava de proteção.

Foi o momento da criação de deuses para todas as suas necessidades prementes e dificultosas. Nessa altura também se manifestaram os psíquicos, que conviviam através da mediunidade com os chamados espíritos, dando assim a consciência da vida para além da morte. Chamaram-lhes feiticeiros, xamãs, etc.

Os celtas são um bom exemplo de tais conceitos espirituais pois através dos druidas, que eram os seus sacerdotes, tinham o culto dos mortos com cujas almas conviviam, bem como os antigos egípcios e os tibetanos, conforme nos informa os Livros dos Mortos.

No médio oriente apareceram os profetas e com o aparecimento de avatares, que traziam doutrinas espirituais, o homem criou religiões, dando-lhes diversas interpretações.

Se fosse possível perguntar a Deus se não se sentia ofendido pelo facto dos homens terem criado deuses, certamente nos responderia que não, porquanto é nessa criação que o procuram a ele.

A tomada da consciência é feita naturalmente com a vivência quotidiana. Pensamos que, principalmente, com a faculdade de sentir.

Se sentimos fome, logo que sempre isto acontece tomamos consciência de que temos que alimentar o nosso veículo físico. Ao ingerirmos os alimentos, se sentimos agrado, tomamos consciência desse prazer, e assim o homem não mais deixou de procurar os prazeres. Prazeres de toda a ordem.

Para que pudéssemos ter sempre o necessário, a criatividade humana entrou em funcionamento, e com isto nasceu o sentimento de posse.

Com o sentimento de posse floresceu o egoísmo e o homem tornou-se avaro.

Mas o sentimento de posse, que tem como consequência o egoísmo, gera o do poder. Então ele não teve dúvidas e enveredou por todos os meios para possuir poder, sobre tudo e todos, dentro dos diversos estados de poder e dos estatutos sociais que ocupava no contexto social da humanidade.

Claro que uns conseguiam atingir esses desideratos, outros não, e assim apareceu uma humanidade de poderosos e ricos e de subalternos e pobres, que ainda hoje se mantém.

Para o efeito criou tribos que chefiou, reinados em que foi rei, impérios em que se tornou imperador, havendo também todos aqueles lugares subalternos que eram a cobiça dos menos afortunados.

E deste modo se foi o homem afastando da sua verdadeira natu-reza e afundando-se nas solicitações do mundo material.

E foi deste modo que apareceram os ditadores, que se construíram organizações mafiosas, que o homem aprendeu a ser dissimulado, falso, traidor e corrupto para obter tudo aquilo que desejava; que a escravatura se instalou no mundo sem dó nem piedade e que a maldade passou a ter cidadania. É a lei do mais forte e do mais   esperto.

E assim foi construindo a sua personalidade ligada a todos estes sentimentos que a sustentam, o nosso eu inferior: “o ego físico, mental e emocional“.

Como o homem arranja sempre uma desculpa, alijou para a manifestação nefasta desse ego a criação de um ser, a que chamou Satã.

Mas… “ai”! Para que ele pudesse manter esta personalidade, necessitava de segurança. E este sentimento tornou-se imperativo.

Então criou leis e tribunais e organizou forças policiais para as fazer cumprir, tendo em conta que no princípio ele era o tribunal e o juiz – tudo era decidido por ele.

Também no contacto com os seus semelhantes e no uso natural da procriação foi desenvolvendo sentimentos diversos: de amor, de maternidade, de paternidade, de filiação, de família, de amizade, de tribo, de país, que envolviam outros sentimentos, como os de grati-dão, admiração, orgulho, vaidade, ódio, etc.

E assim se foi o homem afastando da ingenuidade e da simplicidade, obtendo uma personalidade fictícia complexa e interesseira, de acordo com as suas infindáveis ambições.

Mas no meio de tudo isto apareceram as exceções, os que com maior clareza intuíram a razão de ser da vida e passaram a lutar por um mundo melhor, uma humanidade mais justa.

Vieram ao mundo e tentaram ajudar a humanidade a evoluir dando-lhe códigos de relacionamento e princípios espirituais de acordo com as leis divinas a que, pelo seu esforço, já tinham ascendido, mostrando um caminho baseado na compreensão, na fraternidade e no amor.

Há cinco mil anos, no oriente, foi dada à humanidade, por Lao Tsé, uma preciosidade de sabedoria chamada “o Tao” (que quer dizer: caminho ou via) onde se inspirou Confúcio e outras linhas espiritualistas orientais.

Com a invasão ariana à Índia, nasce, da fusão da filosofia do invasor com os autóctones jainas, a ciência védica, que é um trata-do científico e filosófico de espiritualidade de elevada grandeza.

Os arianos tinham um conceito de carma ativo e os jainas um conceito passivo. Como a atividade cria carma e a passividade se torna neutra – impasse para o progresso evolutivo –, fundiram-se os conceitos e assim nasceu a lei do carma védico atual.

Seiscentos anos antes da nossa era aparece esse grande luminar que se chamava Siddhartha Gautama - o primeiro Buda - e ensina aos homens o caminho que os realiza, a via óctupla, o caminho do meio, ou seja, a forma de alcançar o estado búdico. O nirvana, a autenticidade do ser.

Houve sempre seres humanos que se destacaram na ajuda da evolução tecnológica e espiritual. Basta lembrarmos: “Pitágoras, Krishna, Zaratrusta, Hermes Trimegisto, Sócrates, Platão, Orígenes, Plotínio, Spinosa e tantos outros filósofos, cientistas e religiosos até à atualidade.

E há dois mil anos apareceu o último avatar, Jesus, que deu ao mundo o maior exemplo de sabedoria e espiritualidade, baseado no amor a Deus e ao próximo.

Veio a este mundo em missão de esclarecimento e salvação e  pagou o preço com a sua própria vida terrena, como aconteceu aos seus antecessores. Os poderosos não o podiam suportar; era demais.

Tais doutrinas ameaçavam os poderes instituídos. Eram anunciadores de alterações da ordem pública pois eram uma ameaça aos poderosos, quer do poder político, quer do económico, quer do religioso.

Os séculos XVII, XVIII,XIX e XX foram pródigos no aparecimento de seres para além do vulgar, dentro de todas as áreas do conhecimento, que levaram a humanidade a um estado evolutivo considerável.

Desde sempre, o homem obedeceu mais ao intelecto do que ao espírito. Possuidor de atributos divinos por filiação, criou regras  comportamentais de relação com os seus semelhantes, construiu máquinas fabulosas, edifícios monumentais, iniciou as viagens no espaço exterior, descobriu meios de tratamento de doenças e atingiu  técnicas  de  variada  ordem, que  o  levou a um progresso tecnológico inimaginável. Tudo em nome da ordem, do progresso, da segurança e da religiosidade.

Todas estas conquistas do génio humano serviram as duas partes. No entanto temos que admitir que as grandes descobertas científicas foram, na sua maior parte, aplicadas em armas e horrores de guerra que matam outros seres humanos e espalham a desgraça, o infortúnio, a dor e a miséria.

Deus tinha creado o “bem” e o homem criou aquilo a que chama-mos o “mal”, o que desde o início da creação estava previsto, visto   Deus ter consignado, às suas creaturas, a inteligência e o Livre-arbítrio através do espírito.

Era previsível. Por isso é o homem infeliz e sofredor por sua exclusiva culpa. Talvez por desconhecer que existia a lei de causa e efeito e que, portanto, só se evolui vivendo.

São as duas faces da mesma moeda, na aparente dualidade da creação, pois nada está errado porque Deus é a suprema perfeição. Os opostos não são opostos, são complementos para um desígnio de unidade espiritual objetiva.

Toda esta estrutura social foi sendo gravada e acumulada na mente humana e tornando o homem escravo dela; transmitida às gerações seguintes através da educação de avós para pais e de pais para filhos;  de  ensino  obrigatório  nas  escolas primárias, secundárias e
superiores, pelo que faz parte do modo de estar do homem em sociedade.

Assim foi o homem apanhado na sua própria armadilha, apenas suavizada pela exigência das gerações futuras, mas de tal maneira ainda superficial que ele se sente aprisionado, insatisfeito e infeliz, acorrentado a tanto preceito e preconceito, quer social, quer religioso, que o mantém cego para a realidade, vivendo na incerteza e na ilusão do mundo material com todas as suas nuances de opulência e de precariedade.

Para que a alma humana possa dar o salto quântico, torna-se necessário que o homem pare para se interiorizar. Que deixe de analisar com os dados distorcidos, inquinados e preconceituosos da mente inferior, que ainda é a sede de informação do ego físico, mental e emocional: “ a personalidade “.

Que, observando-se, possa analisar todos os sentimentos negativos que possui, um a um, tomando consciência dos resultados que a sua ação nefasta produz em si principalmente e nos outros, dissecando esses sentimentos até ao extremo, não deixando nada por entender.

Este trajeto deverá ser feito sem pressas, porque a evolução acontece, natural e gradualmente, nos momentos certos para o efeito, visto que o tempo não passa, é pura ilusão nos mundos da forma.

Aquilo a que chamamos tempo, está lá, impávido e sereno. O que passa são as coisas e os seres no seu caminho evolutivo. Por isso, nas dimensões reais, não há tempo nem espaço.

Quando qualquer destes sentimentos negativos adquiridos do passado deixar de ter qualquer segredo para o Homem, este abandona-os naturalmente, porque neles nada há mais para desvendar e uma nova consciencialização o inunda de tal forma, que ele se vai apercebendo do ilusório e do real, como se uma nova vida tivesse desabrochando. É o momento do aparecimento da super-consciência.

Com este processo de coragem espiritual, o homem expulsou-se da mente inferior e integrou-se na mente superior. Agora o seu ego físico, mental, emocional, habita outro plano de consciência.

Se tivermos a capacidade de, através de uma visão de síntese, ver passar toda esta transformação da creação em amplitude cósmica, em termos materiais de uma minúscula ameba ao corpo físico mais complexo e perfeito que conhecemos e, em termos espirituais, de uma simples substância semi-material, semi-espiritual, à sua completa espiritualização e perfeição repleta de beleza, de inteligência e de sabedoria, adornada pelo amor divino que lhe confere o espírito com o qual se unificou, sendo um, sem o ser deixar de ser quem é, ficaremos de certeza extasiados perante as maravilhas da creação, nos seus aspetos de perfeição, de cor, de som, de harmonia e de felicidade irradiante.
 
E é aqui, nesse preciso momento, que o sonho alquímico se torna realidade ao ser transformado o chumbo em ouro de incomparável magnitude.

É a odisseia da aventura cósmica do homem e é por isso que tem que pugnar, continuando a esforçar-se por atingir o conhecimento adequado, para deixar de valorizar o ter e passar unicamente a “Ser”.

Desde a noite dos tempos que ele tem sido transmitido, através daqueles que o legaram, quer oralmente, quer por escrito, à humanidade e que faz parte intrínseca do saber da nossa natureza real: “ o Divino no homem.”

Deste modo o homem, de transformação em transformação, continuará a evoluir em perfeição e sabedoria, rumo à supra consciência.

À medida que penetramos nas profundezas do saber espiritual, enche-nos um sentimento de que sempre o sentimos e de que sempre esteve presente. É como que recordar.

 Abrame
Com um abraço espiritual
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Janeiro 11, 2018, 16:23:06 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto do Abrame retirado da sua biblioteca, sem data, para vossa apreciação.

