Autor Tópico: Contos Zen  (Lida 6709 vezes)

Offline ajce1962

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Contos Zen
« em: Maio 29, 2011, 19:00:30 pm »
Homem Santo

Boatos espalharam-se por toda a região acerca do sábio Homem Santo que vivia em uma pequena casa sobre a montanha. Um homem da vila decidiu fazer a longa e difícil jornada para visitá-lo. Quando chegou na casa, ele viu um velho empregado dentro que o recebeu, abrindo a porta.

"Eu gostaria de ver o sábio Homem Santo," disse ele ao servo.

O velho sorriu e deixou-o entrar. Enquanto eles caminhavam ao longo da casa, o homem da vila olhava ansiosamente em torno, antecipando seu encontro com um homem considerado um verdadeiro Santo. Mas antes que pudesse dar pela coisa, ele já havia percorrido a extensão da casa e levado para fora. Ele parou e voltou-se para o servo:

"Mas eu quero ver o Homem Santo!"

"Já o fizeste," disse o velho. "Todos que tu encontras em tua vida, mesmo que eles pareçam simples e insignificantes... vê cada um deles como um sábio Homem Santo. Se fizeres deste modo, então quaisquer que sejam os problemas que trouxestes aqui hoje, serão resolvidos..."

E fechou a porta.


Namasté

Offline ajce1962

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Re: Contos Zen - Mente Zen - Mente de Principiante
« Responder #1 em: Setembro 10, 2011, 14:05:17 pm »
Olá!!

Antes de nascermos, não tínhamos sentimentos: éramos um com o universo. A isso chama-se "só-mente" ou "essência da mente" ou "mente grande". Após o nascimento, somos separados dessa unidade, como a água da catarata que se divide pelo efeito do vento e das rochas; só então passamos a ter sentimentos.

Você tem dificuldades porque tem sentimentos. Você se apega ao que sente sem saber ao certo como é criado esse tipo de sentimento. Quando você não percebe que é um com o rio ou um com o universo, você tem medo. Dividida em gotas ou não, a água é água. Nossa vida e nossa morte são a mesma coisa. Quando percebemos esse fato, não tememos mais a morte, nem temos verdadeiras dificuldades em nossa vida.

Quando a água volta à sua unidade original com o rio, deixa de ter qualquer sentimento individual; a água retoma sua própria natureza e encontra serenidade. Que contente deve ficar a água ao retornar ao rio original! Se assim for, que sentimento teremos ao morrer?

O livro:  http://www.4shared.com/document/DxpoTSYk/Shunryu_Suzuki_-_Mente_Zen_Men.html


Namasté

Offline ajce1962

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Re: Contos Zen
« Responder #2 em: Setembro 19, 2011, 14:09:16 pm »

Meditação e...

Concentração não é se esforçar para observar algo. No zazen, se você procura olhar para um ponto ficará cansado em cinco minutos. Isso não é concentração. Concentração significa liberdade. Portanto, seu esforço deveria ser dirigido ao nada. Você deve se concentrar no nada. Na prática do zazen, dizemos que sua mente tem de estar concentrada na sua respiração, mas a maneira de manter sua mente na respiração é esquecer tudo a respeito de você mesmo e apenas sentar-se, percebendo sua respiração. Concentrando-se na respiração, você esquecerá a si próprio, e esquecendo-se de si mesmo, se concentrará na respiração. Não sei o que vem primeiro. Na verdade, não há necessidade de se esforçar muito para se concentrar na respiração. Simplesmente, faça o que lhe for possível. Se continuar essa prática, você experimentará a verdadeira existência que emerge da vacuidade.


http://www.4shared.com/document/DxpoTSYk/Shunryu_Suzuki_-_Mente_Zen_Men.html

Namasté
« Última modificação: Setembro 19, 2011, 14:14:36 pm por ajce1962 »

Offline ajce1962

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Re: Contos Zen
« Responder #3 em: Setembro 25, 2011, 14:46:06 pm »
Buddha - Além das Palavras

Certa vez estava Buddha sentado sob uma árvore, com os seus discípulos reunidos à sua volta esperando que ele iniciasse seu discurso. Em determinado momento, Buddha calmamente inclinou-se e colheu uma flor. Levantou-a à altura de seu rosto e girou-a suavemente. Seus discípulos ficaram espantados e confusos, e murmuraram entre si questionando o sentido daquilo. Dentre eles, apenas Kashyapa entendeu o gesto, sorrindo. Shakyamuni Buddha percebeu que Kashyapa tinha compreendido, e lhe disse:
"O método de Meditação que ensino é ver as coisas como elas são, nada rejeitar e tratar as coisas com alegria, vendo claramente sua face original. Esse Dharma misterioso transcende a linguagem e os princípios racionais. O pensamento lógico não pode ser usado para obter a Compreensão; apenas com a sensibilidade da não-mente alcança-se a Verdade. Vós compreendestes. Por isso, concedo-lhe a partir deste momento o espírito do Dhyana."

Namasté