         A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM

Embora a realidade do homem seja essência espiritual à imagem e semelhança do Creador, ou seja, da fonte da vida, de onde a creação que se encontrava em potência proveio, necessitou a componente espiritual, no seu trajeto evolutivo para que pudesse experienciar essa creação, de servir-se dos diversos graus energéticos e dos estados de matéria.

Assim, quando se fala da transformação evolutiva do Homem, ter-se-á que considerá-lo no seu todo constitutivo nos mundos da forma, pelo que partimos do princípio de que o homem é composto por veículo físico, alma e espírito, sendo que a estrutura mental constituída pelos pensamentos, o intelecto e a consciência produzida pela sua evolução têm a sua sede na alma.

Quando a substância semi-material, semi-espiritual, atingiu as condições necessárias para receber o espírito – “o sopro divino” de que nos fala o Génesis – acontecia que, simultaneamente, o corpo material adquiria a performance rudimentar para dar lugar ao evento do surgimento do plano hominal.

No entanto faltava ainda, para se concretizar, que aquela substância passível de espiritualização e perfeição desenvolvesse  a sua função de elo de ligação entre a matéria corporal e o espírito.

Alguns milhares de séculos se passaram em que a condução do corpo foi dirigida pelo espírito do exterior.

Após a adaptação da substância semi-material, semi-espiritual, à matéria densa corporal necessária à ligação com o espírito, deu-se a harmonização específica dos sexos em termos de hominalidade, do yin e do yang, do elemento negativo e do positivo.
 
Assim, naturalmente, tornou-se num corpo causal - a que chama-mos a alma humana - que mais não é que a individualidade do homem em evolução, servindo de corpo do espírito e com o qual se unirá quando atingir a sua sublimação.

É esta substância semi-material, semi-espiritual, que aparece junto ao princípio material, envolvendo-o desde o início da creação, tendo percorrido, experienciando, os planos mineral, vegetal e animal, como alma-grupo em termos de mônada, em cada um deles.

Não podemos deixar de levar em atenção toda a vida microscópica, que é a base inicial em seus entrosamentos de adaptação ajustáveis no  sentido evolutivo de aperfeiçoamento, que se estende até à vida macroscópica.

Estes elementos são os chamados “infinitamente pequenos “(o quantum, os átomos, as moléculas, as células, as bactérias, as amebas, etc.)”, simples e compostos.

O laboratório cósmico, através dos elementos constituintes, tinha produzido, em muitas experiências corporais, o corpo necessário à manifestação da vida de consciência individualizada secundado pela excelsitude da inteligência criativa e dedutiva que lhe confere o espírito - imanação divina na forma, na sua própria creação.

Conforme nos declara Lavoisier: nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. A análise que fazemos confirma esta assertiva porquanto pensamos que nada se cria porque tudo já está creado, assim como nada se perde porque tudo está dentro, visto o fora não existir e tudo se transforma porque é esse o desígnio objetivo do Creador - o aparecimento de creaturas altamente evoluídas e espiritualizadas.

A fonte da vida, a divindade, é absoluta; não tem o fora. Tudo se encontra dentro. No universo tudo age, reage e interage, porque tudo está em tudo e tudo influencia tudo. Segundo Paulo de Tarso: Deus é aquela realidade, na qual vivemos e temos o nosso ser.

O fora só tem sentido nos mundos da forma onde existe a sensação ilusória de separação. O dentro de, o fora de..., fazem parte de um todo absoluto de unidade divina.

Sabe-se hoje, devido à ação pesquisadora de arqueólogos geólogos e biólogos em conjunto com cientistas de outras áreas do conhecimento, que para além do aparecimento, no sul do continente africano - Namíbia -, do homo sapiens, que existiu mais ou menos há um milhão de anos, foram encontrados em diversas partes do globo, fósseis com diferenciações físicas, que demonstram a ação transformadora e reguladora do ADN no infinito laboratório cósmico.


O ADN (ácido desoxirribonucleico) é o elemento intrínseco em toda a creação, que contém toda a informação genética responsável pela transformação do princípio material, em presença de todo o meio ambiente cósmico, adaptando os seres às condições de vida nos diversos planos de frequência vibratória onde a vida se manifesta. “E tudo é vida”.

Mencionamos alguns a título de exemplo: os Australopitecos Alferensis, pré-humanos, estimando-se a sua existência entre 4 a 3 milhões de anos; os Homo Habilis, pertencentes ao ramo que entroncou no ramo evolutivo que deu lugar, no seu desenvolvi- mento, ao Homo Sapiens; os Homo Eretos; o Neandertal e o Homo Sapiens, do qual nós, seres humanos, somos possuidores da estrutura física evoluída atualizada.

Muitos outros fósseis se encontram catalogados e datados que apresentam alterações significativas como, por exemplo, ter-se encontrado um homo sapiens mais evoluído que teria existido entre os 300 e 50 mil anos, o que vem comprovar a natural evolução da matéria na procura de corpos cada vez mais perfeitos e permeáveis, em adaptação de sensibilidade à evolução da alma.
 
Nesta altura o homem acabava de expulsar-se do paraíso terreno e integrava-se nos mundos da forma em condições de semiconsciência.

Os dados científicos acima descritos, tornam-se necessários para comprovar que tudo evolui na creação de uma forma natural e inteligentemente dirigida. É neste sentido que devemos perceber a importância da ciência no estudo aprofundado do exterior.

Também aqui se comprova que o homem obtém este conhecimento de uma forma gradual e de trajeto evolutivo.

Tudo evolui harmoniosamente, em equilíbrio e em forma proporcional com o todo cósmico, embora, pela análise superficial, nos pareça que assim não sucede.

Deixemos a ciência, no seu trajeto evolutivo, para aqueles que enveredaram pela missão de explicar com dados científicos o funcionamento do exterior e adquiramos, através dos místicos, dos psíquicos e dos intuitivos, o entendimento do interior que constitui a nossa real natureza, a ciência do espírito.

Tudo tende para a união. O estudo do exterior e o estudo do interior são complementares, pois a evolução do homem acontece em dois sentidos: de fora para dentro, pelo estudo da creação exposta aos órgãos sensoriais (ciência do exterior), e de dentro para fora, pela ação do espírito sobre a matéria (ciência do espírito).

No prosseguimento desses estudos espirituais, descobriremos que, no mais íntimo da nossa alma, existe a fonte de onde todo o conhecimento provém.

Para o receber torna-se necessário que nos entreguemos ao estudo profundo da nossa natureza espiritual, criando as condições espirituais na  observância das leis  divinas para  que  o  espírito se mani- feste através da nossa alma.

Tal como acontece com a substância primordial nas suas fases a que chamamos de matéria, a nossa individualidade espiritual, a nossa alma, paralelamente vai evoluindo rumo ao centro de onde veio em estado primário, simples e ignorante, e ao qual regressará em estado realizado.

Partimos do princípio de que o homem vai naturalmente operar física, mental, emocional e espiritualmente, nas dimensões da forma, servindo-se do seu corpo físico, do pensamento, do intelecto e da vontade, a partir do seu livre arbítrio e da inteligência -ferramentas e atributos do espírito consignados à alma (a individualidade humana em crescimento) - para formar a consciência durante a aprendizagem em suas vidas cíclicas nos mundos materiais.

Ao dar-se assim o contacto com o meio ambiente que o rodeia, os atributos divinos de que é dotado e a componente material de que é revestido com suas solicitações próprias, entram em funcionamento no seu conjunto, provendo a sua subsistência e propagação da  espécie, ainda por instinto advindo do plano animal.


Por outro lado, a ação do espírito sobre a alma em aperfeiçoamento desenvolve-lhe o psiquismo e dá-lhe a sensação de que mais existe para além do mundo que se encontra perante os seus órgãos sensoriais.

 Tertuliano diz-nos: que o homem é religioso por natureza. E nós acrescentamos: ”mesmo ignorando tal condição”.

Deste modo a transformação conjunta, material e espiritual, continua. É um facto. Agora em aspeto mais elevado pois tinha transitado da inconsciência para a semiconsciência, aprontando-se para obter a consciência, rumo à superconsciência e, mais tarde, à supraconsciência.

O homem assistiu à morte e ao nascimento dos seus semelhantes, sentiu dentro de si a vida palpitante e tomou consciência dessa força interior que não via mas que existia.

Perante a imponência dos mundos da forma, da matéria em movimento e dos fenómenos naturais que por vezes se expressam de forma violenta no seu desenvolvimento evolutivo, o homem criou crenças de ordem espiritual através de  superstições e sentimentos   naturais de que não se encontrava só no mundo.
 
Precisava de proteção.

Foi o momento da criação de deuses para todas as suas necessidades prementes e dificultosas. Nessa altura também se manifestaram os psíquicos, que conviviam através da mediunidade com os chamados espíritos, dando assim a consciência da vida para além da morte. Chamaram-lhes feiticeiros, xamãs, etc.

Os celtas são um bom exemplo de tais conceitos espirituais pois através dos druidas, que eram os seus sacerdotes, tinham o culto dos mortos com cujas almas conviviam, bem como os antigos egípcios e os tibetanos, conforme nos informa os Livros dos Mortos.

No médio oriente apareceram os profetas e com o aparecimento de avatares, que traziam doutrinas espirituais, o homem criou religiões, dando-lhes diversas interpretações.

Se fosse possível perguntar a Deus se não se sentia ofendido pelo facto dos homens terem criado deuses, certamente nos responderia que não, porquanto é nessa criação que o procuram a ele.

A tomada da consciência é feita naturalmente com a vivência quotidiana. Pensamos que, principalmente, com a faculdade de sentir.

Se sentimos fome, logo que sempre isto acontece tomamos consciência de que temos que alimentar o nosso veículo físico. Ao ingerirmos os alimentos, se sentimos agrado, tomamos consciência desse prazer, e assim o homem não mais deixou de procurar os prazeres. Prazeres de toda a ordem.

Para que pudéssemos ter sempre o necessário, a criatividade humana entrou em funcionamento, e com isto nasceu o sentimento de posse.

Com o sentimento de posse floresceu o egoísmo e o homem tornou-se avaro.

Mas o sentimento de posse, que tem como consequência o egoísmo, gera o do poder. Então ele não teve dúvidas e enveredou por todos os meios para possuir poder, sobre tudo e todos, dentro dos diversos estados de poder e dos estatutos sociais que ocupava no contexto social da humanidade.

Claro que uns conseguiam atingir esses desideratos, outros não, e assim apareceu uma humanidade de poderosos e ricos e de subalternos e pobres, que ainda hoje se mantém.

Para o efeito criou tribos que chefiou, reinados em que foi rei, impérios em que se tornou imperador, havendo também todos aqueles lugares subalternos que eram a cobiça dos menos afortunados.

E deste modo se foi o homem afastando da sua verdadeira natureza e afundando-se nas solicitações do mundo material.

E foi deste modo que apareceram os ditadores, que se construíram organizações mafiosas, que o homem aprendeu a ser dissimulado, falso, traidor e corrupto para obter tudo aquilo que desejava; que a escravatura se instalou no mundo sem dó nem piedade e que a maldade passou a ter cidadania. É a lei do mais forte e do mais   esperto.

E assim foi construindo a sua personalidade ligada a todos estes sentimentos que a sustentam, o nosso eu inferior: “o ego físico, mental e emocional“.

Como o homem arranja sempre uma desculpa, alijou para a manifestação nefasta desse ego a criação de um ser, a que chamou Satã.

Mas… “ai”! Para que ele pudesse manter esta personalidade, necessitava de segurança. E este sentimento tornou-se imperativo.

Então criou leis e tribunais e organizou forças policiais para as fazer cumprir, tendo em conta que no princípio ele era o tribunal e o juiz – tudo era decidido por ele.

Também no contacto com os seus semelhantes e no uso natural da procriação foi desenvolvendo sentimentos diversos: de amor, de maternidade, de paternidade, de filiação, de família, de amizade, de tribo, de país, que envolviam outros sentimentos, como os de gratidão, admiração, orgulho, vaidade, ódio, etc.

E assim se foi o homem afastando da ingenuidade e da simplicidade, obtendo uma personalidade fictícia complexa e interesseira, de acordo com as suas infindáveis ambições.

Mas no meio de tudo isto apareceram as exceções, os que com maior clareza intuíram a razão de ser da vida e passaram a lutar por um mundo melhor, uma humanidade mais justa.

Vieram ao mundo e tentaram ajudar a humanidade a evoluir dando-lhe códigos de relacionamento e princípios espirituais de acordo com as leis divinas a que, pelo seu esforço, já tinham ascendido, mostrando um caminho baseado na compreensão, na fraternidade e no amor.

Há cinco mil anos, no oriente, foi dada à humanidade, por Lao Tsé, uma preciosidade de sabedoria chamada “o Tao” (que quer dizer: caminho ou via) onde se inspirou Confúcio e outras linhas espiritualistas orientais.

Com a invasão ariana à Índia, nasce, da fusão da filosofia do invasor com os autóctones jainas, a ciência védica, que é um tratado científico e filosófico de espiritualidade de elevada grandeza.

Os arianos tinham um conceito de carma ativo e os jainas um conceito passivo. Como a atividade cria carma e a passividade se torna neutra – impasse para o progresso evolutivo –, fundiram-se os conceitos e assim nasceu a lei do carma védico atual.

Seiscentos anos antes da nossa era aparece esse grande luminar que se chamava Siddhartha Gautama - o primeiro Buda - e ensina aos homens o caminho que os realiza, a via óctupla, o caminho do meio, ou seja, a forma de alcançar o estado búdico. O nirvana, a autenticidade do ser.

Houve sempre seres humanos que se destacaram na ajuda da evolução tecnológica e espiritual. Basta lembrarmos: “Pitágoras, Krishna, Zaratrusta, Hermes Trimegisto, Sócrates, Platão, Orígenes, Plotínio, Spinosa e tantos outros filósofos, cientistas e religiosos até à atualidade.

E há dois mil anos apareceu o último avatar, Jesus, que deu ao mundo o maior exemplo de sabedoria e espiritualidade, baseado no amor a Deus e ao próximo.

Veio a este mundo em missão de esclarecimento e salvação e  pagou o preço com a sua própria vida terrena, como aconteceu aos seus antecessores. Os poderosos não o podiam suportar; era demais.

Tais doutrinas ameaçavam os poderes instituídos. Eram anunciadores de alterações da ordem pública pois eram uma ameaça aos poderosos, quer do poder político, quer do económico, quer do religioso.

Os séculos XVII, XVIII,XIX e XX foram pródigos no aparecimento de seres para além do vulgar, dentro de todas as áreas do conhecimento, que levaram a humanidade a um estado evolutivo considerável.

Desde sempre, o homem obedeceu mais ao intelecto do que ao espírito. Possuidor de atributos divinos por filiação, criou regras  comportamentais de relação com os seus semelhantes, construiu máquinas fabulosas, edifícios monumentais, iniciou as viagens no espaço exterior, descobriu meios de tratamento de doenças e atingiu  técnicas  de  variada  ordem, que  o  levou a um progresso tecnológico inimaginável. Tudo em nome da ordem, do progresso, da segurança e da religiosidade.

Todas estas conquistas do génio humano serviram as duas partes. No entanto temos que admitir que as grandes descobertas científicas foram, na sua maior parte, aplicadas em armas e horrores de guerra que matam outros seres humanos e espalham a desgraça, o infortúnio, a dor e a miséria.

Deus tinha creado o “bem” e o homem criou aquilo a que chama-mos o “mal”, o que desde o início da creação estava previsto, visto   Deus ter consignado, às suas creaturas, a inteligência e o Livre-arbítrio através do espírito.

Era previsível. Por isso é o homem infeliz e sofredor por sua exclusiva culpa. Talvez por desconhecer que existia a lei de causa e efeito e que, portanto, só se evolui vivendo.

São as duas faces da mesma moeda, na aparente dualidade da creação, pois nada está errado porque Deus é a suprema perfeição. Os opostos não são opostos, são complementos para um desígnio de unidade espiritual objetiva.

Toda esta estrutura social foi sendo gravada e acumulada na mente humana e tornando o homem escravo dela; transmitida às gerações seguintes através da educação de avós para pais e de pais para filhos;  de  ensino  obrigatório  nas  escolas primárias, secundárias e superiores, pelo que faz parte do modo de estar do homem em sociedade.

Assim foi o homem apanhado na sua própria armadilha, apenas suavizada pela exigência das gerações futuras, mas de tal maneira ainda superficial que ele se sente aprisionado, insatisfeito e infeliz, acorrentado a tanto preceito e preconceito, quer social, quer religioso, que o mantém cego para a realidade, vivendo na incerteza e na ilusão do mundo material com todas as suas nuances de opulência e de precariedade.

Para que a alma humana possa dar o salto quântico, torna-se necessário que o homem pare para se interiorizar. Que deixe de analisar com os dados distorcidos, inquinados e preconceituosos da mente inferior, que ainda é a sede de informação do ego físico, mental e emocional: “ a personalidade “.

Que, observando-se, possa analisar todos os sentimentos negativos que possui, um a um, tomando consciência dos resultados que a sua ação nefasta produz em si principalmente e nos outros, dissecando esses sentimentos até ao extremo, não deixando nada por entender.

Este trajeto deverá ser feito sem pressas, porque a evolução acontece, natural e gradualmente, nos momentos certos para o efeito, visto que o tempo não passa, é pura ilusão nos mundos da forma.

Aquilo a que chamamos tempo, está lá, impávido e sereno. O que passa são as coisas e os seres no seu caminho evolutivo. Por isso, nas dimensões reais, não há tempo nem espaço.

Quando qualquer destes sentimentos negativos adquiridos do passado deixar de ter qualquer segredo para o Homem, este abandona-os naturalmente, porque neles nada há mais para desvendar e uma nova consciencialização o inunda de tal forma, que ele se vai apercebendo do ilusório e do real, como se uma nova vida tivesse desabrochando. É o momento do aparecimento da supraconsciência.

Com este processo de coragem espiritual, o homem expulsou-se da mente inferior e integrou-se na mente superior. Agora o seu ego físico, mental, emocional, habita outro plano de consciência.

Se tivermos a capacidade de, através de uma visão de síntese, ver passar toda esta transformação da creação em amplitude cósmica, em termos materiais de uma minúscula ameba ao corpo físico mais complexo e perfeito que conhecemos e, em termos espirituais, de uma simples substância semi-material, semi-espiritual, à sua completa espiritualização e perfeição repleta de beleza, de inteligência e de sabedoria, adornada pelo amor divino que lhe confere o espírito com o qual se unificou, sendo um, sem o ser deixar de ser quem é, ficaremos de certeza extasiados perante as maravilhas da creação, nos seus aspetos de perfeição, de cor, de som, de harmonia e de felicidade irradiante.
 
E é aqui, nesse preciso momento, que o sonho alquímico se torna realidade ao ser transformado o chumbo em ouro de incomparável magnitude.

É a odisseia da aventura cósmica do homem e é por isso que tem que pugnar, continuando a esforçar-se por atingir o conhecimento adequado, para deixar de valorizar o ter e passar unicamente a “Ser”.

Desde a noite dos tempos que ele tem sido transmitido, através daqueles que o legaram, quer oralmente, quer por escrito, à humanidade e que faz parte intrínseca do saber da nossa natureza real: “ o Divino no homem.”

Deste modo o homem, de transformação em transformação, continuará a evoluir em perfeição e sabedoria, rumo à supra consciência.

À medida que penetramos nas profundezas do saber espiritual, enche-nos um sentimento de que sempre o sentimos e de que sempre esteve presente. É como que recordar.

 ABRAME
Com um grande abraço espiritual.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Fevereiro 08, 2018, 16:27:14 pm
Companheiros do Caminho
Um amigo nosso que tem tido ligações espirituais connosco nos entregou um texto de Baruch Spinoza devido ao muito que temos conversado e por que achámos muito interessante e por isso o colocamos aqui para vossa apreciação. Spinoza viveu no nossa planeta nos anos de 1632 a 1677.
 
 TEXTO DE BARUCH SPINOZA
Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar de tua vida miserável. Eu nunca te disse que há algo de mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras que nada têm a ver comigo. Se não podes-me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais-me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prémios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso-te dar um conselho. Vive como senão o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertistes… Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acarinhas teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Tu sentes olhado surpreendido? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.
BARUCH SPINOZA

Um abraço fraterno de Abrame.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Março 11, 2018, 12:22:41 pm
Companheiros do Caminho
Uma pequena história para vossa apreciação.

               A  LENDA
            A  HISTÓRIA DE UM HOMEM
Era uma vez um homem que nasceu num povoado de pessoas muito simples e pobres, junto ao qual existia uma montanha muito alta, tão alta que se não via o seu cume.
Desde pequenino ouvia contar à lareira uma lenda que dizia: Quando alguém conseguisse chegar, a pé, ao cume daquela montanha, todo nu, e tivesse bastante coragem, força de vontade e conseguisse não duvidar da veracidade do conto, encontraria a maior riqueza que não se pode sequer imaginar e, com ela, uma felicidade sem limites.
Como dolorosa era a sua vida recheada de trabalho e cansaço, perguntava-se: Será que a lenda é verdadeira ou não? Serei eu capaz de subir tão alto? A dúvida era imensa.
E um dia, já entrado nos anos, pensou: Sinto-me atraído para saber a verdade, já não tenho o vigor que tinha mas devagar, passo a passo, gradualmente, vou tentar, antes que morra, tentar saber e dizer aos meus pobres conterrâneos se a sua lenda, que atravessara tantas vidas, seria verdadeira ou apenas mais uma história.
E assim aconteceu. Preparou-se para a escalada e pôs-se a caminho. E, subindo a montanha, ia-se despojando da roupa que levava. Primeiro tirou o chapéu, depois o cachecol e ia andando e, mais além, a camisa, a meio, as calças, mais ao longe, as roupas interiores. Olhou para cima e viu que ainda lhe faltava bastante mas não esmoreceu e continuou.
E, quase perto do cimo, parou e deitou fora as botas completamente destroçadas pela caminha e, descalço, alcançou o cume da montanha.
Estava deserto. Apenas se encontrava uma grande pedra no meio daquele pequeno terraço e, completamente exausto, sentou-se nela e ainda lhe surgiu a dúvida; mas ele tinha acalentado tantos anos a veracidade daquela lenda que, de súbito, disse para si mesmo; "retire-se de mim a ilusória dúvida para que não tenha este esforço final sido em vão".
De imediato a montanha se iluminou e o envolvimento amoroso que sentiu foi algo impossível de descrever e olhando lá do alto a extensão do mundo, tomou conhecimento de tudo e no maio de grande alegria e felicidade uma enorme compaixão envolveu todo o seu ser translúcido que, abarcando dimensões infinitas, varreu de si todas as dúvidas e o fez sentir-se uno com o infinito.
Logo se sentiu desejoso de comunicar aos seus conterrâneos que a lenda era verdadeira mas logo sentiu dentro de si um grande silêncio e, de seguida, no meio daquele silêncio, foi tomando consciência do aviso que ia compreendendo.

Não podes! Porque aquilo que agora sabes, a humanidade não tem palavras que o possam descrever e, por isso, não compreenderiam o que dissesses e achariam que tinhas enlouquecido e, como sempre, não acreditariam em ti.
 
Abrame   
Com um abraço fraternal.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Maio 09, 2018, 16:49:02 pm
Companheiros do Caminho
Para vossa apreciação mais um texto do Abrame que retirei do conjunto de textos guardados por ele.

      Estágios do homem cósmico
      e desiderato da humanidade

Atingir a vida eterna não é como quem chega a um qualquer lugar, mas sim uma longa epopeia de vivência cósmica, que se transforma numa jornada épica e inebriante de realização.

Todo e qualquer ser, em demanda do infinito, está sempre a uma distância infinita, disse alguém.

Nesta jornada da evolução do ser não há paragens. Há sempre caminhos abertos, rumo a estágios superiores.

Iremos de conhecimento em conhecimento, de glória em glória, de beatitude em beatitude, como afirma Paulo de Tarso.

Tudo nos foi transmitido como ensinamentos ao longo dos milénios, através de simbolismos esotéricos, para levar os seres a procurar a sua natureza real, desenvolvendo assim a vontade e a inteligência, em vivência contínua com a creação.

O objetivo a alcançar é a realização total de individualidades, de alta expressão espiritual.

O Génesis é disso um enorme exemplo que, na medida do possível, procuraremos descodificar de uma forma sintética, como não poderá deixar de ser.

Cinco são os estágios básicos da evolução humana, com seus sete sub-estágios cada, até atingir a realização espiritual real.


1° - pré-animal/hominal
2° - animal/hominal
3° - hominal
4° - hominal/espiritual
5° - espiritual

Haverá ainda o 6º e o 7º estágio que serão o trajeto final para a conclusão evolutiva, sendo que o sexto lhe permitirá pela consciência adquirida nos estágios anteriores a harmonia ditada pela evolução espiritual de que o homem ainda está para além do que pensava ser e ao percorrer o 7º estágio, obterá em qualquer altura aquilo a que se chamou a iluminação, ou seja, Aquilo que é, A Essência por imanação do Espírito Divino, onde se conjuga a Consciência Universal com a imortalidade.

Quando a vida atingiu, no organismo animal, a expressão máxima, cedeu lugar ao plano hominal pelo advento da eclosão da inteligência e depois, mais adiante, da razão.

No homem, a sua natureza específica consiste na inteligência do intelecto e na razão da logosfera, ou seja, segundo o Génesis, no sibilo da serpente e no sopro divino.

A inteligência do ego e a razão do eu coincidem com a origem do homem porque, anteriormente a esta consciência dual, existia como ordem dominante somente a vida orgânica.

A primeira aparece consciente de si, através dos órgãos sensoriais. A segunda existe em estado potencial de consciência.

Deste modo, foi inevitável a supremacia do ego secundado pela inteligência, ou seja, pela simbólica serpente.

É interessante verificar que nas revelações de todos os povos, a serpente é apresentada como símbolo da inteligência.

Jesus também se serve da serpente, como símbolo de inteligência, quando diz: sede prudentes como a serpente
.
Cosmicamente, manifesta-se a serpente da vitalidade no ser humano, em três aspetos:

1º - como vitalidade sexual
2° - como vitalidade mental
3° - como vitalidade espiritual

Quando a Kundalini, como lhe chamam os hindus, está enroscada, adormecida, é inconsciente e instintiva.

Quando se desenrosca e rasteja horizontalmente, representa a ego-consciência e a intelectualidade.

Quando erguida verticalmente, representa o eu superior, ou seja, é o cosmo consciente e espiritual.

Não se trata dum animal réptil ou o diabo. É a representação simbólica da natureza humana, no seu aspeto tríplice, desde o primeiro ao último estágio.

No primeiro, segundo e terceiro estágios evolutivos do homem, ainda se processa a quantificação pela ação grosseira da matéria, passando, gradualmente, a haver qualificação da individualidade humana pelo aperfeiçoamento e elevação da sensibilidade do ser, no quarto e quinto estágios.

Assim, no quarto e quinto estágios evolutivos, não há mais tendência de quantificação extensiva mas qualificação intensiva do homem cósmico, cuja evolução consciencial regista maior abrangência e perfeição rumo à realização do plano hominal.

A erótica horizontal será convertida pela mística vertical. Por fim, o hominal dará lugar ao anjo do amor.

Segundo os livros sacros, o planeta Terra será um dia lar de uma nova humanidade, livre do joio que tanto sofrimento e dor causam ao homem.

A nova humanidade cósmica terá dificuldade em admitir que tivesse sido protagonista das tragédias da humanidade do nosso tempo, exercendo possessividade, agressividade, sexualidade adulterada e sendo vítima de enfermidades de toda a espécie.

Estando revelado que, na Terra, pela manifestação do espírito, haverá um novo céu, haverá também uma nova Terra pela ação da matéria em evolução.

Os Eloim, que não deixavam ascender o homem aos planos espirituais superiores por ainda não estarem reunidas as condições necessárias, permitirão ao homem anjo o acesso à árvore da vida eterna, do quarto e quinto estágios.

No Génesis, aparentemente, a serpente rastejante é inimiga dos Eloim e parece trabalhar para que o homem não atinja o objetivo proposto: construir a sua individualidade, à imagem e semelhança de Deus.

Mas o que acontece é que ela se verticaliza, e todos os que foram dominados pela serpente do ego serão redimidos pela serpente vivificante do eu superior, ou seja, pela nova creatura em Cristo, como nos diz Paulo de Tarso.

O Génesis, tal como narra, em jeito de uma história, os acontecimentos da creação, está ainda nos primeiros estágios, tendo que percorrer os estágios seguintes, bastante dolorosos, até se atingir as culminâncias estabelecidas pelas potências creadoras.

Após a reunião de todos os elementos do primeiro estágio e quando o homem, ainda infra-humano, vivia no plano pré-racional do éden terreno, em que a sua ascensão se baseava na transição do seu estado subconsciente para o nível consciente, é a serpente que lhe sugere essa transição, manifestando-se assim como símbolo da inteligência individual, ao dizer para comerem da árvore do conhecimento.

Assim, quando o homem primitivo emergiu do elemento obscuro da inconsciência, ou seja, da subconsciência animal ao fim de milhões de séculos, despontou na aurora da autoconsciência.

A história que nos foi contada, da expulsão do homem do paraíso ao bom jeito da transmissão esotérica que se perde na noite dos tempos, é apenas e só uma alegoria.

O infra-homem, quando em vias de se tornar homem, expulsou-se do paraíso da sua inocência subconsciente, ascendendo do nível da impecabilidade animal para o da pecabilidade humana, senhor, que já passara a ser, do seu livre-arbítrio, dotado de inteligência.

Tinha chegado ao ponto de perceber o bem e o mal.

Aliás, este é o processo padrão cósmico que preside a todos os planos ascensionais, desde a matéria mais densa, periférica, ao plano do espírito puro, seguindo as alterações cíclicas das frequências vibratórias.

Jesus também se expulsou do estágio espiritual terreno ao emergir no plano crístico.

Tudo isto é evolução, contida no potencial creativo divino onde tudo é, desde o princípio.

As incompreensíveis antíteses do passado e do presente, serão solucionadas pela surpreendente síntese do futuro, onde a lei de causa e efeito se desdobra ao longo de milénios, ajustando e reajustando a expansão da consciência humana.

A consciência do ser desenvolve-se no compreender e aprender em milhões de vidas, em espiral, tornando-se cada vez mais abrangente em compreensão e sabedoria, motivo pelo qual consciencialização é sinónimo de evolução.

Os sofrimentos, as dificuldades, os paradoxos da vida, na forma que o ser defronta, nada mais são que resistências que é necessário ultrapassar porque, sem essas resistências, não há evolução.

É a parábola do filho pródigo, de Jesus, e do épico Bhagavad Gita védico.

O conjunto das nossas negatividades, que agora com maior consciência nos atormentam, são passagens da nossa ascensão, necessárias porque Deus escreve direito pelas linhas tortas dos homens.

Tudo aquilo que se nos apresenta como derrotas de Deus, são vitórias divinas na prossecução dos objetivos da creação.

Pelo contrário, todas as ilusórias vitórias, de que o homem com tanto orgulho e vaidade se reveste, são derrotadas pelas leis universais.

Onde abundou o pecado, superabundou a graça.

Pensa o homem, com orgulho, que por ter livre-arbítrio, secundado pela inteligência, que é senhor do seu destino porque desconhece que por detrás da sua evolução visível, existem poderes invisíveis que orientam e controlam a evolução total do cosmos.

A liberdade do homem é um facto e ela existe sim, e torna-o responsável pelos seus atos. Mas essa liberdade humana está inserida na liberdade da consciência do universo. A ego-consciência do homem é controlada pela cosmo-consciência do infinito.

Segundo os livros sacros, na Terra era o Cristo que possuía todos os poderes, no céu das forças invisíveis e na terra das coisas visíveis. O único, porque ele é a divindade imanente em espírito.

Por isso, harmonizar a natureza humana com o espírito do Cristo, é estar em harmonia com Deus, é a razão de ser da nossa encarnação terrestre.

Através de milhares de anos, enviou a divindade, para todos os quadrantes do nosso planeta, os seus mensageiros sendo que o último dos grandes avatares surgiu no Médio Oriente e sintetizou, em temas relevantes e profundos, a eterna sabedoria dos séculos e milénios.

Agora chegados ao terceiro milénio, em plena era de Aquário, está a realizar-se a grande triagem, a separação entre os filhos das trevas e os da luz.

Muitos eram os chamados e poucos os escolhidos, segundo o que se encontra profeticamente escrito.

Todos os homens eram requeridos para a etapa evolutiva deste ciclo e poucos atingiram a meta proposta, visto que poucos responderam à sua vocação pela evocação.

A presente humanidade está entre o fim de um ciclo evolutivo e o princípio de outro. Os evolvidos serão a semente de continuidade para uma nova humanidade, pela sua elevação regenerativa. Os não evolvidos ficarão aguardando a repetição do ciclo transacto, com a humanidade que a precede.

Chegados são pois os tempos, mencionados por Jesus, para a separação do trigo do joio, que se fará com a naturalidade que a perfeição da creação contempla. É a colheita da sementeira espiritual.

Percorridos que foram os primeiro, segundo, terceiro e quarto períodos da creação, diz-se no Génesis que os Eloim viram que era bom.

Ultrapassados o sexto e sétimo períodos da creação, diz ainda o Génesis que eles viram que era muito bom.

O que era bom foi o aparecimento das outras creaturas, e o que era muito bom foi o aparecimento da creatura que, com seu livre-arbítrio, é responsável por seu destino: o homem.

Em presença dessa diferença entre o bom e o que era muito bom, seria de esperar que essa diferença se efetivasse também no agir do homem, porquanto, dotado de livre-arbítrio e inteligência, ele pode e deve. E quem pode e deve e não faz, cria débito, e todo o débito gera sofrimento.

A ascensão de todas as outras creaturas faz-se automaticamente, num processo determinístico, intrinsecamente inserido na própria creação, pela ação dos respetivos elementos constituintes, dependentes das leis do creador.

A ascensão do homem depende dele mesmo, da sua vontade, porque é livre no seu agir. O sopro divino eclodiu nele. Essa eclosão do espírito não se efetuou instantaneamente. Percorreu todos os trâmites de conjugação estrutural do primeiro estágio, e parte do segundo, até adquirir as condições necessárias para o efeito.

A transição do estado vital para a consciência espiritual é trabalhada através de período de absorção intelectual, no segundo estágio, e plena efetivação intelectual no terceiro.

É sabido que, pela inteligência, o homem não se torna bom, mas adquire erudição. O grosso da humanidade, até hoje, é apenas intelectual, mas não verdadeiramente espiritual.

A serpente venceu, aparentemente, o espírito. O homem acha-se, ainda, no segundo e terceiro estágios da sua evolução cíclica, no plano hominal.

O homem obedeceu, desde sempre, mais à inteligência do que ao espírito. Comeu do fruto proibido, da árvore do bem e do mal, estagnou na animalidade Intelectualizada e, por vezes, ainda hoje desce abaixo dela, contrariando desse modo, a ordem evolutiva das potências creadoras. É na permanência desta atitude que se atribui a culpa universal da humanidade.

O homem, dominado pelo desejo e pelo egoísmo, viola constantemente as leis da creação, criando culpas que se traduzem em débito e que terão de ser solvidas, pela experiência vivida dessas violações pelo culpado, como meio de aprendizagem e consciencialização.

A colmatar esta situação, existe a lei de causa e efeito que tem, como complemento lógico, a lei da reencarnação.

As culpas do ego intelectual só terminam quando o eu espiritual despertar e o homem mergulhar no fogo divino, redimindo assim o ego personal. Nesta altura, a simbólica serpente ficará verticalizada.

A primeira cedência do eu espiritual ao ego intelectual, segundo o Génesis, aconteceu no âmbito da luxúria sexual, no uso do sexo, provindo da libido e não do amor.

Através de toda a história do Antigo Testamento, continuou a humanidade nessa subversão contra as leis cósmicas que, como está escrito, provocou o dilúvio, em virtude de todo o espírito se haver tornado carne, bem como a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda outras cidades, porque toda a carne se tinha desviado do seu caminho.

A juntar a isto, temos a ganância do ter, do possuir a qualquer preço e a lixeira social da humanidade que se diz civilizada.

Ai de vós que sois ricos! Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus. Não podeis servir a dois senhores, a Deus e às riquezas, advertiu Jesus.

Giovanni Papini, na “História de Cristo” chama ao dinheiro o excremento do diabo. O que quer dizer, segundo a significação de diabo, que a avareza e o egoísmo são os sentimentos inferiores que prendem os seres ao sofrimento pela maldade, filha da ignorância da origem divina do homem.

Todas as grandes descobertas da humanidade, no progresso tecnológico, no nível do conforto, da rádio e da televisão, todas essas grandes invenções da inteligência humana estão seguramente, em 95 %, ao serviço da imundice moral e intelectual, em vez de promoverem a ética e a consciência humana da verdadeira natureza do homem.

O homem ainda não sabe pôr o sibilo da serpente ao serviço do sopro divino e, por isso, ainda se encontra atualizada a maldição das potências cósmicas: “Maldita seja a terra por tua causa”.

Basta prestarmos alguma atenção aos noticiários para sabermos o que vai pelo nosso planeta, para verificarmos que a reação cósmica é evidente contra a ação subversiva. A reposição do equilíbrio e da harmonia cósmica será inevitável.

O chamado fim do mundo, é uma forma de expressar aquilo que, na realidade, acontece no processo de transformação a que toda a creação está sujeita em termos de evolução.

Mas para que algo de trágico suceda não é necessária uma bomba nuclear. Basta que o homem continue subvertendo as leis divinas, para que os elementos cósmicos prossigam o seu desiderato de compensação estabilizadora, conclusão a que chegou um grande filósofo espiritualista.

Infalivelmente, os Eloim farão cumprir o projeto da creação. Como será!? Está ligado ao que o homem fizer com o seu livre arbítrio.

Portanto, muitos serão os vocacionados, poucos os evocados.

Quando confrontado com a denúncia de revogar a lei, Jesus disse: “Até que passem o céu e a terra, não passará um só i ou um só til, sem que tudo se cumpra”.

E um dia, num dado momento, também o homem se encontrará a sós consigo mesmo, em plena consciência de si próprio e brotará da sua alma um grito de plena noção de liberdade, misto de dor final e de alegria perene: está consumado. Em tuas mãos, Senhor, entrego a minha alma realizada.

O homem, tal como o conhecemos, é uma expressão complexa que, no seu desenvolvimento ascensional, se torna cada vez mais simples, culminando, como resultado, igual a espírito.

Todos os homens, sem exceções, tiveram e têm a possibilidade de fazer parte da nova humanidade, alcançando a dimensão do homem novo, como diz Paulo de Tarso.

Enquanto o homem for culpado, continuará sendo um sofredor.

E o homem será culpado enquanto continuar no segundo e terceiro estágios.

Esta luta do ego contra o eu superior, tem prosseguido até aos nossos dias.

Já Sócrates nos dizia que só vivendo se sabe. Ele sabia que Deus, sendo a suprema inteligência, era também a suprema perfeição, é o ser absoluto em toda a sua transcendência e manifestação.

Nada está errado, tudo é perfeito. “Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito”, disse-nos o nosso irmão maior.

Só em plena liberdade de opção o homem pode experienciar e conhecer o que é bom e o que é mau, o que é real e o que é ilusório, para que, um dia, em completa e integral consciência de causa, se precipite no inefável abismo cósmico do amor divino.

Assim está escrito em termos simbólicos, que identificam as leis imutáveis das potências creadoras, os Eloim, que mais não são que os poderes criativos do próprio senhor do cosmos, Deus.

Atingindo a finalidade do quinto estágio, o filho do Homem poderá afirmar que também comeu da árvore da vida que, no jardim do Éden, se encontrava do outro lado do rio.

 Abrame
Um abraço espiritual
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Agosto 03, 2018, 20:15:20 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto do Abrame retirado dos guardados, para vossa apreciação.


O SACRIFÍCIO

Certas assertivas foram registadas ao longo dos séculos que se iam transformando em histórias e em lendas, contadas nos momentos de laser às pessoas que se reuniam e, por isso eram alteradas conforme o entendimento dos que as contavam. Por isso, neste caso talvez o assunto tivesse sido outro que decerto visa o esotérico na sua profundidade. Também sabemos que quem conta um conto acrescenta sempre um ponto.

Em Gn 22,1-2 Deus manda Abraão matar seu filho Isaac conforme se descreve sucintamente porque, como pensamos, é o ponto fulcral do assunto:

«Disse Jesus: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente á terra. E, dormisse e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele saber como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa». (Mc 4, 26-29).

«E aconteceu depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaac, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi».

E em Gn 22,10-12 «E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho; Mas o anjo do Senhor Lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único».

Através da Bíblia e, neste caso, do Antigo Testamento, verificamos que o histórico se encontra constantemente aureolado por uma neblina esotérica de ordem “espiritual-milagrosa-religiosa”, seja tanto no caso de vitória israelita como no de penalização.

Isto acontece por ter sido estabelecido com extremo rigor pelas iniciações ocultas ao longo dos tempos evolutivos, o revelar sempre em termos esotéricos o conhecimento espiritual para que não caísse eventualmente em mãos profanas que dele fizesse uso com intuitos maléficos.

O bem e o mal são instrumentos de consciencialização dos quais se serve a Lei de Causa e Efeito, onde atua a ação, a reação e a interação por afinidades de expansão de energias emitidas, que tanto podem produzir efeito no bem como o podem fazer no mal, enquanto enquadrados nos mundos de evolução de base dualística.     

Perante a imponência dos mundos da forma, da matéria em movimento e dos fenómenos naturais que por vezes se expressam de forma violenta no seu desenvolvimento evolutivo, o homem criou crenças de ordens supersticiosas e de envolvimentos sentimentais naturais de que não se encontrava só no mundo. Precisava de proteção.

Por isso, as várias gerações de seres humanos ao longo de milénios, perante a incomensurável ostensividade cósmica e as evidentes necessidades de que careciam para subsistirem no mundo em que se encontravam, adquiriram o sentimento interiorizado que tinham que existir um ou mais seres poderosos, que tudo tivessem criado, e os designaram por Deuses porque, através do homem, era evidente que não teria sido possível.

O sentimento de se protegerem foi a origem do momento da criação de deuses para todas as suas necessidades prementes e dificultosas.

Nessa altura também se manifestaram os psíquicos, que conviviam através da mediunidade com os chamados espíritos, fortalecendo assim a convicção da vida para além da morte. Chamaram-lhes feiticeiros, xamãs, etc.

Para obterem o favor dos Deuses faziam-lhes rogos e dispensavam-lhes orações precedidas dos seus pedidos de tudo quanto necessitavam e de toda a série de teres e poderes que deu lugar à construção do seu Ego Físico, Emocional e Mental, que é o mensageiro da sua personalidade, para se sentirem superiores e dominadores das suas áreas de atuação.

A superstição e o medo atingiram tais proporções que, para além de orações aos Deuses e certas cerimónias estabelecidas em seu louvor, se chegou ao exagero de sacrificar vidas de animais bem como ao extremo de sacrificar a vida de seres humanos para garantir a benevolência dos deuses.

Mais tarde se concluiu e se estabeleceu a existência de um só Deus Creador, de poderes absolutos, demonstrado por mensageiros que vieram aos mundos de evolução ajudar a humanidade a crescer em compreensão e consciencialização da existência da essência espiritual Divina no mais íntimo da alma humana da qual emanaram.   

No nosso entendimento, o que se passou foi a apresentação de um líder, chamado Abraão, que era muito bem aceite pela sua ponderação e verdadeiramente crente num Deus absoluto, com o qual ele tinha entendimento, que protegeria aquele povo, o que facilmente juntou à sua volta uma multidão de seres humanos cuja profissão generalizada era a de guardadores de ovelhas que o aceitaram como seu guia e orientador na procura de regiões terrestres de campinas ricas em pastagens que levasse o pastoreio a ter sucesso.

A reunião deste movimento veio a criar todo um sentimento de unidade que naturalmente se converteu num povo: “O Povo Judaico”.

Como é sabido Abraão e Sara eram já de uma certa idade e, por isso, pensava-se que ela já não tinha idade para ter filhos, o que era de importância capital para a sucessão de Abraão.

Entre aquele povo quando esta situação acontecia era permitido o chefe ou o rei, ter relações íntimas com uma escrava. Neste caso, de conluio com a própria Sara, esposa de Abraão, foi escolhida uma escrava chamada Agar e da qual nasceu Ismael.

Mais tarde aconteceu que Sara, embora avançada na idade, deu à luz um filho a quem atribuiu o nome de Isaac, o qual se sobrepôs a Ismael na situação de filho legítimo.

Jamais podemos acreditar que o Deus de Amor em que depositamos toda a nossa esperança e reverência, tivesse proposto a Abraão sacrificar o seu filho Isaac para atestar a sua fidelidade a Deus usando com artimanha e sofisma, sub-reptícia, enganosa e sofisticadamente a obscura descrição argumentada absurdamente, para poder avaliar da fidelidade ou de outro sentimento qualquer, tal como o homem faz no uso da sua mente profana através do intelecto, para obter os seus desígnios.

O Deus de que estamos a falar é um Deus Absoluto, Creador de tudo o que existe e que, segundo nos diz Jesus, se encontra dentro da nossa alma e, por isso, conhece tudo que se passa com o homem.

Ele é a inteligência e a consciência do Todo, o que naturalmente o leva a ser a “Sublime Realidade da Verdade”.

Em Mt 6,6 diz Jesus: “Mas tu quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai “que está em oculto”; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”.

Também aconselha aos apóstolos que não tenham receio do que tiverem que dizer, quando a isso forem interpelados, porque o Pai porá nas suas bocas as palavras corretas que deverão dizer.

E ainda resumidamente com respeito a si próprio declara que as palavras e as obras que faz, não é Ele que as faz, mas o Pai que está nele é que diz e faz as obras, porque dele mesmo nada pode fazer, visto o Pai ser maior do que Ele.

Na primeira epístola aos Coríntios em 3,16 diz Paulo de Tarso: “Não sabeis vós que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”.

E é sempre Jesus que nos ensina ao dar-nos para nossa interpretação a profunda “Parábola da Semente”.

«Disse Jesus: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente á terra. E, dormisse e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele saber como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa». (Mc 4, 26-29).

Quanto a nós mais uma vez nos encontramos perante uma história esotérica com a presença de dois filhos. Assim ao primeiro, por necessidade de circunstância, foi-lhe atribuída a situação de ilegitimidade, e ao segundo, de filho legítimo.

Pensamos que Abraão foi o primeiro homem da antiguidade, do qual temos conhecimento, que alcançou a culminância da realização espiritual.

Posto que, segundo o nosso entendimento, o primeiro filho que o homem criou foi o filho da involução, ou seja, o estado do envolvimento da alma vivente humana com toda a negatividade daquilo que ela não é e, por isso, denominado ilegítimo por ser finito e constituir a materialidade organizada, por criação do próprio homem, em preceitos e preconceitos que deram lugar ao aparecimento do Ego Físico, Emocional e Mental que envolveu o homem dotando-o de uma personalidade negativa, não deixando de lhe dar um conhecimento vivido dessa complementaridade em termos de processo evolutivo, “porque só vivendo se sabe”.

Findo o processo involutivo, considerado necessário para o entrosamento com o positivo para dar lugar à evolução da alma imanada da Essência Creadora, complementariza-se a situação dualística dos mundos da forma, da qual faz parte básica do processo evolutivo até a alma vivente atingir a culminância do “Espírito Puro” repleto de perfeição e sabedoria.

É esse “Espírito Puro” que lhe permitirá a união com a consciência do Todo em plena glorificação de Filho Legítimo, a que esotericamente se chamou o “Filho do Homem” por ter transformado em sacrifício o Ego negativo que criou, na Pira Sacrificial, impulsionado pelo fogo do desejo ardente e intenso do verdadeiro amor a Deus e a toda a Creação, onde muito naturalmente lhe foram perdoados todos os seus chamados pecados.   

Segundo pensamos, foi assim que Abraão venceu a dificultosa, íngreme e a mais alta montanha, recheada de perigos negativos, em terras de Moriá, no preciso momento em que se deixam os vários caminhos evolutivos, escolhidos pelo nosso livre-arbítrio, e caminhamos abertamente pelo caminho único que se nos depara, envolvido com todas as condições que permitem a volta à Casa do Pai, como o nosso Mestre Jesus nos ensina demonstrativamente na sua esplendorosa parábola “O Filho Pródigo”. E seremos “Um com Deus”.
ABRAME

Um abraço espiritual vos envio.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Setembro 24, 2018, 18:20:38 pm
Companheiros do Caminho
Apenas mais um texto que saiu naturalmente do Abrame para vossa apreciação.

VEREDA VITAL

Pensamos que devemos observar as nossas emoções e o comportamento de nossos atos, em presença de tudo quanto nos rodeia de acordo com a Creação e tudo que foi estabelecido e organizado ao longo de muitos séculos pelo próprio homem, para podermos controlar os nossos sentidos e conseguir compreender em profundidade os padrões cósmicos e a sua razão de ser.

O Homem pensa, intelectualiza e dá forma corporal às suas deduções, em atos e pensamentos erróneos e superficiais, projetando, construindo e estabelecendo naturalmente a sua estrutura mental, que não podia deixar de ser senão dualista, tal como o próprio mundo material onde se encontra.

Deste modo, observando tudo quanto o envolve e lhe é solicitado pelos mundos de matéria densa, estabelece assim as suas conclusões através de Leis com preceitos e preconceitos estabelecidos por via da interação da existência na humanidade, que são autênticas normas – mais ou menos diversificadas conforme o local geográfico onde os diversos povos se agruparam – que regulamentam e controlam a forma de estar e de viver. 

Nesta perspetiva, o Homem adquiriu a ideia de que é o corpo físico, porque se distanciou do espírito absoluto de onde proveio e a alma se promiscuiu com todos os desejos e negatividades do Egocentrismo profânico.

Diz o Mestre Jesus em Mateus 22,21 respondendo à questão do Tributo: «Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus». Pensamos que esta frase é muito mais profunda e abrangente, e por isso a compreendemos como “Dai pois ao mundo o que é do mundo e ao Espírito o que é do Espírito”, porque o Mestre Jesus também nos cientificou em João 4,24 «Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em Espírito e Verdade».

E mais nos diz o Mestre em Mateus 6,33: «Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas», porque ao integrarmo-nos na consciência absoluta não sendo possuídos por nada, somos senhores de tudo.

E aqui temos bem diferenciada a linha que separa a dualidade «Matéria e Espírito» – «Finito e Infinito» – «Ilusório e Realidade».

Pensamos que todo o esforço do homem tem que ser dirigido para inverter a compreensão do que é o corpo físico. Este é apenas um veículo, devendo o homem construir a sua consciencialização na aspiração espiritual da consciência do Todo, na procura da realidade que é, para chegar ao término desses caminhos dualistas em que eles se esgotam e se transformam num único caminho luminoso que conduz à Realidade Suprema da Vida Infinita.
Abrame           
Com um grande abraço espiritual.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Outubro 24, 2018, 17:17:58 pm
Companheiros do Caminho
Mais um texto do Abrame para vossa apreciação. 

 "VISÃO DE SINTESE"

Conjuntamente com tudo o que Deus creou, foram também creadas as leis que sustentam e administram a creação, sendo essa a razão por que o Universo é harmonia e tudo acontece nas suas diversas dimensões em perfeito equilíbrio e ordem.

Qualquer ação desequilibradora provoca logo de imediato uma reação retificadora.

Segundo Einstein, o Universo é a própria lei universal.

Tudo existe subordinado a leis onde tudo o que nos acontece – que classificámos de bom ou de mau – são efeitos de causas provocadas por nós e que nada mais são que reações retificadoras provenientes de ações de natureza positiva ou negativa que acionámos já nesta reencarnação ou em anteriores.

Pode essa reação tardar por motivos de necessidade evolutiva mas ela virá com absoluta infalibilidade, na hora certa, com a dosagem de retificação adequada.

É essa a sua exigência. Ninguém poderá alterar o equilíbrio correto do Universo em todas as suas multiplicidades visto este proceder natural e inexoravelmente, interagindo, ao seu reajuste.

A ação que deu lugar a uma perturbação da normalidade vai provocar, infalivelmente, a reação do que foi perturbado.

E estes dois fatores, ação e reação, atuando como causa e efeito, mantêm o equilíbrio do todo através de uma interação. À reação negativa provocada chamou-se “pena que resulta em sofrimento”.

No caso do Homem, na sua ascensão, à ação negativa que ele provocou chamou-se culpa e em termos de religião chamou-se pecado.

Se fosse possível alguém fazer mal sem que esse mal se viesse a refletir nele próprio, o culpado teria prevalecido sobre as leis universais e alterado a Lei de Causa e Efeito, o que deitaria por terra a infalibilidade da Justiça Divina.

Fazendo o Homem parte do todo, torna-se impossível que alguém que provoque sofrimento e dor, seja a quem for, o possa fazer sem o fazer a si mesmo.

Perceber em toda a sua extensão a lei de Causa e Efeito, que é infalível, é ser sábio e ser sábio é deixar de praticar o chamado mal, razão porque praticar o mal é ser ignorante.

Sabendo disto porque era sábio e trazia em sua missão o esclarecimento à humanidade, diz-nos Jesus: «Sede pois misericordioso, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.» (Lc 6,36-37).

Ao pronunciar estes ensinamentos anuncia Jesus ao mundo a lei de Causa e Efeito, conhecida no Oriente como Lei do Karma.

Se todos os homens compreendessem aquilo que Jesus nos transmitiu através destas assertivas, não haveria tanta desgraça sofrida, porque os homens se tornariam compassivos sobre a face da Terra, porque teriam entendido que fazer mal a seus semelhantes, e não só, é fazer mal a si próprio.

O sapiente da ciência do espírito eleva-se ao nível da espiritualidade superior – a da luz da qual proveio – porque mantém perfeita harmonia com a lei do Universo.

As próprias palavras – ser-se espiritualmente superior – querem dizer que o homem sábio espiritualmente é o Homem universal, integral, cósmico, que não deseja possuir uma vantagem parcial contrária à ordem absoluta da creação Divina.

A imanência do espírito Divino, creando de si a substância primordial, tem sempre a mesma origem e a diversidade difunde-se pelos infindáveis estados de luz, energia e matéria composta, o que demonstra e comprova o Creador no seu absolutismo “imanente e transcendente”.

Tudo no Universo se encontra em evolução, resultado de uma primeira fase a que se chamou involução porque tudo vem do centro para a periferia em estado primário e tudo ascende da periferia para o centro em estado sublimado.

Pensamos que foi o que aconteceu com a real essência constituinte da individualidade humana, que desce até à periferia em estado próprio de densidade para possibilitar o contacto exterior com a matéria que se encontra em estado compacto de congelamento.

E foi a partir daqui que a sua alma ascendeu até ao plano hominal, passando pelo mineral, vegetal e animal, primeiro em estado de mónada e depois em estado corporal no qual adquiriu as condições necessárias para receber o livre arbítrio e a inteligência dedutiva, passando o Homem a ser o determinador daquilo que conhecemos como o processo evolutivo da alma.

Deste modo, a partir da ascensão ao plano hominal, passou o Homem a ser responsável pelos seus atos, quer sejam físicos, mentais ou emocionais.

Como a própria palavra evolução define, é algo que vai crescendo com a obtenção do conhecimento que produz a consciencialização que a alma gradualmente vai adquirindo com a experiência vivida nos planos de vida na forma que percorreu.

Na pergunta 540 de “O Livro dos Espíritos”, sob a rubrica de “Ação dos espíritos aos fenómenos da natureza”, o seu último período diz o seguinte: «É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até ao arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender no seu conjunto!»

Em absoluto, nada na creação se poderá eliminar ou extinguir, seja em estado material ou espiritual, visto que tudo que foi creado provém da mesma substância primordial que, por sua vez, foi creada pelo espírito Divino – o Ser absoluto – e, seja o que for, faz parte do todo.

Sendo assim, como é possível que haja culpados julgando outros culpados?

Se os há é porque ainda não evoluíram, porque ainda não aprenderam a lição em causa própria.

Por isso, inevitavelmente terão que voltar à forma para repetir em outros renascimentos a aprendizagem, vivendo-a, para saberem que julgam naquilo que já foram julgados ou ainda terão que o ser.
   
E como poderão ser condenadores, condenados que já foram ou que ainda virão a ser?

Jesus é pois um sábio, verdadeiro conhecedor das leis cósmicas que regem a perfeita harmonia, bem como a integridade justa de todas as coisas creadas.

É por isso que nos aconselha: «Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; pois com a mesma medida com que medirdes vos medirão de novo.» (Lc 6,38).

E conhecendo como conhecia a mente humana, adverte-nos Jesus referindo-se àqueles cuja mente está poluída pelas mais vis maledicências e intrigas: «Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.» (Mt 7,4-5).

Deste modo Ele adverte e ensina aos homens a forma de proceder, para que a alma humana possa crescer em perfeito equilíbrio e sintonia com o todo.

Não julgueis, não condeneis, sede pois humildes porque nenhum de nós, homens, está isento de julgamento e de condenação por via de nossa ignorância.

Como um provérbio bastante popular nos esclarece: “Diz o roto ao nu, porque não te vestes tu?”

Nenhum ser, por mais forte que tenha sido creado, poderá frustrar um só dos planos da creação.

Por maiores desmandos que o Homem provoque, jamais poderá alterar a harmonia do todo.

Sabemos que o nosso mundo concentra luz e sombra e nele coexistem os chamados bem e mal, pois nessa dicotomia funciona o livre arbítrio que Deus introduziu na creação e que leva as leis inexoráveis do Universo a tudo repor no seu devido lugar.

Quando o Homem desrespeita alguma das leis cósmicas, faltando à verdade, à justiça, ao amor por todas as coisas creadas, desarmonizando e criando caos, entra na área da culpabilidade, recebendo o reverso que designámos por pena, objetivada pelo sofrimento.

Ao proceder a qualquer desestabilização da lei, por ignorância ou por interesses materiais, dominado pelo seu ego, logo, naturalmente, as leis cósmicas espirituais interferem para que vivencie aquela situação a fim de que fique consciencializado do mal praticado.

Por este motivo todos os grandes mestres da ciência espiritual cósmica afirmam que “só vivendo se sabe”.

Logo, com a medida com que medirdes, sereis medidos.

Deus deixaria de ser soberanamente omnipotente se o Universo pudesse ser alterado pelos seres que nele habitam. Mesmo quando tudo parece caos, é apenas ilusão porque nessa aparência estão forças cósmicas em movimento.

Do aparente caos observado provém sempre algo de superior e belo, na contínua transformação evolutiva.

A culpa é algo de negativo, como negativo é também a pena, o sofrimento.

Como já foi dito, o negativo da culpa produz de imediato o processo da pena. Por isso negativo gera negativo, pelo que pensamos que esse processo é a homeopatia cósmica do universo.

O bem nascido do amor produz o bem, que logo nasce do objeto visado, visto o positivo gerar o positivo.

Se assumirmos atitudes negativas como, por exemplo, odiando, o Universo assumirá atitudes negativas contra nós fazendo-nos ser odiados para nos transformarmos.

Se, pelo contrário, assumirmos atitude positiva como, por exemplo, amando, o universo assumirá atitude positiva, amando-nos.

É deste modo que se mantém o equilíbrio estável do Universo. E isto não é de agora mas de sempre, desde o princípio.

Tudo se desenrolou dentro de leis inalteráveis que tudo regem e tudo providenciam.

Na natureza não há a possibilidade de alterar leis, de revogá-las, de fazer novas ou de acrescentar as existentes porque tudo foi previsto e resolvido pela omnisciência Divina e declarado pelo Ser absoluto, o Creador “que tudo estava bem”.

Toda a sabedoria do Homem é cientificar-se de como tudo funciona na creação e, desse modo, não mais assumir atitudes negativas mas sempre atitudes positivas, sabendo que o grande arcano do Universo é o amor.

Toda a sabedoria consiste em que o Homem, espontaneamente, harmonize a sua manifestação subjetiva com a eterna e indestrutível realidade objetiva do Universo, sintonizando e fidelizando o seu minúsculo querer e agir com o grande querer, que é o agir Divino.

Porque quem nos mede com a mesma medida é a inexorável retidão das leis cósmicas – através do elemento a que denominámos consciência, servindo-se dos requisitos da natureza do Homem – intrínseca na natureza do todo.

A verdade e a justiça estão intrinsecamente representadas na natureza da própria creação, devidamente coordenadas.

A harmonia universal, subjetivamente negada pela culpa ou afirmada pelo amor, não pode, em hipótese alguma, deixar de agir no mesmo sentido, negativo ou positivo, sofrimento ou felicidade, levando em linha de conta os diversos graus atenuantes de consciência já obtidos pela alma.

Deste modo se considera perfeita a Justiça Divina pelo que devemos, antes de tomar posição, recordar que tudo quanto de nós sai, volta e por tal motivo devemos estar atentos para pró-agir corretamente.

E sendo assim que pensamos, não podemos deixar de observar aquela recomendação que Jesus nos faz: «Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. Eu porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis: nem pelo Céu, porque é o trono de Deus; nem pela Terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar; sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.» (Mt 5,33-37).

Muitas pessoas recorrem ao juramento, não só para se fazerem acreditar como também o exigem para ficarem tranquilos.

Mas há ainda quem jure em nome de Deus, o que não deixa de ser um perjúrio levando em conta o que atrás se encontra descrito como conselho de Jesus.

Os homens estão habituados a mentir uns aos outros para conseguirem obter os seus fins. E o hábito tornou-se tão vulgar que jurar ou não jurar não altera absolutamente nada neste mundo porque, de uma maneira geral, ninguém acredita.

Mas no âmbito da ciência do espírito onde a consciência se torna juiz de nós mesmos, é muito gravoso jurar-se falso, porque cria-se sofrimento devido à abrangência da acuidade da consciência.

De uma maneira geral todo o mundo mente, assim como se pode jurar falso.

Todo o mundo mente e leva as pessoas, desde tenra idade, a mentir induzidas pelos adultos a fim de colmatar esta ou aquela situação, usando para isso diversas desculpas.

Há pois alguns pretextos para se mentir: “esta mentira não prejudica ninguém” ou “é apenas uma mentira piedosa”, o que na realidade não deixa de ser uma refinadíssima mentira para além de ser aberto um precedente.
 
Pensamos que quando Jesus propôs esta imensa verdade, queria dizer-nos que não é o facto de nos debruçarmos em sintomas para os resolver que interessa, mas sim eliminar a verdadeira doença – a mentira.

Se a humanidade se habituasse a nunca mentir, que necessidade existiria do juramento? Um simples sim, ou um simples não, seria o suficiente.

Aquele que compreendeu os altos desígnios da mensagem crística, faz consigo mesmo o sagrado pacto de nunca faltar à verdade, por maiores que sejam as vantagens ou desvantagens.

Quando, às vezes, nos detemos nos anúncios de publicidade, podemos verificar as artes mágicas especializadas em ludibriar os outros semelhantes de modo a levá-los a satisfazerem os seus interesseiros objetivos.

No homem profano, o escrúpulo é o sentimento que ainda não faz parte da sua consciência e, por isso, nele tudo é mentira e hipocrisia em função da estrutura social que o próprio Homem criou e na qual ele se movimenta.

Certos países ditos cristãos na observância da justiça humana, obrigam as testemunhas a jurar sobre a Bíblia que só dirão a verdade, o que na maior parte das vezes não corresponde ao exigido.

Inconcebível factício pois estão jurando sobre o próprio livro cristão onde está escrito – como princípio espiritual – que não jurareis de forma alguma.

A verdadeira felicidade não germina senão num clima de verdade incondicional absoluta.
   
Muitos foram os homens que por amor à verdade sofreram tormentos imensos. Enquanto os seus corpos eram selvaticamente supliciados e sacrificados, as suas almas elevavam-se e enchiam-se de luz.

Sendo Deus a própria verdade, tanto mais divino é o Homem quanto mais intransigentemente abraçar a verdade.

Jesus, na sua missão, falou a seres humanos de diversas condições: humildes, incultos, cultos e outros, ditos senhores conhecedores das leis Divinas.

Porque razão o compreenderam melhor uns que outros? Se é que houve alguém que o compreendesse integralmente!

Porque, parafraseando Mateus em 13,12 e Lucas em 8,18 “Ainda hoje uns já têm e outros ainda não têm. Uns estão dormindo e outros estão acordados”. Tudo portanto depende do grau evolutivo em que se encontram.

E isto é padrão cósmico para toda a creação.

Ao fim e ao cabo cada um está no lugar a que chegou evolutivamente, mas todos, sem exceção, mereceram a disponibilidade de Jesus.

Porque Jesus já era amor e, sendo amor, é uma dádiva Divina de compaixão.  Abrame.

Um grande abraço espiritual
 
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Janeiro 01, 2019, 11:48:18 am
Companheiros do Caminho
Aqui temos mais um texto do Abrame para vossa apreciação

 O AMOR!
Falar de Amor ainda em território profano de evolução, é intelectualizar o conceito mental absorvido pelos pensamentos depositados na nossa mente pela análise superficial de tudo que nos rodeia nos Mundos de matéria densa.
Na verdade, o Amor é o grande arcano do Universo. Deus é Amor. Nós seremos em consciência absoluta Amor. Só que ainda não temos a consciência intrínseca desse imenso poder, embora o que somos o possua desde aquilo que somos.
Retiremos da mente do nosso interior todos os sentimentos negativos que ainda agora e, por muito tempo exerceremos como personas piedosas no comportamento formal que os nossos interesses e desejos reclamam por não sabermos quem somos.
No prosseguimento evolutivo vivido na obtenção do conhecimento espiritual, nasce em nós determinados sentimentos que nos levam aos primeiros degraus da sensibilidade de vivências interiores a que chamamos de amor, que englobam vários sentimentos morais que o próprio homem criou e que passaram a fazer parte dele, como: a caridade, a fraternidade, a compaixão, a amizade, a gratidão, o respeito pelo próximo, o socorro ao desvalido, a dádiva desinteressada, etc., etc. na medida evolutiva do caminho para o que será o verdadeiro Amor.
O Verdadeiro Amor não se faz, porque Ele já “É” e por isso, incondicional.
Jesus nos esclareceu: “Amarás o Senhor teu Deus com toda a tua alma, com toda a tua mente, com todo o teu coração e com todas as tuas forças, e amarás o próximo como a ti mesmo”.
Ele não disse só, demonstrou-o em diversos episódios da sua vida terrena.
Todo o mundo conhece esta frase lapidar, mas o conhecimento tem duas vertentes enquanto adquire consciência pelo discernimento, a intelectual, e aquela em que a inteligência se une ao coração. E, é aqui, nesta última, que o conhecimento se completa, transformando-se em sabedoria e perfeição absoluta pela união com a consciência do Todo.
O intelecto é frio e isolado, serve apenas o ego físico, mental e emocional, a personalidade humana, não passa através do desejo de uma ferramenta da intelectualidade, secundada pela mente profana, o que não permite a interação da realidade do Eu Superior.
Todo o conhecimento para fazer parte da consciência do Todo tem que ser vivido no mais íntimo da nossa alma. Viver na realidade é Amar.
Nas várias religiões e unidades espirituais não deixam de estar incluídos os imensos sentimentos que comportam o amor que agem, quando sentidos, já por verdadeira emotividade na alma humana através daquilo que somos.
Na Doutrina Espírita também nos encontrámos e deparámos com essa valência, onde no “Evangelho Segundo o Espiritismo” Alan Kardec menciona que “Fora da Caridade não há Salvação” cujo conhecimento lhe é proporcionado pelo estudo teórico validado pela observação prática no âmbito da vivência da dor e do sofrimento, tanto seu como do seu próximo, apenas porque não sabemos quem somos.
Amar é o verdadeiro viver. É fator imprescindível, pois que é pela sua condução exemplar no decurso das suas vidas de aprendizagem nos mundos da forma que o Homem atinge o estado evolutivo que o torna acreditado, respeitado e livre, devido ao exercício da verdade da sua vida e, também, para além da sua credibilidade espiritual, científica e filosófica.
Na procura da Verdade Suprema existem dois tipos de Ciência, ”A Ciência do Exterior e a Ciência do Interior”. Na conjugação e discernimento destas duas ciências encontraremos a razão da existência infinita do Ser da Vida.
Pensamos que perceber a diferença funcional de cada uma destas ciências, no contexto evolutivo, é fundamental para encontrar o caminho que leva a alma humana a chegar à transcendência da consciência do Todo.
Abrame.
Um grande abraço espiritual e o desejo de um Bom Ano.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Fevereiro 13, 2019, 19:18:12 pm
                                     O CRER E A FÉ
Temos como princípio que “Só vivendo se sabe” .
É normal dizer-se que se acredita em Deus, ou que se tem muita Fé em Deus no sentido de fé ser “acreditar muito”. Quanto à nossa estrutura e compreensão espiritual, Crer é apenas acreditar em algo do qual não sabemos por apenas ser informativo ou deduzido e Fé ser saber por vivência espiritual paulatinamente adquirida através da ligação ao Divino no mais íntimo da nossa alma.
Na humanidade é muito usual as pessoas usarem estes dois termos nas áreas das religiões e da espiritualidade em geral embora, segundo pensamos, sejam distintas.
Crer é tomar como verdade algo que nos é contado, ou escrito e em que acreditamos sem qualquer prova exterior ou interior de veracidade. É um acreditar registado na nossa mente como real, porque é-nos dito por alguém em quem confiamos, ou ainda, porque o que nos é dito ou deduzido está justificado pela nossa mente profana em função da análise exterior dos preceitos e preconceitos que foram estabelecidos pelo próprio homem através do trajeto evolutivo da alma.
Não podemos deixar de tomar em conta, o que encontramos explanado no célebre livro que muito prezamos chamado “A Bíblia”, embora saibamos que ao longo de muitos séculos ela foi motivo de alterações por diversas exigências de estatutos humanos, visto que por aquilo que Jesus nos legou é sobejamente entendível se nos esforçarmos para compreender de um modo mais ou menos profundo tudo aquilo que nos ensina.   
Pensamos que só vivendo se sabe. Essa é a razão real porque devemos proceder à prática da meditação para podermos entrar em contato com a essência Divina, que se encontra no mais íntimo da nossa alma, para se conseguir a consciencialização requerida com vista à realização do Homem e desse modo, entrarmos no conhecimento da Verdade Absoluta que só Deus nos poderá dar.
Fé vem do termo latino “fides”, que é radical de fidelidade. Fé é uma atitude de fidelidade, de harmonização, de sintonia. Foi a palavra ocidental que melhor se apresentou aos então tradutores do sânscrito, do copta e do aramaico, para transmitir a vivência da alma relativa com a alma absoluta, conforme Jesus e os apóstolos compreendiam esse estado de interação.
 Em Lucas 17,6 disse Jesus: «E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria».
E ainda em Mateus 21,21 disse Jesus: «Jesus, porém respondendo disse- lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito».
Quanto a nós, preferimos interpretar Jesus em aprofundamento espiritual, com o maior rigor que nos for possível, dentro do costume usado desde sempre pelos místicos e enviados em missão de esclarecimento a que Jesus, através de parábolas e ditos não se furtou, fazendo-o em termos esotéricos, e por isso consideramos que se o entendêssemos literalmente seria um absurdo mandar uma árvore plantar-se e ou mandar um monte precipitarem-se no mar. Com isso, o que Jesus fez foi valorizar somente o Poder da Fé na evolução realizadora da alma humana.
Sobre o acima descrito, dos ditos de Jesus, pensamos que a alusão à figueira e à montanha, em termos esotéricos, também sugerem e têm muito a ver com montanhas enormes e árvores com raízes profundas e fartos ramos de negatividades, que são estruturas acumuladas e desvirtuadas da nossa mente profana e que, operam através do nosso Ego.
E disso passaram a entender os apóstolos ao dizerem em Lucas 17,5: «Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a Fé» como se a Fé pudesse ser acrescentada de fora e não manifestada de dentro.
Analogicamente Fé é como um recetor de alta-fidelidade na alma humana, produzindo emissões já pela evolução evolutiva do conhecimento espiritual através da imanação da essência Divina, em alta sintonia.
Aludindo, conforme nossa conceção, à Parábola da Semente em Marcos 4-26-29, Fé é como uma semente, porque é vivência interior com o Divino, que vai germinando e crescendo no interior profundo da nossa alma em evolução sem darmos por isso, porque depois de a sentirmos através da intuição, não mais deixaremos de cuidar dela; porque ela traz-nos a harmonia, a paz e, sobretudo, propicia sermos esclarecidos sobre as nossas interrogações e envolvidos pelo amor Divino, dando assim expansão à nossa consciência e, por conseguinte abrangência silenciosa e estado de compreensão.
Aguardemos pois, com serenidade e silenciosa devoção de Fé, pela explosão incomensurável dessa força luminosa e única no interior sagrado da nossa alma – padrão cósmico – que lhe dá o excelso estado de transcendência, produzida pela manifestação da essência Divina em nós, que a transforma, pelo nascer de novo, em Espírito Puro no seio da Consciência Absoluta.
Abrame     
Mais um texto para vossa apreciação.
Título: Re: Pensamentos
Enviado por: Abrame em Abril 23, 2019, 15:53:37 pm
Companheiros do Caminho
Vos envio mais um texto para vossa apreciação do Abrame

                                                 "AS DÚVIDAS"

Benditas sejam as dúvidas, pois o processo evolutivo tem por base - para todo aquele que quer compreender a existência de si mesmo e de todos os seres creados - "as dúvidas" e só adquirirá este conhecimento pela análise de tudo quanto o rodeia através da observação, questionando-se e interrogando-se: "Porquê"?

Devemos por isso esforçar-nos por entender estudando, meditando, funcionando como observadores num estado mental neutral. Esta é a razão porque   a creação funciona em dualidade, para que possam haver meios de comparação que não passam de situações complementares com aspeto positivo e negativo.

Todos nós já passámos por diversos tipos de sofrimentos e dores e, por desconhecimento das Leis que regem a EVOLUÇÃO, ficamos atónitos e cheios de dúvidas sobre a real compreensão da razão de ser da Vida. No entanto, tudo se encontra corretamente creado, nada acontece por acaso pois tudo tem uma razão de ser.

As dúvidas transformam-se no objeto das nossas meditações que, pela observação, nos levam ao seu conhecimento integral, positivo e negativo, fornecido por aquela fonte inesgotável que tem a sua nascente no mais íntimo do nosso ser real, cientificando-nos do correto e do incorreto.
 
Não agir extemporaneamente é um pormenor que demonstra que já alijámos de nós o instinto animal no agir, reagir e interagir, pelo que devemos educar-nos, pro-agindo, oferecendo sempre a outra face, ou seja, a nossa ação ou reação positiva que é a outra face da moeda.

É importante saber que os mundos da forma são estabelecimentos de ensino de diversos escalões ascendentes do conhecimento, pelo que nos iremos posicionando conforme o escalão de evolução atingido.
 
O problema reside na compreensão de como a creação se desenvolve evolutivamente, sintonizada com a capacidade de consciência alcançada gradualmente por cada Ser.

Acreditamos que ninguém sobe ao escalão seguinte sem ter adquirido as condições desse escalão, pois somos seres em evolução que atravessamos milénios de experienciarão vivida desde a inconsciência à consciência, e nos preparamos para alcançar, quando isso for possível, a superconsciência que nos levará gradualmente à supra consciência ao atingirmos a consciência do Todo.

O segredo está em sabermos aceitar tudo aquilo que se nos depara nas nossas vidas nos mundos de aprendizagem pois, bem compreendido, tudo se encontra disposto para ser tomado como lição a consciencializar tomando como certa esta assertiva: " Só vivendo se Sabe".

Por isso, na interação com os outros seres, devemos tentar compreender o nosso semelhante, o estado evolutivo em que se encontra e perceber que ele só nos pode dar aquilo que tem e nada mais, pois é dessa compreensão que nasce em nós a tolerância e o amor fraternal.

Compreendendo o desenrolar da Creação nasce em nós a aceitação do nosso próprio sofrimento e dor, por sabermos que aquilo que nos acontece foi tecido por nós próprios, e o entendimento de que ao vivenciarmos esses sofrimentos estamos a ser cientificados das nossas negatividades que desconhecíamos como tal, dando-lhe outro significado.

No nosso dia-a-dia deveremos fazer o possível por praticar as leis de Deus, que mais não são do que a Doutrina que Jesus trouxe ao mundo porque "todo aquele que pratica saberá".

Disse Jesus: "Se alguém está disposto a fazer a vontade dele (DEUS), é capaz de ajuizar se a Doutrina procede de Deus, ou se eu falo por minha conta" (J0 7,17).

Deste modo, na nossa interação com os nossos semelhantes, somos levados à compreensão dos seus estados evolutivos, dando-nos uma outra visão, mais correta, que nos faz consciencializar da existência dos sentimentos de compaixão ou de regozijo fraterno que se acham potencialmente em nós e que, por esse meio, vieram à luz no processo evolutivo da nossa alma.

Podemos ficar certos de que não estamos sós nesta caminhada ascensional, visto que a evolução da creação se resolve em si mesma e em pleno intercâmbio global.

Acreditamos que no deserto das nossas dúvidas, debaixo do calor abrasador do sol do nosso interior, iremos encontrando pequenos oásis que, a pouco e pouco, vão saciando a sede e amenizando o fogo intenso da nossa alma até que a plenitude amena da certeza aureolada pela verdade nos liberte da opressão incansável do esforço despendido por termos chegado à realidade daquilo que somos.

Tude tende para a unidade - Padrão cósmico. Dúvidas são como riachos que se transformam em afluentes correndo para os rios e avolumando os seus caudais que, oportunamente, desaguam no Oceano incomensurável da Consciência Cósmica.

Seres superiores em grau evolutivo nos acompanham por amor, intuindo-nos fraternalmente nesta caminhada cósmica que é a epopeia Cósmica do Ser Humano e que tem como resultado o "Filho do Homem" que mais não é do que aquilo a que Jesus chamou na conversa com o bondoso doutor da Lei Judaica, Nicodemos, O NASCER DE NOVO".

Benditas sejam as "Dúvidas" para quem procura a "Verdade".

Abrame
Um grande abraço de Fraternidade Espiritual.